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29 de outubro de 2016

Imagens da Organização, de Gareth Morgan



No livro Imagens da Organização - obra literária do autor Gareth Morgan é possível acompanhar ideias através de metáforas dentro de outras metáforas, ou seja, a metáfora de se efetuar a “leitura da organização” – é interessante verificar como muitas ideias convencionais sobre as organizações e sobre a administração foram construídas baseadas em um pequeno número de imagens apontadas como certas, especialmente a mecânica e a biológica. Ainda é possível fazer a exploração de um conjunto alternativo de imagens que procuram demonstrar como é viável a criação de novas maneiras de pensar sobre a organização. E também se procura afirmar que esse método geral de análise pode ser usado como um instrumento prático de diagnóstico dos problemas organizacionais - bem como de administração e planejamento das organizações de maneira mais ampla. E, finalmente, a procura pela exploração das implicações levantadas por esse tipo de análise.
Ainda falando a respeito das metáforas: existem várias obras de literatura que demonstram o impacto das metáforas em relação ao modo pelo qual se pensa e se fala ‘em relação’ aos sistemas de conhecimento corriqueiro e do conhecimento científico. A utilização de metáforas implica num modo de pensar e em uma forma de ver que permeiam a maneira pela qual entendemos nosso mundo em geral.
Seguindo essa concepção, a forma mecânica de pensar, arraigada nas nossas mentes durante tantas décadas, alicerçou o estilo burocrático criando dificuldades para a entrada de novas percepções organizacionais. Afinal, todos aprendem nas universidades que as organizações são propostas como ‘um fim’ em si mesmas. São instrumentos criados para atingirem outros fins. Isso é um claro reflexo das origens da palavra organização que deriva do grego orgamon - que significa uma ferramenta ou instrumento.
A história nos conta que durante o século XIX foram feitas várias tentativas para codificar e promover algumas ideias que poderiam levar as organizações a uma gestão eficiente no trabalho. O autor Gareth Morgan justifica dizendo que, muitos teóricos em ciência social observaram que vivemos em uma sociedade tecnológica, dominada pelas necessidades das máquinas e por modelos mecânicos de raciocínio. Os elementos da teoria mecanicista apareceram pela primeira vez nas ideias dos “atomistas” gregos, tais como Demócrito e Leucipo, no período compreendido entre o século V e o I A.C.. E eles ‘realmente’ acreditavam que o mundo era composto de partículas indivisíveis, em movimento e dentro de um vácuo infinito e que todas as formas, movimentos e mudanças poderiam ser explicados em termos do tamanho, forma e movimento dos átomos. Também sabemos que esta visão mecânica influenciou o pensamento científico até o século X e tem a sua mais completa e extensiva compreensão nas contribuições do físico Isaac Newton - que desenvolveu uma teoria do universo enquanto maquina celestial.

Pensando dentro do campo da filosofia, as ideias mecanicistas têm exercido influência poderosa em relação às teorias da mente humana e a respeito da natureza e do conhecimento e da realidade. Neste momento o autor direciona-se ao filósofo francês René Descartes dizendo que ele fixou importantes fundamentações para estes desenvolvimentos na sua famosa obra Discurso sobre o método, publicado em 1637 e na qual apresentava argumentos justificando uma separação entre o corpo e mente e entre sujeito e objeto, numa tentativa de colocar o processo de raciocínio humano dentro de uma base tão sólida quanto possível.
Com relação à ciência social, a ideia de que o homem é uma máquina exerceu forte influência sobre a psicologia do comportamento, especialmente através do pensamento de que os seres humanos são produtos de forças ambientais. Agora, em relação às ligações entre a abordagem mecânica e a vida quotidiana, é interessante observar como as pessoas chegaram a tratar os seus corpos como máquinas. Isto se torna mais evidente em muitas das abordagens de condicionamento físico nas quais o objetivo principal é “ficar em forma”, desenvolvendo o corpo via jogging, calistenia, musculação e ginástica.
 Morgan cita o sociólogo Max Weber (1946, 1947) que discute os paralelos entre mecanização e organização. Ao se tentar compreender o seu trabalho, é importante perceber que Weber não estava interessado em estudar as organizações formais enquanto ‘fins em si mesmas’. Ao contrário, estava preocupado em compreender o processo de organização, processo este que assume diferentes formas em diferentes contextos e em diferentes épocas, fazendo parte de um contexto social mais amplo. Assim, a forma burocrática de organização foi vista como uma sociedade como um todo, enfatizando a importância das relações ‘meios fins’ - as mudanças na estrutura organizacional visaram a uma operação tão precisa quanto possível dentro dos padrões de autoridade, como por exemplo, em termos das responsabilidades nos cargos e o direito de dar ordens e exigir obediência.
Segundo o autor Gareth Morgan, toda a crença sobre a teoria da administração clássica e a sua aplicação moderna estava em sugerir que as organizações podem ou devem ser sistemas racionais que operam de maneira tão eficiente quanto possível. Além disso, os princípios da Administração Científica só foram estabelecidos por Taylor - que era um homem com visão obsessiva, sustentada por uma determinação de implantá-la a qualquer custo. Afinal, foi Taylor quem defendeu o uso de estudos de tempos e movimentos como meio de analisar e padronizar as atividades de trabalho – o Impacto da Administração Cientifica na engenharia industrial, psicologia industrial, moderna ergonomia e no estudo do trabalho foi observado em praticamente todos os textos modernos de administração industrial.

