A Estratégia Equivocada que levou a
Seleção Brasileira até o fundo do Poço
Todo insucesso ou derrota merece
uma reflexão. No caso deste post, iremos tratar do jogo de futebol válido por
uma semifinal da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. O jogo entre Brasil
1 x Alemanha 7, sabemos que este foi o maior vexame que a seleção
brasileira já passou em uma Copa do Mundo e também sabemos que este fato não
tem como ser casual e possivelmente aconteceu depois de uma série de equívocos.
Para podermos entender mais isso vamos recorrer a ferramenta chamada analise
do Plano estratégico utilizado pela CBF e pela comissão técnica da Seleção
Brasileira.
Em resumo, iremos analisar a
organização (seleção brasileira de futebol) sob vários ângulos,
definindo seus rumos por meio de um direcionamento que possa ser monitorado nas
suas ações concretas, utilizando-se, para tanto, de um instrumento denominado
“plano estratégico”. Em Administração, alguns aportes metodológicos e
conceituais têm provado seu valor, ainda que sejam reinventados com a prática
ao longo do tempo. A gestão estratégica é um deles, já que a definição
de Gestão
Estratégica confere um tratamento de “arte” para a imprescindível
tarefa de buscar direcionar todo o conjunto de recursos organizacionais -
representados nos esforços das pessoas (dons, talentos, interesses e aptidões
naturais) e na aplicação dos meios materiais disponíveis para fazer o
que a empresa faz - para o alcance de um desejo coletivo quanto ao futuro
daquele “grupo de pessoas com um propósito” - que é a própria definição
de organização.
Existem habilidades e competências que são
essenciais, ou melhor, indispensáveis
para um bom administrador estratégico e elas são visão de futuro, entender o
comportamento do mercado (concorrentes) no futuro e a habilidade de criar
caminhos.
Vamos analisar os erros cometidos pela Seleção
Brasileira:
- Sistema
quase único de jogo: Depois de ganhar a última
Copa das
Confederações no Brasil o técnico da seleção Brasileira se apegou ao time
campeão e ao seu sistema de jogo. Praticamente não aconteceram testes, nem
variações táticas, o que foi tristemente percebido na eliminação contra a
Alemanha: o substituto do jogador Neymar foi o jogador Bernard. Da mesma forma foi
mantido no time o centroavante Fred, em péssima fase, jogou até o final porque
o treinador não quis abrir mão de ter um jogador camisa nove em campo e o
substituto, o jogador Jô também não atravessava uma boa fase.
- Treinos
regenerativos e mentais: As estadas da Seleção Brasileira pela Granja Comary
foram marcadas pela não realização de treinos dos titulares. A comissão técnica
e física privilegiaram as atividades regenerativas e de precaução. O jogador David
Luiz chegou a dizer que era possível treinar mentalmente. O ápice desta
proposta ocorreu nos dias que antecederam a semifinal contra a Alemanha. O
Brasil enfrentou a Colômbia na sexta, fez trabalho regenerativo no sábado,
colocou só os reservas no treino de domingo e se posicionou taticamente apenas
na véspera em atividade leve.
O que podemos dizer é que um
Processo
sistemático, planejado, gerenciado, executado e acompanhado sob a
liderança de uma administração correta, tem uma organização, envolvendo o
comprometimento de todos os gerentes responsáveis e colaboradores. Não podemos
deixar de citar que este processo se transformará em uma série de passos em que
a alta administração deverá realizar as seguintes tarefas:
- Analisar
Oportunidades e Ameaças ou limitações que existem no ambiente externo.
- Analisar os Pontos Fortes e
Fracos de seu ambiente interno.
- Estabelecer a Missão e os
Objetivos gerais.
- Formular Estratégias em
todos os níveis: que permitam à organização combinar os pontos fortes e fracos
com as oportunidades e ameaças do ambiente.
- Implementar as estratégias.
- Realizar atividades de
controle estratégico para assegurar que os objetivos gerais da organização
sejam atingidos.
Vamos continuar analisando os erros
cometidos pela Seleção Brasileira:
- Inimigos
imaginários: Desde a marcação de um pênalti inexistente no
jogador Fred e a repercussão desse lance
iniciou-se uma cruzada do técnico Luis Felipe e sua comissão técnica contra inimigos
imaginários. A intenção era não deixar o Brasil com o estigma de donos da casa
favorecidos. Mas, depois de tanto exagero, isso fez com que, após a passagem
pelo Chile nas oitavas, houvesse insinuações de complô contra o Brasil e uma possível
guerra fria com a Fifa que apenas tirou de foco o futebol irregular apresentado
pela Seleção.
- Descontrole
emocional: Outro assunto muito preocupante foi o fato da
psicóloga Regina Brandão ter virado praticamente uma celebridade durante a Copa
do Mundo. Depois da crise de choro de alguns jogadores da seleção brasileira antes,
durante e depois da decisão dos pênaltis contra a seleção do Chile a presença desta
psicóloga na Granja Comary passou a ser anunciada, como se fosse uma salvadora.
As lágrimas descontroladas do jogador Thiago Silva e a pane sofrida com três
gols levados em cinco minutos simbolizam um desequilíbrio emocional que se
mostrou fatal.
