Algoritmos da Discórdia

        O século 21 chegou reforçando o estilo de vida dos humanos conectados, afinal, a todo instante ganha cada vez mais força a ideia de que o desenvolvimento da raça humana caminha junto da funcionalidade dos computadores - o engraçado é perceber que muitas pessoas ainda não se deram conta de como certas ferramentas de programação funcionam e são capazes de interferir nas nossas relações, por exemplo: a estrela do momento são os algoritmos, e para quem ainda não conhece, pode-se dizer que eles são linguagens de programação utilizadas para possibilitar a interpretação/interação entre a máquina e o homem.

Pensando nisso, é importante saber que os algoritmos do Facebook ‘procuram entender’ sobre o que você gosta de ver, eles fazem isso através dos seus likes e comentários, das olhadas que fazemos em perfis alheios, no grau de amizade que mantemos com os nossos amigos, conhecidos, melhores amigos e familiares. Uma coisa é verdade, desde os tempos escolares aprendemos que os algoritmos são uma sequência lógica, finita e definida de instruções que devem ser seguidas para executar uma tarefa ou resolver um problema.

Isso significa dizer que quando estamos nas redes sociais, por exemplo, e curtimos algumas postagens contra alguma coisa, é sinal que passaremos a ver mais conteúdos com este mesmo posicionamento. E assim seguirá sempre essa rotina, iremos cada vez mais ver coisas desse tipo, então, acabaremos curtindo mais e mais e isso irá nos convencer ainda mais sobre as nossas ideias e automaticamente seremos afastados das opiniões divergentes nesta rede social. E aí então, EUREKA!  Então essa é a explicação para o fato de quem nunca curtiu um post de um amigo sobre um político A ou B não encontrar mais posts deste tipo, afinal isso irá fazer com que textos semelhantes a estes desapareçam da sua timeline.

         O grande problema dos algoritmos, talvez esteja no fato de que com a sua utilização os sites estão cada vez mais só mostrando notícias que refletem aquilo que pensamos e isso só reduz a nossa exposição ao que discordamos. Quer dizer então que as pessoas acabam sendo expostas apenas ao que pensam e assim elas são influenciadas a ficarem cada vez mais convencidos das próprias ideias, e a tendencia  é cada vez mais crescer o número de pessoas avessas a qualquer posição contrária a sua. Outro exemplo claro disso é o fato das pessoas que são a favor da redução da maioridade penal aqui no Brasil serem expostas a mais opiniões similares à sua do que contrárias – e isso acaba levando-as a cometer um tremendo engano, já que elas podem achar que aquilo tudo que viram na “timeline” do Facebook, por exemplo, representa a maioria da opinião pública.

Para os seres humanos que ainda se dedicam a leitura de um jornal de papel, por muitas vezes é comum discordar da linha editorial, mas ao menos, ela é objetiva e quase sempre visível. Agora quando o assunto são os algoritmos, percebe-se que eles têm uma linha editorial invisível, mas com certeza ela existe. Segundo a opinião dos engenheiros de dados do Facebook - o pouco acesso se deve única e exclusivamente ao usuário, o algoritmo faz apenas o que é mais interessante para o internauta – conecta-lo com o que ele gosta.

E para finalizar este, é claro que iremos comentar sobre essa imensa onda de ódio que a todo instante ganha mais adeptos e força nas redes sociais – é triste verificar que independente do assunto sempre aparecem discursos raivosos - contra ou a favor sobre qualquer assunto, como: ciclovias, políticos, religiosos, time de futebol, sexo ou qualquer outro. E como os engenheiros não irão alterar os algoritmos e como as pessoas também não vão parar de acessar as redes sociais, talvez seja mais interessante começarmos por uma mudança em nós mesmos.

         Então, a ideia que fica é a seguinte: quando não gostarmos de um post ou noticiário, isso só estará fazendo bem a nós mesmos – afinal, é preciso avaliar outras possibilidades e outras opiniões contrárias a nossa , além é claro, isso só ajuda no processo de desenvolvimento do ser humano.

Fonte e Sítios Consultados

http://ideas.scup.com/pt/o-monitor/a-culpa-e-dos-algoritmos-ou-porque-estamos-nos-odiando-tanto/

http://observatoriodaimprensa.com.br/e-noticias/precisamos-falar-dos-algoritmos/