É fato que desde o final dos anos 60 as empresas são gerenciadas nos padrões e nas práticas tradicionais da administração, que seguem os conceitos de Taylor e Fayol – época esta da produção em Massa e da Eficiência. No entanto, a partir da Era da Qualidade, tais práticas de gestão começaram a se tornar obsoletas diante das rápidas mudanças no ambiente dos negócios. Assim, novas filosofias e práticas de gestão começaram a ser desenvolvidas, a tal ponto que agora é possível fazer uma retrospectiva histórica e classificar o conjunto destas novas práticas em cinco linhas diferentes de modelo de gestão, as quais ‘iremos’ analisar individualmente a seguir:
GESTÃO JAPONESA
Em
paralelo à recuperação da economia japonesa após a II Guerra Mundial, as
empresas daquele país passam a aplicar novas práticas de gestão, cuja
filosofia, conjunto de técnicas e práticas diferentes de gestão passam a ser desenvolvidas
naquelas empresas, também facilitadas pela cultura milenar japonesa, baseada em
valores tradicionais de “pátria – família – empresa”, ou seja, uma
interdependência entre estes três valores criou as bases do que pode ser
chamado de “gestão japonesa”.
As principais práticas gerenciais deste
modelo são:
· “Qualidade Total” passa a ser uma filosofia de gestão, ou seja, a
empresa orientada para satisfação do cliente, focando a qualidade no processo e
não apenas no produto;
· Trabalho em equipe e busca
do consenso (método “Rengi” de
decisão) como forma de comprometer individualmente as empresas com os
resultados: isto levou à criação de Círculos de Controle de Qualidade CCQs (equipes de pessoas que buscavam
espontaneamente soluções para problemas da área);
· As Técnicas de gestão
industrial, como o “Just-in-Time” e
o “Kanban”, sendo o primeiro um
sistema de suprimentos baseado numa relação de parceria com os fornecedores,
cuja entrega é efetuada no momento em que os insumos e materiais são requeridos
no processo produtivo; por sua vez, “Kanban”
é o sistema de programação e controle de produção através de painéis ou cartões
coloridos, visando “puxar” a produção (de acordo com a demanda) e não empurrar
a produção, gerando estoques excedentes. Ambos os sistemas, aliados à
tecnologia de automação, possibilitarão a manufatura flexível (comentaremos a seguir), resultando na
produção “enxuta” e custo competitivo no mercado;
· Manufatura flexível: trata-se de produzir para atender as necessidades
cada vez mais diversificadas do mercado (“customizations”),
personalizando as linhas de produtos de acordo com os desejos dos clientes, sem
implicar em aumentos de custos:
· Filosofia “Kaizen”: trata-se da busca permanente
pelo estado da perfeição (filosofia do “zen-budismo”), que foi transferida da
religião para dentro das fábricas. Assim, a prática da “melhoria contínua”
passa a ser um dos sustentáculos da prática da Qualidade Total na empresa;
· Keiretzu: é a forma como as empresas japonesas se inter-relacionam,
formando conglomerados de organizações que se ‘inter complementam’ na mesma cadeia produtiva,
através de redes de suprimento (“just-in-Time”)
ou de parceira;
· Redução ao mínimo dos
custos fixos operando mais com custos variáveis; a empresa se torna mais
competitiva face às flutuações do mercado.
GESTÃO PARTICIPATIVA
Devido
ao sucesso alcançado pelas empresas japonesas a partir dos anos 70, diversas
empresas ocidentais passaram a tentar repetir as práticas japonesas de gestão,
sobretudo com a implantação de programas de Qualidade Total e de Círculos de
Controle de Qualidade – CCQs. Assim,
estimulou-se a gestão de estilo participativo nestas organizações, as quais se
viram obrigadas a adaptar as práticas de gestão japonesa à realidade cultural
própria. Em decorrência disto, várias empresas passam a desenvolver e estimular
a participação dos empregados, através de Comissões de Fábrica, Células de
Produção, Times de Qualidade, Grupos de Melhoria Contínua e outras formas mais
recentes de participação em busca de equipes auto motivadas e auto
gerenciadas, como o “Empowerment”, por exemplo. A
filosofia básica do modelo de gestão participativa é a busca do comprometimento
individual com os resultados ou com a missão da empresa, através de processos
decisórios consensuais e de trabalho em equipes.