É lícito se pensar nas organizações como se fossem organismos - a Biologia classifica os organismos em espécies, questiona a descrição geográfica, a linha de decadência e as mudanças evolutivas. Não foi a toa que o autor Gareth Morgan descreveu a organização baseando-se na biologia, desde os anos 50. O pensamento biológico influenciou a teoria organizacional e social desde pelo menos o século XIX através dos trabalhos de Spencer (1873, 1876, 1884), Durkheim (1934, 1938, 1951) e Radcliffe-Brown (1952). Estes foram os trabalhadores de base que influenciaram a poderosa escola de pensamento em Sociologia denominada funcionalismo estrutural, trazida à notoriedade nos anos 50 e 60 por Talcott Parsons (1951).
A utilização da metáfora orgânica focalizava as organizações como unidades chaves da análise – e ponderava como as organizações e os seus membros podiam ser vistos como tendo diferentes conjuntos de “necessidades” e examinavam como as organizações podiam desenvolver padrões de relacionamento que permitiriam a elas se ‘adaptarem’ ao seu ambiente. Os sistemas orgânicos, seja uma célula do organismo complexo, seja uma população de organismos, existem num contínuo processo e trocas com os seus ambientes – essa troca é crucial para a manutenção da vida e da forma de sistema, uma vez que todas as interações com ambiente são fundamentais para a automanutenção. Os sistemas vivos são “sistemas abertos”. O conceito de “sistema aberto” foi elaborado através do uso de princípios biológicos por Von Bertalanffy (1950, 1968) e muitos outros.
Alguns dos desenvolvimentos mais recente das teorias dos sistemas foram bastante influenciados por perspectivas que enfatizam o equilíbrio e o homeostase. Recentemente, entretanto, muito maior atenção tem sido devotada à análise de instabilidade - as organizações podem ser classificadas de acordo com o tipo de arranjo estrutural, isto é, caso adotem estruturas burocrático-mecanicistas, orgânicas, matriciais, ou departamentalizadas, conforme as bases de autoridade, tamanhos e resultados em diferentes escalas de medida. Entre as classificações dos tipos de tecnologia, existem aquelas que diferenciam entre produto em massa, processo, unidade, ou pequenos lotes (Woodwrd, 1965), as que consideram a complexibilidade e o grau de análise dos processos de trabalho (Perrow, 1967), as que levam em conta a tecnologia de operações, conhecimentos e materiais utilizados (Hickson, Pugh e Pheysey, 1969) e, por fim, aquelas que se baseiam na interdependência das tarefas (Thompson, 1967) e no próprio estágio de evolução tecnológica (Mckelvey e Aldrich, 1983).
Segundo o autor Gareth Morgan, as organizações podem ser classificadas de acordo com o tipo das relações que desenvolvem com os seus empregados. Isto se acha ligado de maneira crucial com o tipo de motivação ou uso de poder de empregados. Por exemplo, Etzioni (1961) fez a distinção entre organizações coercitivas, utilitaristas e normativas (isto é, prisões, empresas e igrejas) e que poderiam estar baseadas em envolvimento alienante, calculado ou moral.
Já a tipologia organizacional de Blau e Scott (1962) focalizava no beneficiário principal, pois estes autores argumentam que diferentes características organizacionais estão associadas com o modo pelo qual as organizações são controladas e as recompensas distribuídas. Diferenciam entre as associações de benefício múltiplo, voltadas para os negócios, organizações de serviços e previdenciárias, em que os beneficiários principais são, respectivamente, os associados, os donos e gerentes, os clientes, e o público em geral – isso significa dizer que as organizações poderiam ser classificadas conforme a maneira pela ‘quais diferentes variáveis’ se agrupam para formar configurações, padrões ou arquétipos (Miller e Mintzberg, 1983). Uma maneira de identificar tais configurações é conduzir estudos de casos ou pesquisas empíricas de tantas organizações quanto possível, a fim de verificar quais padrões emergem.

O autor Gareth Morgan comparou a organização com um cérebro. O estudo do cérebro coloca um problema único de reflexividade e de construção de conhecimento, uma vez que utilizam cérebros para compreender cérebros. Não é de surpreender, então, que o processo se tenha baseado em vários diferentes tipos de metáforas, à medida que os cientistas tenham procurado por imagens apropriadas para dar sentido a esta complexa parte da anatomia - embora os administradores tenham há muito reconhecido a importância de se desenvolverem bons sistemas de comunicação para a transmissão de informações relevantes para onde isto se faz necessário, a ideia de utilizar o cérebro como metáfora para a organização cria novas e excitantes possibilidades. Comparado com a complexidade e o mistério da moderna pesquisa a respeito do cérebro, o emprego da metáfora do cérebro na teoria organizacional encontra-se em um estágio humilde de desenvolvimento. Essa metáfora do cérebro auxilia muito na compreensão de que uma organização pode ser vista como um sistema cognitivo, corporificando tanto uma estrutura de pensamento, como um padrão de ações, enquanto que nas teorias tradicionais de organização a atenção tem sido devotada ao modo pelo qual os elos de comunicação são estabelecidos entre os diferentes componentes organizacionais.
      Existe um capítulo dedicado à criação da realidade social partindo da organização vista como cultura. Cultura, na língua inglesa, é um conceito moderno, usado em um sentido antropológico e ligado às ciências sociais para fazer referência ampla à “civilização” e à “herança social”, jamais antes de 1871. Este significado da palavra cultura não aparece em nenhum dicionário inglês até os anos 20. A interpretação da metáfora da cultura adotada nesse capítulo reveste-se de um caráter amplo, já que muitas das ideias discutidas formam um conjunto de descobertas que, em princípio, poderiam ter sido desenvolvidas em si próprias. Por exemplo, em vários pontos de discussão foram feitas referências a ideias de que a atividade organizacional pode ser compreendida como linguagem, participação em um jogo, drama, teatro, ou até mesmo um texto.


