A grande vítima de Eike Batista foi o pequeno investidor
Quem
é Eike Batista? De onde ele veio e para onde ele vai?
- Vamos conhecer mais sobre a sua vida.
Muitos procuram entender quais
são os riscos para os pequenos investidores da Bolsa de Valores, quando
acontecem casos como o tema desde post: a história de toda a ascensão monumental
seguida pela impressionante queda do bilionário Eike Batista. E esse é o tema do recém-lançado e-book "Eike:
o homem que vendia terrenos na Lua" (Editora 247,
133 páginas, da Amazon). Escrito pelo ex-editor da revista "IstoÉ
Dinheiro" e diretor do site Brasil 247, o jornalista Leonardo Attuch, o
livro compara Eike a Ícaro, o personagem da mitologia grega que pretendia voar
até o sol, mas viu suas asas se derreterem antes de realizar o sonho.
Nesta obra, Attuch diz que Eike
contou com a condescendência da CVM
(Comissão de Valores Mobiliários),
dos analistas, da mídia e dos governos para criar uma das maiores bolhas
individuais da história mundial. Em uma entrevista para o InfoMoney, ele diz que o grande perdedor de toda essa história é o
pequeno investidor, que confiou nas promessas do bilionário e perdeu boa parte
do patrimônio.
Acompanhe os principais trechos dessa entrevista para a InfoMoney
A maior das bolhas
Eike Batista é o retrato de uma bolha
individual criada por ele mesmo em um momento em que o Brasil se beneficiava
muito do superciclo das commodities. Nunca antes na história desse país alguém
conseguiu captar tanto dinheiro e entregar tão pouco. Os ativos hoje são muito
frágeis apesar de todo o dinheiro investido. A única empresa saudável é a MPX.
Quem são os perdedores?
Com uma linguagem inadequada para
o mercado de capitais, Eike Batista ajudou a atrair
investidores inexperientes. Ele dizia que descobriu "meia Bolívia" em
gás no Maranhão, que criaria a "Embraer dos mares" [a OSX] e a
"Roterdã dos trópicos" [a LLX]. As mensagens que ele colocava no
Twitter chegavam bem perto de recomendações de compra das ações. O bilionário
foi no "Fantástico" e lançou um livro de autoajuda. Essa linguagem extremamente
eufórica merecia reparos da CVM. Em artigo publicado no "Valor",
ele se disse iludido pelos funcionários, afirmou que se pudesse voltar atrás
não teria vendido ações das empresas na bolsa. Mas ele abriu o capital. Então
deveria ter moderação nos comentários. A grande vítima é o pequeno investidor.
Alguns fundos ganharam muito dinheiro no começo, quando as ações subiram.
Depois houve fundos que lucraram na baixa porque souberam se posicionar
vendidos.
Quem são os credores?
O BNDES deu a entender que, ao decidir conceder tanto dinheiro ao Eike Batista, ele errou junto com todo
o sistema financeiro brasileiro. Mas o Banco do Brasil não emprestou dinheiro
para o Eike Batista. Falei com um
diretor de lá e o cara me disse que não queria o risco de dar crédito para
alguém com base em promessas. Agora imagine a pressão política que deve ter
havido sobre o BB. Eles resistiram. Ninguém sabe como Eike Batista vai pagar todos os credores, já que ele continua prometendo
isso. Além dos ativos das empresas, deve haver alguns bens pessoais em garantia
dos empréstimos. Então os bancos vão para cima do patrimônio dele. Não acreditamos
os bancos são os maiores perdedores porque a dívida não é monstruosa em relação
à carteira total de crédito. Parece que é o BTG Pactual quem tem a maior
exposição em relação à carteira total. Mas também parece que as dívidas com o
BTG têm como garantia principalmente a MPX. Aí tudo bem porque tem ativo para
cobrir. Agora pode haver uma contração no mercado de crédito para todas as
empresas brasileiras se os bancos saírem dessa menos capitalizados. Outro
impacto negativo do colapso de Eike Batista poderá ser visto no
próximo leilão de petróleo que a ANP vai realizar neste ano. Se não atrair
investidores, será uma herança negativa para o país.
A relação com os políticos
Não há duvida de que o personagem
era muito forte, era um dos homens mais ricos do mundo. Então os governantes
queriam se aproximar dele. O diretor de relações institucionais da EBX era
muito esperto e construiu esses relacionamentos. Eike Batista foi um
grande doador de campanhas do José
Sarney [senador pelo PMDB-AP e ex-presidente do Senado] e de sua filha Roseana
[PMDB]. Não foi à toa. A MMX nasce no sistema Amapá, um feudo político de
Sarney. A relação mais forte, no entanto, é com o governador Sérgio
Cabral [PMDB-RJ]. Ele emprestava avião ao governador ao mesmo tempo em
que conseguia isenções tributárias do Rio para a EBX. Ele também cativou o
[ex-governador e hoje senador] Aécio Neves [PSDB-MG] porque a MMX
tinha minas no Estado. Eike Batista chegou a financiar um
museu de mineração em Belo Horizonte. E também tinha uma relação muito forte
com o PT e cativou as forças mais influentes do partido. Eike Batista foi o maior
patrocinador do filme "Lula, o Filho do Brasil". Depois ele
comprou um terno do ex-presidente em um leilão por R$ 500 mil. Ele sempre
buscou agradar o chefe da vez. Também tinha relações nos escalões inferiores do
governo e no BNDES. Acho que ele fez o que todos os empresários fazem. Se o
PSDB estivesse no governo, teria sido cativado igualzinho. É verdade que Dilma
manteve uma distância bem maior. Ela chegou a ir nas empresas do Eike Batista como presidente, mas não
vejo a mesma proximidade como de outros governos até pelo perfil da pessoa, ela
sempre foi mais comedida que o antecessor. Mas vale lembrar que não houve
grande pressão sobre a Petrobras agora para salvar o grupo X.
