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31 de outubro de 2013

Quem é Eike Batista? De onde ele veio e para onde ele vai?


A grande vítima de Eike Batista foi o pequeno investidor




Quem é Eike Batista? De onde ele veio e para onde ele vai?

- Vamos conhecer mais sobre a sua vida.

       Muitos procuram entender quais são os riscos para os pequenos investidores da Bolsa de Valores, quando acontecem casos como o tema desde post: a história de toda a ascensão monumental seguida pela impressionante queda do bilionário Eike Batista. E esse é o tema do recém-lançado e-book "Eike: o homem que vendia terrenos na Lua" (Editora 247, 133 páginas, da Amazon). Escrito pelo ex-editor da revista "IstoÉ Dinheiro" e diretor do site Brasil 247, o jornalista Leonardo Attuch, o livro compara Eike a Ícaro, o personagem da mitologia grega que pretendia voar até o sol, mas viu suas asas se derreterem antes de realizar o sonho.

Nesta obra, Attuch diz que Eike contou com a condescendência da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), dos analistas, da mídia e dos governos para criar uma das maiores bolhas individuais da história mundial. Em uma entrevista para o InfoMoney, ele diz que o grande perdedor de toda essa história é o pequeno investidor, que confiou nas promessas do bilionário e perdeu boa parte do patrimônio.


Acompanhe os principais trechos dessa entrevista para a InfoMoney

A maior das bolhas

Eike Batista é o retrato de uma bolha individual criada por ele mesmo em um momento em que o Brasil se beneficiava muito do superciclo das commodities. Nunca antes na história desse país alguém conseguiu captar tanto dinheiro e entregar tão pouco. Os ativos hoje são muito frágeis apesar de todo o dinheiro investido. A única empresa saudável é a MPX.

Quem são os perdedores?

Com uma linguagem inadequada para o mercado de capitais, Eike Batista ajudou a atrair investidores inexperientes. Ele dizia que descobriu "meia Bolívia" em gás no Maranhão, que criaria a "Embraer dos mares" [a OSX] e a "Roterdã dos trópicos" [a LLX]. As mensagens que ele colocava no Twitter chegavam bem perto de recomendações de compra das ações. O bilionário foi no "Fantástico" e lançou um livro de autoajuda. Essa linguagem extremamente eufórica merecia reparos da CVM. Em artigo publicado no "Valor", ele se disse iludido pelos funcionários, afirmou que se pudesse voltar atrás não teria vendido ações das empresas na bolsa. Mas ele abriu o capital. Então deveria ter moderação nos comentários. A grande vítima é o pequeno investidor. Alguns fundos ganharam muito dinheiro no começo, quando as ações subiram. Depois houve fundos que lucraram na baixa porque souberam se posicionar vendidos.

Quem são os credores?

O BNDES deu a entender que, ao decidir conceder tanto dinheiro ao Eike Batista, ele errou junto com todo o sistema financeiro brasileiro. Mas o Banco do Brasil não emprestou dinheiro para o Eike Batista. Falei com um diretor de lá e o cara me disse que não queria o risco de dar crédito para alguém com base em promessas. Agora imagine a pressão política que deve ter havido sobre o BB. Eles resistiram. Ninguém sabe como Eike Batista vai pagar todos os credores, já que ele continua prometendo isso. Além dos ativos das empresas, deve haver alguns bens pessoais em garantia dos empréstimos. Então os bancos vão para cima do patrimônio dele. Não acreditamos os bancos são os maiores perdedores porque a dívida não é monstruosa em relação à carteira total de crédito. Parece que é o BTG Pactual quem tem a maior exposição em relação à carteira total. Mas também parece que as dívidas com o BTG têm como garantia principalmente a MPX. Aí tudo bem porque tem ativo para cobrir. Agora pode haver uma contração no mercado de crédito para todas as empresas brasileiras se os bancos saírem dessa menos capitalizados. Outro impacto negativo do colapso de Eike Batista poderá ser visto no próximo leilão de petróleo que a ANP vai realizar neste ano. Se não atrair investidores, será uma herança negativa para o país.



A relação com os políticos

Não há duvida de que o personagem era muito forte, era um dos homens mais ricos do mundo. Então os governantes queriam se aproximar dele. O diretor de relações institucionais da EBX era muito esperto e construiu esses relacionamentos. Eike Batista foi um grande doador de campanhas do José Sarney [senador pelo PMDB-AP e ex-presidente do Senado] e de sua filha Roseana [PMDB]. Não foi à toa. A MMX nasce no sistema Amapá, um feudo político de Sarney. A relação mais forte, no entanto, é com o governador Sérgio Cabral [PMDB-RJ]. Ele emprestava avião ao governador ao mesmo tempo em que conseguia isenções tributárias do Rio para a EBX. Ele também cativou o [ex-governador e hoje senador] Aécio Neves [PSDB-MG] porque a MMX tinha minas no Estado. Eike Batista chegou a financiar um museu de mineração em Belo Horizonte. E também tinha uma relação muito forte com o PT e cativou as forças mais influentes do partido. Eike Batista foi o maior patrocinador do filme "Lula, o Filho do Brasil". Depois ele comprou um terno do ex-presidente em um leilão por R$ 500 mil. Ele sempre buscou agradar o chefe da vez. Também tinha relações nos escalões inferiores do governo e no BNDES. Acho que ele fez o que todos os empresários fazem. Se o PSDB estivesse no governo, teria sido cativado igualzinho. É verdade que Dilma manteve uma distância bem maior. Ela chegou a ir nas empresas do Eike Batista como presidente, mas não vejo a mesma proximidade como de outros governos até pelo perfil da pessoa, ela sempre foi mais comedida que o antecessor. Mas vale lembrar que não houve grande pressão sobre a Petrobras agora para salvar o grupo X.

