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17 de abril de 2015

Alguns Passos que ajudam os Empresário a Superar Tempos Difíceis


Vamos acompanhar uma situação que muitos empresários, quando em começo de carreira já vivenciaram: a empresa começa a crescer, é preciso contratar cada vez mais funcionários, não param de chegar pedidos no site, os novos clientes estão descobrindo a sua empresa, enfim, todos os sinais que sua empresa está em desenvolvimento. É, tudo isso deveria ser perfeito, exceto por um detalhe: a conta corrente da empresa (a sua) só vive no vermelho. Ou seja, a impressão é que quanto mais se vende, a dívida só aumenta.




- Será que existe uma saída, uma salvação para isso?

Vamos entender a Situação

No primeiro momento é essencial entender o que está acontecendo para ser possível analisar esta situação, mas uma coisa é certa, no mundo dos negócios nada é de graça, portanto quanto mais você vende, mais você gasta. É fato que toda empresa desenvolve seus negócios com diferentes estruturas fixas: um consultor, por exemplo, pode ter apenas um laptop com internet, um celular e trabalhar da sua residência, portanto o seu custo estrutural será baixo; já uma copiadora precisará de máquinas, espaço para essas máquinas, estoque de papel, tintas e funcionários para tocar o negócio, portanto o custo estrutural será maior. Com o crescimento da empresa, o custo estrutural também será crescente, mas nem sempre ele será proporcional, ou seja, ele pode ser maior ou menor em termos percentuais.

As empresas precisam controlar os custos fixos necessários para sua operação

Vamos a um exemplo: um restaurante a quilo tradicional tem espaço para atender 200 refeições por dia – com espaço para mesas e cadeiras, o buffet e espaço na cozinha para produzir alimentação suficiente para 200 refeições -, mas em média atende apenas 150, é claro que ainda existe espaço para aumentar mais 30% no seu faturamento sem aumentar de forma impactante o seu custo fixo (o aluguel do restaurante será o mesmo com 150 ou com 200 refeições servidas).

Continuando, se este mesmo restaurante for beneficiado com a instalação de um cliente em potencial bem a sua frente (um escritório de contabilidade, por exemplo) e com isso ele passe a atender mais 50 a 80 refeições por dia. É claro que empresa cresceu, porém os problemas começaram a aparecer junto com esse crescimento: a falta de mesas e cadeiras, as filas para servir, talvez alguns problemas de qualidade na cozinha e até de funcionários estressados. Resultado: os clientes ficaram insatisfeitos, surgirão problemas com a sua imagem, fatalmente haverá perda de clientes que já eram clientes antigos da empresa, também existira alta rotatividade de funcionários e mais uma infinidade de outras questões operacionais que surgirão cada vez mais. Parando para pensar um pouco, até que a situação financeira neste momento é bem favorável, pois os custos estão menores do que as entradas, mas o bom atendimento aos clientes tornou-se um problema desgastante, ou seja, algo precisa ser feito.

Pensando em solucionar essa situação, uma das primeiras ações deste empresário é aumentar sua estrutura, ou seja, neste exemplo ele alugará um salão vizinho e com isso ele dobrará os custos da empresa com aluguel. Será preciso reformar e instalar um novo mobiliário e os equipamentos, com isso ele estará desembolsando ativos e contratando novos funcionários. A boa notícia é que a sua capacidade de atendimento aumentará para 500 refeições dia. Todos os clientes e funcionários irão gostar – serão só elogios por essa iniciativa. Deste ponto em diante a vida financeira irá se tornar um desastre, isso porque todas as reservas foram esgotadas até o ponto de ser necessário iniciar uma dívida no capital de giro.



Trabalhar acima da capacidade pode provocar perda de qualidade

Mas, como pode? As vendas aumentaram, a empresa aumentou, todos os clientes estavam gostando, por que mesmo assim a empresa apresentou resultados negativos no financeiro? Essa resposta é simples: o empresário efetuou investimentos imobilizados e ampliou a sua capacidade de atendimento para níveis superiores ao que poderia suportar. E junto com isso, os custos fixos também subiram, fazendo com que fosse muito difícil, em médio prazo, equalizar as contas.

E qual as razões que levaram até essa situação?

Possivelmente, o motivo que levou até essa situação financeira desfavorável com o crescimento dos negócios foi à falta de uma pesquisa de mercado ou ter feito uma análise incorreta do cenário apresentado. É preciso, sempre, analisar os potenciais de mercado e fazer investimentos coerentes com o crescimento. Quem faz investimentos já está prevendo um espaço para um crescimento futuro, porém esse espaço deve ser calculado. Seria interessante deixar investimentos previamente planejados sem a sua efetiva realização (como exemplo, pode-se deixar espaço para instalações previamente reservado e planejado sem efetivamente executar).

No mundo dos negócios, é fato comum interpretar dados incorretamente, porém, isso é muito perigoso para os negócios. O bom seria se existisse uma avaliação dos sinais identificados, para então poder entendê-los e ter certeza se eles são apenas uma situação pontual ou se eles são uma tendência do mercado. Se forem pontuais, basta criar estratégias para aproveitar ou se defender momentaneamente dessa situação. Se for uma tendência, será preciso criar estratégias para desenvolver ações de médio e longo prazo adequadas para uma nova realidade de mercado.