Pelo fato dos administradores falarem muito sobre autoridade, poder e relações superior-subordinado houve a tentativa de entender as organizações como sistemas de governo e tentando desvendar a detalhada política da vida organizacional é possível compreender qualidades importantes da organização que são frequentemente encobertas ou ignoradas – também é certo que qualquer discussão a respeito de política e de sistemas políticos necessita fazer referência ao trabalho de Aristóteles. A sua ideia de que a política é um modo de criar ordem é central em todo o pensamento político, mostrando como a sociedade pode evitar uma degeneração no sentido daquilo que Thomas Hobbes (1951) descreveu como uma guerra de todos contra todos. O pensamento de estabelecer os laços entre modelos organizacionais e sistemas de regras políticas tem sido apreciado há bastante tempo por cientistas políticos interessados em compreender o significado político da organização e as relações entre organização e
Em um determinado momento existiu a exploração de dois aspectos da prisão psíquica: um associado ao inconsciente e o outro ligado ao papel da ideologia. Nesta metáfora combinou-se a ideia de que as organizações são fenômenos psíquicos, no sentido de que são processos conscientes e inconscientes que as criam e as mantém como tais, com a noção de que as essas podem tornar-se confinadas ou prisioneiros de imagens, ideias, pensamentos e ações que esses processos podem gerar – é justo reconhecer que algumas ideias expressas nestes e em outros trabalhos caracterizam uma longa história do pensamento social, iniciado por Platão - quando falava sobre a caverna subterrânea, cuja entrada se acha voltada para uma fogueira crepitante. Dentro dela encontram-se pessoas acorrentadas de tal modo que não podem mover-se. Os moradores da caverna conseguem enxergar a parede à sua frente onde se projetam sombras. Essas pessoas conversam com elas. Mas, segundo Sócrates, se um deles deixasse a caverna veria que as sombras nada mais são do que reflexos escuros.
                                                                              Gareth Morgan
Também os trabalhos de Freud, Jung e de vários “teóricos críticos” desenvolveram novos ataques em relação ao problema básico, ligando a ideia de que os humanos caem em armadilhas preparadas pelas suas preocupações, imagens e conceitos com a necessidade de critica radical desta situação. Enquanto que os indivíduos criam a sua realidade e, assiduamente o fazem de formas confinadoras e alienantes - na verdade, organização como ideologia poderia ser um grande argumento a ser desenvolvido por si só. Isto iria requerer que uma tentativa fosse feita no sentido de compreender como a vida organizacional reflete um processo de construção da realidade baseada em poder, além de determinar como as pessoas se tornam alvo de ideias que servem a conjuntos específicos interesses.
O autor discorreu sobre uma visão que recebeu pouca atenção dentro da teoria organizacional e, que teve como ponto de partida as ideias de Heráclito que apresentavam muito em comum com a milenar filosofia chinesa do Taoísmo. Apesar da importante influência de Heráclito na evolução da ciência e do pensamento ocidentais, as suas ideias só puderam ser compreendidas e lidas através de fontes secundárias. Wheelwright (1959) fornece um excelente panorama - Bohn utilizou metáforas para expressar o seu ponto de vista. Por exemplo, convidou a enxergar o universo como um conjunto de relações que se desdobram, assim como aquelas encontradas em uma sinfonia musical, em que diferentes notas e instrumentos evoluem dentro de uma relação para criar um som codificado na ordem implícita de pauta musical.
Quando se aprecia a teoria de Bohn é importante perceber que este coloca considerável ênfase na criatividade inerente à ordem implícita. Na verdade, sugere que o seu reino pode ser o da pura criatividade, um conjunto de potencialidades que se tornam explícitas de maneira probabilística – ele evidencia que as ordens explícitas e implícitas se encontram em interação e podem produzir e reproduzir formas através de um ciclo de projeção, injeção e ‘reprojeção’. As formas percebidas na ordem explícita permite-se certo grau de autonomia e ‘auto-regulagem, embora sejam sempre vistas como dependentes de forças mais profundas dentro da ordem implícita para que possam existir. Sob condições apropriadas, determinadas ordens explícitas tornam-se prováveis ou possíveis, realizando a lógica do sistema. A análise de Bohn pretende sugerir que a nossa realidade é moldada por mecanismos geradores que veem do domínio real e que os domínios do atual e do empírico são, na verdade, tendências percebidas que emprestam forma especifica a processos dentro do primeiro domínio. Este tipo de análise busca uma explicação sobre a estrutura profunda da vida social e fornece um modo de reinterpretar o papel e a importância do inconsciente, da cultura e de outras forças sociais geradoras. Possuem muito mais em comum com teorias mais materialistas que enfatizam como a sociedade “se expande” de acordo com algum tipo de estrutura lógica.
Neste ponto do livro, a metáfora da organização traz para o centro da nossa atenção o lado avesso da vida organizacional, convidando-nos a examinar a extensão na qual representa um aspecto intrínseco do modo pelo qual decidimos organizar - isso porque na maioria das vezes, quando estas questões são tratadas na teoria organizacional, as mesmas são vistas como adversidades, ou então como efeitos colaterais não intencionais, ou ainda como questões ligadas à ética da organização e ao relacionamento entre esta e a sociedade - ao considerar a metáfora da dominação como uma estrutura básica para a análise organizacional, a discussão deste capítulo tenta colocar estas questões na via principal, no sentido de que devem ser tratadas como dominantes nas colocações sobre a natureza e sucesso das organizações na sociedade moderna. Por exemplo, muitas empresas, sob outros aspectos excelentes, repetidas vezes possuem registros bastante questionáveis no que diz respeito ao impacto que causam no ambiente, na força de trabalho das fábricas e no Terceiro Mundo. Embora tenham obtido uma condição desenvolvida e admirável em termos de certos aspectos da prática gerencial interna, existe sempre um lado avesso desta excelência que quase sempre é complemente ignorado.

