Teste sua
(d)eficiência
Você já pensou na mudança
que pode fazer por meio do seu voto?
Sendo ou não uma pessoa
politizada, você sabe que as eleições estão por vir. E com ela, inúmeras
promessas de candidatos.
Você já parou para pensar
nas propostas que estes políticos têm a lhe oferecer? Aliás, já pensou o que
você deve cobrar? Esta é a hora mais propícia para refletir sobre o papel
social que você e mais 27 milhões de pessoas com deficiência possuem.
Afinal, do total dessa população, cerca de 70%
possuem mais de 16 anos, e, portanto, são eleitores.
Muitas
são as áreas do governo que podem e devem melhorar. E você é o principal agente
desta transformação. Pense e cobre dos governantes esta mudança que, aliás,
deve começar pela educação.
Hoje,
apenas 0,22% das pessoas com deficiência estão na universidade. A lacuna do
ensino superior nasce no fundamental.
Outra questão que vem sendo
negligenciada é a saúde pública. Algumas pessoas adquirem uma deficiência ao
longo da vida, outras nascem com ela.
E a
realidade é que o Sistema Único de Saúde (SUS) não atende de maneira efetiva as
necessidades em nenhum destes casos. Faltam unidades especializadas para
atender o público em todas as regiões do Brasil, profissionais, núcleos de
reabilitação. Não há um investimento que realmente priorize a saúde pública da
pessoa com deficiência.
Isso
pode ser visto pela falta de equipamentos e especialistas na área. Além disso,
não existem facilidades para que as pessoas com deficiência acessem os serviços
de saúde pública e educação.
Já
pensou como é difícil para alguém em processo de reabilitação sair de casa? Com
calçada esburacada, ausência de piso tátil, ônibus sem acessibilidade, vaga
para cadeirante ocupada...
Uma simples visita ao posto de saúde
torna-se uma gincana de obstáculos. Não é à toa que estas pessoas deixam de
frequentar o médico. E o pior: a barreira chega à escola.
Saúde e educação são áreas imprescindíveis para qualquer pessoa- tenha ele ou não uma deficiência. Claro, que se a saúde pública atender com plenitude uma pessoa com deficiência, ela será de qualidade para qualquer outra pessoa. Agora, como podemos garantir qualidade de vida para alguém que não consegue chegar à escola? Ou quando chega não tem tratamento adequado?
Saúde e educação são áreas imprescindíveis para qualquer pessoa- tenha ele ou não uma deficiência. Claro, que se a saúde pública atender com plenitude uma pessoa com deficiência, ela será de qualidade para qualquer outra pessoa. Agora, como podemos garantir qualidade de vida para alguém que não consegue chegar à escola? Ou quando chega não tem tratamento adequado?
Educação
inclusiva é oferecer ferramentas para que o aluno com deficiência possa
explorar suas potencialidades como o restante de seus colegas. Não trata- se
apenas de acessibilidade física.
A
tendência deste tipo de situação é que outras áreas, como a do mercado de
trabalho sejam atingidas. E aí nasce o gargalo, pois sem acesso à educação,
essa população não consegue acompanhar o mercado. As empresas contratam estas
pessoas por cotas, e mesmo assim, a discrepância com relação ao mercado de
trabalho é enorme.
De
27 milhões de pessoas com deficiência do nosso país, apenas 9 milhões estão
empregadas, incluindo profissionais do mercado formal e informal.
Acredito
que estamos vivendo um período de transformações na sociedade e muita coisa vem
mudando. A começar pelo espaço que a pessoa com deficiência vem conquistando na
mídia.
A
concepção sobre o assunto está ganhando novos recortes. Mas ainda falta muito.
Ao votar pense nestas questões.
Elas
são importantes para uma pessoa com deficiência e para qualquer outro cidadão.
A deficiência está na atitude.
*Mara Gabrilli, 42, tetraplégica, psicóloga e publicitária, é
vereadora da cidade de São Paulo e candidata a Deputada Federal.
vereadora da cidade de São Paulo e candidata a Deputada Federal.
Fundadora da ONG Projeto Próximo Passo, hoje Instituto Mara Gabrilli, foi Secretária Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida da Prefeitura de 2005 a 2007.
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