Quem poderia imaginar que (mais)
um escândalo envolvendo políticos de vários partidos políticos
brasileiros tivesse o seu inicio em um posto de gasolina - a Operação Lava Jato é responsável por investigar um grande esquema
de lavagem e desvio de dinheiro envolvendo a Petrobrás, grandes empreiteiras do Brasil e alguns políticos. A presente postagem tem a intenção de entender o que significa para o Povo Brasileiro essa
Operação da Polícia Federal que conta com diversos desdobramentos - chegando
a se tornar um quebra-cabeça indecifrável para quem tenta-se entender esse
inimaginável esquema de corrupção dentro da Petrobras.
Com o avançar das
investigações foi se apontando na direção da lavagem de dinheiro* (*lavagem de dinheiro é o processo através do qual a origem
de fundos é gerada mediante o exercício de atividades ilegais como: corrupção,
tráfico de entorpecentes, fraude fiscal, comércio de armas, crimes de colarinho
branco, prostituição, má gestão pública, extorsão, terrorismo, etc.) e para o pagamento de propina, para
o superfaturamento de obras e para muitos repasses para partidos políticos. No
inicio desta investigação a Policia Federal teve o objetivo de desarticular um
esquema de lavagem de dinheiro. Segundo informações da Policia Federal esses
grupos investigados realizavam operações financeiras de mais de R$ 10 bilhões.
Inclusive naquela época foram apreendidos R$ 5 milhões em dinheiro, 25 carros
de luxo, joias, quadros e armas. Com o avançar das investigações a polícia começou
a suspeitar de que o esquema envolvia a Petrobras e partidos políticos.
De acordo com as investigações da
Polícia Federal, a Petrobras contratava empresas para prestar serviços, como:
construção de obras e fornecimento de materiais. E essas empresas eram todas
grandes empreiteiras que firmavam contratos superfaturados com a estatal, e
todo o dinheiro excedente era então desviado e repassado para as mãos dos
doleiros, lobistas e dos partidos políticos. Em abril de 2014, a Polícia
Federal realizou buscas e apreendeu documentos na sede da Petrobras no Rio. Essa
ação marcou o início da segunda fase da Operação Lava Jato. Em maio, a Justiça
decretou a quebra do sigilo bancário da estatal.
Um dos primeiros a ser preso nesta
operação foi o doleiro Alberto Youssef,
apontado como chefe do esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O
ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, também
foi detido ainda em março, sob suspeita de destruir e ocultar documentos. A Policia
Federal chegou até o Paulo Roberto Costa por ele ter recebido um jipe Land
Rover de Youssef. Este mesmo ex-diretor é investigado devido à compra, pela
Petrobras, da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), sob suspeita de
superfaturamento. Após acordo de delação premiada, Paulo Roberto Costa começou
a cumprir prisão domiciliar. Ainda foram detidos o ex-diretor de Serviços da
Petrobras Renato Duque e executivos de grandes empreiteiras, como OAS, Camargo
Corrêa e Queiroz Galvão. Parte dos executivos foi solta após
depoimentos. O empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano,
se entregou à polícia alguns dias depois, ele é apontado como lobista do PMDB e
um dos suspeitos de participar do esquema de corrupção. Dentre os executivos
presos na operação estão o presidente da Camargo Corrêa, Dalton dos Santos
Avancini, o diretor da UTC, Ricardo Ribeiro Pessoa, o presidente da OAS, José
Aldemário Pinheiro Filho, e o vice-presidente da Engevix, Gerson Almada.
Muitas
empresas foram investigadas e isso levou até as Obras da Refinaria Abreu e
Lima, em Pernambuco; de acordo com as investigações, valores repassados pela
Petrobras para o Consórcio CNCC – controlado pela construtora Camargo Corrêa –
nas obras da refinaria iam parar nas contas das empresas do doleiro Alberto
Youssef. As empresas que são citadas na investigação são: Camargo Corrêa,
Engevix, OAS, Odebrecht, UTC, Mendes Júnior, Iesa, Queiroz Galvão, Vital
Engenharia e Galvão Engenharia. Ainda segundo a Polícia Federal, as empresas
têm R$ 59 bilhões de reais em contratos com a Petrobras.
Durante a investigação o
ex-diretor da empresa Paulo Roberto Costa aceitou fechar acordo de delação premiada com os procuradores da
Operação Lava Jato. A delação premiada é um acordo pelo qual o suspeito de
cometer crimes se compromete a colaborar com as investigações e denunciar
outros integrantes da organização criminosa em troca de benefícios, como
redução da pena. E foi só a partir deste acordo que Paulo Roberto Costa passou
a afirmar que diversos políticos teriam recebido dinheiro desviado da estatal.
Costa já teria citado cinco partidos: PT, PMDB, PP, PSDB e PSB. Ainda em setembro
de 2104, um mês após o acordo de Paulo Roberto Costa, o doleiro Alberto Youssef
também aceitou o acordo de delação premiada. Foi quando dois executivos da
empresa Toyo-Setal também fecharam acordo de delação premiada. Poucos dias
depois, a própria empresa acertou um acordo de delação com o Ministério Público
Federal. Com a delação premiada o trabalho dos investigadores ganhou agilidade
e facilitou a busca de provas que comprovassem o esquema.