E a CVM lava as mãos
Também é verdade que a CVM
fechou os olhos. Era um ambiente que qualquer coisa valia muito
dinheiro por causa de euforia com a China e as commodities. O Eike Batista fez a operação com a Anglo
American [venda de parte dos ativos da MMX] que ajudou a criar a
percepção de que ele era um Midas. Ele diz que também teve a chance de vender
uma parte da OGX em uma operação que avaliaria a empresa como um todo em US$ 30
bilhões. Não sei se chegaram a fazer uma oferta firme pelos ativos, mas seria
um grande erro de avaliação ter rejeitado tal oferta. Mesmo com a deterioração
do cenário externo, ele continuava a vender suas empresas com todo o otimismo.
Falei uma vez com o Eike Batista sobre a LLX e ele me mostrou um mapa em que dizia
que as maiores empresas brasileiras já haviam decidido se instalar no Porto de
Açu. Ele dizia que grandes empresas como a Fiat já estavam fechadas. Eu
perguntava se a Fiat iria mesmo para lá e ele dizia que sim. Ele vendia
possibilidade como certeza. Empresa dá "guidance" ao mercado e pode
mentir um pouquinho. Mas não pode mentir tanto quanto ele mentiu.
A condescendência da mídia
Discutisse muito no livro o papel
da imprensa na criação dessa bolha. Eike Batista se vendeu como um Midas
e as pessoas compraram também pela quantidade de capas de revistas dedicadas a
ele. Cabia à imprensa e aos reguladores não permitir que essa venda fosse tão
ilusória quanto foi. Quando trabalhava na IstoÉ Dinheiro, fiz uma capa com o Eike Batista sobre o leilão da ANP de
2007 em que ele pagou R$ 1,5 bilhão por vários blocos. Ele pagou ágios enormes
em que não havia concorrência nenhuma. Fiz uma capa questionando: "O que Eike está enxergando?".
Quando o entrevistei, ele disse que petróleo é como eleição, você só vai saber
o que tem na urna depois que ela é aberta. Mas se é questão de sorte, perguntei
por que ele havia colocado tanto dinheiro. Ele disse que confiou na equipe
dele, que considerava bons blocos a serem explorados. Ele tentava transmitir a
sensação de que tinha informações que o mercado não tinha. É justo lembrar que
os prospectos para a abertura de capital de suas empresas explicavam em
detalhes todos esses fatores de risco. Estava escrito ali que tudo podia dar em
nada, mas me parece que as pessoas não se atentaram a isso. Fiz várias outras
reportagens sobre Eike Batista nos
anos seguintes e acho que não me deixei contaminar.
Qual será
o futuro de Eike Batista?
O que vai
acontecer? Acreditamos que agora é momento da reestruturação das dívidas. Vai ter
um longo processo de liquidação. A OSX vai ser liquidada e tende a desaparecer.
A OGX pode ser vendida em partes, o que prestar encontrará um comprador. A MMX
não vingou ainda, tem prejuízo, o sistema Minas-Rio não se provou. O porto de
Açu, da LLX, é uma grande fraude, não vai ter a "Roterdã dos
trópicos". É provável que ele seja alvo de ações coletivas de investidores.
E ainda, pode responder criminalmente pelo que prometeu, já que a realidade é muito
diferente dos fatos relevantes divulgados. Não sabemos se pode ir preso, a Justiça é
imprevisível. Mas possivelmente deve sobrar algo da fortuna porque um
empresário sempre protege o próprio patrimônio.
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Quem
é Eike Batista? De onde ele veio e para onde ele vai?
INFÂNCIA EM MINAS E NO RIO -
Eike Fuhrken Batista nasceu em Governador Valadares (MG), em 3 de novembro de
1956. É um dos sete filhos de Eliezer Batista e Jutta Fuhrken. Ele foi criado
no Rio e, aos 12 anos, mudou-se com a família para Frankfurt, na Alemanha.
FILHO DE ELIEZER BATISTA -
Seu pai, Eliezer Batista (foto), foi ministro de Minas e Energia no governo de
João Goulart (1961-1964) e presidente da Vale por dez anos, durante a ditadura.
Mais tarde, assumiu a Secretaria de Assuntos Estratégicos do governo de
Fernando Collor de Mello (1990-1992). Foi também membro do Conselho Coordenador
das Ações Federais no Rio, órgão ligado à Presidência da República, durante o
segundo governo de Fernando Henrique Cardoso (1998-2002).
FACULDADE E VENDEDOR DE SEGUROS -
Quando Eike Batista tinha 18 anos, seus pais voltaram da Europa para o Brasil,
mas ele ficou entre Aachen, na Alemanha, e Bruxelas, na Bélgica. Em paralelo à
faculdade de metalurgia (não concluída) em Aachen, começou sua vida profissional vendendo
apólices de seguro de porta em porta. Aperfeiçoou o inglês e aprendeu francês,
além de praticar o alemão, que já falava em casa.
CORRIDA PELO OURO -
Eike conta que, no início dos anos 1980, soube da corrida pelo ouro na região
de Alta Floresta, no Mato Grosso, lendo a antiga revista "Manchete".
Decidiu largar a faculdade na Alemanha e voltar ao Brasil. Diz ter seguido sua
"intuição" para farejar o negócio. Intermediou negócios entre os
produtores locais e compradores do Brasil e da Europa, ganhando por comissão.