- Um
ano sem enfrentar campeões: É verdade que a Seleção do Brasil enfrentou a Espanha
na final da Copa das Confederações no dia 30 de junho de 2013 e que a
eliminação para a Seleção da Alemanha ocorreu no dia 8 de julho de 2014. Durante
este intervalo a Seleção Brasileira jogou por 14 vezes, nenhuma contra seleções
campeãs mundiais. Por melhor qualidade que tenham as seleções do Chile, Portugal
e Suíça, os desafios contra equipes de peso causaram uma falsa impressão de que
o Brasil estava preparado para tudo. Sem esquecer que neste mesmo período a Seleção
do Brasil mediu forças com seleções do nível de Zâmbia e África do Sul.
- Favoritismo
cantado: O Técnico da Seleção Brasileirão disse que o Brasil
era favorito ao título. O coordenador técnico da Seleção afirmou que o campeão
tinha chegado à Granja Comary no começo da preparação para a Copa. A afirmação
do Brasil como potência a cada momento criou uma expectativa exacerbada sobre o
hexacampeonato, com pouco espaço para lidar com a derrota.
Voltando a falar das
vantagens do Planejamento Estratégico, elas são:
a) Definir
os objetivos da organização (seleção).
b) Identificar
os pontos fortes e fracos.
c) Visualizar
as oportunidades e ameaças presentes no ambiente.
d) Ajudar
a organização a refletir sobre o futuro.
e) Facilitar
o processo de tomada de decisão.
f) Estabelecer
os cenários em que a organização poderá atuar.
g) Permitir
a organização alocar adequadamente seus recursos.
h) Criar um ambiente de
participação e comprometimento da força de trabalho.
i) Estabelecer
indicadores de avaliação e controle.
j) Definir
atribuições e responsabilidades.
k) Fixar
o orçamento para o alcance de sua missão.
Vamos
continuar analisando os erros cometidos pela Seleção Brasileira:
- Clima
de guerra para a mini Copa América: A chave até as quartas se
configurou como uma mini Copa América e fez a Seleção Brasileira entrar em
clima de Libertadores. Antes do jogo, bate-bocas para tentar anular os efeitos
da arbitragem. Dentro de campo recorde de faltas, muita energia e fraco
futebol. Agressões nos corredores dos vestiários e provocações deixaram o
ambiente tenso. O técnico da Seleção Brasileira prometeu voltar ao velho
estilo. Ao final do jogo mais faltoso da Copa contra a Colômbia, o jogador Neymar
levou joelhada e ficou fora do restante da competição.
- Vazamento
de incertezas: Durante uma conversa
do Técnico Luis Felipe com jornalistas de sua confiança lançou-se uma dúvida
sobre a lista dos convocados. Ele disse que gostaria de ter ‘um outro’ atleta
no grupo, o que implicaria em um possível arrependimento de um nome na Seleção.
Estafes dos jogadores se irritaram com a insinuação e os próprios atletas se
mostraram incomodados. Já o jogador Hulk, ausente contra o México por
desconforto muscular, recebeu um chamado público do Técnico da Seleção por
teoricamente não ter nenhuma lesão e reclamar de dores.
- Insistência
com o jogador Fred: O atacante nunca esteve bem na Copa do Mundo. Mesmo
assim ele atuou as seis partidas como titular. A insistência do técnico da
seleção em um esquema com um camisa nove e a pouco confiança com o jogador Jô
fizeram com que o técnico não mudasse seu jogador mais contestado. Resultado:
com apenas um gol, o jogador Fred se despede (mesmo
sabendo que ainda falta o jogo pela disputa do terceiro lugar) como o
segundo pior centroavante da história do Brasil em Copas.
- Mudanças
e mais mudanças da CBF: O técnico da Seleção da
Alemanha, Joachim Low, está há oito anos no comando. Neste período, três outros treinadores
passaram pela Seleção, dois no ciclo até a Copa de 2014. O fato é que a falta
de planejamento ao longo da CBF sempre criou uma instabilidade no cargo de
técnico. Já passaram ultimamente por este cargo o Dunga, Mano Menezes, Luis Felipe...
Quais serão os próximos?
Para encerramos este, seria bom que o Brasil
soubesse que quando se inclui uma estratégia correta, a visão é capaz
de identificar quais atividades perseguir, é possível estabelecer uma direção a
longo prazo e apresentar um panorama mais amplo de quem somos, o que fazemos e
para onde vamos. É importante que a visão seja compartilhada com todos os
colaboradores da empresa (seleção). Uma
visão largamente difundida é como um imã. Quando todos estão comprometidos com
a direção em longo prazo da empresa (seleção) é
mais provável que as opções de negócios sejam otimizadas, fazendo com que
a execução diária da estratégia seja melhorada.
O
Planejamento estratégico tem como propósito a direção que a organização (seleção), deverá
seguir para aproveitar as oportunidades e evitar riscos. E quando ele não é
utilizado corretamente, acontece o que presenciamos na data de ontem (08/07/14)
no jogo: Brasil 1 x 7 Alemanha válido pela semifinal da Copa do Mundo do Brasil de 2014.
Fonte e Sítios Consultados
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