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11 de julho de 2015

Nem sempre a escolha Consciente é a Melhor - Será?

Em todos os momentos que precisamos tomar decisões sempre ouvirmos que a melhor decisão é aquela tomada de forma consciente. Será que essa é realmente a melhor forma de analisar com precisão uma questão, de tomar a decisão mais correta na espera de uma uma consequência positiva? Diria o senso comum que sim, sempre devemos pensar racionalmente para nos posicionarmos frente aos temas difíceis. Será?

Também é comum conversarmos com amigos sensatos que sempre estão expondo a sua opinião, nos orientando ou dividindo as suas experiências vividas sobre o assunto em questão. Porém, uma série de estudos recentes mostrou que há em nosso cérebro uma inteligência que nem sempre é possível ser acessada e, em várias situações, isso pode fazer muita diferença entre uma decisão que pode nos levar até o sucesso ou nos que conduzirá ao fracasso, e essa inteligência oculta chama-se inconsciente.



Segundo um estudo dos anos 90, que acompanhou uma comunidade de religiosos que pregava o fim do mundo em uma localidade no interior dos Estados Unidos - quando chegou o horário marcado para o mundo acabar e nada aconteceu, percebeu-se um fato curioso: muitos dos religiosos ali presentes atribuíram a salvação do mundo às orações que fizeram com seu mestre. Ou seja, ao invés de admitir o fracasso da previsão catastrófica, distorceram a realidade e reforçaram a importância de suas orações para, supostamente, salvar o planeta. Segundo os pesquisadores, seria muito doloroso para aqueles religiosos que abandonaram suas famílias e os empregos para viver aquela experiência - admitir que tudo aquilo foi em vão. Por isso, a sua consciência os enganou. O médico psiquiatra Frederico Porto diz “a consciência muitas vezes distorce a realidade para evitar que encaremos situações de sofrimento ou, ainda, para adequar alguns fatos desagradáveis às nossas convicções mais íntimas”.

Também é verdade que existem situações em que a consciência humana, ‘que opera com racionalidade, é incapaz de relacionar informações que permitam uma pessoa chegar à melhor decisão para um problema. Podemos verificar isso no estudo feito pela Universidade de Carnegie Melon, nos Estados Unidos, esse estudo contou com 27 adultos saudáveis para uma apresentação sobre carros usados. Todos os voluntários foram convidados a observar as características de cada automóvel e escolher aquele que, na sua análise individual, apresentasse a melhor oportunidade de negócio. Enquanto assistiam à apresentação feita por vendedores de carros, todos os voluntários tinham suas atividades cerebrais monitoradas por exames de imagem. Porém, uma parte deles foi separada do grupo e convidada a fazer cálculos matemáticos propositalmente complexos. O objetivo era "ocupar" a parte racional de seu cérebro, deixando que as áreas ‘menos’ bem conhecidas pelos cientistas ficassem mais livres para atuar. O resultado apresentado desse estudo  indicou que as pessoas que não estavam usando a área racional na escolha preferiram carros melhores por preços mais baixos.

Já o escritor americano David McRaney, no livro "Você não é tão esperto quanto pensa", defende a ideia de que existe um repositório de inteligências que nós ainda não acessamos e, em tese, isso poderia nos tornar muito mais inteligentes e capazes. Neste livro existe o seguinte exemplo: um grupo de jogadores de pôquer recebe, sem saber, cartas vermelhas sempre ruins e cartas boas sempre pretas. Embora, racionalmente, os jogadores saibam que as chances de uma carta ser boa ou ruim independem de sua cor, eles passam a, de modo não consciente, preferir as cartas pretas.

Isso significa dizer que: acessar o subconsciente não quer dizer, necessariamente, que chegaremos a decisões melhores, pois muitas vezes ele nos trai. Isso nos leva a pensar em algumas hipóteses, do mesmo modo que um indivíduo pode ficar mais inteligente ao dominar sua mente, políticos e marqueteiros também podem de posse desse conhecimento, induzir as pessoas a preferir um determinado produto ou candidato.
É possível verificar que historicamente a indústria da propaganda está sempre tentando sofisticar métodos subliminares para convencer as pessoas de suas ideias. Uma dessas armadilhas clássicas é o neuromarketing - que consegue explorar o medo de perda nas pessoas. Por exemplo: os vendedores de serviços como assinatura de revista ou TV paga sempre deixam os contratos dos seus clientes em renovação automática. Se o cliente quiser cancelar o serviço, ele terá que ligar para uma central e solicitar esse cancelamento, e neste momento, o cliente será lembrado de que perderá infinitos benefícios, conteúdos e serviços. Como o sentimento de perda tem um apelo negativo no subconsciente humano, boa parte dos consumidores desiste do cancelamento neste momento.
Encerramos esse post com o estudo visto acima, da Universidade de Carnegie Melon, onde este estudo com os carros demostrou que em momentos de distração da parte mais racional do cérebro, o subconsciente foi capaz de ajudar as pessoas a tomar uma decisão mais sábia. Isso significa dizer que aquela tese popular ganhou força: frente a uma questão difícil de resolver, vale a pena dar um tempo e relaxar, que a escolha correta "surgirá naturalmente".

Fonte e Sítios Consultados

http://noticias.uol.com.br

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