A Teoria Comportamental surgiu na década de 1950 - com
uma nova visão da teoria administrativa baseada no comportamento humano nas
organizações, essa abordagem comportamental - também chamada de behaviorista
marcou a mais forte ênfase nas ciências do comportamento, na teoria
administrativa e na busca de soluções democráticas e humanas para os problemas
organizacionais.
A Teoria Comportamental se fundamenta no comportamento
das pessoas que compõem a organização - Administrar
é fazer as coisas por meio das pessoas - buscando explicar áreas
tais como: a motivação e os estilos administrativos. As disciplinas que contribuíram
para o estudo do Comportamento Organizacional foram:
·
Psicologia;
·
Sociologia;
·
Psicologia Social;
·
Antropologia e
·
Ciência Política.
A psicologia é a ciência que busca
medir, explicar e, algumas vezes, até modificar
um comportamento. Os psicólogos dedicam-se ao estudo do comportamento
individual.
A contribuição dos sociólogos refere-se
ao estudo do comportamento dos grupos dentro das organizações, o foco da
psicologia Social é a influência de um indivíduo sobre o outro. Um dos temas
mais investigados pela psicologia Social
é a mudança, como implementá-la e como reduzir as barreiras para sua aceitação.
A antropologia estuda as sociedades para
compreender os seres humanos e suas atividades (diferenças de valores, atitudes
e comportamentos fundamentais entre povos de diferentes países ou de pessoas em
diferentes organizações).
Já a ciência política estuda o
comportamento dos indivíduos e dos grupos dentro de um ambiente político
(estruturação de conflitos, a alocação de poder e como as pessoas manipulam o
poder para o atendimento de seus próprios interesses).
Conceito de Comportamento:
O comportamento é a maneira pela qual um
indivíduo ou uma organização age ou reage em suas interações com o meio
ambiente e em resposta aos estímulos que dele recebe. Comportamento é o campo
de estudo que investiga o impacto que indivíduos, grupos e a estrutura têm
sobre o comportamento dentro das organizações com o propósito de utilizar este
conhecimento para melhorar a eficácia organizacional (ROBBINS, 2002).
Ele estuda três determinantes do comportamento das
organizações: indivíduos, grupos e estrutura.
Áreas de estudo do Comportamento Organizacional:
·
Motivação;
·
Comportamento e poder de liderança;
·
Comunicação interpessoal;
·
Estrutura e processos de grupos;
·
Aprendizado;
·
Desenvolvimentos de atitudes e percepção;
·
Processos de mudança;
·
Conflitos;
·
Planejamento do trabalho; e Estresse no
trabalho.
Origens
Defensores do behaviorismo atacavam duramente a Teoria Clássica,
em função de seu excessivo mecanicismo, argumentando que o homem deveria pensar
e criar mais. Já os seguidores de Simon também criticavam a Teoria das Relações
Humanas, pela sua ingenuidade, sugerindo que a liberdade fosse complementada
com mais responsabilidade. Quanto à teoria burocrática, os comportamentalistas
discordavam do modelo de máquina adotado como metáfora explicativa da
organização.
E foi no ano de 1947 que surgiu nos EUA, o livro O Comportamento Administrativo,
de Simon, alcançando enorme repercussão, ao opor-se totalmente à Teoria
Clássica, aceitando alguns princípios da Teoria das Relações Humanas. O livro
também encaminha o surgimento da Teoria da Decisão. A abordagem comportamental
da ciência administrativa propõe o abandono de posições normativas e
descritivas e a adoção de uma posição humanística e descritiva, mantida,
portanto, a ênfase nas pessoas. A Psicologia Organizacional também contribuiu
decisivamente para o surgimento de uma teoria administrativa mais democrática e
humanística, à Teoria Comportamental da Administração.
No campo da Motivação
Humana, destacaram-se, principalmente:
- Abraham Maslow
- Frederik Herzberg
- David McClelland
A motivação Humana
Comportamentos como a passividade ou a recusa de
responsabilidade são sintomas de uma doença denominada Insatisfação das Necessidades
Egoísticas. Dessa
forma então, o homem frustrado está tão doente quanto o homem desnutrido.
Deve, portanto a organização
preocupar-se não somente com a satisfação das necessidades básicas dos seus
empregados, visto que aquele que não tenha a oportunidade de interagir e obter
valorização profissional poderá mostrar-se insatisfeito, ainda que disponha de
excelente remuneração.
Teoria
da Hierarquia das Necessidades de Maslow
De acordo com Abraham Maslow (psicólogo
e consultor americano), a satisfação de cada nível é pré-requisito
para que o nível seguinte influa no comportamento, o que coloca o comportamento
em constante dinâmica, já que pode num momento, ser guiado, por exemplo, pela necessidade
de auto-realização (caso de um mestrando/doutorando) e
no momento seguinte, pela necessidade de afetividade/amor (supondo-se
que o mesmo indivíduo tenha sofrido uma perda de um relacionamento pessoal, um
divórcio, por exemplo).
