Os brasileiros
entraram neste século 21 percebendo que o 'seu' país passa por momentos delicados no que se refere à honestidade do
seu povo – e sabemos que não é preciso fazer grandes ‘pesquisas’ para encontrarmos
vários exemplos disso em qualquer segmento da nossa sociedade, como por exemplo:
· Sonegação de imposto - O dinheiro sonegado
poderia contribuir para a construção de estradas, hospitais e melhorar a
infraestrutura do Brasil. A grana acabou indo pelo ralo pelas mãos da
própria população.
· Carteirinhas falsas - O fato é que a
carteirinha falsa já se espalhou de tal maneira, que produtores de espetáculos
praticamente dobraram o valor das entradas no Brasil para poder compensar
o dinheiro perdido com as falsificações.
· Colas em
Vestibulares e Concursos – Isso acontece a todo instante por esse país, como
por exemplo, nos muitos vestibulares ou nos concursos de muitas classes
profissionais, como dos Advogados, dos Médicos e etc.
· Compra de CNH – Esse é um
tipo de crime muito comum em todo o Brasil,
talvez essa possa ser uma das explicações para o número absurdo de mortes no
transito brasileiro.
· Políticos Corruptos
– Ficou comum acompanhar ‘diariamente’ denuncias a essa classe da
sociedade e isso acontece em todos os níveis, como: Prefeitos, Governadores,
Ministros, Presidentes e ex-presidentes e todos os demais cargos públicos deste
Brasil.
· Pirataria – Esse é o exemplo
clássico de um crime que a sociedade brasileira convive diariamente com total naturalidade,
onde o comércio é realizado à luz do dia e sem o menor constrangimento, tanto
para o vendedor quanto para o comprador. A mesma regra se aplica à cópia ilegal
de músicas, filmes, softwares ou qualquer tipo de conteúdo com direitos
autorais feitas pela internet.
· Desrespeito aos outros – Exemplos deste tipo são muitos, por isso vamos apenas a alguns, como: aquela vaga de
deficiente não é sua, o lugar para idosos e deficientes no transporte público,
nas filas do mercado e etc. Aquele som
alto do vizinho ou do carro em frente as nossas casas e etc.
·O troco errado – Quem
nunca ficou feliz ao perceber que levou
vantagem no erro do outro, ou seja, aquela malandragem
existente na cultura brasileira que faz com que a “lei do mais esperto”
transforme tudo em uma bola de neve.
· Pagando um "cafezinho" – O ato de oferecer um "cafezinho"
para quem quer que seja a fim de obter alguma vantagem ilícita. Essa é a Lei do mais esperto ‘do levar vantagem em tudo’ que entra em
ação mais uma vez, simplesmente com a intensão de corromper alguém, que pode
ser com algum fiscal, um guarda de transito, um funcionário público e etc.
· Gatonet – Isso é
muito comum, ‘infelizmente’ encontrar o comércio daquele aparelhinho com o poder de “sintonizar
(de
graça) todos os canais da sua TV a cabo”. Basta pagar uma vez e pronto,
você tem todos os canais livres para consumo.
É verdade que convivemos a muito tempo com ‘aquela’ história de “levar vantagem em tudo”, que nada mais é do que a moral do oportunismo. - sabendo que além da moral do oportunismo existe a moral da integridade, e
cada uma delas têm seu espaço próprio e refletem a ambivalência da sociedade
brasileira, que podemos dividir em dois discursos: o discurso oficial (da integridade, para mostrar para os
outros) e o discurso oficioso (aquele do oportunismo, das
ações que não se quer mostrar em público), que alimenta e sacramenta a
hipocrisia.
Quando tratamos da moral da integridade,
como o próprio nome diz é comum acontecerem reclamações e indignações (reais ou fingidas?) contra
a corrupção, a falta de vergonha na cara, e tudo quanto é tipo de patifaria.
Já, na moral do oportunismo, o
melhor a fazer é levar vantagem em tudo, de modo que isso não se torne público,
o importante ‘é nos darmos bem’, e quem não quer fazer parte
desse esquema é “babaca”, “ingênuo”.
Examinando essas duas morais brasileiras, percebemos que a primeira, a moral da integridade, é um sistema de
normas morais oficiais do imaginário brasileiro, com ações e comportamentos baseados
na virtude e em atos decentes. Ela é compartilhada nas escolas, nas igrejas, direciona
os tribunais e a imprensa consciente. Caminha junto de valores como a
honestidade, a lealdade, a idoneidade, o decoro, a lisura na administração
pública, tem o habito de cumprir com a palavra, de cumprir as obrigações, de
zelar e obedecer aos costumes, de respeitar a verdade e a legalidade e junto do
próximo. Caracteriza a pessoa confiável, aquela que se pode acreditar. Nesse
caso, os interesses privados são subordinados ao bem comum. A probidade é
enaltecida, em detrimento da desonestidade, da enganação, da fraude, do blefe e
da manipulação da “inocência” dos outros.