E a CVM lava as mãos

Também é verdade que a CVM fechou os olhos. Era um ambiente que qualquer coisa valia muito dinheiro por causa de euforia com a China e as commodities. O Eike Batista fez a operação com a Anglo American [venda de parte dos ativos da MMX] que ajudou a criar a percepção de que ele era um Midas. Ele diz que também teve a chance de vender uma parte da OGX em uma operação que avaliaria a empresa como um todo em US$ 30 bilhões. Não sei se chegaram a fazer uma oferta firme pelos ativos, mas seria um grande erro de avaliação ter rejeitado tal oferta. Mesmo com a deterioração do cenário externo, ele continuava a vender suas empresas com todo o otimismo. Falei uma vez com o Eike Batista sobre a LLX e ele me mostrou um mapa em que dizia que as maiores empresas brasileiras já haviam decidido se instalar no Porto de Açu. Ele dizia que grandes empresas como a Fiat já estavam fechadas. Eu perguntava se a Fiat iria mesmo para lá e ele dizia que sim. Ele vendia possibilidade como certeza. Empresa dá "guidance" ao mercado e pode mentir um pouquinho. Mas não pode mentir tanto quanto ele mentiu.

A condescendência da mídia

Discutisse muito no livro o papel da imprensa na criação dessa bolha. Eike Batista se vendeu como um Midas e as pessoas compraram também pela quantidade de capas de revistas dedicadas a ele. Cabia à imprensa e aos reguladores não permitir que essa venda fosse tão ilusória quanto foi. Quando trabalhava na IstoÉ Dinheiro, fiz uma capa com o Eike Batista sobre o leilão da ANP de 2007 em que ele pagou R$ 1,5 bilhão por vários blocos. Ele pagou ágios enormes em que não havia concorrência nenhuma. Fiz uma capa questionando: "O que Eike está enxergando?". Quando o entrevistei, ele disse que petróleo é como eleição, você só vai saber o que tem na urna depois que ela é aberta. Mas se é questão de sorte, perguntei por que ele havia colocado tanto dinheiro. Ele disse que confiou na equipe dele, que considerava bons blocos a serem explorados. Ele tentava transmitir a sensação de que tinha informações que o mercado não tinha. É justo lembrar que os prospectos para a abertura de capital de suas empresas explicavam em detalhes todos esses fatores de risco. Estava escrito ali que tudo podia dar em nada, mas me parece que as pessoas não se atentaram a isso. Fiz várias outras reportagens sobre Eike Batista nos anos seguintes e acho que não me deixei contaminar.

Qual será o futuro de Eike Batista?

O que vai acontecer? Acreditamos que agora é momento da reestruturação das dívidas. Vai ter um longo processo de liquidação. A OSX vai ser liquidada e tende a desaparecer. A OGX pode ser vendida em partes, o que prestar encontrará um comprador. A MMX não vingou ainda, tem prejuízo, o sistema Minas-Rio não se provou. O porto de Açu, da LLX, é uma grande fraude, não vai ter a "Roterdã dos trópicos". É provável que ele seja alvo de ações coletivas de investidores. E ainda, pode responder criminalmente pelo que prometeu, já que a realidade é muito diferente dos fatos relevantes divulgados. Não sabemos se pode ir preso, a Justiça é imprevisível. Mas possivelmente deve sobrar algo da fortuna porque um empresário sempre protege o próprio patrimônio.

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Quem é Eike Batista? De onde ele veio e para onde ele vai?


INFÂNCIA EM MINAS E NO RIO - Eike Fuhrken Batista nasceu em Governador Valadares (MG), em 3 de novembro de 1956. É um dos sete filhos de Eliezer Batista e Jutta Fuhrken. Ele foi criado no Rio e, aos 12 anos, mudou-se com a família para Frankfurt, na Alemanha.

FILHO DE ELIEZER BATISTA - Seu pai, Eliezer Batista (foto), foi ministro de Minas e Energia no governo de João Goulart (1961-1964) e presidente da Vale por dez anos, durante a ditadura. Mais tarde, assumiu a Secretaria de Assuntos Estratégicos do governo de Fernando Collor de Mello (1990-1992). Foi também membro do Conselho Coordenador das Ações Federais no Rio, órgão ligado à Presidência da República, durante o segundo governo de Fernando Henrique Cardoso (1998-2002).

FACULDADE E VENDEDOR DE SEGUROS - Quando Eike Batista tinha 18 anos, seus pais voltaram da Europa para o Brasil, mas ele ficou entre Aachen, na Alemanha, e Bruxelas, na Bélgica. Em paralelo à faculdade de metalurgia (não concluída) em Aachen, começou sua vida profissional vendendo apólices de seguro de porta em porta. Aperfeiçoou o inglês e aprendeu francês, além de praticar o alemão, que já falava em casa.

