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9 de julho de 2014

A Estratégia Equivocada que levou a Seleção Brasileira até o fundo do Poço


A Estratégia Equivocada que levou a Seleção Brasileira até o fundo do Poço

 

Todo insucesso ou derrota merece uma reflexão. No caso deste post, iremos tratar do jogo de futebol válido por uma semifinal da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. O jogo entre Brasil 1 x Alemanha 7, sabemos que este foi o maior vexame que a seleção brasileira já passou em uma Copa do Mundo e também sabemos que este fato não tem como ser casual e possivelmente aconteceu depois de uma série de equívocos. Para podermos entender mais isso vamos recorrer a ferramenta chamada analise do Plano estratégico utilizado pela CBF e pela comissão técnica da Seleção Brasileira.

 Em resumo, iremos analisar a organização (seleção brasileira de futebol) sob vários ângulos, definindo seus rumos por meio de um direcionamento que possa ser monitorado nas suas ações concretas, utilizando-se, para tanto, de um instrumento denominado “plano estratégico”. Em Administração, alguns aportes metodológicos e conceituais têm provado seu valor, ainda que sejam reinventados com a prática ao longo do tempo. A gestão estratégica é um deles, já que a definição de Gestão Estratégica confere um tratamento de “arte” para a imprescindível tarefa de buscar direcionar todo o conjunto de recursos organizacionais - representados nos esforços das pessoas (dons, talentos, interesses e aptidões naturais) e na aplicação dos meios materiais disponíveis para fazer o que a empresa faz - para o alcance de um desejo coletivo quanto ao futuro daquele “grupo de pessoas com um propósito” - que é a própria definição de organização.

 

Existem habilidades e competências que são essenciais, ou melhor, indispensáveis para um bom administrador estratégico e elas são visão de futuro, entender o comportamento do mercado (concorrentes) no futuro e a habilidade de criar caminhos.

 

Vamos analisar os erros cometidos pela Seleção Brasileira:


- Sistema quase único de jogo: Depois de ganhar a última Copa das Confederações no Brasil o técnico da seleção Brasileira se apegou ao time campeão e ao seu sistema de jogo. Praticamente não aconteceram testes, nem variações táticas, o que foi tristemente percebido na eliminação contra a Alemanha: o substituto do jogador Neymar foi o jogador Bernard. Da mesma forma foi mantido no time o centroavante Fred, em péssima fase, jogou até o final porque o treinador não quis abrir mão de ter um jogador camisa nove em campo e o substituto, o jogador Jô também não atravessava uma boa fase.

- Treinos regenerativos e mentais: As estadas da Seleção Brasileira pela Granja Comary foram marcadas pela não realização de treinos dos titulares. A comissão técnica e física privilegiaram as atividades regenerativas e de precaução. O jogador David Luiz chegou a dizer que era possível treinar mentalmente. O ápice desta proposta ocorreu nos dias que antecederam a semifinal contra a Alemanha. O Brasil enfrentou a Colômbia na sexta, fez trabalho regenerativo no sábado, colocou só os reservas no treino de domingo e se posicionou taticamente apenas na véspera em atividade leve.

O que podemos dizer é que um Processo sistemático, planejado, gerenciado, executado e acompanhado sob a liderança de uma administração correta, tem uma organização, envolvendo o comprometimento de todos os gerentes responsáveis e colaboradores. Não podemos deixar de citar que este processo se transformará em uma série de passos em que a alta administração deverá realizar as seguintes tarefas:

 - Analisar Oportunidades e Ameaças ou limitações que existem no ambiente externo.

- Analisar os Pontos Fortes e Fracos de seu ambiente interno.

- Estabelecer a Missão e os Objetivos gerais.

- Formular Estratégias em todos os níveis: que permitam à organização combinar os pontos fortes e fracos com as oportunidades e ameaças do ambiente.

- Implementar as estratégias.

- Realizar atividades de controle estratégico para assegurar que os objetivos gerais da organização sejam atingidos.


Vamos continuar analisando os erros cometidos pela Seleção Brasileira:

 

- Inimigos imaginários: Desde a marcação de um pênalti inexistente no jogador  Fred e a repercussão desse lance iniciou-se uma cruzada do técnico Luis Felipe e  sua comissão técnica contra inimigos imaginários. A intenção era não deixar o Brasil com o estigma de donos da casa favorecidos. Mas, depois de tanto exagero, isso fez com que, após a passagem pelo Chile nas oitavas, houvesse insinuações de complô contra o Brasil e uma possível guerra fria com a Fifa que apenas tirou de foco o futebol irregular apresentado pela Seleção.

- Descontrole emocional: Outro assunto muito preocupante foi o fato da psicóloga Regina Brandão ter virado praticamente uma celebridade durante a Copa do Mundo. Depois da crise de choro de alguns jogadores da seleção brasileira antes, durante e depois da decisão dos pênaltis contra a seleção do Chile a presença desta psicóloga na Granja Comary passou a ser anunciada, como se fosse uma salvadora. As lágrimas descontroladas do jogador Thiago Silva e a pane sofrida com três gols levados em cinco minutos simbolizam um desequilíbrio emocional que se mostrou fatal.