GESTÃO
EMPREENDEDORA
Este
modelo de gestão surgiu a princípio nos Estados Unidos, no início dos anos 80,
quando grandes empresas americanas começaram a perceber a perda de mercado e de
competitividade frente às empresas japonesas. Tais empresas acreditavam que,
para recuperarem suas posições no mercado, deveriam se voltar mais para o
mercado e incentivar as inovações em sua linha de produtos e serviços,
inclusive nas tecnologias utilizadas e até nas suas relações internas (com os
empregados) e externas (clientes, fornecedores e outras instituições). Assim, a
filosofia básica de gestão empreendedora é a inovação orientada para o cliente:
esta postura obrigou a uma “reinvenção da empresa”, revolucionando suas
práticas gerenciais tradicionais. As principais características dos modelos
são:
· Estrutura da empresa baseada em Unidades de Negócios (UEN):
cada Unidade visa atender um mercado específico, buscando resultados para a
empresa, que se torna assim uma “Federação” de pequenas empresas autônomas,
cada qual com um Gerente (de estilo empreendedor) que passa a ser líder (e não
mais chefe) de uma equipe de pessoas, estas igualmente motivadas para a busca
de resultados. Uma vez estes atingidos, o Gerente e equipes passam a ter
participação nos resultados, de acordo com critérios previamente estabelecidos.
· Parcerias com outras empresas: tais parcerias visam complementar a
ação das empresas no mercado, seja cumprindo atividades anteriormente
executadas diretamente pela empresa ou através de suprimento de materiais. As
formas de parcerias mais comuns são: aliança estratégica (duas ou mais empresas
juntam esforços para competir no mesmo mercado); terceirização (transferência
de atividades não essenciais ao negócio de uma empresa para outra, através de
atividades não essenciais ao negócio de uma empresa para outra, através de
contrato); “joint-venture” (investimento
de risco compartilhado entre) duas ou mais empresas; rede horizontal de
empresas do mesmo setor, concorrentes entre si, compartilhando compras
conjuntas de matérias-primas ou formando consórcios de exportação, por exemplo:
rede vertical de empresas, formada por empresas que Inter complementam suas
atividades na mesma cadeia produtiva;
· Desenvolvimento de estilo empreendedor junto aos empregados,
identificando o potencial dos mesmos, tanto para os níveis gerenciais como
executivos: isto implicará em rever as políticas de remuneração e de
compensação, incluindo a avaliação do desempenho e o desenvolvimento de
carreira. Assim, as empresas que adotam este modelo estão desenvolvendo
programas de participação em resultados ou nos lucros e buscando alternativas
de carreira, como a “carreira em Y” ou “carreira técnica” ou até a
transformação de empregados em parceiros.
GESTÃO HOLÍSTICA
Trata-se
de um modelo emergente de administração, ainda pouco aplicado pelas empresas e
que está ainda em fase embrionária; portanto, é um modelo para o futuro. A
filosofia básica é a visão da empresa como um todo (“holos”), ou seja, as pessoas que trabalham na empresa, independente
da sua tarefa ou unidade de trabalho, passam a ver a empresa como um todo, no
seu contexto interno e externo. Assim, as principais práticas estarão
centralizadas em equipes autônomas de produção, eliminando-se o gerente
tradicional; as carreiras não serão mais baseadas em cargos formais e sim em
busca de resultados vinculados à missão da organização; portanto será possível
desenvolver o rodízio de funções entre as pessoas da equipe, o que exigirá
destas competências multifuncionais ou polivalentes. Enfim, será o modelo que
buscará a compatibilização entre os interesses pessoais e corporativos,
integrados à comunidade em que a empresa está inserida.
CORPORAÇÃO VIRTUAL
Em
consequência da evolução dos novos modelos de gestão anteriores que foram
citados as organizações atuais e as que virão no futuro estão compondo formatos
totalmente diferentes dos atuais: o resultado desta evolução gerencial já é a “corporação virtual”. Suas
características principais foram baseadas na filosofia da “empresa rede”, ou seja,
nenhuma empresa conseguirá sobreviver num mercado altamente competitivo se a
mesma permanecer isolada (o que está acabando, mas ainda é possível encontrar).
As empresas estão descobrindo como sobreviver através das relações de
parcerias, pertencendo a redes empresariais que atuarão interconectadas através
de tecnologias de informação (“networks”).
Assim, grande parte das práticas gerenciais atuais deverão ser revistas, já que
elas eram baseadas numa atuação isolada da empresa no mercado. E neste inicio
do século
21, por ser um modelo novo, ainda existe uma adaptação que precisa ser desenvolvida
e em virtude disso é possível verificar que existem poucas empresas preparadas
para adotar tal modelo - e devido a este fato, ainda não é possível elencar com
precisão quais sãos as características gerenciais deste modelo.
Fonte e Sítios Consultados
http://www.convibra.com.br
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