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21 de outubro de 2016

Imagens da Organização - Influências das Culturas nas Organizações





Neste ponto do capítulo cinco (Criação da Realidade Social) - as Organizações vistas como culturas no Livro Imagens da organização, é possível verificar que o autor inicia fazendo um paradoxo entre a cultura organizacional americana que detinha a liderança nos anos 60 e se vê, a partir dos anos 70, ameaçada com a hegemonia do Japão (que ressurge das cinzas após a 2ª Guerra Mundial). O estilo de transformar o difícil no possível fez com que os japoneses pudessem dar um passo gigantesco na qualidade e confiabilidade dos seus produtos. A cultura e a forma de vida japonesa foram fatores preponderantes para essa ressurreição, tornando-se uma potência mundial, não inferior a qualquer outra.

E foi a partir desse período que muitos ‘teóricos e administradores’ passaram a dar mais ênfase a diversos estudos sobre cultura e organizações, cremos que para entender esse fenômeno chamado Japão. Metaforicamente a palavra cultura vem de cultivo, de plantar, no entanto refere-se ao padrão de ideologias, crenças, leis e ritos quotidianos, hoje em dia, cultura nos faz ver que diferentes grupos de pessoas têm diferentes estilos de vida.

Foi aí então, que Morgan citou o cientista político Robert Presthus - que nos fala da “Sociedade Organizacional”, onde grandes organizações podem interferir no dia-a-dia das pessoas de forma peculiar e bem diferentes, levando-se em conta o meio onde estão inseridas. Essas organizações têm rotinas e rituais que as identificam como uma vida cultural distinta quando comparada com aquela em sociedades mais tradicionais. Trabalhadores do Século XVIII têm culturas e rotinas diferentes dos trabalhadores do Século XIX, e assim por diante. Mudam-se os contextos, mudam-se as culturas.

                                                                          Professor e Autor Gareth Morgan

Não podemos esquecer que o sociólogo francês Emile Durkheim afirmou que o desenvolvimento das sociedades organizacionais era acompanhado por uma desintegração dos padrões tradicionais de ordem social, em termos de ideais comuns, crenças e valores, dando lugar a padrões fragmentados e diferenciados de crença e prática baseada na estrutura ocupacional da nossa sociedade. O sistema paternalista está enraizado nas organizações japonesas cujo conceito é de coletividade, ou seja, seus membros atuam como colaboradores do processo e desempenham suas funções com essa visão. Existe um total comprometimento entre as organizações e seus trabalhadores. 

Então, Morgan cita alguns teóricos, como:

Murray Soyle - um especialista australiano em Japão que acredita haver uma ligação entre os valores culturais dos campos de arroz com o espírito servil dos samurais;

Charles Hondy - um escritor que fala do antagonismo que ocorre frequentemente nas situações de trabalhadores britânicos onde predomina a ética protestante do trabalho (paternalista e condescendente), e dos americanos cuja ética é a do individualismo competitivo. 

Ezra Vogel - um especialista americano a respeito do Japão demonstra que as orientações são para jogar o jogo pra valer: com objetivos, responsabilidade, punindo ou premiando aqueles que o fizerem por merecer.

Gregory Bateson - um antropologista, fala sobre as diferenças nas relações entre pais e filhos. Para os americanos as crianças são incentivadas a “ser o número 1” já os ingleses orientam para que sejam “vistos, mas não ouvidos”. No primeiro caso estimula-se a independência e a força, no segundo, a serem expectadores e submissos.

Thomas Peterns e Robert Waterman defendiam o uso do reforço positivo (Skinner) nas organizações como forma de moldar o comportamento dos seus empregados, tal teoria que por nós já foi estuda é válida em momentos que requerem resultados rápidos, porém existem críticas a respeito dessa técnica uma vez que trabalha o empregado como se estivesse adestrando, o que levou a ser mais utilizado em animais.

A verdade é que a Cultura Organizacional é, segundo Gareth, um conjunto de indivíduos com diferenças de personalidades compartilhando de muitas causas comuns. Tais padrões de crenças ou significados compartilhados, fragmentados ou integrados, apoiados em várias normas operacionais e rituais, podem exercer influência decisiva na habilidade total da organização em lidar com os desafios que enfrenta.

Linda Smircich, essa professora disse em seu estudo que a cultura organizacional nem sempre é igual nos ambientes externos e internos, onde a organização publicamente tem uma cultura de total cooperação e no seu interior de total rivalidade entre seus membros e a organização. Várias abordagens foram explicitadas nesse capítulo, umas um tanto agressivas como a de Geneen que motiva as pessoas pelo terror, outras pelo exemplo como o caso da HP.

W. F. Whyte, esse sociólogo fala sobre os status que as funções têm dentro das organizações, muitas vezes fonte de conflitos. Harold Garfinkel demonstrou que as nossas habilidades são automáticas e que o caos se apresenta quando tentamos mudar o padrão. Percebesse que as diferenças são muito repudiadas nas sociedades e muitas vezes incompreendidas. O psicólogo organizacional Karl Weich reforçou que configuramos e estruturamos a nossa realidade como um processo de representação, e tantos outros...




Precisamos compreender que as organizações sofrem influência das culturas e subculturas que interagem com elas, de forma isolada e em conjunto. São influenciadas pelos contextos e pelas mudanças que sofrem as populações. Percebe-se que cada indivíduo tem suas próprias crenças e valores e isso interage com o meio onde vive, fazendo uso de seus raciocínios limitados atentos aquilo que assimilou durante sua vida, o que torna as culturas organizacionais ímpares, visto que são formadas pelos seus membros e suas peculiaridades.

Encerramos este reforçando a utilidade deste para todos os estudantes e administradores – sabendo que Gareth Morgan é reconhecido pela sua contribuição ao desenvolvimento das ciências sociais e também pelo fato deste ser um autor com numerosos artigos e obras, além de ser membro do conselho editorial de vários periódicos, conferencista e professor de Ciências da Administração na Universidade de York, em Toronto, Canadá. 












Fonte e Sítios Consultados

Morgan Gareth, Imagens da Organização, Editora Atlas S. A. São Paulo, 1996

http://celiabuarque.blogspot.com.br


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