Os modelos mentais são as crenças, imagens e pressupostos profundamente
enraizados que temos sobre nós mesmos, nossas organizações e como nos
encaixamos neles (Hutchens,2001). Os modelos mentais podem limitar a
percepção da realidade, prejudicando o aprendizado.
Há sete princípios que
norteiam o estudo dos modelos mentais:
1- Todos
possuem.
2- Determinam
como e o que vemos.
3- Guiam
a forma como pensamos e agimos.
4- Nos
levam a tratar interferencias como fatos.
5- Sempre
são incompletos.
6- Influenciam
os resultados que colhemos, reforçando a si mesmos como
Consequencias.
7- Geralmente ultrapassam sua utilidade.
APRENDER: Processo que exige
entendimento do passado, capacitação no presente e preparo para o futuro.
APRENDIZAGEM: Processo de mudança
resultado de prática ou experiencia anterior que pode manifestar-se no
comportamento ou não.
APRENDIZAGEM INDIVIDUAL: Ciclo em
que a pessoa assimila novos dados, reflete sobre experiências passadas, conclui
e age.
APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL: Permite adaptação, transformação, criação e reciração de processos e
atividade. Ocorre quando a aprendizagem individual é incorporada a memória da
empresa. É caracterizada pela capacidade de gerar novas idéias multiplicadas
pela de generaliza-las por toda a empresa.
- O especialista Peter
Senge disse em uma entrevista exclusiva que os programas de
aprendizado podem ser a única fonte sustentável de vantagem competitiva.
Essas
cinco disciplinas são programas permanentes de estudo e prática que levam ao
aprendizado organizacional e continuam as mesmas, porque o que importa é
adquirir as capacidades fundamentais para organização.
A
primeira disciplina é o domínio pessoal. Significa aprender a expandir as capacidades
pessoais para obter os resultados desejados e criar um ambiente empresarial que
estimule todos os participantes a alcançar as metas escolhidas.
A segunda
disciplina, que chamo de modelos mentais, consiste em refletir,
esclarecer continuamente e melhorar a imagem que cada um tem do mundo, a fim de
verificar como moldar atos e decisões.
A
terceira disciplina, visão compartilhada, é estimular o engajamento do grupo em relação ao
futuro que se procura criar e elaborar os princípios e as diretrizes que
permitirão que esse futuro seja alcançado.
A quarta
disciplina, aprendizado em equipe, está em transformar as aptidões coletivas ligadas
a pensamento e comunicação, de maneira que grupos de pessoas possam desenvolver
inteligência e capacidades maiores do que a soma dos talentos individuais.
E
finalmente a quinta disciplina, pensamento sistêmico, é criar uma
forma de analisar e uma linguagem para descrever e compreender as forças e
inter-relações que modelam o comportamento dos sistemas. É essa quinta
disciplina que permite mudar os sistemas com maior eficácia e agir mais de
acordo com os processos do mundo natural e econômico.
A Curva da Mudança
Antes de
entrarmos propriamente na curva da mudança, vamos entender os eixos que a
compõe:
·
eixo Y veremos a nossa energia em
cada etapa da curva.
·
eixo X encontramos o tempo em que
passamos por cada etapa da curva.
No eixo Y temos três tipos de
energia, que representam a forma que nos portamos diante das situações em cada
etapa da curva da mudança. Estas sensações podem ser vivenciadas em maior e
menor escala, dependendo do estado de espírito da pessoa, do conhecimento que
ela tem de si, do ambiente em que a mudança ocorre dos envolvidos neste
processo e de alguns outros fatores. Lembremos sempre que não é algo absoluto,
afinal estamos lidando com seres humanos.
Energia ativa: neste nível de energia
passamos pelo estado da ação. Muitas vezes não esperamos as coisas acontecerem,
não raciocinamos e, simplesmente, agimos. Por vezes, o fazemos sem pensar nas
consequências. Mas também enxerguemos esta energia ativa por uma ótica
positiva. Neste estado podemos ser proativos e agir em direção à mudança, não
esperamos que algo chegue até nossas mãos, vamos de encontro aos recursos que
precisamos.