CORRIDA PELO OURO - Eike conta que, no início dos anos 1980, soube da corrida pelo ouro na região de Alta Floresta, no Mato Grosso, lendo a antiga revista "Manchete". Decidiu largar a faculdade na Alemanha e voltar ao Brasil. Diz ter seguido sua "intuição" para farejar o negócio. Intermediou negócios entre os produtores locais e compradores do Brasil e da Europa, ganhando por comissão.

PRIMEIRA EMPRESA - Conseguiu R$ 500 mil emprestados por joalheiros de Rio e São Paulo, e adquiriu uma mina em Alta Floresta. Um ano depois, tinha um patrimônio de US$ 6 milhões, com o qual decidiu mecanizar a produção. Montou a Autram Aurem, empresa de compra e venda de ouro que, mais tarde, daria origem ao grupo EBX. Sobre os investidores que apostaram no seu negócio, disse mais tarde ao jornal "The New York Times": "Com certeza, eles sabiam que meu pai era importante".

MÁQUINA "MALUCA" - Implementou a primeira unidade industrial mecanizada na Amazônia, a Novo Planeta. Comprou novas minas, e firmou parceria com a gigante de mineração Rio Tinto, o que lhe rendeu mais e mais dinheiro.

SÓCIO CANADENSE E PRIMEIRO BILHÃO - No final dos anos 1980, uniu-se à canandense Treasure Valley e criou a TVX Gold. Tornou-se o principal acionista e presidente da mineradora listada nas Bolsas de Nova York e de Toronto. Entre 1991 e 1996, o valor de mercado da companhia mais que triplicou. Após desavenças com os sócios, vendeu sua parte na companhia e obteve seu primeiro bilhão.

MARIDO DE LUMA - Ainda pouco conhecido no Brasil, Eike casou-se com a ex-modelo Luma de Oliveira, em 1991, e com ela teve dois filhos, Thor e Olin. Luma foi protagonista de uma série de polêmicas. Em uma delas, em 1998, a rainha do Carnaval desfilou na Sapucaí com uma coleira com o nome Eike cravejado em diamantes. Em 2002, foi fotografada com uma "calcinha transparente" num ensaio de escola de samba.

DESCOBRIDOR DOS SETE MARES - No início dos anos 1990, Eike foi campeão brasileiro, americano e mundial na categoria Super Powerboat Offshore. Em 2006, completou as 220 milhas náuticas entre Santos e Rio de Janeiro em 3h01m47s e bateu o recorde da travessia a bordo da máquina Spirit of Brasil.


GRUPO EBX - De 1980 até 2000, Eike fez negócios em vários países, lucrando cerca de US$ 1 bilhão. Em 2000, decidiu focar seus negócios no Brasil. Criou o grupo EBX, com empresas como OGX (petróleo), OSX (indústria naval offshore), MPX (energia), LLX (logística), MMX (mineração) e CCX (mineração de carvão).

"X" E SUPERSTIÇÃO - Desde o começo da carreira do empresário, a letra "X" esteve presente nos nomes de quase todas as empresas. Segundo ele, o "X" simboliza "o potencial de gerar e multiplicar negócios". Outro elemento presente nas marcas do grupo EBX é o sol, que representa uma das principais divindades na cultura inca. Segundo ele, "transmite força, poder, liderança e otimismo".

CULINÁRIA CHINESA - Em 2006, Eike inaugurou o restaurante Mr Lam, no Rio, especializado em culinária chinesa. O projeto é uma parceria com o chef chinês Mr Lam, que já teve restaurante em Londres e Nova York.

ESTREIA NA BOLSA - Em 2007, a OGX adquiriu, em rodada de licitação da ANP (Agência Nacional do Petróleo), o direito de concessão de 21 blocos exploratórios nas bacias de Santos, Campos, Espírito Santo e Pará-Maranhão. Em 2008, a oferta inicial de ações (IPO) da petroleira na Bovespa captou cerca de US$ 4,1 bilhões.

MECENAS DA RIO-2016 - Eike foi um dos "mecenas" da campanha que elegeu o Rio de Janeiro como cidade-sede das Olimpíadas de 2016, deixando para trás Doha, Chicago, Tóquio e Madri. O empresário doou mais de R$ 20 milhões para a candidatura brasileira.

HOTEL GLÓRIA - Eike comprou, em 2008, o famoso hotel Glória, no Rio, que foi rebatizado de Glória Palace Hotel. A ideia era reformar o imóvel e reinaugurá-lo em 2014. O Grupo EBX também planejava converter o Hilton Santos, conhecido como "Morro da Viúva", do Clube de Regatas do Flamengo, em hotel Parque do Flamengo.



MARINA DA GLÓRIA - Em 2009, Eike comprou o controle da MG Rio Gerenciamento e Locações, empresa que detinha a concessão do Complexo da Marina da Glória, no Parque do Flamengo. Em fevereiro de 2013, o Iphan aprovou o anteprojeto de modernização da marina, que incluía a construção de um prédio de 15 metros de altura e mudanças numa área de 20 mil metros quadrados.