Para Morgan, as organizações podem ser muitas ao mesmo tempo, uma organização do tipo máquina pode ser uma espécie de organismo que é capaz de sobreviver em determinados ambientes, mas não em outros; um sistema de processamento de informações que se revela especializado para certos tipos de aprendizagem, mas não para outros; um meio cultural caracterizado por valores, crenças e práticas sociais distintos, um sistema político no qual as pessoas colidem para garantir os seus próprios fins, uma arena onde várias lutas subconscientes ou ideológicas têm lugar; um símbolo ou manifestação de um processo mais profundo de mudança social; um instrumento usado por um grupo de pessoas para explorar ou dominar os outros, e assim por diante.
Se pensarmos que alguns processos de leitura através de leitura-diagnóstico e de avaliação críticas podem estar combinados para criar um modelo de compreensão, a linha de evolução histórica, que sugere uma abordagem. Imaginemos que a leitura detalhada da organização conduza na linha evolutiva, na qual as mudanças teriam ocorrido em função de um desejo consciente de Jim Walsh de “organizar-se”. Agora, e se as investigações detalhadas revelassem que não existiam intenções ocultas e que o desejo de Walsh tenha sido uma consequência da sua crença implícita de que organização signifique burocratização? Isto provaria que havia uma ansiedade para se chegar a uma ‘especifiquização’ clara dos procedimentos e responsabilidade - o autor conclui que o segredo é aprender como é possível estabelecer uma forma de diálogo com a situação que esse está tentando compreender.
O autor Gareth Morgan defende a ideia de que as organizações são muitas coisas ao mesmo tempo e, esclarece que, o modo de encarar o fenômeno transforma a compreensão da natureza do fenômeno. Imagens e metáforas não são apenas formas de interpretação ou maneiras de se encarar a realidade: elas disponibilizam também uma estrutura para a ação. A organização é sempre determinada por imagens e ideias subjacentes, a tarefa de organizar é realizada conforme se imagina e, sempre é possível se imaginar de formas diferentes.
Ao invés de só interpretar como as organizações são esta obra literária procura demonstrar a possibilidade de mudá-las - ao reconhecer os laços estreitos entre pensamento e ação na vida organizacional é possível também reconhecer que o modo pelo qual é feita a “leitura” das organizações influencia como as mesmas são concretizadas. Imagens e metáforas não são somente construtos interpretativos na tarefa de análise. São fatores intrínsecos ao processo de ‘imaginização’ através do qual as pessoas podem representar ou “descrever” a natureza da vida organizacional.
Encerramos este esperando que a leitura deste livro possibilite a visualização da organização de ângulos diferentes, sob a ótica das metáforas como uma forma de leitura para o entendimento da vida organizacional onde se revela a lógica da mudança; as organizações como instrumentos de dominação, possibilitando que olhemos a empresa de uma forma diferente. Nos leva a uma reflexão sobre as metas e objetivos, observando que o trabalho pode não ser rotineiro e repetitivo – assim como as organizações funcionam de forma semelhante às máquinas, elas também convivem com seus conflitos e os seus jogos de interesses ao mesmo tempo em que podem ser uma organização estruturada como um sistema político.












Fonte e Sítios Consultados

Morgan, Gareth,  Imagens da Organização, Editora Atlas S. A. São Paulo, 1996


25 de outubro de 2016

Imagens da Organização – A Politica e suas Influencias nas Organizações




O autor Gareth Morgan, do livro Imagens da organização nos relata no capítulo 6 casos onde a influência da política está presente nas organizações, seja pelo ponto de vista dos empregados ou do empregador. Não importa qual o lado, ela está presente. Isso ocorre porque o ser humano coloca suas filosofias em tudo aquilo que participa e não seria diferente nas organizações. A personalidade e desejos de cada um são aliados à filosofia da empresa, e onde elas divergem dá-se origem a uma “guerra” às vezes não declarada e, mas raro, bem acirrada.

É comum que essas situações sejam encontradas com mais facilidade nas empresas familiares, onde o proprietário coloca sua vontade acima de tudo, até mesmo dos interesses da organização na clássica frase: eu mando e quem tem juízo obedece. Gareth cita exemplos como a demissão de Lee Iacocca, um executivo muito bem sucedido da Ford, pelo seu presidente Henry Ford II por “divergências no modo de pensar”, porém cogita-se a possibilidade de Iacocca ter ficado “importante” demais, desviando os holofotes de Henry.

Porém, percebe-se durante a leitura desse texto que a política não é específica das empresas administradas pelos seus proprietários, isso porque ela também está presente nos sistemas de ‘cogestão’ - que é quando os empregados adquirem o poder através da aquisição de uma massa falida e resolvem, eles mesmos, fazer a administração - por vezes, com sucesso.




É fato que durante uma competição acirrada existe sempre a chance de acontecerem algumas atitudes pautadas em interesses pessoais. Os protagonistas usam de suas habilidades políticas, nem sempre tão éticas, para alcançar os objetivos. O Poder na política é quem resolve os conflitos, e assim, os interesses giram em torno dele, de presidentes a operários, todos fazem política a fim de sobreviverem e progredirem em suas atividades. 