PRIMEIRA EMPRESA -
Conseguiu R$ 500 mil emprestados por joalheiros de Rio e São Paulo, e adquiriu
uma mina em Alta Floresta. Um ano depois, tinha um patrimônio de US$ 6 milhões,
com o qual decidiu mecanizar a produção. Montou a Autram Aurem, empresa de
compra e venda de ouro que, mais tarde, daria origem ao grupo EBX. Sobre os
investidores que apostaram no seu negócio, disse mais tarde ao jornal "The
New York Times": "Com certeza, eles sabiam que meu pai era
importante".
MÁQUINA "MALUCA" -
Implementou a primeira unidade industrial mecanizada na Amazônia, a Novo
Planeta. Comprou novas minas, e firmou parceria com a gigante de mineração Rio
Tinto, o que lhe rendeu mais e mais dinheiro.
SÓCIO CANADENSE E PRIMEIRO BILHÃO -
No final dos anos 1980, uniu-se à canandense Treasure Valley e criou a TVX
Gold. Tornou-se o principal acionista e presidente da mineradora listada nas
Bolsas de Nova York e de Toronto. Entre 1991 e 1996, o valor de mercado da
companhia mais que triplicou. Após desavenças com os sócios, vendeu sua parte
na companhia e obteve seu primeiro bilhão.
MARIDO DE LUMA -
Ainda pouco conhecido no Brasil, Eike casou-se com a ex-modelo Luma de
Oliveira, em 1991, e com ela teve dois filhos, Thor e Olin. Luma foi
protagonista de uma série de polêmicas. Em uma delas, em 1998, a rainha do
Carnaval desfilou na Sapucaí com uma coleira com o nome Eike cravejado em
diamantes. Em 2002, foi fotografada com uma "calcinha transparente"
num ensaio de escola de samba.
DESCOBRIDOR DOS SETE MARES -
No início dos anos 1990, Eike foi campeão brasileiro, americano e mundial na
categoria Super Powerboat Offshore. Em 2006, completou as 220 milhas náuticas
entre Santos e Rio de Janeiro em 3h01m47s e bateu o recorde da travessia a
bordo da máquina Spirit of Brasil.
GRUPO EBX -
De 1980 até 2000, Eike fez negócios em vários países, lucrando cerca de US$ 1
bilhão. Em 2000, decidiu focar seus negócios no Brasil. Criou o grupo EBX, com
empresas como OGX (petróleo), OSX (indústria naval offshore), MPX (energia),
LLX (logística), MMX (mineração) e CCX (mineração de carvão).
"X" E SUPERSTIÇÃO -
Desde o começo da carreira do empresário, a letra "X" esteve presente
nos nomes de quase todas as empresas. Segundo ele, o "X" simboliza
"o potencial de gerar e multiplicar negócios". Outro elemento presente
nas marcas do grupo EBX é o sol, que representa uma das principais divindades
na cultura inca. Segundo ele, "transmite força, poder, liderança e
otimismo".
CULINÁRIA CHINESA -
Em 2006, Eike inaugurou o restaurante Mr Lam, no Rio, especializado em culinária
chinesa. O projeto é uma parceria com o chef chinês Mr Lam, que já teve
restaurante em Londres e Nova York.
ESTREIA NA BOLSA -
Em 2007, a OGX adquiriu, em rodada de licitação da ANP (Agência Nacional do
Petróleo), o direito de concessão de 21 blocos exploratórios nas bacias de
Santos, Campos, Espírito Santo e Pará-Maranhão. Em 2008, a oferta inicial de
ações (IPO) da petroleira na Bovespa captou cerca de US$ 4,1 bilhões.
MECENAS DA RIO-2016 -
Eike foi um dos "mecenas" da campanha que elegeu o Rio de Janeiro
como cidade-sede das Olimpíadas de 2016, deixando para trás Doha, Chicago,
Tóquio e Madri. O empresário doou mais de R$ 20 milhões para a candidatura
brasileira.
HOTEL GLÓRIA -
Eike comprou, em 2008, o famoso hotel Glória, no Rio, que foi rebatizado de
Glória Palace Hotel. A ideia era reformar o imóvel e reinaugurá-lo em 2014. O
Grupo EBX também planejava converter o Hilton Santos, conhecido como
"Morro da Viúva", do Clube de Regatas do Flamengo, em hotel Parque do
Flamengo.
MARINA DA GLÓRIA -
Em 2009, Eike comprou o controle da MG Rio Gerenciamento e Locações, empresa
que detinha a concessão do Complexo da Marina da Glória, no Parque do Flamengo.
Em fevereiro de 2013, o Iphan aprovou o anteprojeto de modernização da marina,
que incluía a construção de um prédio de 15 metros de altura e mudanças numa
área de 20 mil metros quadrados.
ESTREIA NO IBOVESPA -
As empresas OGX e LLX ganharam destaque na Bolsa de Valores e, no começo de
2010, passaram a constar do Ibovespa, principal índice de ações da Bovespa. A
composição do índice é revista a cada quatro meses, e a ideia é incluir os
papéis mais negociados nos 12 meses anteriores à revisão.
ESCRITÓRIO EM NY -
No início de 2011, o Grupo EBX decidiu abrir um escritório em Nova York (EUA)
para ser sede da EBX Internacional. "(...) vamos ficar ainda mais próximos
dos investidores globais. Estamos avançando no mercado internacional para
identificar novas oportunidades de negócios, com projetos diferenciados,
eficientes e sintonizados com o que há de melhor no mundo", disse Eike, na
época.
OITAVO MAIS RICO DO MUNDO -
Em março de 2011, Eike Batista apareceu em oitavo lugar na lista dos homens
mais ricos do mundo elaborada pela revista "Forbes". Na época, sua
fortuna era estimada em US$ 27 bilhões. Ele disse que se tornaria o homem mais
rico do mundo entre 2015 e 2016.