A verdade é que a presidente Dilma Rousseff e o senador
Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, também foram citados em
depoimentos de delatores, mas tanto a Procuradoria Geral da
República quanto o ministro Zavascki entenderam que a
investigação em relação a ambos não se justificava. Na lista dos que serão
investigados podemos encontrar: 22 deputados federais, 12 senadores, 12
ex-deputados e uma ex-governadora, pertencentes a cinco partidos, além de dois
dos chamados "operadores" do esquema – o tesoureiro do PT, João
Vaccari Neto, e lobista Fernando Soares, o "Fernando Baiano".
O partido político com mais
políticos entre os que responderão a inquéritos é o PP (32). Em seguida, vêm
PMDB (sete), PT (seis), PSDB (um) e PTB (um). Não há governadores de estado na
lista. Eventuais casos de governadores deverão ter os pedidos de abertura de
inquéritos entregues na próxima semana pela Procuradoria Geral da
República ao Superior Tribunal de Justiça (STJ),
que tem atribuição de investigar governadores – nos casos das investigações de
deputados e senadores, o foro é o STF.
lista DOS Políticos na Lava Jato
Veja os nomes daqueles que serão investigados e dos pedidos arquivados
Afonso Hamm - deputado federal - PP - RS
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Aguinaldo Ribeiro - deputado
federal - PP - PB
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Aline Corrêa - ex-deputada - PP - SP
|
Anibal Gomes - deputado federal
- PMDB - CE
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Antônio Anastasia - senador - PSDB - MG
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Arthur Lira - deputado federal - PP - AL
|
Benedito de Lira - senador - PP - AL
|
Cândido Vaccarezza - ex-deputado - PT - SP
|
Carlos Magno - ex-deputado - PP - RO
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Ciro Nogueira - senador - PP - PI
|
Dilceu Sperafico - deputado
federal - PP - PR
|
Edison Lobão - senador e
ex-ministro da Energia - PMDB - MA
|
Eduardo Cunha - presidente da
Câmara - PMDB - RJ
|
Eduardo da Fonte - deputado
federal - PP - PE
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Fernando Baiano - operador - sem partido
|
Fernando Collor – senador - PTB - AL
|
Gladson Cameli - senador - PP - AC
|
Gleisi Hoffmann - senadora - PT - PR
|
Humberto Costa - senador - PT - PE
|
Jerônimo Goergen - deputado
federal - PP - RS
|
João Leão - ex-deputado - PP - BA
|
João Pizzolatti - ex-deputado - PP - SC
|
João Vaccari – operador - PT
|
José Linhares - ex-deputado - PP - CE
|
José Mentor - deputado federal - PT - SP
|
José Otávio Germano - deputado
federal - PP - RS
|
Lazáro Botelho - deputado
federal - PP - TO
|
Lindbergh Farias - senador - PT - RJ
|
Luis Carlos Heinze - deputado
federal - PP - RS
|
Luiz Argôlo - ex-deputado do
PP, hoje no SD - PP - BA
|
Luiz Fernando Faria - deputado
federal - PP - MG
|
Mário Negromonte - ex-ministro
das Cidades - PP - BA
|
Missionário José Olimpio - deputado
federal - PP - SP
|
Nelson Meurer - deputado
federal - PP - PR
|
Pedro Côrrea - ex-deputado - PP - PE
|
Pedro Henry - ex-deputado - PP - MT
|
Renan Calheiros - presidente do
Senado - PMDB - AL
|
Renato Molling - deputado
federal - PP - RS
|
Roberto Balestra - deputado
federal - PP - GO
|
Roberto Britto - deputado
federal - PP - BA
|
Roberto Teixeira - ex-deputado - PP - PE
|
Romero Jucá - senador - PMDB - RR
|
Roseana Sarney - ex-governadora
- PMDB - MA
|
Sandes Júnior - deputado
federal - PP - GO
|
Simão Sessim - deputado federal - PP - RJ
|
Valdir Raupp - senador - PMDB - RO
|
Vander Loubet - deputado
federal - PT - MS
|
Vilson Covatti - ex-deputado - PP - RS
|
Waldir Maranhão - deputado
federal - PP - MA
|
Arquivados
Aécio Neves - senador - PSDB - MG
|
Alexandre José dos Santos - ex-deputado
federal - PMDB - RJ
|
Delcídio Amaral - senador - PT - MS
|
Henrique Eduardo Alves - deputado
federal - PMDB - RN
|
Encerrando este, é fato que todos os brasileiros estão perplexos
diante de um dos maiores escândalos de corrupção da história da nossa
República, onde ficou evidente a consolidação da parceria
público-privada, eticamente distorcida, para o enriquecimento de
empresariados e dos partidos políticos que cometeram 'saques ilícitos' aos
cofres públicos. E com isso instalou-se um cenário de angústia e desesperança
na sociedade em relação aos agentes da cúpula dirigente do Estado Brasileiro,
ao mesmo tempo em que nasceu uma vibração com alguns órgãos da administração
que se tornaram independentes na sua função investigativa, como o Ministério
Público e a Polícia Federal. Enfim, depois de constatados tantos
nomes expressivos da política nacional envolvidos neste escândalo, os
brasileiros, esperam por uma punição exemplar a todos os culpados por estes
desvios de conduta, que até pouco tempo se julgavam imunes; e que esses novos
tempos aqui no Brasil não deixem que o manto da impunidade sobreviva.
Fonte
e Sítios Consultados
http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/6-respostas-para-voce-entender-de-vez-a-operacao-lava-lato
http://especiais.g1.globo.com/politica/operacao-lava-jato/lista-do-janot/
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