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24 de outubro de 2015

Modelos de Gestão Empresarial




        É fato que desde o final dos anos 60 as empresas são gerenciadas nos padrões e nas práticas tradicionais da administração, que seguem os conceitos de Taylor e Fayol – época esta da produção em Massa e da Eficiência. No entanto, a partir da Era da Qualidade, tais práticas de gestão começaram a se tornar obsoletas diante das rápidas mudanças no ambiente dos negócios. Assim, novas filosofias e práticas de gestão começaram a ser desenvolvidas, a tal ponto que agora é possível fazer uma retrospectiva histórica e classificar o conjunto destas novas práticas em cinco linhas diferentes de modelo de gestão, as quais ‘iremos analisar individualmente a seguir:


GESTÃO JAPONESA

Em paralelo à recuperação da economia japonesa após a II Guerra Mundial, as empresas daquele país passam a aplicar novas práticas de gestão, cuja filosofia, conjunto de técnicas e práticas diferentes de gestão passam a ser desenvolvidas naquelas empresas, também facilitadas pela cultura milenar japonesa, baseada em valores tradicionais de “pátria – família – empresa”, ou seja, uma interdependência entre estes três valores criou as bases do que pode ser chamado de “gestão japonesa”.


As principais práticas gerenciais deste modelo são:

·Qualidade Total” passa a ser uma filosofia de gestão, ou seja, a empresa orientada para satisfação do cliente, focando a qualidade no processo e não apenas no produto;

· Trabalho em equipe e busca do consenso (método “Rengi” de decisão) como forma de comprometer individualmente as empresas com os resultados: isto levou à criação de Círculos de Controle de Qualidade CCQs (equipes de pessoas que buscavam espontaneamente soluções para problemas da área);

· As Técnicas de gestão industrial, como o “Just-in-Time” e o “Kanban”, sendo o primeiro um sistema de suprimentos baseado numa relação de parceria com os fornecedores, cuja entrega é efetuada no momento em que os insumos e materiais são requeridos no processo produtivo; por sua vez, “Kanban” é o sistema de programação e controle de produção através de painéis ou cartões coloridos, visando “puxar” a produção (de acordo com a demanda) e não empurrar a produção, gerando estoques excedentes. Ambos os sistemas, aliados à tecnologia de automação, possibilitarão a manufatura flexível (comentaremos a seguir), resultando na produção “enxuta” e custo competitivo no mercado;

· Manufatura flexível: trata-se de produzir para atender as necessidades cada vez mais diversificadas do mercado (“customizations”), personalizando as linhas de produtos de acordo com os desejos dos clientes, sem implicar em aumentos de custos:

· Filosofia “Kaizen”: trata-se da busca permanente pelo estado da perfeição (filosofia do “zen-budismo”), que foi transferida da religião para dentro das fábricas. Assim, a prática da “melhoria contínua” passa a ser um dos sustentáculos da prática da Qualidade Total na empresa;

· Keiretzu: é a forma como as empresas japonesas se inter-relacionam, formando conglomerados de organizações que se ‘inter complementam’ na mesma cadeia produtiva, através de redes de suprimento (“just-in-Time”) ou de parceira;

· Redução ao mínimo dos custos fixos operando mais com custos variáveis; a empresa se torna mais competitiva face às flutuações do mercado.


GESTÃO PARTICIPATIVA

Devido ao sucesso alcançado pelas empresas japonesas a partir dos anos 70, diversas empresas ocidentais passaram a tentar repetir as práticas japonesas de gestão, sobretudo com a implantação de programas de Qualidade Total e de Círculos de Controle de Qualidade – CCQs. Assim, estimulou-se a gestão de estilo participativo nestas organizações, as quais se viram obrigadas a adaptar as práticas de gestão japonesa à realidade cultural própria. Em decorrência disto, várias empresas passam a desenvolver e estimular a participação dos empregados, através de Comissões de Fábrica, Células de Produção, Times de Qualidade, Grupos de Melhoria Contínua e outras formas mais recentes de participação em busca de equipes auto motivadas e auto gerenciadas, como o “Empowerment”, por exemplo. A filosofia básica do modelo de gestão participativa é a busca do comprometimento individual com os resultados ou com a missão da empresa, através de processos decisórios consensuais e de trabalho em equipes.