O autor Gareth, cita o cientista político americano Robert Dahl, “sugerindo que o poder envolva habilidade para conseguir que outra pessoa faça alguma coisa que, de outra forma, não seria feita”. Daí surge várias fontes de poder, entre elas, a autoridade formal, a primeira e clara fonte de poder numa organização - por ser legitimado é respeitado e conhecido por aqueles com quem se interage. Segundo Weber, a legitimidade é uma forma de aprovação social essencial para estabilização das relações do poder.

Morgan também cita as organizações pluralistas: caracterizadas por tipos idealizados de democracias liberais em que, potencialmente, as tendências autoritárias são mantidas sob controle pelo livre jogo de grupos de interesses que têm alguma semelhança com governo político. Ou seja, a negociação é parte importante para criar uma unidade a partir da adversidade, como pregava Aristóteles, como ideal político.

Quando o administrador encontra a fonte do problema, cabe a ele reunir forças para resolvê-lo e para isso é preciso imbuir à equipe num só objetivo - trata-se de uma ideologia unicista de equipe, onde todos devem contribuir para não dar lugar aos conflitos.

Morgan cita os cinco estilos de resoluções de conflito:

·        Competitivo;
·        Colaborador;
·        Compreensivo;
·        Impeditivo e
·        Acomodador.

Existe uma grande tendência a associar a política com algo que seja ruim – isso deve acontecer por causa da visão negativa que ‘temos’ de alguns políticos, mas não é bem assim, a política não tem esse caráter tão medonho, são algumas pessoas que desvirtuam as verdadeiras características da política para alcançar os seus objetivos a qualquer preço. Atualmente é possível verificar que a política e a ética podem coabitar - tudo depende do caráter de quem faz e do meio em que se faz política.



De acordo com Nietzsche, os seres humanos têm o desejo de poder, de dominação e de controle, mas é obrigatório reconhecer que as tensões entre um indivíduo do setor particular e outro individuo do setor organizacional incentivam que os indivíduos ajam politicamente. Depois deste artigo talvez passemos a ver a política em todos os ambientes, inclusive nas organizações ou no particular - onde algum ato inocente como servir um café ao amigo pode ser visto como um ato político de alguém que quer tirar proveito dessa gentileza posteriormente, mas não é bem assim. Encerramos este, repensando sobre essa ultima ideia, de que uma competição acirrada é capaz de nos levar a pensar dessa forma negativa, porém, seria mais útil que pudéssemos ter uma visão mais ampla do que é a política e de como podemos utilizar esse mecanismo a nosso favor. Afinal, de todo conflito sempre é possível tirar algum ensinamento.















Fonte e Sítios Consultados

Morgan, Gareth, Imagens da Organização, Editora Atlas S. A. São Paulo, 1996





24 de outubro de 2016

Imagens da Organização - o Medo do Desconhecido




Este capítulo sete do Livro Imagens da organização é de grande utilidade para que todos aqueles interessados em administração possam compreender o subconsciente e os seus reflexos nas organizações - o autor neste capítulo cita Sócrates e seu discípulo Platão por meio da alegoria do “mito da caverna” para ilustrar como os seres humanos podem se tornar prisioneiros de seus medos e incertezas; como podem preferir viver num ambiente hostil e não se lançar ao desconhecido, que consideram mais assustador do que a realidade dura com a qual estão acostumados.

O pensamento é que se lhes fosse permitido sair e conhecer novos horizontes eles não aceitariam e, até consideraram maluco um dos membros que ousou sair e perceber que muito mais de vida havia fora da caverna do que eles poderiam imaginar e que aquelas condições eram sub-humanas, e eles poderiam viver de forma prazerosa, porém os que estavam na caverna não acreditaram e consideraram um absurdo aqueles relatos e hostilizaram aquele que antes era um parceiro.

Se alguém tivesse a ousadia de sair não poderia mais viver entre eles, pois, não conseguiria suportar aquela prisão sabendo do que poderia desfrutar lá fora, teria que escolher entre se aventurar e aproveitar o sabor do conhecimento com a liberdade que isso o trouxe ou então, voltar a viver prisioneiro de seus medos e apenas sonhar com o que poderia ter vivido do lado de fora da caverna. A simbologia dessa escolha nos mostra a filosofia, que é o amor ao saber, a procura inconstante por respostas que nunca são totalmente respondidas.



Estas são as escolhas que trazem renúncias e as renúncias que possibilitam vitórias. A diferença entre o ilusório, as aparências e o que é real, o conhecimento da verdade. Muitos preferem viver na ignorância para não se expor a situações das quais não se acham preparados para enfrentar. Nas organizações não é diferente, muitos indivíduos vivem das aparências, de usar máscaras para se proteger de suas reais atitudes e pensamentos. Deixam de galgar novos postos, novos cargos e novos horizontes por medo, sempre o medo do desconhecido falando mais alto do que a racionalidade do seu ser.

Gareth chega a citar o exemplo da indústria norte-americana que ficou prisioneira do seu próprio sucesso, não percebendo que as necessidades dos consumidores sempre mudam com o passar do tempo e isso fez com que os japoneses crescessem exatamente onde as empresas americanas não conseguiram enxergar, por causa da cegueira causada pelo sucesso.

Outro fato citado é quando Kennedy autorizou a mal fadada invasão a Cuba, que foi desde o seu princípio um erro, porém ninguém ousou ir a fundo e enxergar as fragilidades daqueles planos porque consideravam seus inventores acima de qualquer suspeita e isso fez com que fossem desconsideradas possíveis falhas.