BOLSA DE ENERGIA - Em
28 de julho de 2011, entrou em operação um novo projeto do empresário: a Bolsa
de energia Brix, uma plataforma de negociação entre geradores,
comercializadores e consumidores de energia.
RUMORES DE NEGÓCIO COM A FOXCONN -
Em novembro de 2011, houve rumores de que Eike e o BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social) estariam negociando sociedade com a
taiwanesa Foxconn, que fabrica equipamentos da Apple. Em fevereiro de 2012,
Eike chegou a anunciar uma fábrica da Foxconn em Minas Gerais, mas os negócios
com a taiwanesa nunca foram confirmados oficialmente.
REALIZAÇÃO DO UFC NO BRASIL - O
empresário anunciou, em dezembro de 2011, sua estreia no ramo de esportes e
entretenimento, com o lançamento da IMX, uma parceria entre o grupo EBX e a IMG
Worldwide, com sede no Rio. A empresa é responsável por realizar os eventos do
Ultimate Fighting Championship (UFC) no Brasil.
PRIMEIRO ÓLEO DA OGX -
Depois de vários adiamentos, teve início a produção da OGX, braço petrolífero
do grupo EBX. O primeiro óleo foi extraído às 18h39 de 31 de janeiro de 2012 no
campo de Waimea, na bacia de Campos, litoral do Rio.
THOR ATROPELA CICLISTA -
Em março de 2012, problemas familiares ocuparam Eike. Seu filho Thor, então com
20 anos, atropelou e matou o ciclista Wanderson Pereira dos Santos na rodovia
Washington Luis, na Baixada Fluminense.
PROXIMIDADE COM CABRAL - A
relação entre Eike e o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), é bastante
próxima. Além de bancar gastos de campanha, Eike tornou-se uma espécie de
"patrocinador" de programas usados como vitrine eleitoral, doando
milhões a projetos do interesse do político. A oposição fala em conflito de
interesse, já que o grupo EBX recebe isenções fiscais no Estado. Eike e Cabral
dizem ser amigos e que os laços pessoais não beneficiam o grupo EBX em negócios
com o governo fluminense.
JATINHO EMPRESTADO A CABRAL - O
relacionamento entre Eike e o governador fluminense, Sérgio Cabral (PMDB),
chegou a ser alvo de investigação após vir à tona que o empresário havia
emprestado um jatinho para o político ir a uma festa, em junho de 2011. O
procurador-geral de Justiça do Rio, Cláudio Lopes, concluiu que a conduta do
governador foi questionável no campo da ética, mas não resultou em improbidade
administrativa, e o processo foi arquivado.
NEGÓCIO DA ARÁBIA -
Em 26 de março de 2012, Eike anunciou a venda de parte do grupo EBX para a
Mubadala, empresa de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, por US$ 2 bilhões. O
investimento de Abu Dhabi avaliou a EBX como se valesse US$ 35,5 bilhões,
informou o grupo brasileiro.
PARCERIA COM A IBM -
Já em abril de 2012, a IBM acertou a compra de 20% da Six Automação, empresa de
tecnologia do grupo EBX, por um valor não revelado.
SUPERPORTO DO AÇU -
Uma das maiores empreitadas anunciadas pelo grupo EBX foi a construção do
Superporto do Açu, um complexo portuário em São João da Barra (RJ), no norte
fluminense. A obra está sob responsabilidade da OSX e da LLX.
ROCK IN RIO -
Em maio de 2012, Eike adquiriu metade das ações da companhia Rock World,
proprietária da marca Rock in Rio, controlada pelo empresário Roberto Medina. O
valor total da compra não foi divulgado e Eike se limitou a dizer que o custo
do investimento foi "suficiente". O acordo previa o investimento US$
350 milhões nos cinco anos seguintes no festival e promoção da marca pelo
mundo.
NEYMAR NA CARTEIRA - O
atacante Neymar, ainda nos tempos de Santos, assinou contrato com a IMX, de
Eike Batista, em julho de 2012. A agência de gestão esportiva foi contratada
para trabalhar na gestão da carreira e no gerenciamento da imagem do atleta.
FILHO DE PEIXE -
Em setembro de 2012, o filho Thor foi aprovado pelo conselho de administração
da EBX Brasil como diretor da EBX Brasil, um dos veículos de investimento do
grupo. Ele já era diretor da holding EBX.
CIRQUE DU SOLEIL -
Também em setembro de 2012, o empresário anunciou um acordo com o Cirque du
Soleil para promover o espetáculo da companhia canadense na América do Sul, por
meio de sua empresa IMX.
EM BAIXA NA BOLSA -
Em 2012, as empresas administradas por Eike perderam mais de R$ 30 bilhões em
valor de mercado na Bolsa, e a petroleira OGX teve a ação com maior queda da
Bovespa. E 2013 não tem sido um ano fácil. Em sua conta no microblog Twitter, o
empresário disse estar decepcionado: "Eu não vendi minhas ações! Estou tão
decepcionado quanto você e trabalhando para mudar esta realidade com nova
disciplina".
PARCERIA COM BTG PACTUAL -
Tentando recuperar sua credibilidade junto ao mercado financeiro, o grupo EBX
firmou, em março de 2013, uma "parceria de cooperação estratégica"
com o banco BTG Pactual, de André Estevez. O acordo envolvia assessoria
financeira, linhas de crédito e futuros investimentos de capital de longo prazo
para projetos do grupo.
"O MAIOR PERDEDOR DO ANO" -
No ranking de bilionários publicado pela revista "Forbes" em março de
2013, Eike Batista viu sua fortuna despencar de US$ 30 bilhões para US$ 10,6
bilhões (prejuízo de US$ 2 milhões por hora). Com isso, ele despencou da 7ª
posição, em 2012, para 100º em 2013.
