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Administração no Blog

Conteúdos de Administração e assuntos atuais.

14 de junho de 2020

Administração é para Administradores








No Brasil, o curso com maior procura no ensino superior é de Administração, segundo dados do MEC do ano de 2009, o Brasil possuía mais de 1.800 instituições de Ensino Superior que ofereciam o curso de Administração. E mesmo com esses números expressivos o Brasil é um país que insiste em confiar à gestão profissional de seus negócios, sejam eles do setor privado ou público, a pessoas sem formação acadêmica adequada e habilitação legal.


É necessário que se saiba que a profissão de Administrador, seja em empresas privadas ou do setor público, encontra-se regulamentada desde o ano de 1965 pela Lei 4.769, de nove de setembro daquele ano, e com certeza, deveria ser mais respeitada e valorizada pela sociedade, principalmente em razão da sua importância para a boa saúde das empresas e para que a Administração Pública possa desenvolver suas políticas com maior eficácia e eficiência.  


No Brasil é comum acompanhar o desempenho mais do que pífio dos serviços prestados pelo poder público, tais como serviços de saúde, educação, segurança pública, prisional, de esportes e etc. Mesmo sabendo que o Governo nunca arrecadou tanto nos últimos tempos, aquela contrapartida desejada nunca foi alcançada. Embora tenhamos experimentado alguns avanços ainda continuamos sendo ineficientes no atendimento das populações no que se refere aos serviços essenciais e de responsabilidade do estado, em que pese a enorme massa de recursos arrecadados em face de uma carga tributária considerada como uma das mais altas do mundo. 



O que mais chama a atenção é o descompasso marcante entre a arrecadação excessiva do setor público e a qualidade dos serviços ‘atribuímos’ a uma gestão não profissional - que invariavelmente é destinada e fica sob a responsabilidade de pessoas despreparadas do ponto de vista do conhecimento técnico-científico. Mesmo que as políticas públicas existentes sejam adequadas, o problema sempre caíra sobre a gestão – e a razão disso acontecer é que se tornou um lugar comum o preenchimento dos cargos públicos por pessoas inabilitadas que desconhecem os conceitos básicos da Administração. E a ocupação desses cargos por pessoas de qualquer formação acaba destinando essa gestão a indivíduos leigos e despreparados que não irão alcançar os resultados positivos que tanto esperamos – e no final, acabaremos vendo desperdícios e ineficiências que invariavelmente serão sentidas por todos nós, mas principalmente por aqueles a quem o estado tem a obrigação de não falhar, os desprotegidos socialmente. 



          Estamos falando sobre Administração, mas é óbvio que o mesmo raciocínio serve para todas as outras profissões – mesmo o Brasil tendo adotado o princípio da profissão regulamentada, aquele que garante que os serviços especializados e que impliquem em conhecimentos também especializados sejam prestados por pessoas com a qualificação exigida, como na medicina, contabilidade, economia, engenharia e outros, sabendo que esse número passa de trinta profissões com seus respectivos órgãos de controle e nelas incluídas a Administração. Mas é comum que muitos ocupem a função de Administrador sem ter uma formação adequada.



          Os efeitos do exercício dessas profissões por pessoas não qualificadas podem ser sentidos por diversos modos diferentes - alguns diretamente na saúde das pessoas, outros na saúde econômica e financeira, sendo que nesses últimos os efeitos acabam sendo escamoteados ou maquiados, mas sempre vêm à tona mediante a ineficiência e a má qualidade dos serviços, falências, fechamento de filais ou mesmo de toda a empresa, causando sempre muito sofrimento às populações.



          É verdade que no setor privado também, esse reconhecimento da necessidade de profissionalização da gestão ainda não recebeu a merecida atenção e os reflexos disso sempre acabam sendo desastrosos. Temos os mais altos índices de mortandade de empresas. Segundo dados do SEBRAE, cerca de 60% das empresas abertas no Brasil fecham as portas antes de completarem cinco anos de vida. Segundo os proprietários das empresas extintas, a ausência de gerenciamento profissional é o principal fator para o fechamento prematuro do negócio, superando a falta de capital de giro.



          Embora isso não seja um privilégio só das empresas que são escopo do SEBRAE afinal, as grandes empresas também passam por problemas sérios relacionados à sua gestão, no todo ou de modo departamental. Sempre é possível acompanhar exemplos disso na mídia, vez ou outra é possível acompanhar grandes conglomerados que vêm à bancarrota, entre outros motivos é claro, por uma gestão equivocada provocada pela falta de prestígio aos Administradores profissionais, inclusive levando a sociedade a uma compreensão também equivocada do Administrador ao, inapropriadamente, nomear os integrantes de seus Conselhos Consultivos ou Conselhos de Administração de “Administradores”, quando na verdade os assim denominados não são Administradores propriamente ditos, já que eles deveriam ter uma habilitação legal.





          Esse uso indiscriminado da expressão “Administrador” só causa um imensurável prejuízo à imagem do Administrador profissional em face dessa confusão estabelecida quando se nomeia de “Administrador” aquele que embora não possua a formação e habilitação de alguma forma encontra-se à frente de um processo organizacional. E isso acontece tanto na iniciativa privada como para o setor público, quando na verdade quem deveria exercer o cargo de administrador seria somente aqueles que estivessem legalmente habilitados para exercer a atribuição desse cargo. Mais do que eficiente e capaz, o gestor é um profissional acostumado às mudanças e sabe o que é necessário para adaptar-se a elas devido a sua formação adequada.



Esperamos que em algum momento aconteça esse reconhecimento definitivo de que a Administração é para Administradores e que isso possa fazer com que tanto o setor privado como as políticas públicas realmente se tornem eficientes e eficazes para o nosso povo – contribuindo para que o nosso país consiga alcançar o desenvolvimento que todos nós queremos.















Fonte e Sítios Consultados

http://www2.cfa.org.br 





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