É fato que existe na mente uma faculdade chamada de
razão
- que muitos ‘atribuem’ a ela um
papel primordial - ao considerar ser ela a responsável por discernir sobre o
bem e o mal, a verdade e o erro, o belo e o feio, o grande e o pequeno.
Em que medida esse discernimento se ajusta aos
ditados da verdadeira razão? Em que a razão baseia seus juízos? O certo é que
não se pode falar de razão sem estabelecer diferenciações, nem sem antes
conhecer o significado do que ela é e representa em realidade.
Todos os seres humanos possuem uma mente com as mesmas
faculdades – porém, é fato que alguns possuem mais dificuldades do que outros. Entretanto,
consta para todos nós que a razão, ou os juízos elaborados por ela são negados
com reiterada frequência, tornando-se necessário lutar para defender o que se
sustentou, não obstante ter consciência de não tê-la perdido. Outras vezes
acontece que se quer ter mais razão do que os outros, como se esta faculdade
fosse como dinheiro, que uns têm mais e outros menos, embora nem sempre por
justiça de seus méritos. Observamos também existir na criança, por exemplo, uma
razão como a do adulto, mas não pode utilizá-la nem servir-se dela como as
pessoas que já tenham cumprido bons anos de vida; além disso, há seres de idade
avançada que tampouco podem servir-se de sua razão, não porque lhes falte,
senão porque nunca a cultivaram.
Quanto
maior o conhecimento, maior a razão!
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A razão somente age baseada nos conhecimentos que
se tenha. É o conhecimento o que lhe dá vida; sem ele, não poderia exercer sua
função diretriz, como faculdade central da mente, pois o conhecimento constitui
sua razão de existir.
Daí que a razão da criança não possa discernir
sobre uma mesma questão exatamente como o faria três ou quatro anos mais tarde.
E daí também que, embora em todos exista o que se tem chamado razão, nem todos
podem servir-se dela como corresponde, nem experimentar segurança sobre o que
discerne, porque a razão não pode julgar só pelo fato de existir.
A razão requer o auxílio imediato do conhecimento
para poder discernir; ela não pode estabelecer nenhum juízo sem antes haver
buscado e reunido os elementos indispensáveis a tal função. De modo que os
conhecimentos aumentam o volume e a consideração do juízo que esta faculdade
central, que se chama razão - vai elaborando; nutrida por esses conhecimentos,
pode fazer com que eles nutram a razão de outros.
Depois de ver tudo isso, podemos imaginar que quanto
maior o conhecimento, maior será a razão; e se os conhecimentos formam a base
permanente da existência, é lógico pensar que, quando a razão se nutre
constantemente com o conhecimento, a consciência desperta em uma nova
existência.
A razão, pois, não pode agir sensatamente sem antes
experimentar a consciência do saber pelo conhecimento.
Fonte e
Sítios Consultados
Texto do livro Introdução ao Conhecimento
Logosófico, pág. 146
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