GIGANTE DE ENERGIA -
Em março de 2013, Eike vendeu mais 24,5% de sua empresa de energia elétrica,
MPX, para a alemã E.ON, numa operação de cerca de R$ 1,5 bilhão. Com isso, a
participação da E.ON subiu de 11,5% para 36,2%, e a de Eike caiu de 54% para
cerca de 24%. As duas empresas anunciaram a formação de uma joint venture em 11
de janeiro de 2012.
POLÊMICAS NO SUPERPORTO - A
construção do Superporto do Açu passou por algumas polêmicas em 2013. O
Ministério Público Federal (MPF) em Campos dos Goytacazes (RJ) afirmou que as
obras do porto causaram a salinização de água e solo na região. Também houve
reportagem na imprensa afirmando que o terminal corre o risco de afundar, pois
não teria sido feito um estudo do solo no local. A LLX desmentiu as acusações.
GIGANTE DO PETRÓLEO - A
EBX e a gigante petrolífera BP assinaram, em março de 2013, um contrato para a
formação de uma companhia para distribuição de combustíveis marítimos no
Superporto do Açu. A MFX (Marine Fuels X) deve comercializar e distribuir
combustíveis marítimos sob a marca da BP Marine, e terá controle compartilhado.
DISPUTA PELO MARACANÃ -
Eike Batista e Odebrecht saíram na frente na disputa pelo controle do Maracanã.
O Consórcio Maracanã SA, formado pela Odebrecht Participações, IMX Venues e AEG
Administração de Estádios do Brasil, ofereceu R$ 5,5 milhões por ano ao governo
do Rio para assumir o estádio, e tem a melhor proposta financeira registrada na
concorrência pelo complexo esportivo. Ao todo, o consórcio ofereceu R$ 181,5
milhões pela concessão do estádio.
DE OLHO NA MALÁSIA -
Em 7 de maio de 2013, a petroleira OGX vendeu participação de 40% em dois
blocos de petróleo para a estatal da Malásia Petronas, por US$ 850 milhões. Na
foto, Eike com o premiê malaio, Najib Razak, em agosto de 2012, quando anunciou
investimento de US$ 6 bi no país asiático.
PREJUÍZO DE R$ 1 BI NO TRIMESTRE -
Em maio, as empresas do grupo EBX com ações na Bolsa (OGX, MMX, MPX, OSX, LLX e
CCX) divulgaram resultados decepcionantes para o primeiro trimestre. Segundo
levantamento da consultoria Economatica, pela primeira vez o prejuízo acumulado
das seis companhias ultrapassou a marca de R$ 1 bilhão em um único trimestre (R$
1,154 bilhão de janeiro a março, contra R$ 180,6 milhões em 2012).
JATINHO À VENDA -
Eike Batista colocou à venda em um site o jato particular Legacy 600, o segundo
melhor da sua frota.
HOTEL GLÓRIA À VENDA - O
grupo EBX coloca à venda o tradicional hotel Glória, no Rio, adquirido em 2008
por R$ 80 milhões. Em 2010, o grupo iniciou reformas no tradicional hotel,
rebatizado de Glória Palace, e o integrou à REX, braço imobiliário do grupo.
CCX FICA NA BOLSA - O
empresário tinha anunciado a saída da empresa de mineração de carvão CCX da
Bolsa de Valores. Após as ações desabarem, Eike decidiu reconsiderar o negócio
e manter a empresa na Bovespa.
CONSELHEIROS ABANDONAM O BARCO -
As empresas de Eike enfrentaram uma debandada de membros de seus Conselhos de
Administração; entre eles, os ex-ministros Pedro Malan (Fazenda), Rodolpho
Tourinho Neto (Minas e Energia) e Ellen Gracie (Supremo Tribunal Federal).
RUMORES DE CALOTE E CRISE DE CONFIANÇA -
Ao final de junho de 2013, começaram a surgir rumores de que as empresas de
Eike não teriam condições de honrar seus compromissos com os credores e teriam
que renegociar dívidas de curto prazo. Isso gerou temor entre os investidores.
Na época, as empresas negaram.
A VIRADA, PARA BAIXO - A
petroleira OGX começou a derreter na Bolsa de Valores após ter anunciado a
suspensão de projetos. Bancos reduziram a expectativa de preço para a ação,
chegando a falar em R$ 0,04 por papel. Agências de risco cortaram a nota de
crédito da empresa, e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) decidiu
investigar se se houve falhas na divulgação de informações ao mercado.
CRISE VIRA PIADA NA WEB -
Em meio à crise de confiança das empresas de Eike e ao derretimento das ações
na Bolsa, a situação do bilionário virou motivo de piada nas redes sociais.
Internautas criaram a hashtag #EikeGenteComoAGente e deram "dicas"
para o empresário lidar com uma eventual pobreza.
VENDE-SE -
Em meio à crise do império de Eike Batista, o grupo EBX começou a tentar se
reestruturar. Isso incluiu a venda de ativos e até do controle de suas
empresas. Com esses recursos, o grupo poderia pagar seus maiores credores.
BNDES TERIA FAVORECIDO EMPRESAS DE EIKE -
Reportagem do jornal "O Estado de S.Paulo" afirmou, em julho de 2013,
que contratos de financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) sofreram alterações de prazos, recursos e exigências para
beneficiar empresas do bilionário Eike. O banco negou ter concedido vantagens
ou tratamento privilegiado.
LONGE DE SE APOSENTAR -
Em um artigo publicado no jornal "Valor Econômico" em 19 de julho,
Eike Batista relembrou passagens de sua "trajetória de mais de 30 anos de
muito trabalho" e comentou a crise em seus negócios. Na conclusão do
artigo, ele afirma que seu obituário empresarial tem ocupado as páginas de
blogs, jornais e revistas, e afirma: "Só posso dizer que me vejo muito
longe deste Eike aposentado".
