Em
momentos de crise financeira, é natural que os consumidores assumam outras posturas ao efetuarem
suas compras. Basicamente as pessoas tendem a se comportar com mais cautela e a
tratar com mais cuidado o seu dinheiro e a partir disso, o consumidor pesquisa
mais e analisa melhor a marca, consultam mais páginas na Net, o estabelecimento ou os serviços
que oferecem os melhores custos-benefícios – e isso começa pela agilidade do
atendimento, pela facilidade de pagamento e por uma oferta de desconto à vista.
Algumas
pesquisas, como a da Dunnhumby (empresa inglesa líder mundial em ciência do
consumidor) que após analisar dados de mais de 780 milhões de clientes
globais, identificou um novo perfil de consumidor – trata-se daquele consumidor
que não quer abrir mão dos seus ganhos de padrão de vida que foram conquistados
durante essa última década. Para isso, eles economizam em produtos mais básicos
para poder manter os seus pequenos luxos e extravagancias.
Quando o dinheiro se torna escasso, os produtos supérfluos (aqueles que são menos necessários para a sobrevivência) são os primeiros itens a serem
cortados, porém, é possível observar que esse conceito de supérfluo é muito diferente quando falamos de classes distintas.
Por exemplo: a classe A não
considera como supérfluo uma viagem ao exterior, e a classe B não deixa de jantar fora, enquanto que a classe C chega a cortar produtos de
limpeza em momentos de crise.
Em períodos de recessão, é possível dividir o
consumidor por grupos:
- · Grupo pé-no-freio é o mais atingido e corta todo tipo de gasto.
- · Grupo abalado-mas-paciente também economiza em tudo, mas com menos agressividade. O consumidor em situação tranquila mantém o nível de consumo próximo dos níveis pré-recessão, mas fica um pouco mais seletivo com o que compra (e ostenta menos).
- · Grupo que vive-o-presente e continua agindo como sempre; sua reação à crise é, basicamente, adiar compras de grande valor.
É comum que as pessoas mudem de grupo se a sua
situação econômica piorar muito durante o período de crise - independentemente
do grupo ao qual pertençam, os consumidores classificam produtos e serviços em
quatro categorias para priorizar os gastos:
· Artigos
essenciais (são necessários para a
subsistência ou considerados fundamentais para o bem-estar);
· Agrados (fonte de prazer cuja compra imediata é tida
como justificável);
· Artigos
adiáveis (são coisas necessárias ou
desejadas cuja compra pode ser postergada) e;
· Dispensáveis (são
coisas necessárias ou desejadas cuja compra pode ser postergada).
É fácil de
observar que todos os consumidores se esforçam para não abrir mão de certos
caprichos conquistados ao longo dos anos – e isso acontece em qualquer classe
social. O consumidor tende a manter o consumo dos produtos que reforçam o seu
estilo de vida, poupando em outras frentes. Por exemplo: uma pessoa que leva uma vida mais saudável
possivelmente não irá abrir mão de consumir produtos naturais; porém, para balancear
as contas é possível que ele economize na compra de produtos de limpeza ou em outras
compras, como perfumaria e entretenimento.
Chegamos
ao final deste, com o clássico exemplo econômico
da diferença de consumo entre as classes sociais, afinal ele é facilmente percebido
pelos comércios que vendem carnes – isso porque quando o preço da carne bovina
sobe, o consumidor de maior renda tende a trocar parte do seu consumo de carne
bovina por cortes de aves ou peixes, enquanto que o consumidor de renda mais
baixa simplesmente passa para os cortes mais baratos, como carne de porco. Isso
significa dizer que as crises são as maiores responsáveis pela mudança na
maneira de como a população se comporta e como ela irá se dividir em públicos
que consomem de formas diferentes. E isso só acontece devido ao consumidor
estar mais atento afinal, ele dá mais valor ao seu dinheiro e pesquisa mais com
a ajuda da internet.
Esse é o
melhor sinal que as empresas recebem de como devem agir, ofertando melhores
preços, melhores formas de pagamento, atendendo com agilidade e qualidade, e prestando
um bom pós-venda - tudo isso para
conseguir efetivar suas vendas e criar um vinculo com os clientes nessa época
de crise.
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