Vamos aproveitar esse final do ano de 2020 para rever como anda a moral dos brasileiros - é fato que os brasileiros entraram neste século 21 percebendo que o 'seu' país passa por momentos delicados no que se refere à honestidade do seu povo – e sabemos que não é preciso fazer grandes ‘pesquisas’ para encontrarmos vários exemplos disso em qualquer segmento da nossa sociedade, como por exemplo:
· Sonegação
de imposto - O dinheiro sonegado poderia contribuir para a
construção de estradas, hospitais e melhorar a infraestrutura do Brasil. A
grana acabou indo pelo ralo pelas mãos da própria população.
· Carteirinhas
falsas - O fato é que a carteirinha falsa já se espalhou de tal
maneira, que produtores de espetáculos praticamente dobraram o valor das
entradas no Brasil para poder compensar o dinheiro perdido com as
falsificações.
· Colas
em Vestibulares e Concursos – Isso acontece a todo instante por esse
país, como por exemplo, nos muitos vestibulares ou nos concursos de muitas
classes profissionais, como dos Advogados, dos Médicos e etc.
· Compra
de CNH – Esse é um tipo de crime muito comum em
todo o Brasil, talvez essa possa ser uma das explicações para o número absurdo
de mortes no transito brasileiro.
· Políticos
Corruptos – Ficou comum acompanhar ‘diariamente’ denuncias a essa
classe da sociedade e isso acontece em todos os níveis, como: Prefeitos,
Governadores, Ministros, Presidentes e ex-presidentes e todos os demais cargos
públicos deste Brasil, inclusive o caso das ‘rachadinhas’, que é
quando existe o desvio de salários de assessores de políticos que são
repassados aos parlamentares.
·
Pirataria – Esse é o exemplo clássico de um crime
que a sociedade brasileira convive diariamente com total naturalidade, onde o
comércio é realizado à luz do dia e sem o menor constrangimento, tanto para o
vendedor quanto para o comprador. A mesma regra se aplica à cópia ilegal de
músicas, filmes, softwares ou qualquer tipo de conteúdo com direitos autorais
feitas pela internet.
· Desrespeito
aos outros – Exemplos deste tipo são muitos, por isso vamos apenas a
alguns, como: aquela vaga de deficiente não é sua, o lugar para idosos e deficientes
no transporte público, nas filas do mercado e etc. Aquele som alto do
vizinho ou do carro em frente as nossas casas e etc.
·O
troco errado – Quem nunca ficou feliz ao perceber que levou
vantagem no erro do outro, ou seja, aquela malandragem
existente na cultura brasileira que faz com que a “lei do mais esperto”
transforme tudo em uma bola de neve.
· Pagando
um "cafezinho" – O ato de oferecer um "cafezinho"
para quem quer que seja a fim de obter alguma vantagem ilícita. Essa é a
Lei do mais esperto ‘do levar vantagem em tudo’ que entra em ação
mais uma vez, simplesmente com a intensão de corromper alguém, que pode ser com
algum fiscal, um guarda de transito, um funcionário público e etc.
· Gatonet –
Isso é muito comum, ‘infelizmente’ encontrar o comércio daquele
aparelhinho com o poder de “sintonizar (de graça) todos os
canais da sua TV a cabo”. Basta pagar uma vez e pronto, você tem todos os
canais livres para consumo.
É verdade
que convivemos a muito tempo com ‘aquela’ história de “levar
vantagem em tudo”, que nada mais é do que a moral
do oportunismo. - sabendo que além da moral do oportunismo existe
a moral da integridade, e cada uma delas têm seu espaço
próprio e refletem a ambivalência da sociedade brasileira, que podemos dividir
em dois discursos: o discurso oficial (da integridade,
para mostrar para os outros) e o discurso oficioso (aquele
do oportunismo, das ações que não se quer mostrar em público), que alimenta
e sacramenta a hipocrisia.
Quando
tratamos da moral da integridade, como o próprio nome diz é comum
acontecerem reclamações e indignações (reais ou fingidas?) contra
a corrupção, a falta de vergonha na cara, e tudo quanto é tipo de patifaria.
Já, na moral do oportunismo, o melhor a fazer é levar vantagem em
tudo, de modo que isso não se torne público, o importante ‘é nos
darmos bem’, e quem não quer fazer parte desse esquema é “babaca”,
“ingênuo”.
Examinando essas duas morais brasileiras,
percebemos que a primeira, a moral da integridade, é um sistema de
normas morais oficiais do imaginário brasileiro, com ações e comportamentos
baseados na virtude e em atos decentes. Ela é compartilhada nas escolas, nas
igrejas, direciona os tribunais e a imprensa consciente. Caminha junto de
valores como a honestidade, a lealdade, a idoneidade, o decoro, a lisura na
administração pública, tem o habito de cumprir com a palavra, de cumprir as
obrigações, de zelar e obedecer aos costumes, de respeitar a verdade e a
legalidade e junto do próximo. Caracteriza a pessoa confiável, aquela que se
pode acreditar. Nesse caso, os interesses privados são subordinados ao bem
comum. A probidade é enaltecida, em detrimento da desonestidade, da enganação,
da fraude, do blefe e da manipulação da “inocência” dos outros.