EIKE CANCELA APOIO A UPPS NO RIO -
Em agosto de 2013, a OGX decidiu rescindir os convênios firmados em 2010 com a
Secretaria de Segurança do Rio para o financiamento do projeto de Unidade de
Polícia Pacificadora (UPP) das favelas cariocas Leia mais Antonio
Lacerda/Efe.
PREJUÍZO DAS EMPRESEAS SOBE 395% - O
prejuízo das empresas do bilionário com ações na Bolsa (OGX, MMX, MPX, OSX, LLX
e CCX) teve novo recorde histórico no 2º trimestre de 2013. Segundo
levantamento feito com base no balanço das companhias do grupo EBX , as perdas
chegam a R$ 5,71 bilhões no período, alta de 395% em relação aos três meses
anteriores.
AÇÕES DE EIKE NA NOVELA DA GLOBO - A
crise no império de Eike chegou às novelas, em agosto, e levou um personagem da
ficção à falência. Em "Amor à Vida", da Rede Globo, o personagem
Guto, interpretado pelo ator Márcio Garcia, disse que perdeu todo o dinheiro
após ter investido em ações, e que precisaria dividir o apartamento com a
mulher, de quem estava se divorciando.
PETRONAS SEGURA PAGAMENTO A OGX - A
estatal malaia Petronas informou que só vai pagar a OGX pela compra de uma
fatia no campo de Tubarão Martelo quando Eike conseguir renegociar a dívida da
companhia. A Petronas deve pagar US$ 850 milhões por dois blocos de exploração
em Tubarão Martelo, dos quais US$ 250 milhões seriam pagos à vista, e o
restante seria pago de acordo com a produção de petróleo.
PRESIDENTE DO BNDES É CHAMADO AO SENADO - O
presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),
Luciano Coutinho, foi chamado para uma audiência pública, em 27 de agosto de
2013, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. O objetivo:
esclarecer os empréstimos do banco às empresas de Eike. Em julho, "O
Estado de S. Paulo" informou que o banco teria adiado prazos de cobrança e
alterado exigências em contratos com as empresas.
EIKE DEIXA LISTA DOS 15 MAIS RICOS DO
BRASIL - O ranking de bilionários brasileiros feito pela
revista "Forbes Brasil" em 2013 traz Eike na 52ª posição, com fortuna
estimada em R$ 2,95 bilhões. No ano anterior, Eike aparecia bem no topo do
ranking, com fortuna estimada em R$ 30,26 bilhões --praticamente empatado com
Jorge Paulo Lemann, que, na época, teve sua fortuna estimada em R$ 29,3 bi. Em
2013, Lemann manteve-se no topo, com R$ 38,24 bilhões.
OGX DEVOLVE BLOCOS DE PETRÓLEO - A
OGX desistiu de nove blocos de exploração de petróleo que arrematou sozinha em
maio, na 11ª rodada de leilões da ANP (Agência Nacional do Petróleo). Com a
desistência, a petroleira de Eike foi obrigada a pagar R$ 3,42 milhões em multa
às autoridades federais.
OGX COMPRA BLOCO DA PETROBRAS - O
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a compra, pela OGX,
dos 40% de participação da Petrobras no bloco BS-4, na bacia de Santos. Como o
negócio foi fechado sem ter a autorização do órgão que regula a concorrência no
Brasil, a OGX teve de pagar multa de R$ 3 milhões, em dez parcelas.
EIKE NÃO É MAIS BILIONÁRIO -
Segundo os cálculos da revista "Forbes", a fortuna do empresário em
agosto caiu para US$ 900 milhões. Apesar de a fortuna em reais ser ainda
bilionária, o ranking considera o montante em dólares. Sendo assim, Eike está
fora da seleta lista dos mais ricos do mundo. O brasileiro havia previsto que
se tornaria o mais rico do mundo até 2015.
EIKE É OBRIGADO A INJETAR US$ 1 BI NA
OGX
- A diretoria da OGX decide cobrar uma "promessa" de Eike de injetar
US$ 1 bilhão na OGX, por meio de subscrição de ações. Esse tipo de garantia é
chamado de "put" no mercado. O empresário afirmou que iria recorrer
da decisão e pedir arbitragem no caso.
CRISE DE EIKE GERA MUDANÇA NA BOVESPA - A
BM&F Bovespa anunciou sua 1ª mudança na metodologia do Ibovespa (principal
índice da Bolsa) em 45 anos. Um dos principais motivos foi a derrocada nas
ações da petroleira OGX, que têm um dos maiores pesos no Ibovespa. Com o preço
baixo das ações, as oscilações percentuais são sempre muito intensas: um
centavo de diferença nas negociações já causa uma variação expressiva. Isso
afeta o resultado final do Ibovespa.
CCX BUSCA COMPRADOR PARA MINAS NA
COLÔMBIA - A CCX negocia a venda de seu projeto de mineração de
San Juan, complexo colombiano que reúne mina de carvão, porto e ferrovia para o
transporte da matéria-prima. A CCX assinou memorando de entendimento com a
Transwell Enterprises para vender por US$ 75 milhões as duas outras minas,
essas a céu aberto, que possui na Colômbia: Cañaverales e Papayal.
"ESTOU COMENDO VIDRO" -
Na 1ª entrevista desde o início da crise nos negócios, ao "The Wall Street
Journal", Eike atribuiu as dificuldades atuais de seu conglomerado às
falhas de gestão cometidas por executivos do grupo, à impaciência dos
investidores e à falta de sorte. "[Elon] Musk disse que começar uma
empresa é como comer vidro. Eu estou comendo vidro".