ESTREIA NO IBOVESPA - As empresas OGX e LLX ganharam destaque na Bolsa de Valores e, no começo de 2010, passaram a constar do Ibovespa, principal índice de ações da Bovespa. A composição do índice é revista a cada quatro meses, e a ideia é incluir os papéis mais negociados nos 12 meses anteriores à revisão.

ESCRITÓRIO EM NY - No início de 2011, o Grupo EBX decidiu abrir um escritório em Nova York (EUA) para ser sede da EBX Internacional. "(...) vamos ficar ainda mais próximos dos investidores globais. Estamos avançando no mercado internacional para identificar novas oportunidades de negócios, com projetos diferenciados, eficientes e sintonizados com o que há de melhor no mundo", disse Eike, na época.

OITAVO MAIS RICO DO MUNDO - Em março de 2011, Eike Batista apareceu em oitavo lugar na lista dos homens mais ricos do mundo elaborada pela revista "Forbes". Na época, sua fortuna era estimada em US$ 27 bilhões. Ele disse que se tornaria o homem mais rico do mundo entre 2015 e 2016.

BOLSA DE ENERGIA - Em 28 de julho de 2011, entrou em operação um novo projeto do empresário: a Bolsa de energia Brix, uma plataforma de negociação entre geradores, comercializadores e consumidores de energia.

RUMORES DE NEGÓCIO COM A FOXCONN - Em novembro de 2011, houve rumores de que Eike e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) estariam negociando sociedade com a taiwanesa Foxconn, que fabrica equipamentos da Apple. Em fevereiro de 2012, Eike chegou a anunciar uma fábrica da Foxconn em Minas Gerais, mas os negócios com a taiwanesa nunca foram confirmados oficialmente.

REALIZAÇÃO DO UFC NO BRASIL - O empresário anunciou, em dezembro de 2011, sua estreia no ramo de esportes e entretenimento, com o lançamento da IMX, uma parceria entre o grupo EBX e a IMG Worldwide, com sede no Rio. A empresa é responsável por realizar os eventos do Ultimate Fighting Championship (UFC) no Brasil.

PRIMEIRO ÓLEO DA OGX - Depois de vários adiamentos, teve início a produção da OGX, braço petrolífero do grupo EBX. O primeiro óleo foi extraído às 18h39 de 31 de janeiro de 2012 no campo de Waimea, na bacia de Campos, litoral do Rio.

THOR ATROPELA CICLISTA - Em março de 2012, problemas familiares ocuparam Eike. Seu filho Thor, então com 20 anos, atropelou e matou o ciclista Wanderson Pereira dos Santos na rodovia Washington Luis, na Baixada Fluminense.

PROXIMIDADE COM CABRAL - A relação entre Eike e o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), é bastante próxima. Além de bancar gastos de campanha, Eike tornou-se uma espécie de "patrocinador" de programas usados como vitrine eleitoral, doando milhões a projetos do interesse do político. A oposição fala em conflito de interesse, já que o grupo EBX recebe isenções fiscais no Estado. Eike e Cabral dizem ser amigos e que os laços pessoais não beneficiam o grupo EBX em negócios com o governo fluminense.



JATINHO EMPRESTADO A CABRAL - O relacionamento entre Eike e o governador fluminense, Sérgio Cabral (PMDB), chegou a ser alvo de investigação após vir à tona que o empresário havia emprestado um jatinho para o político ir a uma festa, em junho de 2011. O procurador-geral de Justiça do Rio, Cláudio Lopes, concluiu que a conduta do governador foi questionável no campo da ética, mas não resultou em improbidade administrativa, e o processo foi arquivado.

NEGÓCIO DA ARÁBIA - Em 26 de março de 2012, Eike anunciou a venda de parte do grupo EBX para a Mubadala, empresa de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, por US$ 2 bilhões. O investimento de Abu Dhabi avaliou a EBX como se valesse US$ 35,5 bilhões, informou o grupo brasileiro.

PARCERIA COM A IBM - Já em abril de 2012, a IBM acertou a compra de 20% da Six Automação, empresa de tecnologia do grupo EBX, por um valor não revelado.

SUPERPORTO DO AÇU - Uma das maiores empreitadas anunciadas pelo grupo EBX foi a construção do Superporto do Açu, um complexo portuário em São João da Barra (RJ), no norte fluminense. A obra está sob responsabilidade da OSX e da LLX.

ROCK IN RIO - Em maio de 2012, Eike adquiriu metade das ações da companhia Rock World, proprietária da marca Rock in Rio, controlada pelo empresário Roberto Medina. O valor total da compra não foi divulgado e Eike se limitou a dizer que o custo do investimento foi "suficiente". O acordo previa o investimento US$ 350 milhões nos cinco anos seguintes no festival e promoção da marca pelo mundo.

NEYMAR NA CARTEIRA - O atacante Neymar, ainda nos tempos de Santos, assinou contrato com a IMX, de Eike Batista, em julho de 2012. A agência de gestão esportiva foi contratada para trabalhar na gestão da carreira e no gerenciamento da imagem do atleta.