Energia passiva: neste nível de energia
observamos o estado de reação. Muitas vezes, podemos nos entregar à total
reação e simplesmente esperar que tudo caia do céu em nossas mãos, ou não temos
motivação suficiente para darmos um passo à frente com nossas próprias pernas. Mas
esta energia passiva pode ser observada também em momentos onde precisamos de
uma maior reflexão e espera, onde simplesmente agir não vai adiantar de nada.
Energia estável: consideremos a energia
estável como um mix de energia ativa e passiva. Estamos em um estado oscilante
entre estes dois níveis e assumimos algumas características de energia ativa ou
passiva, em menor escala (muito menor) durante o dia a dia. Podemos considerar
que, normalmente, estamos neste nível de energia durante boa parte do nosso dia
(consideremos aqui um dia típico, sem muitas mudanças).
No eixo X podemos observar o
tempo. E este tempo vem, como o próprio nome diz, nos demonstrar o tempo em que
a curva da mudança se completa. Pelas mesmas motivações da energia, este tempo
também pode variar. Podemos passar pela curva da mudança em minutos ou
segundos, mas também anos ou décadas. A intensidade da mudança e o estado de
espírito da pessoa são fatores críticos para que este tempo se estenda ou não.
Impulso da Mudança
Este é o
início da curva. E, talvez, seja a parte fundamental deste processo. A
percepção que, inicialmente, temos neste primeiro momento definirá como vamos
agir durante as próximas fases da mudança.
Percebam que o nível de
energia é estável. Isso se dá pelo fato de sairmos de um padrão de constância,
onde estamos em um momento de “águas mansas”. O impulso da mudança passa
a ser o fator de movimentação destas águas e faz com que iniciemos o processo.
Aliás, vamos definir, desde já, o que seria esta mudança.
“Na curva da mudança podemos experimentar,
visualmente, um processo que ocorre (muitas vezes inconscientemente) durante
determinado fato pelo qual passamos uma notícia que recebemos um fato que
presenciamos, ou qualquer outro evento que, de certa forma, nos faça ter uma
oscilação de energia”.
Assim é possível dizer que a energia precisa oscilar justamente pelo fato de que se não há
oscilação de energia e não há movimento, não haverá também a prospecção e
necessidade de passar por um estágio de mudança - receber a notícia de
uma demissão, de perda de uma pessoa querida ou uma ofensa são ótimos exemplos de
impulsos que ativam a curva da mudança. Para continuarmos, vamos usar como
exemplo uma notícia de que um relacionamento de anos está acabado. Esse é um
ótimo laboratório para entendermos melhor esta curva.
Choque - Logo após o impulso da mudança ocorre o choque. E perceba que a energia
se torna passiva. Isto acontece, justamente, pela primeira reação que temos - esta
energia passiva destaca-se pela nossa incapacidade (ou perca potencial
da capacidade) de reagir diante da situação com a qual nos deparamos.
Acredito que alguns já ficaram pasmos diante de determinada situação. Ficaram
com uma “cara de paisagem” e sem entender nada, sem reação, não é verdade? Ou,
quem sabe, aquela vontade de sair correndo, aquela taquicardia desgastante e a
respiração ofegante. Como dito antes, cada um vivencia as sensações de acordo
com sua preparação para enfrentar o que está acontecendo. Ao receber a notícia
de que o relacionamento não mais existe, que está tudo acabado, algumas pessoas
tendem a dizer (ou pensar) na mesma hora: “meu mundo
sumiu,fugiu,caiu...”. Diversas imagens começam a vir à mente, passa-se a vida
diante dos olhos, por um instante, momentos bons e não tão bons assim, e de
repente tudo ‘fica vazio’, não há espaço para pensar.