EIKE VENDE MARINA DA GLÓRIA - O
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a
venda do controle da Marina da Glória, no Rio, para uma holding do setor, a BRM
Holding de Investimento Glória, segundo o diário oficial. Os valores da operação
não foram divulgados.
MANTEGA: EIKE QUEIMOU O FILME DO BRASIL - O
ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a dizer que a crise nos negócios de
Eike Batista "já causou problemas para a imagem do país e para a Bolsa de
Valores, que teve uma deterioração". Anteriormente, o ministro havia
afirmado que a crise do empresário não representa um risco para a economia
brasileira, e que o governo não pretende oferecer ajuda para o grupo EBX.
OGX CONFIRMA CALOTE -
Em 1º de outubro, a OGX informou que optou por não pagar US$ 44,5 milhões a
credores estrangeiros, referentes à dívida de US$ 1,1 bilhão em bônus com
vencimento em 2022, emitidos no exterior pela OGX Austria, controlada da OGX.
No total, apenas em bônus no mercado internacional a OGX tem dívida de US$ 3,6
bilhões. O calote de Eike é tratado como o "fim de uma era" pela
mídia internacional.
MOTIVO DE PIADA -
Eike estampa a capa da revista americana "Bloomberg Businessweek" no
começo de outubro. Numa longa reportagem, a revista fala dos problemas
enfrentados pelo empresário nos últimos meses e diz que ele já virou motivo de
piada no Brasil. O texto diz que o empresário protagoniza "um dos maiores
colapsos pessoais e financeiros da história, talvez o maior, e pode estar se
aproximando da falência".
OGX COMPLETA 2 MESES SEM PRODUZIR
PETRÓLEO - A petroleira de Eike não produziu nenhum barril de
petróleo em agosto, nem em setembro. Nos dois meses, toda a produção da
companhia ficou restrita ao campo de Gavião Real, na Bacia do Parnaíba. Não
houve nenhuma produção no campo de Tubarão Azul, na bacia de Campos, o único da
OGX em atividade no mar. A produção de petróleo está parada devido a
"danos nas bombas", informou a petroleira.
EIG ASSUME CONTROLE DA LLX - O
grupo norte-americano EIG assume o controle da empresa de logística LLX em 14
de outubro. Eike fechou contrato para vender o controle da LLX ao grupo EIG em
setembro, por R$ 1,3 bilhão. Dentro do acordo, a LLX tomou um novo empréstimo
de R$ 900 milhões com os bancos Santander e Bradesco por um prazo de 18 meses.
O acerto também inclui a rolagem por três anos de dívidas da empresa com o
Bradesco e com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
VENDA DO CONTROLE DO PORTO SUDESTE -
Eike vende o controle (65% do capital social) da MMX Porto Sudeste para a
Impala, divisão da Trading Trafigura, e Mubadala, por US$ 996 milhões. A
transação considera um investimento total US$ 400 milhões na MMX Porto Sudeste,
pela Impala e pela Mubadala. A MMX, por sua vez, transferirá dívidas da MMX
Sudeste no valor de aproximadamente R$ 1,3 bilhão.
EIKE DEMITE PRESIDENTE DA OGX -
Eike demitiu o presidente da OGX, Luiz Carneiro. Paulo Narcélio Simões Amaral
assume, acumulando com os cargos de diretor Financeiro e de Relações com
Investidores. O executivo Ricardo Knoepfelmacher, da consultoria Angra
Partners, assume o processo de reestruturação da OGX.
MULTA DE R$ 500 MIL A FAMÍLIA DE
CICLISTA ATROPELADO POR THOR - A 10ª Vara Cível do Rio
determinou que Eike Batista e seu filho Thor paguem uma multa de R$ 500 mil à
família do ajudante de caminhoneiro Wanderson Pereira dos Santos, que morreu
atropelado por Thor em março de 2012. O valor é cobrado pela família de
Wanderson como punição a Thor por ele ter divulgado, em depoimento à Justiça,
que pagou R$ 630 mil a parentes de Wanderson.
PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL -
Os advogados da OGX entram com pedido de recuperação judicial da empresa em 30
de outubro. A OGX declarou que deve, no total, R$ 11,2 bilhões. Esse é o
montante descrito como "passivo consolidado" no pedido feito à
Justiça.
A Derrocada
A Derrocada
A
derrocada do grupo empresarial de Eike Batista causou reflexos na sua vida
pessoal desde que ele vendeu as ações do Grupo X – Sabe-se que em 2008, com a
venda da empresa de mineração MMX Eike Batista recebeu em valores brutos o
total de R$ 4,3 bilhões e no ano de 2013 com a venda de uma empresa de energia
a MPX, o ganho de capital foi de R$ 1,3 bilhão. O curioso é que ao mesmo tempo
em que a renda diminuiu o patrimônio de Eike Batista teve um aumento: no ano de
2007 era de R$ 461 milhões e no ano de 2015 o valor do patrimônio era de R$ 5,6
bilhões.
O fato é que no dia 30/01/2017 o empresário Eike Batista
foi preso sob a suspeita de ter pagado U$16,5
milhões em propina ao ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que
também está preso pela operação Lava
Jato.
Acusação: o Ministério
Público Federal acusa Eike Batista de ‘ter pago’ 16,5 milhões
de dólares em propina ao ex-governador Sérgio Cabral, o equivalente a R$ 52
milhões de reais. O dinheiro saiu de uma conta no Panamá, em nome de uma das
empresas de Eike Batista, a Golden Rock Foundation, subsidiária da Centennial
Mining Fund, holding também do empresário.