 GESTÃO EMPREENDEDORA

Este modelo de gestão surgiu a princípio nos Estados Unidos, no início dos anos 80, quando grandes empresas americanas começaram a perceber a perda de mercado e de competitividade frente às empresas japonesas. Tais empresas acreditavam que, para recuperarem suas posições no mercado, deveriam se voltar mais para o mercado e incentivar as inovações em sua linha de produtos e serviços, inclusive nas tecnologias utilizadas e até nas suas relações internas (com os empregados) e externas (clientes, fornecedores e outras instituições). Assim, a filosofia básica de gestão empreendedora é a inovação orientada para o cliente: esta postura obrigou a uma “reinvenção da empresa”, revolucionando suas práticas gerenciais tradicionais. As principais características dos modelos são:

· Estrutura da empresa baseada em Unidades de Negócios (UEN): cada Unidade visa atender um mercado específico, buscando resultados para a empresa, que se torna assim uma “Federação” de pequenas empresas autônomas, cada qual com um Gerente (de estilo empreendedor) que passa a ser líder (e não mais chefe) de uma equipe de pessoas, estas igualmente motivadas para a busca de resultados. Uma vez estes atingidos, o Gerente e equipes passam a ter participação nos resultados, de acordo com critérios previamente estabelecidos.

· Parcerias com outras empresas: tais parcerias visam complementar a ação das empresas no mercado, seja cumprindo atividades anteriormente executadas diretamente pela empresa ou através de suprimento de materiais. As formas de parcerias mais comuns são: aliança estratégica (duas ou mais empresas juntam esforços para competir no mesmo mercado); terceirização (transferência de atividades não essenciais ao negócio de uma empresa para outra, através de atividades não essenciais ao negócio de uma empresa para outra, através de contrato); “joint-venture” (investimento de risco compartilhado entre) duas ou mais empresas; rede horizontal de empresas do mesmo setor, concorrentes entre si, compartilhando compras conjuntas de matérias-primas ou formando consórcios de exportação, por exemplo: rede vertical de empresas, formada por empresas que Inter complementam suas atividades na mesma cadeia produtiva;

· Desenvolvimento de estilo empreendedor junto aos empregados, identificando o potencial dos mesmos, tanto para os níveis gerenciais como executivos: isto implicará em rever as políticas de remuneração e de compensação, incluindo a avaliação do desempenho e o desenvolvimento de carreira. Assim, as empresas que adotam este modelo estão desenvolvendo programas de participação em resultados ou nos lucros e buscando alternativas de carreira, como a “carreira em Y” ou “carreira técnica” ou até a transformação de empregados em parceiros.


GESTÃO HOLÍSTICA
Trata-se de um modelo emergente de administração, ainda pouco aplicado pelas empresas e que está ainda em fase embrionária; portanto, é um modelo para o futuro. A filosofia básica é a visão da empresa como um todo (“holos”), ou seja, as pessoas que trabalham na empresa, independente da sua tarefa ou unidade de trabalho, passam a ver a empresa como um todo, no seu contexto interno e externo. Assim, as principais práticas estarão centralizadas em equipes autônomas de produção, eliminando-se o gerente tradicional; as carreiras não serão mais baseadas em cargos formais e sim em busca de resultados vinculados à missão da organização; portanto será possível desenvolver o rodízio de funções entre as pessoas da equipe, o que exigirá destas competências multifuncionais ou polivalentes. Enfim, será o modelo que buscará a compatibilização entre os interesses pessoais e corporativos, integrados à comunidade em que a empresa está inserida.


CORPORAÇÃO VIRTUAL
Em consequência da evolução dos novos modelos de gestão anteriores que foram citados as organizações atuais e as que virão no futuro estão compondo formatos totalmente diferentes dos atuais: o resultado desta evolução gerencial já é a “corporação virtual”. Suas características principais foram baseadas na filosofia da “empresa rede”, ou seja, nenhuma empresa conseguirá sobreviver num mercado altamente competitivo se a mesma permanecer isolada (o que está acabando, mas ainda é possível encontrar). As empresas estão descobrindo como sobreviver através das relações de parcerias, pertencendo a redes empresariais que atuarão interconectadas através de tecnologias de informação (“networks”). Assim, grande parte das práticas gerenciais atuais deverão ser revistas, já que elas eram baseadas numa atuação isolada da empresa no mercado. E neste inicio do século 21, por ser um modelo novo, ainda existe uma adaptação que precisa ser desenvolvida e em virtude disso é possível verificar que existem poucas empresas preparadas para adotar tal modelo - e devido a este fato, ainda não é possível elencar com precisão quais sãos as características gerenciais deste modelo.

Fonte e Sítios Consultados

http://www.convibra.com.br

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