Negação - E logo após este choque começa a negação. Da dificuldade de aceitação do
fato, iniciada no estágio anterior, inicia-se um processo de defesa do estado
atual, onde buscamos manter o controle sobre a situação e queremos acreditar
veemente que tudo ainda está como antes. É costumeiro ouvir algo como “não é
possível que isto esteja acontecendo”, “não posso e me recuso a aceitar”, “não
vou deixar você”, “não me peça para te esquecer” e tudo que é forma de negação
- perceba que a energia começa a sair do estágio de reação e começa a caminhar
para um estado de ação. Isto se deve ao fato de que a mudança, primeiro, causa
um forte impacto, que para tudo. Depois de recuperado deste impacto a pessoa
começa a ter o controle sobre seus impulsos novamente e pode agir e pensar
sobre o fato. A notícia de que está tudo acabado, depois de causar o impacto (dito
acima) faz com que a pessoa realmente tente negar de todas as formas a
acreditar que tudo acabou.
Raiva - Primeiro, entendamos raiva não como um sentimento ruim. Entendamos como
uma enorme energia ativa que nos faz buscar novamente o controle da situação,
acima de tudo. Esta tentativa de recuperar o controle é facilmente vista nas
ações envolvidas por ira e um descontrole sobre as próprias ações. Muitas vezes
é a única forma que encontramos para reaver tudo e, por um momento, nada mais
importa. Neste momento começamos a reconhecer e aceitar a realidade do que está
acontecendo - após a negação de que o relacionamento terminou a pessoa, muitas
vezes, tende a gritar e enfurecer-se com a situação. Quantas vezes não vimos
relacionamentos terminarem em tragédias, até mortes? Muitas destas grandes
tragédias podem ter acontecido neste estágio da raiva.
Barganha / Negociação - Neste ponto, a energia começa a baixar novamente. Os ânimos se acalmam,
começamos a analisar os impactos que esta mudança pode gerar e, ainda na
tentativa de defender o pensamento de “tudo deve continuar como antes”, começamos
a negociar a situação (seja com os outros, seja com nós mesmos). Neste
estágio tendemos, ainda, a não medir esforços para que sejamos favorecidos de
acordo com nossas vontades. Talvez algumas pessoas até se valham de mentiras
para que continue tudo como era. No final das contas, o importante é sair
ganhando. Imagine que após terminar um relacionamento a mulher ficou
extremamente irritada e sem rumo. Por um momento, ela se acalma, engole o choro
e diz “estou grávida”. Ou talvez o homem diga “se você
me deixar, vou te perseguir”. E sabemos que isto quase ‘nunca’
acontece no nosso mundo não é verdade?
Depressão - Depois de tanto negociar, não há mais nada que possa fazer. Tudo está
acabado. As forças se esgotam. A energia se torna extremamente passiva, a ponto
de, muitas vezes, a pessoa perder a vontade de viver. Pode-se perceber, nesta
fase, a tentativa constante de culpar os outros pela situação atual. Talvez
existam comentários como “se não tivesse acontecido isto, eu estaria
melhor”, “se ele(a) tivesse agido diferente, não teria acontecido nada
disto”. Ainda no caso de término de uma relação, quantas pessoas deixam de
fazer tudo, simplesmente se entregam à tristeza? Ficar em casa, ver televisão e
comer chocolate faz sentido para vocês?
Testar - A pessoa ainda pode escolher começar uma vida nova, aceitar a mudança. E
esta é a fase em que se inicia uma nova vida, onde nasce um novo “eu”. Aqui
cabe uma frase que gosto muito, que diz “permito ser modificado pelo que me
acontece, mas não me permito reduzir somente a isto”. Muitas vezes uma ajuda de
amizades é bem vinda nesta fase. Algumas vezes, ela é tudo o que a pessoa
precisa para seguir em frente. Perceba que a energia começa, novamente a se
estabilizar e caminhar rumo à positividade. A descoberta de ainda estar vivo,
apesar de tudo, e começar a enxergar o mundo sob outras perspectivas é um forte
traço deste momento. Algo como “nossa, eu posso ser feliz desta maneira
também”, “eu posso ser diferente e começar a não depender dos outros”, “eu
nunca pensei que fosse possível, mas agora enxergo outras oportunidades”. Imagine
esta pessoa que terminou o relacionamento sendo convidada para sair com os
amigos e ela começa a perceber que também é possível ser feliz sem aquela
pessoa que antes parecia ser a única motivação para viver.