A escalada da pirâmide, não depende apenas de condições
oferecidas, mas também das circunstâncias de vida de cada pessoa. Por exemplo,
durante muito tempo, a mulher foi pressionada pela sociedade no sentido de que
reprimisse suas aspirações profissionais de ‘auto realização’, a fim de dedicar-se à criação de seus filhos, o
que já não se verifica hoje.
As necessidades atuam sempre em conjunto, prevalecendo a
mais elevada, desde que as inferiores estejam satisfeitas. Assim, uma reação
comportamental é um canal, através do qual, várias necessidades fundamentais
podem ser expressas ou satisfeitas conjuntamente. Portanto, qualquer indício de
frustração é uma ameaça psicológica, o que produz reações gerais de emergência
no comportamento humano.
Maslow ampliou sua teoria, sugerindo que a organização
assumisse a construção de uma ponte entre as necessidades básicas e de ‘auto realização’ dos indivíduos.
·
Necessidades fisiológicas: Representam
o nível mais baixo de todas as necessidades humanas, mas de vital importância.
Neste nível estão as necessidades de alimentação, de sono, de repouso, de
abrigo, ou desejo sexual.
·
Necessidades de segurança: Representa
o segundo nível de necessidades humanas, são as necessidades de segurança ou de
estabilidade, a busca de proteção contra a ameaça ou privação, a fuga ao
perigo.
·
Necessidades Sociais:
surgem no comportamento, quando as necessidades mais baixas (fisiológicas e de segurança)
se encontram relativamente satisfeitas. Dentre as necessidades sociais, estão
as de associação, de participação, de aceitação por parte dos companheiros, de
troca de amizade, de afeto e amor.
·
Necessidades de estima:
são as necessidades relacionadas com a maneira pela qual o indivíduo se vê e se
avalia. Envolve a auto apreciação, autoconfiança, a necessidade de aprovação
social e de respeito, de status e de prestígio, e de consideração.
·
Necessidade de ‘auto realização’:
são as necessidades humanas mais elevadas e que estão no topo da hierarquia.
São as necessidades de cada pessoa realizar o seu próprio potencial e de
continuamente auto-desenvolver-se. Essa tendência geralmente se expressa
através do impulso de a pessoa tornar-se sempre mais do que é e de vir a ser
tudo o que pode ser.
Primárias:
"Saco Vazio não para em pé!"
Secundárias:
Apesar de não ter sido comprovada cientificamente, a
teoria de Maslow, devido à eficiente estruturação de suas idéias, foi
aceita como de grande contribuição para a evolução das técnicas
administrativas.
Como pontos criticáveis, pode-se citar:
· A difícil articulação operacional para o
gerenciamento das necessidades básicas.
·
A impossibilidade da padronização do
comportamento humano.
Teoria dos Dois Fatores de Herzberg
Frederick Herzberg, psicólogo, consultor e professor
universitário americano, como base de sua teoria, afirma que o comportamento
humano no trabalho é orientado por dois grupos de fatores, a saber: Os
Higiênicos e os Motivacionais.
Fatores
Higiênicos (extrínsecos) são aqueles definidos pelo
contexto que envolve o empregado e que fogem ao seu controle. São exemplos
deles:
- Salários e Benefícios
- Tipo de Chefia
- Políticas e Diretrizes Organizacionais
O pensamento anterior considerava o
trabalho como algo desagradável, demandando estímulos materiais (positivos)
para a sua realização ou, por outro lado, punições (negativos) pela não realização.
Contudo, quando os fatores higiênicos são ótimos, apenas
evitam a insatisfação, não elevando a satisfação ou, se a elevam, não a mantém
continuadamente. Por outro lado, quando são péssimos, provocam a insatisfação.
Devido a isso, são caracterizados como Fatores Insatisfacientes.
Fatores
Motivacionais (intrínsecos) são aqueles relacionados ao
cargo e a natureza da tarefa desempenhada, sendo, portanto, controlável pelo
indivíduo e que devem levar ao reconhecimento e à valorização profissional,
culminando com a auto realização.
Estes fatores (profundos e estáveis), quando ótimos, levam à
satisfação, mas quando precários, bloqueiam a satisfação, o que os caracteriza
como Fatores Satisfacientes.
Em suma, os pressupostos
de Herzberg são:
Relação Inexistente:
Herzberg propõe o enriquecimento de tarefas como
elemento para se alcançar a satisfação no cargo. Este enriquecimento pode ser
tanto vertical (aumento do grau de dificuldade do trabalho) ou lateral (diversificação
de atribuições).
Cabem críticas quanto à tensão gerada pelo efeito vertical e
ao possível sentimento de exploração que pode surgir do efeito lateral.