Esse é o problema de um pensamento de grupo, onde todos enxergam da mesma forma e não percebem as nuances dos problemas, cabendo a alguém de fora lhes mostrar o quão equivocados pode estar. É o mesmo sentimento que um escritor tem de sua obra, ele a escreve, mas não percebe os erros de ortografia, gramática e etc. – e isso só acontece porque seus olhos leem o que está no subconsciente e não o que foi impresso, sendo imprescindível então, delegar essa revisão ortográfica a alguém que domine a língua. Não estamos dizendo que um escritor não saiba escrever corretamente, só estamos alertando que ele é passível de erros como qualquer outro ser humano, ainda mais quando a sua mente muitas vezes o condiciona a enxergar da forma que ele pensa e não da forma que foi escrita.

Ainda segundo Freud, o inconsciente se revela na medida em que reprimimos nossos desejos interiores e pensamentos secretos quando tentamos nos adaptar a vida em sociedade e seguir suas ideologias. Dizem que Freud e Jung acreditavam que o passado influenciava o presente através do inconsciente, e assim buscaram meios para que os seres humanos se liberassem, através de diferentes métodos de autocompreensão que indicam como nas suas trocas com o mundo exterior estes estão, na verdade, encarando dimensões ocultas deles mesmos.

O autor Gareth, ainda cita as neuroses de Taylor com a busca da forma perfeita de realizar qualquer atividade, desde uma simples brincadeira até chegar aos princípios da Administração Científica, da repressão da sexualidade que nos é imposta e a influência maléfica que isso causa. Cita também o historiador francês Michel Foucault que nos fala que o domínio e controle do corpo são fundamentais para controle da vida política e social.

Enfatiza como Frederico, o grande, transforma um grupo de bandidos em uma armada extremamente disciplinada. Já Becker nos diz que os seres humanos passam a vida toda negando que são mortais, remetendo para o inconsciente aquilo que considera mórbido. Essa ilusão que somos mais poderosos do que realmente somos é que se transforma em mola propulsora para encarar a vida e, em outros momentos, nos acorrentam.

Todas essas influências são levadas aos diversos meios em que vivemos: família, clubes e, também, as organizações onde trabalhamos. O Instituto Tavistock, representado aqui por Wilfred Bion, mostrou que grupos frequentemente regridem a padrões de comportamento infantil para se protegerem de aspectos desconfortáveis do mundo real. Adotando um dos três padrões de resposta: dependência; líder; emparelhamento. Também é citada a dependência do grupo em uma figura messiânica, salvadora, fuga e luta: a projeção dos seus medos em um inimigo imaginário (paranoia que não deixa enxergar com clareza as reais necessidades de agir e como agir).

Então chegamos até os dias atuais e as organizações modernas com suas lutas internas pela selvageria da competição existente - que se transformam em impulsos destrutivos capazes de se desencadear a partir do interior e criam uma cultura permeada de sadismo. A inveja de seus companheiros pode levar a um bloqueio na aceitação do sucesso deles, por temer não ser capaz de alcançar o mesmo sucesso. Este processo oculto pode minar a capacidade de desenvolver o espírito cooperativo do grupo. Segundo Winnicott criamos fetiches para nos dar conforto e segurança. Daí porque somos tão resistentes à mudança.

Morgan ainda cita Jung, Robert Denhardt e Weber para nos falar das armadilhas do subconsciente humano. Jung criou a interação dos contrários, esquema utilizado por Ian Mitroff e outros para analisar estilos gerenciais e de tomada de decisão e para desenvolver abordagens dialéticas no planejamento e na tomada de decisão que tentava conciliar os pontos de vista rivais. O mesmo esquema também foi utilizado por Ingalls como fundamento para uma ‘análise junguiana’ do uso e direção da energia humana em organizações e por Myers e Briggs para o desenvolvimento de um teste de personalidade que apresenta inúmeras aplicações gerenciais, dentre outras utilidades.



O fato é que sempre buscamos no passado uma inspiração para viver o presente - conforme Ian Mitroff disse, somos todos primitivos de coração, reproduzindo relações arquetípicas para dar sentido aos dilemas fundamentais da vida. Se para os filósofos a liberdade é a visão do conhecimento, para os psicanalistas a liberdade é o conhecimento do inconsciente para criar um mundo melhor e interagir de forma mais completa com o ambiente e transformá-lo em algo mais agradável e seguro aos nossos olhos.

Encerramos este com o pensamento de que talvez a filosofia não nos traga respostas conclusivas sobre as metáforas do inconsciente nas organizações, assim como também não nos traz explicações claras e nem controle sobre esse aspecto do ser humano tão presente e tão insondável – o melhor então é tentar conhecer mais esses aspectos no sentido de não tornarmos as organizações cegas.













Fonte e Sítios Consultados

Morgan, Gareth,  Imagens da Organização, Editora Atlas S. A. São Paulo, 1996

http://celiabuarque.blogspot.com.br


21 de outubro de 2016

Imagens da Organização - Influências das Culturas nas Organizações





Neste ponto do capítulo cinco (Criação da Realidade Social) - as Organizações vistas como culturas no Livro Imagens da organização, é possível verificar que o autor inicia fazendo um paradoxo entre a cultura organizacional americana que detinha a liderança nos anos 60 e se vê, a partir dos anos 70, ameaçada com a hegemonia do Japão (que ressurge das cinzas após a 2ª Guerra Mundial). O estilo de transformar o difícil no possível fez com que os japoneses pudessem dar um passo gigantesco na qualidade e confiabilidade dos seus produtos. A cultura e a forma de vida japonesa foram fatores preponderantes para essa ressurreição, tornando-se uma potência mundial, não inferior a qualquer outra.

E foi a partir desse período que muitos ‘teóricos e administradores’ passaram a dar mais ênfase a diversos estudos sobre cultura e organizações, cremos que para entender esse fenômeno chamado Japão. Metaforicamente a palavra cultura vem de cultivo, de plantar, no entanto refere-se ao padrão de ideologias, crenças, leis e ritos quotidianos, hoje em dia, cultura nos faz ver que diferentes grupos de pessoas têm diferentes estilos de vida.