FILHO DE PEIXE - Em setembro de 2012, o filho Thor foi aprovado pelo conselho de administração da EBX Brasil como diretor da EBX Brasil, um dos veículos de investimento do grupo. Ele já era diretor da holding EBX.

CIRQUE DU SOLEIL - Também em setembro de 2012, o empresário anunciou um acordo com o Cirque du Soleil para promover o espetáculo da companhia canadense na América do Sul, por meio de sua empresa IMX.

EM BAIXA NA BOLSA - Em 2012, as empresas administradas por Eike perderam mais de R$ 30 bilhões em valor de mercado na Bolsa, e a petroleira OGX teve a ação com maior queda da Bovespa. E 2013 não tem sido um ano fácil. Em sua conta no microblog Twitter, o empresário disse estar decepcionado: "Eu não vendi minhas ações! Estou tão decepcionado quanto você e trabalhando para mudar esta realidade com nova disciplina".

PARCERIA COM BTG PACTUAL - Tentando recuperar sua credibilidade junto ao mercado financeiro, o grupo EBX firmou, em março de 2013, uma "parceria de cooperação estratégica" com o banco BTG Pactual, de André Estevez. O acordo envolvia assessoria financeira, linhas de crédito e futuros investimentos de capital de longo prazo para projetos do grupo.




"O MAIOR PERDEDOR DO ANO" - No ranking de bilionários publicado pela revista "Forbes" em março de 2013, Eike Batista viu sua fortuna despencar de US$ 30 bilhões para US$ 10,6 bilhões (prejuízo de US$ 2 milhões por hora). Com isso, ele despencou da 7ª posição, em 2012, para 100º em 2013.

GIGANTE DE ENERGIA - Em março de 2013, Eike vendeu mais 24,5% de sua empresa de energia elétrica, MPX, para a alemã E.ON, numa operação de cerca de R$ 1,5 bilhão. Com isso, a participação da E.ON subiu de 11,5% para 36,2%, e a de Eike caiu de 54% para cerca de 24%. As duas empresas anunciaram a formação de uma joint venture em 11 de janeiro de 2012.

POLÊMICAS NO SUPERPORTO - A construção do Superporto do Açu passou por algumas polêmicas em 2013. O Ministério Público Federal (MPF) em Campos dos Goytacazes (RJ) afirmou que as obras do porto causaram a salinização de água e solo na região. Também houve reportagem na imprensa afirmando que o terminal corre o risco de afundar, pois não teria sido feito um estudo do solo no local. A LLX desmentiu as acusações.

GIGANTE DO PETRÓLEO - A EBX e a gigante petrolífera BP assinaram, em março de 2013, um contrato para a formação de uma companhia para distribuição de combustíveis marítimos no Superporto do Açu. A MFX (Marine Fuels X) deve comercializar e distribuir combustíveis marítimos sob a marca da BP Marine, e terá controle compartilhado.

DISPUTA PELO MARACANÃ - Eike Batista e Odebrecht saíram na frente na disputa pelo controle do Maracanã. O Consórcio Maracanã SA, formado pela Odebrecht Participações, IMX Venues e AEG Administração de Estádios do Brasil, ofereceu R$ 5,5 milhões por ano ao governo do Rio para assumir o estádio, e tem a melhor proposta financeira registrada na concorrência pelo complexo esportivo. Ao todo, o consórcio ofereceu R$ 181,5 milhões pela concessão do estádio.

DE OLHO NA MALÁSIA - Em 7 de maio de 2013, a petroleira OGX vendeu participação de 40% em dois blocos de petróleo para a estatal da Malásia Petronas, por US$ 850 milhões. Na foto, Eike com o premiê malaio, Najib Razak, em agosto de 2012, quando anunciou investimento de US$ 6 bi no país asiático.

PREJUÍZO DE R$ 1 BI NO TRIMESTRE - Em maio, as empresas do grupo EBX com ações na Bolsa (OGX, MMX, MPX, OSX, LLX e CCX) divulgaram resultados decepcionantes para o primeiro trimestre. Segundo levantamento da consultoria Economatica, pela primeira vez o prejuízo acumulado das seis companhias ultrapassou a marca de R$ 1 bilhão em um único trimestre (R$ 1,154 bilhão de janeiro a março, contra R$ 180,6 milhões em 2012).

JATINHO À VENDA - Eike Batista colocou à venda em um site o jato particular Legacy 600, o segundo melhor da sua frota.

HOTEL GLÓRIA À VENDA - O grupo EBX coloca à venda o tradicional hotel Glória, no Rio, adquirido em 2008 por R$ 80 milhões. Em 2010, o grupo iniciou reformas no tradicional hotel, rebatizado de Glória Palace, e o integrou à REX, braço imobiliário do grupo.

CCX FICA NA BOLSA - O empresário tinha anunciado a saída da empresa de mineração de carvão CCX da Bolsa de Valores. Após as ações desabarem, Eike decidiu reconsiderar o negócio e manter a empresa na Bovespa.

CONSELHEIROS ABANDONAM O BARCO - As empresas de Eike enfrentaram uma debandada de membros de seus Conselhos de Administração; entre eles, os ex-ministros Pedro Malan (Fazenda), Rodolpho Tourinho Neto (Minas e Energia) e Ellen Gracie (Supremo Tribunal Federal).