- A Moral da integridade configura o comportamento considerado decente e
virtuoso.
- Faz apologia da virtude, distingue as
que possuem “caráter” daquelas que “não prestam”.
- Enaltece as que são sérias e dignas
de confiança.
- Inúmera os valores que moldam “as
pessoas de bem”: honestidade, idoneidade, lealdade, veracidade, confiabilidade,
legalidade, respeito ao próximo, lisura no trato da coisa pública, decoro, etc.
- A moral da integridade prioriza o bem
comum quando ensina a cumprir as obrigações sociais.
- Ela não
tolera a desonestidade, a fraude, o blefe, a manipulação da
inocência dos outros.
- É uma concepção dogmática:
é preciso cumprir os deveres sociais como se fossem mandamentos (ética
da convicção).
- A
Moral do oportunismo
- É eminentemente egoísta. Configura o
comportamento dito esperto.
- Ensina a ser aproveitador, tirar
partido de tudo, dar “jeitinho” valer-se da ingenuidade alheia.
- Em resumo, aspira a que o indivíduo
se saia bem, ainda que em detrimento dos interesses dos outros, além de nutrir-se
de hipocrisia, pois, em público, todos simulam aderir à moral da integridade.
- Corresponde
ao triunfo da conveniência sobre os princípios ou sobre a responsabilidade
social.
Ela exalta a malandragem como se fosse uma simples travessura, como se
fizesse parte do cotidiano; ser esperto é um modo de vencer na vida. É o
extremo oposto da moral da integridade. A moral
do oportunismo é assumida por aqueles que valorizam o enriquecimento
fácil e rápido. Ela consagra os lemas do “cada um por si” e “salve-se quem
puder”. Quanto àqueles que “marcam bobeira” reservam
uma sentença fatídica: “Ninguém mandou ser trouxa”.
Práticas empresariais
que caracterizam a moral do oportunismo
Entre tantas possibilidades, vamos indicar algumas práticas empresariais
que caracterizam a moral do oportunismo: caixa dois, subornos de fiscais,
sonegação fiscal, compra ou venda de produtos sem nota fiscal, fraudes
contábeis, formação de cartéis, superfaturamentos, exploração do trabalho
infantil, contratação de funcionários sem carteira assinada, assédio moral e
assédio sexual, danos ao meio ambiente, etc.
Os efeitos da dupla moral
São muitos os moldados por uma moral casuística, que vivem
oscilando entre a moral da integridade
e do oportunismo. Ora
inescrupulosos, ora idôneos, ficam horrorizados com as grandes falcatruas dos
políticos, mas não perdem a oportunidade de dar um jeitinho para se ‘dar
bem’. Basta que os interesses
próprios sejam ameaçados para que deixem de cumprir com as promessas e acordos,
não se seguem as regras. Só prevalece a integridade quando nada “aperta o calo”
e sobressai o oportunismo quando os acontecimentos “exigem”.
O senso comum geralmente distingue os oportunistas costumazes dos
oportunistas de ocasião, pessoas que eventualmente se desviam do bom caminho.
- Tal graduação não
apaga, é claro, a adesão ao oportunismo.
Por sua vez, a moral do
oportunismo é o conjunto de normas morais oficioso, do
comportamento esperto, egoísta. O indivíduo tem que se dar bem, mesmo que em
cima da desgraça alheia. O crescimento é na sombra, na malícia, e extremamente
hipócrita, pois se diz, em público, aderir aos ditames da moral da integridade.
As promessas são informais e secretos, com a complacência dos mais íntimos, ou
daqueles que levam vantagem no esquema. Obviamente, muitos desses procedimentos
são imorais e ilegais. É preferível ser conveniente a ter princípios e ter
honesto. Para a moral do oportunismo, o “certinho” é babaca,
ou “inocente”, é alguém que pode ser manipulado ou tirado do
caminho conforme se considerar necessário.
Na moral da integridade,
se procura o jogo limpo na esperança de que todos os participantes cumprirão as
suas regras, daí, há confiança em pessoas de fora do seu grupo. Já na moral do
oportunismo não se tem tanta confiança em pessoas de fora da “panelinha”, pois
não se sabe se elas irão manter em segredo, os “esquemas” 'e/ou' aqueles “jeitinhos” para
a obtenção das vantagens e dos lucros.
Fonte e Sítios Consultados
Conteúdo do Curso de Bacharel em Administração
de Empresas - 8º. Semestre - Disciplina Ética.
http://www.diretodaredacao.com/
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