Desde o início deste do ano
de 2016 o CADE
(Conselho Administrativo de Defesa
Econômica), iniciou um processo de investigação sobre um possível monopólio da Rede
Globo nos direitos da transmissão de eventos esportivos - sabe-se também que
outras emissoras de TVs abertas como a Record, o SBT e a RedeTV! já expuseram quais
são os problemas no modelo de negociação que as impedem de concorrer com a Globo pelo Campeonato Brasileiro de Futebol da série A apesar de terem
interesse na competição. A Band, que já foi parceira da Rede Globo, destacou
alguns entraves, mas, mesmo assim apoia o formato atual. E tudo isso só ocorreu
por conta de notícias de distorções nas negociações relacionadas aos direitos
de TV fechada no Nacional, em disputa entre Sportv e o Esporte Interativo.
A
investigação, no entanto, se tornou mais abrangente. No meio do ano, o CADE enviou ofícios às redes de TVs
abertas para saber do seu interesse pelo Brasileiro. Todas revelaram ter
interesse, mas se sentem impedidas por entraves, segundo respostas enviadas em
junho de 2016.
A Record
respondeu: ''À Record sempre interessa a
possibilidade de participar da negociação justa e em termos razoáveis dos
direitos de transmissão de campeonatos esportivos em geral e, em especial, do
Campeonato Brasileiro de Futebol. ''
Uma das
reclamações da emissora foi o fato de não haver uma regulamentação do uso dos
direitos de imagem dos clubes em partidas entre dois deles. Ou seja, uma
emissora pode comprar só de um time e não poder passar o jogo por não ter os
direitos do outro. ''A negociação direta dos direitos de transmissão pelos
clubes é um modelo interessante, todavia deve-se regulamentar os conflitos de
direito de imagem na transmissão dos eventos'', completou. Assim, a emissora
poderia comprar só os jogos em casa de um time, por exemplo.
O SBT
também se mostrou interessado no Brasileiro e apontou cinco problemas
principais no modelo de negociação de direitos da competição - vamos lista-los
abaixo:
a) Falta de
uma liga ou associação para negociar em bloco pelos clubes com o fim do Clube
dos 13;
b) Falta de regulação transparente no
processo para definir a venda sem exclusividade;
c) Negociação em bloco de todos os
campeonatos, regionais, nacionais e sul-americanos;
d) Ausência de proibição a pagamentos
antecipados na hora da renovação de contratos, o que desestimula a entrada de
TVs novas;
e) Calendário dos jogos e horários de
transmissão que não estimulam presença do público e deixam times dependentes de
TVs.
''Fazer uma oferta para aquisição dos direitos de
eventos/campeonatos de futebol, no modelo de negócio hoje praticado, que prevê
'exclusividade', torna-se inviável para o SBT, e, provavelmente para as demais
redes de TV aberta e fechada'', completou
a emissora.
A Band
também apontou que, na maioria dos países, a negociação dos direitos de
televisão é coletivo, embora existam exceções como o México -mas a emissora
destacou que o modelo atual de transmissão é o mais eficiente - ''Cada rodada tem 10 jogos; 2 são
selecionados para TV aberta sendo que para a cidade em que o jogo
acontece não há transmissão nem por TV aberta nem por assinatura (exceto
em pay-per-view); os jogos exibidos na TV por assinatura são
transmitidos em horários não concorrentes e o pay-per-view transmite
todos os jogos. Com isso, todos os interessados (emissoras, clubes, público
e anunciantes) obtêm o melhor resultado possível'', descreveu.
Embora
tenha escondido os motivos pelos quais deixou a parceria com a Rede Globo no
Brasileiro, a Band deu a entender que foi por conta da queda das taxas de
retorno do futebol. Segundo a emissora, o Nacional ''somente é interessante se houver boas perspectivas de retorno
dos investimentos realizados, sendo que as taxas vêm caindo gradativamente no
caso do futebol, em razão do aumento dos custos dos direitos de
transmissão e da conjuntura econômica no Brasil, que evidentemente afeta os
anunciantes''.
A RedeTV!
foi outra que demonstrou interesse no Nacional, mas pediu uma rediscussão do
modelo de negociação. A emissora, no entanto, não apontou quais os problemas - ''Para aumentar a concorrência pelos
direitos de transmissão do campeonato em TV Aberta no Brasil, poderiam ser
adotar novos modelos, a fim de permitir maior democratização do acesso do
esporte ao público telespectador'', disse. ''Entendemos que o modelo atual necessita de uma discussão mais ampla
entre todos os agentes''.
E para
encerrar este, a Rede Globo já se manifestou sobre este processo defendendo o seu
modelo de negociações por pacotes como o mais vantajoso para os clubes. Mas não
é possível ler todas as suas posições porque foi requisitada confidencialidade
em alguns deles. Publicamente, a emissora já disse que procura o melhor para o
futebol brasileiro e que fez modificações em seu modelo ao alterar a divisão de
cotas de televisão dos clubes.
Fonte e
Sítios Consultados
http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/2016/10/16/emissoras-rivais-explicam-por-que-nao-concorrem-com-globo-pelo-brasileiro/?cmpid=fbesp-geral
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