Contudo, o sucesso na implementação de ações dessa natureza
dependerá das particularidades de cada organização e das pessoas que dela
fizerem parte.
Os estudos de Herzberg, a exemplo de Maslow, a quem suas
idéias vão totalmente ao encontro, também não obtiveram comprovação, ainda que
tenham sido de grande valia para o desenvolvimento de técnicas para a
administração comportamental.
TEORIA X e Y ( Douglas McGregor)
Como
parte das teorias administrativas, a teoria comportamental procura demonstrar
uma variedade de estilos administrativos utilizados nas organizações; o comportamento
das pessoas têm relações direitas com as convicções e estilos utilizados pelos administradores.
As teorias X e Y apresentam certas convicções sobre a maneira pela qual as
pessoas se comportam dentro das organizações.
McGregor, um dos mais famosos autores behavioristas da Administração, preocupou-se em comparar dois estilos opostos e antagônicos de administração: de um lado, um estilo baseado na teoria tradicional, excessivamente mecanicista e pragmática (a que deu nome de Teoria X) e, de outro, um estilo baseado nas concepções modernas a respeito do comportamento humano (a que denominamos Teoria Y).
TEORIA X
A teoria X caracteriza-se por ter um estilo autocrático que
pretende que as pessoas fazerem exatamente aquilo que a organização pretende
que elas façam do jeito similar que a Administração Científica de Taylor, a
Clássica de Fayol e a Burocrática de Weber. As convicções sobre o comportamento
humano são as seguintes:
- O homem é indolente e preguiçoso por natureza.
- Não gosta de assumir responsabilidade e prefere ser
dirigido.
- O homem é fundamentalmente egocêntrico e seus objetivos
pessoais opõem-se, em geral, aos objetivos da organização.
- Persiste-se a mudanças.
- A sua dependência o torna incapaz de autocontrole e
disciplina.
A Administração segundo a teoria X caracteriza-se pelos seguintes
aspetos:
- Responsabilidade pelos recursos da empresa
(organização).
- Processo de dirigir os esforços das pessoas
(controle das ações para modificar o seu comportamento)
- Políticas de persuasão, recompensas e punição (suas
atividades são dirigidas em função dos objetivos e necessidades da
empresa).
- Remuneração como um meio de recompensa.
TEORIA Y
É a moderna concepção de Administração, se baseia na
eliminação de preconceitos sobre a natureza humana, seus principais aspetos
são:
- O homem meio não tem desprazer inerente em trabalhar a aplicação do esforço físico ou mental, em seu trabalho é tão natural quanto jogar e descansar.
- As pessoas não são resistentes às necessidades da
empresa.
- As pessoas têm motivação básica e padrões de
comportamento adequados e capacidades para assumir responsabilidades.
- Ele não só aceita responsabilidades, também as
procura.
- As capacidades de imaginação e de criatividade na
solução de problemas são distribuídas entre as pessoas.
A teoria Y desenvolve um estilo altamente democrático através do qual
administrar é um processo de criar oportunidades e proporcionar orientação
quanto a objetivos. A administração se caracteriza pelos seguintes aspetos:
- É responsabilidade da Administração proporcionar
condições para que as pessoas reconheçam e desenvolvam características
como motivação, potencial de desenvolvimento, responsabilidade.
- Criar condições organizacionais e métodos de
operações por meio dos quais possam atingir seus objetivos pessoais e
dirigir seus esforços em direção dos objetivos da empresa.
A teoria X apregoa um estilo
administrativo de fiscalização e controle rígido, o qual limita as capacidades
de participação e desenvolvimento de habilidades das pessoas, somente considera
ao salário como o único estímulo. Estas considerações tem causado que não se
utilizem todas as capacidades das pessoas, segundo a teoria Y, a Administração
deve liberar potenciais rumo ao autodesenvolvimento. O estilo administrativo
segundo a teoria Y baseia-se em uma serie de medidas inovadoras e humanistas,
dentre das quais salienta as seguintes:
- Descentralização das decisões de responsabilidade.
- Ampliação do cargo para maior significado do
trabalho.
- Participação nas decisões mais altas e administração
consultiva.
- Autoavaliação do desempenho.
McGregor
classifica aos incentivos ou recompensas em diversas
categorias:
- Incentivos
extrínsecos, ligados ao ambiente, com relação ao comportamento com o
trabalho.
- Incentivos intrínsecos,
inerentes à própria natureza da tarefa, a realização do indivíduo em o
desempenho de seu trabalho.
A estratégia proposta por McGregor é a
Administração deve criar condições tais que os membros da organização, em todos
os níveis, possam melhor alcançar seus próprios objetivos, dirigindo seus
esforços para os objetivos da organização.
Fonte e Sítios Consultados
www.colegiocarmelo.com.br
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