Foi aí então, que Morgan citou o cientista político Robert Presthus - que nos fala da “Sociedade Organizacional”, onde grandes organizações podem interferir no dia-a-dia das pessoas de forma peculiar e bem diferentes, levando-se em conta o meio onde estão inseridas. Essas organizações têm rotinas e rituais que as identificam como uma vida cultural distinta quando comparada com aquela em sociedades mais tradicionais. Trabalhadores do Século XVIII têm culturas e rotinas diferentes dos trabalhadores do Século XIX, e assim por diante. Mudam-se os contextos, mudam-se as culturas.

                                                                          Professor e Autor Gareth Morgan

Não podemos esquecer que o sociólogo francês Emile Durkheim afirmou que o desenvolvimento das sociedades organizacionais era acompanhado por uma desintegração dos padrões tradicionais de ordem social, em termos de ideais comuns, crenças e valores, dando lugar a padrões fragmentados e diferenciados de crença e prática baseada na estrutura ocupacional da nossa sociedade. O sistema paternalista está enraizado nas organizações japonesas cujo conceito é de coletividade, ou seja, seus membros atuam como colaboradores do processo e desempenham suas funções com essa visão. Existe um total comprometimento entre as organizações e seus trabalhadores. 

Então, Morgan cita alguns teóricos, como:

Murray Soyle - um especialista australiano em Japão que acredita haver uma ligação entre os valores culturais dos campos de arroz com o espírito servil dos samurais;

Charles Hondy - um escritor que fala do antagonismo que ocorre frequentemente nas situações de trabalhadores britânicos onde predomina a ética protestante do trabalho (paternalista e condescendente), e dos americanos cuja ética é a do individualismo competitivo. 

Ezra Vogel - um especialista americano a respeito do Japão demonstra que as orientações são para jogar o jogo pra valer: com objetivos, responsabilidade, punindo ou premiando aqueles que o fizerem por merecer.

Gregory Bateson - um antropologista, fala sobre as diferenças nas relações entre pais e filhos. Para os americanos as crianças são incentivadas a “ser o número 1” já os ingleses orientam para que sejam “vistos, mas não ouvidos”. No primeiro caso estimula-se a independência e a força, no segundo, a serem expectadores e submissos.

Thomas Peterns e Robert Waterman defendiam o uso do reforço positivo (Skinner) nas organizações como forma de moldar o comportamento dos seus empregados, tal teoria que por nós já foi estuda é válida em momentos que requerem resultados rápidos, porém existem críticas a respeito dessa técnica uma vez que trabalha o empregado como se estivesse adestrando, o que levou a ser mais utilizado em animais.

A verdade é que a Cultura Organizacional é, segundo Gareth, um conjunto de indivíduos com diferenças de personalidades compartilhando de muitas causas comuns. Tais padrões de crenças ou significados compartilhados, fragmentados ou integrados, apoiados em várias normas operacionais e rituais, podem exercer influência decisiva na habilidade total da organização em lidar com os desafios que enfrenta.

Linda Smircich, essa professora disse em seu estudo que a cultura organizacional nem sempre é igual nos ambientes externos e internos, onde a organização publicamente tem uma cultura de total cooperação e no seu interior de total rivalidade entre seus membros e a organização. Várias abordagens foram explicitadas nesse capítulo, umas um tanto agressivas como a de Geneen que motiva as pessoas pelo terror, outras pelo exemplo como o caso da HP.

W. F. Whyte, esse sociólogo fala sobre os status que as funções têm dentro das organizações, muitas vezes fonte de conflitos. Harold Garfinkel demonstrou que as nossas habilidades são automáticas e que o caos se apresenta quando tentamos mudar o padrão. Percebesse que as diferenças são muito repudiadas nas sociedades e muitas vezes incompreendidas. O psicólogo organizacional Karl Weich reforçou que configuramos e estruturamos a nossa realidade como um processo de representação, e tantos outros...




Precisamos compreender que as organizações sofrem influência das culturas e subculturas que interagem com elas, de forma isolada e em conjunto. São influenciadas pelos contextos e pelas mudanças que sofrem as populações. Percebe-se que cada indivíduo tem suas próprias crenças e valores e isso interage com o meio onde vive, fazendo uso de seus raciocínios limitados atentos aquilo que assimilou durante sua vida, o que torna as culturas organizacionais ímpares, visto que são formadas pelos seus membros e suas peculiaridades.

Encerramos este reforçando a utilidade deste para todos os estudantes e administradores – sabendo que Gareth Morgan é reconhecido pela sua contribuição ao desenvolvimento das ciências sociais e também pelo fato deste ser um autor com numerosos artigos e obras, além de ser membro do conselho editorial de vários periódicos, conferencista e professor de Ciências da Administração na Universidade de York, em Toronto, Canadá. 