É importante olhar para o número possível de vendas e não apenas o quanto a empresa consegue produzir

Quando avaliamos a capacidade de vendas, é certo que a empresa estará lidando com uma situação mais próxima da realidade, ou seja, ela irá trabalhar com perspectivas mais concretas. É importante ter ciência que a situação financeira da empresa sempre é um ponto frágil e precisa ser bem gerenciada, portanto trabalhar com previsão de vendas é o primeiro passo. Se essa previsão ainda for mais próxima dos resultados efetivos, maiores as chances de solução. É comum trabalhar com previsões de vendas de efetuadas, comprando trimestres passados.

            O passo seguinte deve ser adequar os custos com base na capacidade de vendas, em outras palavras, fazer a adequação dos custos com base na previsão estabelecida. Neste momento, algumas decisões difíceis terão de ser tomadas, mas são prioritárias para solucionar problemas. Nunca tenha um nível de custos maior do que a receita prevista, até porque essa previsão de vendas como o próprio nome já diz é apenas uma previsão e pode não se concretizar, mas os custos reais, esses não são apenas previsões, eles deverão ser pagos. Nesta hora, é preciso estudar minuciosamente todas as contas da empresa individualmente. Se por uma dessas pegadinhas da vida, a empresa não possui controle financeiro separado - por tipo de gasto, o famoso centro de custo, recomenda-se a sua elaboração imediata, com uma planilha inicialmente simples e com o passar do tempo ela ficará cada vez mais complexa à medida que a empresa for crescendo. E lembre-se, é preciso separar todas as contas (insumos, salários, água, luz, telefone, material de limpeza, material de escritório, transporte, embalagem, custos administrativos, seguros, material promocional e todos os demais gastos em separado que sejam relevantes conforme o tipo de negócio). Essa separação é fundamental para que o plano de contas possa ser analisado e cada gasto seja avaliado.




Equilibrando as contas - Adequando os níveis de custos à previsão de vendas

            Todas as decisões para adequar os custos deverão ser levadas em consideração e todas deverão ser aplicadas, pois no montante final farão a diferença, a saber:

- cortar custos de pequeno impacto, como o uso racional de água e luz;

- cortar custos de pequenos gastos: ao olhar cada gasto individualmente devemos perguntar: o negócio precisa deste gasto? Se a resposta for negativa, corte;

- Nos cortes estruturais: deve-se  analisar com cautela, afinal, esse tipo de corte de custos envolvem aluguel, devolução de máquinas, veículos e outras dívidas. É importante analisar sempre se o corte de custos valerá a pena no longo prazo. Em um comércio de porta na rua, por exemplo, se resolvermos trocar de ponto, esta ação pode até matar o negócio, por outro lado se o negócio esta dividido em dois salões, até podemos abrir mão de um deles. Se as máquinas são locadas e a produção esta diminuindo, pode-se negociar  a devolução das mesmas;

- Os cortes de funcionários sempre são a parte mais difícil nesta tarefa: avalie inicialmente a necessidade de mão-de-obra sem levar em consideração aspectos emocionais, ou seja, verifique os funcionários e tome a decisão necessária para operacionalizar com a estrutura prevista de vendas. Sempre é importante observar com absoluta cautela a necessidade real de desligar um funcionário, os diversos fatores que envolvem essa avaliação são: experiência, tempo de casa, competência, confiança, produtividade, respeito aos aspectos trabalhistas.  Então, como já dissemos se for necessário um corte de funcionários para a sobrevivência da empresa, faça de maneira transparente e profissional, honre o pagamento do mesmo conforme a legislação indica. O pior seria não desligar o funcionário hoje e amanhã deixar de pagá-lo por não ter dinheiro em caixa.

Empréstimos e renegociação de dívidas são a ultima etapa

A troca de dívidas pode ser interessante se já está com algum empréstimo em aberto ou usando cheque especial ou cartão de crédito. Ao solicitar uma nova linha de empréstimo com juros menores, sempre que possível solicitar um valor maior que a dívida, assim poderá manter um pequeno capital de giro para reiniciar seu fluxo de caixa sem cair novamente em fontes de recursos caras como cheque especial ou cartão de crédito.

Perspectiva de Crescimento Futuro

Cortar custos não significa que devemos parar de pensar em crescer. O fato é que momentaneamente foi preciso tomar uma decisão para equilibrar as contas, mas a empresa continuará existindo e lutando para crescer. Manter a calma e o controle financeiro sem arriscar muito são o caminho que deve ser trilhado, e gradativamente devemos ir observando as vendas e os custos, até alcançarmos de novo aquele patamar de um novo período sustentável de crescimento com fluxo de caixa controlado. Novos funcionários poderão ser contratados ou recontratados e treinados, e num futuro próximo novos investimentos serão feitos, mas, desta vez em patamares sustentáveis.

O crescimento sustentável é: desenvolver um negócio com equilíbrio financeiro e a satisfação dos envolvidos

A experiência prova que o importante desta vez, está no crescimento consciente e adequado à realidade com possibilidade real de um futuro próspero junto da realização profissional, somado a satisfação dos clientes e dos fornecedores e o crescimento dos funcionários.

Fonte e Sítios Consultados

http://www.artigonal.com

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