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2 de julho de 2011

As Idades Médias da História...

  As Idades Médias


         Se alguém perguntasse o que você sabe sobre a Idade Média? A qual período a que ela se refere? Quais as informações deste período que dispomos? Trazemos em nossa sociedade atual algum traço cultural da Idade Média? Será que saberíamos responder prontamente a estas indagações? Bem, vamos procurar eliminar algumas destas dúvidas e para isso, será necessário entender que o termo “Idade Média” foi criado pelos europeus no século XVII para expressar a idéia de que entre a época em que estavam, e a Antiguidade clássica (grega e romana) tinha existido uma “obscura” fase intermediaria. A história relata que entre os anos 600 e 1500 - datas estas que marcaram o início e o fim da Idade Média - foram palco de vários acontecimentos e fatos que tornaram impossível de se caracterizar esse período de um modo uniforme. Já, a maioria dos historiadores divide a época medieval (Idade Média) em três momentos principais: a Idade Média inicial (600 - 1050), a alta Idade Média (1050 - 1300) e a Idade Média tardia (1300 - 1500), sabendo que todas essas datas são aproximadas. O conceituado historiador Edward Burns caracterizou estes momentos dessa forma:



·        Idade Média inicial - “Foi a que mais perto chegou de parecer um intervalo de trevas, pois na verdade o nível de realização material e intelectual era baixíssimo. Mesmo com estas limitações existentes, estavam sendo assentados alicerces importantes para o futuro, já que a Europa ocidental começava a desenvolver o seu próprio senso distinto de identidade cultural

·        Alta Idade Média – “Foi uma das épocas mais criativas da história do Homem. Os europeus melhoraram de forma acentuada o seu padrão de vida, fundaram estados nacionais fortes, criaram novas instituições de ensino e novos formatos de pensamentos, e produziram magníficas obras literárias e artísticas.

·        Idade Média tardia – “A sobrevivência de muitas realizações da etapa anterior foi ameaçada por inúmeros desastres, uma depressão econômica de particular gravidade e uma peste mortífera. Mas os povos superaram estas adversidades e apegaram-se fortemente ao que havia de mais valioso em sua herança e, quando necessário, criaram instituições e modos de pensar adequados às novas circunstâncias.”



     - As relações sociais da alta Idade Média
         Naquela época a Europa era um mundo rural, embora o camponês fosse o pilar dessa sociedade agrária, ele vivia miseravelmente, e só podia almejar como recompensa a vida eterna depois da morte. E já naqueles tempos, existiam os privilégios de uma minoria leiga ou eclesiástica – a propriedade da terra dava a liberdade e o poder – e os que não possuíam terras se viam obrigados a servidão. Assim, os camponeses eram obrigados a satisfazer as exigências econômicas de seus senhores por meio da prestação de serviços ou pagamentos em dinheiro ou espécie. Neste sistema, o feudo era a unidade de produção e o servo estava vinculado ao senhor por meio de uma espécie de contrato, que implicava direitos e obrigações recíprocas. Os servos deviam trabalho, serviços e produtos ao senhor, enquanto este lhes garantia o usufruto da terra, proteção militar e assistência jurídica. Os servos constituíam parte integrante da terra, e, portanto, eram vendidos ou herdados juntamente com ela. No entanto, os senhores feudais também não eram os donos das terras que arrendavam aos camponeses. O dono era o rei, que arrendava os feudos aos duques, e os arrendamentos dos feudos podiam ser concedidos pelo rei em troca de serviços, como, por exemplo, ajuda em algum caso de guerra. E dessa maneira, os duques tornavam-se vassalos do rei. Mas como os duques não eram capazes de explorar sozinhos todos os feudos que recebiam, eles os arrendavam a nobres menores, que se tornavam seus vassalos e assumiam as mesmas obrigações que o duque tinha para com o rei. Na verdade o sistema feudal nada mais era do que um sistema baseado numa pirâmide, em que cada senhor é vassalo de um senhor mais poderoso. E o poder de um senhor media-se pela extensão de suas terras e pelo número de vassalos que ele possuía. O poder do rei, era apenas teórico, porque ele dependia inteiramente de seus vassalos, ou seja, na verdade ele não passava de um senhor feudal mais “nobre” que os demais. Já a Igreja católica era proprietária de grandes extensões territoriais e envolvia-se completamente nas relações do sistema feudal: bispos, cardeais, abades e outros se submetiam às mesmas obrigações que os duques, condes e barões. No entanto, como os sacerdotes não podiam casar-se, as suas posses eram herdadas pela igreja, que, aos poucos acabaria se tornando uma grande potência no Ocidente, centralizando o seu poder no papa, bispo de Roma.