O que sobrou do Império Eike Batista
MPX - Usinas térmicas
MPX/Divulgação
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Usina de Pecém
Criação 2001
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Abertura de capital Dezembro de 2007, levantando R$ 2
bilhões
O que aconteceu Sem dinheiro para tocar o plano
de negócios da companhia, Eike vendeu em 2013 metade de suas ações na MPX para
os alemães da E.ON, que se tornam acionistas majoritários. Mesmo assim, em
dezembro de 2014, a empresa teve de pedir recuperação judicial para reestruturar
dívidas de R$ 2,4 bilhões
A empresa ainda funciona? Sim. Foi rebatizada para Eneva e
tem térmicas em produção. Em junho de 2016, anunciou o fim de sua recuperação
judicial. Até setembro, contudo, ainda dava prejuízo.
Eike ainda é dono? Não. Mantém menos de 1% da
empresa.
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MMX - Mineradora
MMX/Divulgação
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Porto Sudeste, em Itaguaí (RJ)
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Criação 2005
Abertura de capital Julho de 2006, levantando R$ 1,1 bilhão
Abertura de capital Julho de 2006, levantando R$ 1,1 bilhão
O que aconteceu O projeto desandou com estouro de
custos e atrasos na produção. Em 2014, a subsidiária MMX Sudeste, principal
braço da mineradora, tinha R$ 700 milhões em dívidas e pediu recuperação
judicial. Em 2016, foi a vez de a holding MMX entrar na Justiça com seu pedido
de proteção contra dívidas de R$ 500 milhões.
A empresa ainda funciona? Sim, mas de forma precária. Para
pagar credores, arrendou uma planta de beneficiamento e vendeu terrenos e
minas. O porto Sudeste, feito para escoar a produção, foi quase todo vendido.
Em 2016, nada produziu
Eike ainda é dono? Sim, com 57,4% das ações.
Eike ainda é dono? Sim, com 57,4% das ações.
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LLX - Logística
Fabio Braga/Folhapress
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Porto do Açu
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Criação Em 2007 (como subsidiária da MMX)
Abertura de capital Julho de 2008, com valor de
mercado de R$ 1,8 bilhão (ações começam a ser negociadas separadamente a partir
de uma cisão da MMX).
O que aconteceu Sem dinheiro para tocar as obras
e devendo a bancos, Eike passou o controle da LLX para o grupo americano EIG em
2013. A empresa entrou no negócio com o compromisso de injetar R$ 1,3 bilhão na
companhia para terminar as obras do porto do Açu, no litoral fluminense.
A empresa ainda funciona? Sim, como Prumo Logística. Onze
empresas usam hoje o porto do Açu, no litoral fluminense, como base industrial
ou para escoamento de minério.
Eike ainda é dono? Não. Após a operação com o EIG,
passou o que restava ao fundo Mubadala e ao Itaú.
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OGX - Petroleira
AFP PHOTO
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Eike Batista na OGX
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Criação 2007
Abertura de capital Junho de 2008, levantando R$ 6,7 bilhões.
Abertura de capital Junho de 2008, levantando R$ 6,7 bilhões.
O que aconteceu As ações começaram a cair com a
divulgação de testes de produção abaixo do esperado em 2012. Derreteram de vez
em 2013 com o anúncio de que a OGX não conseguiria tirar petróleo de algumas
áreas. Com R$ 11,2 bilhões em dívidas, em outubro daquele ano, pediu proteção
da Justiça para evitar a falência.
A empresa ainda funciona? Sim, mas com uma pequena
operação. Teve de vender blocos para terceiros e devolver áreas para o governo.
A empresa, que chegou a competir em leilões com a Petrobras, hoje tem um campo
em produção.
Eike ainda é dono? Não. Eike tem cerca de 13% das
ações, mas após acordo com credores terá 0,65%
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OSX - Estaleiro
Sergio Moraes/Folhapress
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Plataforma da OSX
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Criação 2009
Abertura de capital 2010, levantando R$ 2,5 bilhões.
Abertura de capital 2010, levantando R$ 2,5 bilhões.
O que aconteceu Criada para construir as
plataformas de exploração de petróleo da OGX, a empresa ficou sem encomendas
com a derrocada da petroleira e não conseguiu encontrar novos pedidos no
mercado. A empresa entrou com pedido de recuperação judicial logo após a OGX,
em 2013.
A empresa ainda funciona? Sim, mas não como estaleiro. A
empresa tenta faturar com o aluguel da área ocupada no porto do Açú, da Prumo.
E tem dívidas com credores por mais duas décadas.
Eike ainda é dono? Sim. Possui 66,3% das ações
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CCX - Carvão
Reprodução/Folhapress
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Mina da CCX
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Criação 2012
Abertura de capital Maio de 2012, com valor de R$ 740 milhões (criada a partir de cisão da MPX).
Abertura de capital Maio de 2012, com valor de R$ 740 milhões (criada a partir de cisão da MPX).
O que aconteceu Com a quebra de Eike, os
investimentos secaram, inviabilizando a empresa, que fora criada para erguer na
Colômbia uma mina de carvão, uma ferrovia e um porto. Em agosto de 2016, fechou
acordo para a transferência dos principais ativos da companhia.
A empresa ainda funciona? Sim, mas com a venda de quase
tudo o que tinha, perdeu seu propósito.
Eike ainda é dono? Sim, Possui 56,2% das ações
Fonte e Sítios Consultados
"Eike: o
homem que vendia terrenos na Lua" - (Editora
247, 133 páginas, da Amazon)
http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2017/01/nome-de-eike-batista-e-incluido-em-lista-de-foragidos-da-interpol.html
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/01/1854186-renda-de-eike-despenca-e-receita-suspeita-de-contas-nao-declaradas.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/02/1855936-promessa-de-eike-de-se-tornar-o-mais-rico-do-mundo-hoje-parece-desatino.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/02/1855936-promessa-de-eike-de-se-tornar-o-mais-rico-do-mundo-hoje-parece-desatino.shtml
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