- A Moral da integridade configura o comportamento considerado decente e virtuoso.
-
Faz apologia da virtude, distingue as que possuem “caráter” daquelas que “não
prestam”.
-
Enaltece as que são sérias e dignas de confiança.
-
Inúmera os valores que moldam “as pessoas de bem”: honestidade, idoneidade,
lealdade, veracidade, confiabilidade, legalidade, respeito ao próximo, lisura
no trato da coisa pública, decoro, etc.
-
A moral da integridade prioriza o bem comum quando ensina a cumprir as
obrigações sociais.
-
Ela não tolera a desonestidade, a fraude,
o blefe, a manipulação da inocência dos outros.
- É uma concepção dogmática:
é preciso cumprir os deveres sociais como se fossem mandamentos (ética da convicção).
- A Moral do oportunismo
- É
eminentemente egoísta. Configura o comportamento dito esperto.
-
Ensina a ser aproveitador, tirar partido de tudo, dar “jeitinho” valer-se da
ingenuidade alheia.
-
Em resumo, aspira a que o indivíduo se saia bem, ainda que em detrimento dos
interesses dos outros, além de nutrir-se de hipocrisia, pois,
em público, todos simulam aderir à moral da integridade.
-
Corresponde ao triunfo da conveniência sobre os
princípios ou sobre a responsabilidade social.
Ela
exalta a malandragem como se fosse uma simples travessura, como se fizesse
parte do cotidiano; ser esperto é um modo de vencer na vida. É o extremo oposto
da moral da integridade. A moral do
oportunismo é assumida por aqueles que valorizam o enriquecimento
fácil e rápido. Ela consagra os lemas do “cada um por si” e “salve-se quem
puder”. Quanto àqueles que “marcam bobeira” reservam
uma sentença fatídica: “Ninguém mandou ser trouxa”.
Práticas
empresariais que caracterizam a moral do oportunismo
Entre tantas possibilidades, vamos indicar algumas
práticas empresariais que caracterizam a moral do oportunismo:
caixa dois, subornos de fiscais, sonegação fiscal, compra ou venda de produtos
sem nota fiscal, fraudes contábeis, formação de cartéis, superfaturamentos,
exploração do trabalho infantil, contratação de funcionários sem carteira
assinada, assédio moral e assédio sexual, danos ao meio ambiente, etc.
Os
efeitos da dupla moral
São
muitos os moldados por uma moral casuística, que vivem
oscilando entre a moral da integridade e do
oportunismo. Ora inescrupulosos, ora idôneos, ficam horrorizados com as
grandes falcatruas dos políticos, mas não perdem a oportunidade de dar um
jeitinho para se ‘dar bem’. Basta que os interesses
próprios sejam ameaçados para que deixem de cumprir com as promessas e acordos,
não se seguem as regras. Só prevalece a integridade quando nada “aperta o calo”
e sobressai o oportunismo quando os acontecimentos “exigem”.
O
senso comum geralmente distingue os oportunistas contumazes dos oportunistas de
ocasião, pessoas que eventualmente se desviam do bom caminho.
-
Tal graduação não apaga, é claro, a adesão ao oportunismo.
Por sua vez, a moral do oportunismo é
o conjunto de normas morais oficioso, do comportamento esperto, egoísta. O
indivíduo tem que se dar bem, mesmo que em cima da desgraça alheia. O crescimento
é na sombra, na malícia, e extremamente hipócrita, pois se diz, em público,
aderir aos ditames da moral da integridade. As promessas são informais e
secretos, com a complacência dos mais íntimos, ou daqueles que levam vantagem
no esquema. Obviamente, muitos desses procedimentos são imorais e ilegais. É
preferível ser conveniente a ter princípios e ter honesto. Para a moral do
oportunismo, o “certinho” é babaca, ou “inocente”, é
alguém que pode ser manipulado ou tirado do caminho conforme se considerar
necessário.
Na moral da integridade, se
procura o jogo limpo na esperança de que todos os participantes cumprirão as
suas regras, daí, há confiança em pessoas de fora do seu grupo. Já na moral do
oportunismo não se tem tanta confiança em pessoas de fora da “panelinha”, pois
não se sabe se elas irão manter em segredo, os “esquemas” 'e/ou' aqueles
“jeitinhos” para a obtenção das vantagens e dos lucros.
Fonte e Sítios Consultados
Conteúdo do Curso de Bacharel em
Administração de Empresas - 8º. Semestre - Disciplina Ética.
http://www.diretodaredacao.com/
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