- Um ano sem enfrentar campeões: É verdade que a Seleção do Brasil enfrentou a Espanha na final da Copa das Confederações no dia 30 de junho de 2013 e que a eliminação para a Seleção da Alemanha ocorreu no dia 8 de julho de 2014. Durante este intervalo a Seleção Brasileira jogou por 14 vezes, nenhuma contra seleções campeãs mundiais. Por melhor qualidade que tenham as seleções do Chile, Portugal e Suíça, os desafios contra equipes de peso causaram uma falsa impressão de que o Brasil estava preparado para tudo. Sem esquecer que neste mesmo período a Seleção do Brasil mediu forças com seleções do nível de Zâmbia e África do Sul.

- Favoritismo cantado: O Técnico da Seleção Brasileirão disse que o Brasil era favorito ao título. O coordenador técnico da Seleção afirmou que o campeão tinha chegado à Granja Comary no começo da preparação para a Copa. A afirmação do Brasil como potência a cada momento criou uma expectativa exacerbada sobre o hexacampeonato, com pouco espaço para lidar com a derrota.

Voltando a falar das vantagens do Planejamento Estratégico, elas são:

 

a)    Definir os objetivos da organização (seleção).

b)    Identificar os pontos fortes e fracos.

c)    Visualizar as oportunidades e ameaças presentes no ambiente.

d)    Ajudar a organização a refletir sobre o futuro.

e)    Facilitar o processo de tomada de decisão.

f)     Estabelecer os cenários em que a organização poderá atuar.

g)    Permitir a organização alocar adequadamente seus recursos.

h)   Criar um ambiente de participação e comprometimento da força de trabalho.

i)     Estabelecer indicadores de avaliação e controle.

j)     Definir atribuições e responsabilidades.

k)    Fixar o orçamento para o alcance de sua missão.

 

Vamos continuar analisando os erros cometidos pela Seleção Brasileira:


- Clima de guerra para a mini Copa América: A chave até as quartas se configurou como uma mini Copa América e fez a Seleção Brasileira entrar em clima de Libertadores. Antes do jogo, bate-bocas para tentar anular os efeitos da arbitragem. Dentro de campo recorde de faltas, muita energia e fraco futebol. Agressões nos corredores dos vestiários e provocações deixaram o ambiente tenso. O técnico da Seleção Brasileira prometeu voltar ao velho estilo. Ao final do jogo mais faltoso da Copa contra a Colômbia, o jogador Neymar levou joelhada e ficou fora do restante da competição.

- Vazamento de incertezas: Durante uma conversa do Técnico Luis Felipe com jornalistas de sua confiança lançou-se uma dúvida sobre a lista dos convocados. Ele disse que gostaria de ter ‘um outro’ atleta no grupo, o que implicaria em um possível arrependimento de um nome na Seleção. Estafes dos jogadores se irritaram com a insinuação e os próprios atletas se mostraram incomodados. Já o jogador Hulk, ausente contra o México por desconforto muscular, recebeu um chamado público do Técnico da Seleção por teoricamente não ter nenhuma lesão e reclamar de dores.

- Insistência com o jogador Fred: O atacante nunca esteve bem na Copa do Mundo. Mesmo assim ele atuou as seis partidas como titular. A insistência do técnico da seleção em um esquema com um camisa nove e a pouco confiança com o jogador Jô fizeram com que o técnico não mudasse seu jogador mais contestado. Resultado: com apenas um gol, o jogador Fred se despede (mesmo sabendo que ainda falta o jogo pela disputa do terceiro lugar) como o segundo pior centroavante da história do Brasil em Copas.

- Mudanças e mais mudanças da CBF: O técnico da Seleção da Alemanha, Joachim Low, está há oito anos no comando. Neste período, três outros treinadores passaram pela Seleção, dois no ciclo até a Copa de 2014. O fato é que a falta de planejamento ao longo da CBF sempre criou uma instabilidade no cargo de técnico. Já passaram ultimamente por este cargo o Dunga, Mano Menezes, Luis Felipe... Quais serão os próximos?

Para encerramos este, seria bom que o Brasil soubesse que quando se inclui uma estratégia correta, a visão é capaz de identificar quais atividades perseguir, é possível estabelecer uma direção a longo prazo e apresentar um panorama mais amplo de quem somos, o que fazemos e para onde vamos. É importante que a visão seja compartilhada com todos os colaboradores da empresa (seleção). Uma visão largamente difundida é como um imã. Quando todos estão comprometidos com a direção em longo prazo da empresa (seleção) é mais provável que as opções de negócios sejam otimizadas, fazendo com que  a execução diária da estratégia seja melhorada.

     O Planejamento estratégico tem como propósito a direção que a organização (seleção), deverá seguir para aproveitar as oportunidades e evitar riscos. E quando ele não é utilizado corretamente, acontece o que presenciamos na data de ontem (08/07/14) no jogo: Brasil 1 x 7 Alemanha  válido pela semifinal da Copa do Mundo do Brasil de 2014.



Fonte e Sítios Consultados



 

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