Fonte e Sítios Consultados

Morgan Gareth, Imagens da Organização, Editora Atlas S. A. São Paulo, 1996

http://celiabuarque.blogspot.com.br


18 de outubro de 2016

Condições socioeconômicas e qualidade de vida - saiba como avaliar


Todos sabem que a saúde é um direito universal, e isso independe de raça ou gênero. Juntamente com outros direitos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, como liberdade, educação, nacionalidade, dentre outros. Já é fato seu reconhecimento como um dos maiores e melhores recursos para o desenvolvimento pessoal e socioeconômico, assim como um dos mais relevantes fatores de qualidade de vida (este conceito de promoção nasceu em 1986, na primeira Conferência Internacional sobre Promoção de Saúde em Ottawa, Canadá).
Estes dois temas são muito próximos, algo que podemos relacionar com nosso cotidiano e que não apenas pesquisadores, mas cientistas também concordam plenamente.
De acordo com a Carta de Ottawa, a qual diz que paz, renda, habitação, educação, alimentação adequada, ambiente saudável, recursos sustentáveis, equidade e justiça social são recursos indispensáveis para se conseguir ter saúde - fica implícito então, que o fato da sua existência não é uma vitória individual, mas sim uma conquista de todas as nações, sendo estas de diferentes culturas e religiões. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (com sede em Genebra, na Suíça), diversos fatores (políticos, econômicos, sociais, culturais, ambientais, comportamentais e biológicos) podem tanto favorecer como prejudicar a saúde, o que reflete nas atuais condições precárias nas quais vivem países em desenvolvimento.
Para que seja possível se obter melhorias nas condições de saúde de uma população – um objetivo social fundamental em todas as sociedades – são necessárias políticas públicas eficientes e adequadas para determinada população, sempre nos três níveis: Municipal, Estadual e Federal. Por exemplo, campanhas de saúde têm diferentes focos no sudeste ou no norte do Brasil. Cada região tem suas prioridades, diferentemente também dos países desenvolvidos, que também têm seus problemas, como violência, doenças específicas, etc.
Além dos fatores citados, é importante salientar que a saúde também é decorrência dos fatores chamados comportamentais, isto é, de acordo com elementos culturais, as pessoas desenvolvem padrões alimentares, de comportamento sexual, de atividade física, de maior ou menor estresse, uso de drogas lícitas e/ou ilícitas, além de outros itens específicos de cada comunidade/país.

O Brasil é um país com extrema disparidade em relação ao item saúde.  Algumas regiões são mais privilegiadas devido à maior verba para programas de infraestrutura e de saúde, como novos hospitais e postos de saúde, o que já eleva em muito o nível de saúde do local.

Uma das principais ferramentas para se medir o padrão de qualidade de vida de um determinado local é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O cálculo é obtido a partir dos seguintes critérios avaliados: conhecimento (obtido por meio dos anos de estudo da população adulta e o número esperado de anos de estudos), saúde (medida pela esperança de vida ao nascer) e renda (Renda Nacional Bruta per capita).

Embora os números absolutos em relação à queda de doenças tenha sido significativo, o Brasil ainda está muito atrás de países desenvolvidos no que diz respeito a doenças infectocontagiosas consideradas inteiramente preveníveis.


Desemprego - O Brasil havia diminuído o seu nível de desemprego, mas, neste ano de 2016 alcançamos o número de mais de 12 milhões de desempregados, afinal, a soma da crise mundial mais a crise politica/econômica brasileira só agravaram ainda mais os problemas brasileiros. E mesmo sob um novo governo após o período do Impeachment de 2016, o crescimento econômico ainda não é 'palpável', e  isso afeta diretamente a milhões de desempregados espalhados pela população economicamente Ativa (PEA). Existe, ainda, uma boa formação educacional e qualificação profissional, fato comprovado pela sobra de vagas em inúmeras empresas. Muitos brasileiros optaram pelo emprego informal (sem carteira registrada), fator que não é positivo, pois deste modo não se possui acesso aos direitos trabalhistas.
Violência e criminalidade - A violência está todos os dias nos noticiários, seja em grande ou em pequenas cidades do Brasil inteiro. Infelizmente, os crimes estão cada vez mais presentes no cotidiano do país. Nos jornais, rádios e TVs, presenciamos cenas de assaltos, crimes e agressões físicas - no Brasil, a impunidade já existe há muito tempo, e o grande problema sempre foi a falta de rigor no cumprimento das leis, aliada às injustiças sociais também presentes no território brasileiro podem, em parte, explicar a intensificação destes problemas em nosso país.
Poluição - A poluição está ao redor de todos os brasileiros, seja ela sonora ou visual, e os seus males são enormes. Outro fator preocupante é que os rios das grandes metrópoles são constantemente poluídos pelo lixo doméstico e pelo despejo irregular dos dejetos industriais, aumentando incidência de doenças não só na cidade, mas também nas regiões ao redor. As queimas irresponsáveis e ilegais de lixo e combustíveis só agravam os problemas de saúde de toda essa população e cada vez mais trazem enfermidades como, intoxicação por monóxido de carbono, especialmente em crianças e idosos.

Educação - A educação no Brasil sempre foi e ainda continua sendo de baixo nível - o desempenho dos alunos, aliado aos baixos salários dos professores reflete nesse sucateado e pobre sistema de ensino brasileiro. São inúmeros os empecilhos: prédios mal conservados, falta de professores, poucos recursos didáticos, baixos salários, greves, violência dentro das escolas, entre outros. De algum modo, os responsáveis pela educação não parecem enxergá-la como prioridade para o presente e futuro do nosso país.
Desigualdade social - O Brasil é um país de imensa desigualdade social. A distribuição de renda é desigual, sendo que uma pequena parcela da sociedade é muito rica, enquanto a maioria vive na pobreza e miséria. Apesar da distribuição de renda ter sido mais igualitária nos últimos anos, mais de 90% da riqueza está concentrada na mão de, aproximadamente, 10% da população nacional.
Habitação - As condições de moradia no Brasil são extremamente pobres. Favelas e cortiços são comuns em grandes e médias cidades. Moradores de rua e trabalhadores com salários baixos vivem em precárias condições de vida, muitas vezes apelando para o furto/roubo como modo de se sustentar.






Fonte e sítios consultados

https://www3.uninove.br


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