Adaptação - Continuando a ascendência da curva, após descobrir muitas possibilidades
de ainda continuar a vida e o caminho após a mudança, começa a fase de
adaptar-se a isto. E aqui começam, ainda mais, as descobertas. A energia começa
a ser cada vez mais ativa e a experimentação de diversas alternativas acontece. Também se pode observar a
aceitação e ouvir algo como “tudo bem, eu entendo e respeito o que aconteceu.
Agora, bola pra frente”, “foi algo bom, que me fez bem, mas agora a vida
continua e serei o melhor que posso ser”. O apoio de pessoas próximas pode
ajudar, e muito, neste momento de adaptação. Estar próximo de pessoas com quem
nos sentimos seguros nos dá força para resistir à lamentação e murmuração.
O relacionamento daquela
pessoa acabou, ela descobriu que pode ser feliz sozinha e começou a viver
novamente, estabelecendo novos círculos de amigos, conhecendo pessoas novas. A
vida segue e tudo pode mudar.
Aceitação - Na aceitação acontece o ápice da mudança. Enxerguemos como um “Yes! Eu
consegui! Eu posso ser melhor, acima das adversidades!”. Conseguimos olhar para
trás, para toda a curva e dizer que tudo foi um grande aprendizado e tirarmos a
parte positiva de tudo isto. E o fundamental: honramos e respeitamos nossa
história. Perceba que o nível de energia também atinge o ápice, mas agora da
energia ativa. Caminhamos com nossas próprias pernas e continuamos a escrever
nosso próprio destino. No relacionamento acabado, que usamos como exemplo,
observe a libertação da pessoa ao dizer “eu posso ser feliz! E isto é o que
importa”.
E que tal recapitularmos tudo
de uma forma ainda mais prática?
Trata-se de um diálogo
interno, uma visão sobre uma situação, em cada etapa da curva!
Impulso da mudança: – Olha, não há mais nada entre nós! Adeus!
Choque: – Como assim? Como não há nada entre nós? O que eu vou fazer? Sempre
estive com você durante todos estes anos, construímos uma história juntos e não
me vejo sem você!
Negação: – Isto não pode estar acontecendo. É uma brincadeira. Diz que é apenas
uma brincadeira, e de muito mau gosto! Recuso-me a acreditar!
Raiva: – É aquela ‘estranha’ da sua amiga não é? Eu sempre soube que não era
só uma amiga! Pode dizer, foi ela! Eu vou falar poucas e boas para aquela
‘pessoa’!
Barganha: – Desculpe, eu me estressei um pouco. Não queria dizer nada disso.
Vamos voltar! Eu prometo melhorar. Não vamos mais brigar. Vamos nos dar outra
chance? Faço que você quiser!
Depressão: – Nãããããoooo! Por favor, eu vou morrer sem você. Já não vejo mais
sentido na vida. Você é minha vida. O que será de mim sem você? Vou me fechar
para o mundo, para sempre, até você voltar um dia. Eu sei que você vai voltar.
Testar: – Bem, quer saber. Não acho que vou tentar conhecer outras pessoas,
sair com minhas amizades, experimentar como é bom ser solteira. Quem sabe eu
possa tirar umas férias, viajar? Ou possa ir para a casa de meus pais um pouco,
rever a família.
Adaptação: – Nossa, não é que essa vida é boa mesmo? Liberdade! Como pude viver
tantos anos sem você? Espero que, da próxima vez, eu não a deixe por ninguém.
Ser eu mesma é o que importa.
Aceitação: – Sim! Está tudo acabado, eu sei! Não quero mais isso para a minha
vida. Fico com os momentos bons e permito que os não tão bons assim se
transformem em aprendizado. Cresço com tudo o que passou.
Vivemos esta curva da mudança o tempo inteiro,
vivenciando-a em diversos níveis de intensidade. Aprenda a se conhecer um pouco
mais, permita-se conhecer que você é de verdade.
Fonte e Sítios
Consultados
Conteúdo da disciplina Gestão do Conhecimento
do 8. Semestre do Curso de Administração
de Empresas
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