- Os Cavaleiros Medievais
         Os cavaleiros medievais eram a base da força militar dos senhores feudais, a cavalaria. E para pertencer à cavalaria era preciso ser nobre para poder receber o grau de “cavaleiro”, e esse nobre deveria ter certos recurso$, além disso, ele deveria ao menos possuir o seu próprio animal, seus arreios, armas e ajudantes. E abaixo dos cavaleiros estavam os guerreiros a pé. Segundo o historiador Michel Pastoreau, a partir da metade do século XII, os cavaleiros passaram a ser recrutados quase que exclusivamente entre os filhos de cavaleiros, formando assim, uma casta hereditária. E se não chegaram a desaparecer de vez, a sagração de plebeus tornou-se um fato excepcional. Já a “Ordem dos Cavaleiros de Malta” é uma das mais célebres ordens religiosas e militares medievais, que tiveram a sua origem nas Cruzadas. Ela foi fundada em 1099, em Jerusalém, com o nome de Ordem dos Hospitalários de São João, e dedicava-se as atividades assistenciais junto dos peregrinos cristãos, e a partir do século XII, a ordem recebeu encargos militares visando defender o Cristianismo da expansão dos muçulmanos. No ano de 1880, o papa Leão XIII concedeu à ordem a Igreja de São Basílio, em Roma. Esta ordem permanece organizada em mais de quarenta países e dedica-se às atividades assistências e outorga condecorações (como cruz do mérito), e permanece coordenando cerca de duzentos hospitais e asilos espalhados por todo o mundo.


- O processo de urbanização da Europa
         Foi por volta do século XII que se iniciou o processo de urbanização da Europa, e isso foi uma consequência de uma revolução agrícola que ocorreu nesta mesma época. Vamos entender isso melhor. As drenagens dos pântanos e as derrubadas das florestas aumentaram as áreas do cultivo agrícola e os vários avanços técnicos daquela época, como o uso do arado pesado e a utilização dos moinhos de água e de vento, possibilitaram maior produtividade no trabalho agrícola, o que se refletiu em colheitas abundantes. Além disso, a população aumentou em número de habitantes e na sua média de vida, passando de 30 para os 40/50 anos, houve também uma diversificação de atividades, além do incremento do comércio e do artesanato. E com isso tudo acontecendo gerou-se uma expansão dos povoados, que deixaram de ser simples aglomerados humanos ao redor dos castelos e passaram a ter vida própria. Com o nascimento das cidades, elas se transformaram em centros de produção e intercâmbio, passando o dinheiro a ter valor de troca em toda parte e a atividade comercial expandiu-se rapidamente. Com todas essas ofertas de liberdade, emprego e melhoria da condição social, o desenvolvimento das cidades foi um poderoso agente de atração para toda a população rural que se encontrava oprimida. Surge então uma nova “camada” social, composta por comerciantes bem sucedidos que se concentravam em cidades (ou burgos), e estava se formando o embrião de uma nova classe social – a burguesia.


- Fé e Misticismo
         No campo religioso, a Igreja católica dominou inteiramente a Europa durante a Idade Média, onde houveram várias crises provocadas pelo surgimento de heresias, mas a igreja conseguiu reprimi-las e manteve a sua hegemonia até o século XVI, quando ocorreu o movimento da Reforma protestante. È bom fazermos uma consideração importante – o homem medieval vivia imerso no Catolicismo – isso ocorria desde o seu nascimento até a sua morte. Todos os momentos significativos de sua existência eram marcados pela presença da Igreja, e não ser católico significava estar praticando à margem da sociedade. A prosperidade que tanto marcou a alta Idade Média fortaleceu e muito a igreja, que centralizou o seu poder no papa, desafiando reis e imperadores e provocando o movimento das Cruzadas. Embora a corrupção do clero tivesse atingido níveis escandalosos em muitas ocasiões, diversos movimentos reformadores revitalizaram os ideais católicos e mantiveram a força da Igreja junto ao povo até dos dias de hoje.


- A vida intelectual na Idade Média
         A maioria dos filósofos e eruditos da Idade Média foram religiosos, mas, a partir do século XII, os centros e estudos começaram a transferir-se dos conventos para as cidades. Há um grande avanço nas idéias filosóficas e estudam-se também autores gregos e árabes, ocorre então, a disseminação da educação primária e, ao lado das escolas episcopais, que preparavam futuros religiosos, proliferam escolas leigas, que transmitiam os conhecimentos básicos necessários àqueles que iam trabalhar nas diversas novas atividades das recém criadas cidades. E foi assim que a Igreja deixou de ser a única fonte de ensino, o que contribuiu para que a vida intelectual começasse a trilhar caminhos próprios. Para quem ainda não sabe, a Universidade foi uma criação Medieval. Com esse nome, ela designava-se uma organização geral de professores e estudantes. Os estudantes contratavam os professores, pagavam-lhes pelos cursos e podiam até demiti-los em alguns casos. O estudante medieval deveria conhecer muito bem a língua latina ao entrar na Universidade e, essa aprendizagem devia ocorrer na escola primária. Uma vez admitido na Universidade, que era reservada somente aos homens, ele passava quatro anos estudando as artes liberais (gramática, lógica, retórica), e se passasse nos exames, ele obteria o grau de bacharel em artes, o que não significava muita coisa. Para garantir a sua vida profissional ele deveria estudar mais alguns anos para só assim obter o grau de mestre de artes ou, o que demoraria um pouco mais, o grau de doutor em direito, medicina ou teologia.



         Encerramos este artigo com um pensamento e algumas dúvidas. “O homem medieval foi fortemente marcado pelo misticismo e pela superstição, pela bruxaria, pelo sobrenatural, pela magia, e os atos demoníacos povoaram e atormentaram o espírito das pessoas dessa época.” Será que esses traços da cultura medieval desapareceram por completo em nossos dias? Ou ainda é possível localizá-los em pleno ano de 2013? E hoje, será que alguém tem a coragem de afirmar que se considera uma pessoa mística ou supersticiosa?




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