RUMORES DE CALOTE E CRISE DE CONFIANÇA - Ao final de junho de 2013, começaram a surgir rumores de que as empresas de Eike não teriam condições de honrar seus compromissos com os credores e teriam que renegociar dívidas de curto prazo. Isso gerou temor entre os investidores. Na época, as empresas negaram.

A VIRADA, PARA BAIXO - A petroleira OGX começou a derreter na Bolsa de Valores após ter anunciado a suspensão de projetos. Bancos reduziram a expectativa de preço para a ação, chegando a falar em R$ 0,04 por papel. Agências de risco cortaram a nota de crédito da empresa, e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) decidiu investigar se se houve falhas na divulgação de informações ao mercado.

CRISE VIRA PIADA NA WEB - Em meio à crise de confiança das empresas de Eike e ao derretimento das ações na Bolsa, a situação do bilionário virou motivo de piada nas redes sociais. Internautas criaram a hashtag #EikeGenteComoAGente e deram "dicas" para o empresário lidar com uma eventual pobreza.

VENDE-SE - Em meio à crise do império de Eike Batista, o grupo EBX começou a tentar se reestruturar. Isso incluiu a venda de ativos e até do controle de suas empresas. Com esses recursos, o grupo poderia pagar seus maiores credores.

BNDES TERIA FAVORECIDO EMPRESAS DE EIKE - Reportagem do jornal "O Estado de S.Paulo" afirmou, em julho de 2013, que contratos de financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) sofreram alterações de prazos, recursos e exigências para beneficiar empresas do bilionário Eike. O banco negou ter concedido vantagens ou tratamento privilegiado.

LONGE DE SE APOSENTAR - Em um artigo publicado no jornal "Valor Econômico" em 19 de julho, Eike Batista relembrou passagens de sua "trajetória de mais de 30 anos de muito trabalho" e comentou a crise em seus negócios. Na conclusão do artigo, ele afirma que seu obituário empresarial tem ocupado as páginas de blogs, jornais e revistas, e afirma: "Só posso dizer que me vejo muito longe deste Eike aposentado".

EIKE CANCELA APOIO A UPPS NO RIO - Em agosto de 2013, a OGX decidiu rescindir os convênios firmados em 2010 com a Secretaria de Segurança do Rio para o financiamento do projeto de Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) das favelas cariocas Leia mais Antonio Lacerda/Efe.

PREJUÍZO DAS EMPRESEAS SOBE 395% - O prejuízo das empresas do bilionário com ações na Bolsa (OGX, MMX, MPX, OSX, LLX e CCX) teve novo recorde histórico no 2º trimestre de 2013. Segundo levantamento feito com base no balanço das companhias do grupo EBX , as perdas chegam a R$ 5,71 bilhões no período, alta de 395% em relação aos três meses anteriores.

AÇÕES DE EIKE NA NOVELA DA GLOBO - A crise no império de Eike chegou às novelas, em agosto, e levou um personagem da ficção à falência. Em "Amor à Vida", da Rede Globo, o personagem Guto, interpretado pelo ator Márcio Garcia, disse que perdeu todo o dinheiro após ter investido em ações, e que precisaria dividir o apartamento com a mulher, de quem estava se divorciando.

PETRONAS SEGURA PAGAMENTO A OGX - A estatal malaia Petronas informou que só vai pagar a OGX pela compra de uma fatia no campo de Tubarão Martelo quando Eike conseguir renegociar a dívida da companhia. A Petronas deve pagar US$ 850 milhões por dois blocos de exploração em Tubarão Martelo, dos quais US$ 250 milhões seriam pagos à vista, e o restante seria pago de acordo com a produção de petróleo.

PRESIDENTE DO BNDES É CHAMADO AO SENADO - O presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, foi chamado para uma audiência pública, em 27 de agosto de 2013, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. O objetivo: esclarecer os empréstimos do banco às empresas de Eike. Em julho, "O Estado de S. Paulo" informou que o banco teria adiado prazos de cobrança e alterado exigências em contratos com as empresas.

EIKE DEIXA LISTA DOS 15 MAIS RICOS DO BRASIL - O ranking de bilionários brasileiros feito pela revista "Forbes Brasil" em 2013 traz Eike na 52ª posição, com fortuna estimada em R$ 2,95 bilhões. No ano anterior, Eike aparecia bem no topo do ranking, com fortuna estimada em R$ 30,26 bilhões --praticamente empatado com Jorge Paulo Lemann, que, na época, teve sua fortuna estimada em R$ 29,3 bi. Em 2013, Lemann manteve-se no topo, com R$ 38,24 bilhões.

OGX DEVOLVE BLOCOS DE PETRÓLEO - A OGX desistiu de nove blocos de exploração de petróleo que arrematou sozinha em maio, na 11ª rodada de leilões da ANP (Agência Nacional do Petróleo). Com a desistência, a petroleira de Eike foi obrigada a pagar R$ 3,42 milhões em multa às autoridades federais.

OGX COMPRA BLOCO DA PETROBRAS - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a compra, pela OGX, dos 40% de participação da Petrobras no bloco BS-4, na bacia de Santos. Como o negócio foi fechado sem ter a autorização do órgão que regula a concorrência no Brasil, a OGX teve de pagar multa de R$ 3 milhões, em dez parcelas.

EIKE NÃO É MAIS BILIONÁRIO - Segundo os cálculos da revista "Forbes", a fortuna do empresário em agosto caiu para US$ 900 milhões. Apesar de a fortuna em reais ser ainda bilionária, o ranking considera o montante em dólares. Sendo assim, Eike está fora da seleta lista dos mais ricos do mundo. O brasileiro havia previsto que se tornaria o mais rico do mundo até 2015.

EIKE É OBRIGADO A INJETAR US$ 1 BI NA OGX - A diretoria da OGX decide cobrar uma "promessa" de Eike de injetar US$ 1 bilhão na OGX, por meio de subscrição de ações. Esse tipo de garantia é chamado de "put" no mercado. O empresário afirmou que iria recorrer da decisão e pedir arbitragem no caso.

CRISE DE EIKE GERA MUDANÇA NA BOVESPA - A BM&F Bovespa anunciou sua 1ª mudança na metodologia do Ibovespa (principal índice da Bolsa) em 45 anos. Um dos principais motivos foi a derrocada nas ações da petroleira OGX, que têm um dos maiores pesos no Ibovespa. Com o preço baixo das ações, as oscilações percentuais são sempre muito intensas: um centavo de diferença nas negociações já causa uma variação expressiva. Isso afeta o resultado final do Ibovespa.

CCX BUSCA COMPRADOR PARA MINAS NA COLÔMBIA - A CCX negocia a venda de seu projeto de mineração de San Juan, complexo colombiano que reúne mina de carvão, porto e ferrovia para o transporte da matéria-prima. A CCX assinou memorando de entendimento com a Transwell Enterprises para vender por US$ 75 milhões as duas outras minas, essas a céu aberto, que possui na Colômbia: Cañaverales e Papayal.

"ESTOU COMENDO VIDRO" - Na 1ª entrevista desde o início da crise nos negócios, ao "The Wall Street Journal", Eike atribuiu as dificuldades atuais de seu conglomerado às falhas de gestão cometidas por executivos do grupo, à impaciência dos investidores e à falta de sorte. "[Elon] Musk disse que começar uma empresa é como comer vidro. Eu estou comendo vidro".



EIKE VENDE MARINA DA GLÓRIA - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a venda do controle da Marina da Glória, no Rio, para uma holding do setor, a BRM Holding de Investimento Glória, segundo o diário oficial. Os valores da operação não foram divulgados.

MANTEGA: EIKE QUEIMOU O FILME DO BRASIL - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a dizer que a crise nos negócios de Eike Batista "já causou problemas para a imagem do país e para a Bolsa de Valores, que teve uma deterioração". Anteriormente, o ministro havia afirmado que a crise do empresário não representa um risco para a economia brasileira, e que o governo não pretende oferecer ajuda para o grupo EBX.

OGX CONFIRMA CALOTE - Em 1º de outubro, a OGX informou que optou por não pagar US$ 44,5 milhões a credores estrangeiros, referentes à dívida de US$ 1,1 bilhão em bônus com vencimento em 2022, emitidos no exterior pela OGX Austria, controlada da OGX. No total, apenas em bônus no mercado internacional a OGX tem dívida de US$ 3,6 bilhões. O calote de Eike é tratado como o "fim de uma era" pela mídia internacional.

MOTIVO DE PIADA - Eike estampa a capa da revista americana "Bloomberg Businessweek" no começo de outubro. Numa longa reportagem, a revista fala dos problemas enfrentados pelo empresário nos últimos meses e diz que ele já virou motivo de piada no Brasil. O texto diz que o empresário protagoniza "um dos maiores colapsos pessoais e financeiros da história, talvez o maior, e pode estar se aproximando da falência".

OGX COMPLETA 2 MESES SEM PRODUZIR PETRÓLEO - A petroleira de Eike não produziu nenhum barril de petróleo em agosto, nem em setembro. Nos dois meses, toda a produção da companhia ficou restrita ao campo de Gavião Real, na Bacia do Parnaíba. Não houve nenhuma produção no campo de Tubarão Azul, na bacia de Campos, o único da OGX em atividade no mar. A produção de petróleo está parada devido a "danos nas bombas", informou a petroleira.

EIG ASSUME CONTROLE DA LLX - O grupo norte-americano EIG assume o controle da empresa de logística LLX em 14 de outubro. Eike fechou contrato para vender o controle da LLX ao grupo EIG em setembro, por R$ 1,3 bilhão. Dentro do acordo, a LLX tomou um novo empréstimo de R$ 900 milhões com os bancos Santander e Bradesco por um prazo de 18 meses. O acerto também inclui a rolagem por três anos de dívidas da empresa com o Bradesco e com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

VENDA DO CONTROLE DO PORTO SUDESTE - Eike vende o controle (65% do capital social) da MMX Porto Sudeste para a Impala, divisão da Trading Trafigura, e Mubadala, por US$ 996 milhões. A transação considera um investimento total US$ 400 milhões na MMX Porto Sudeste, pela Impala e pela Mubadala. A MMX, por sua vez, transferirá dívidas da MMX Sudeste no valor de aproximadamente R$ 1,3 bilhão.

EIKE DEMITE PRESIDENTE DA OGX - Eike demitiu o presidente da OGX, Luiz Carneiro. Paulo Narcélio Simões Amaral assume, acumulando com os cargos de diretor Financeiro e de Relações com Investidores. O executivo Ricardo Knoepfelmacher, da consultoria Angra Partners, assume o processo de reestruturação da OGX.



MULTA DE R$ 500 MIL A FAMÍLIA DE CICLISTA ATROPELADO POR THOR - A 10ª Vara Cível do Rio determinou que Eike Batista e seu filho Thor paguem uma multa de R$ 500 mil à família do ajudante de caminhoneiro Wanderson Pereira dos Santos, que morreu atropelado por Thor em março de 2012. O valor é cobrado pela família de Wanderson como punição a Thor por ele ter divulgado, em depoimento à Justiça, que pagou R$ 630 mil a parentes de Wanderson.

PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL - Os advogados da OGX entram com pedido de recuperação judicial da empresa em 30 de outubro. A OGX declarou que deve, no total, R$ 11,2 bilhões. Esse é o montante descrito como "passivo consolidado" no pedido feito à Justiça.



A Derrocada 
A derrocada do grupo empresarial de Eike Batista causou reflexos na sua vida pessoal desde que ele vendeu as ações do Grupo X – Sabe-se que em 2008, com a venda da empresa de mineração MMX Eike Batista recebeu em valores brutos o total de R$ 4,3 bilhões e no ano de 2013 com a venda de uma empresa de energia a MPX, o ganho de capital foi de R$ 1,3 bilhão. O curioso é que ao mesmo tempo em que a renda diminuiu o patrimônio de Eike Batista teve um aumento: no ano de 2007 era de R$ 461 milhões e no ano de 2015 o valor do patrimônio era de R$ 5,6 bilhões.

O fato é que no dia 30/01/2017 o empresário Eike Batista foi preso sob a suspeita de ter pagado U$16,5 milhões em propina ao ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que também está preso pela operação Lava Jato.

Acusação: o Ministério Público Federal acusa Eike Batista de ‘ter pago’ 16,5 milhões de dólares em propina ao ex-governador Sérgio Cabral, o equivalente a R$ 52 milhões de reais. O dinheiro saiu de uma conta no Panamá, em nome de uma das empresas de Eike Batista, a Golden Rock Foundation, subsidiária da Centennial Mining Fund, holding também do empresário. 





O que sobrou do Império Eike Batista






MPX - Usinas térmicas
                                                                                            MPX/Divulgação



Usina de Pecém

Criação 2001
Abertura de capital Dezembro de 2007, levantando R$ 2 bilhões
O que aconteceu Sem dinheiro para tocar o plano de negócios da companhia, Eike vendeu em 2013 metade de suas ações na MPX para os alemães da E.ON, que se tornam acionistas majoritários. Mesmo assim, em dezembro de 2014, a empresa teve de pedir recuperação judicial para reestruturar dívidas de R$ 2,4 bilhões
A empresa ainda funciona? Sim. Foi rebatizada para Eneva e tem térmicas em produção. Em junho de 2016, anunciou o fim de sua recuperação judicial. Até setembro, contudo, ainda dava prejuízo.
Eike ainda é dono? Não. Mantém menos de 1% da empresa.



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MMX - Mineradora
                                                                                          MMX/Divulgação

Porto Sudeste, em Itaguaí (RJ)
Criação 2005
Abertura de capital Julho de 2006, levantando R$ 1,1 bilhão
O que aconteceu O projeto desandou com estouro de custos e atrasos na produção. Em 2014, a subsidiária MMX Sudeste, principal braço da mineradora, tinha R$ 700 milhões em dívidas e pediu recuperação judicial. Em 2016, foi a vez de a holding MMX entrar na Justiça com seu pedido de proteção contra dívidas de R$ 500 milhões.
A empresa ainda funciona? Sim, mas de forma precária. Para pagar credores, arrendou uma planta de beneficiamento e vendeu terrenos e minas. O porto Sudeste, feito para escoar a produção, foi quase todo vendido. Em 2016, nada produziu
Eike ainda é dono? Sim, com 57,4% das ações.


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LLX - Logística
                                                                         Fabio Braga/Folhapress


Porto do Açu
Criação Em 2007 (como subsidiária da MMX)
Abertura de capital Julho de 2008, com valor de mercado de R$ 1,8 bilhão (ações começam a ser negociadas separadamente a partir de uma cisão da MMX).
O que aconteceu Sem dinheiro para tocar as obras e devendo a bancos, Eike passou o controle da LLX para o grupo americano EIG em 2013. A empresa entrou no negócio com o compromisso de injetar R$ 1,3 bilhão na companhia para terminar as obras do porto do Açu, no litoral fluminense.
A empresa ainda funciona? Sim, como Prumo Logística. Onze empresas usam hoje o porto do Açu, no litoral fluminense, como base industrial ou para escoamento de minério.
Eike ainda é dono? Não. Após a operação com o EIG, passou o que restava ao fundo Mubadala e ao Itaú.


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OGX - Petroleira
                                                                                                   AFP PHOTO

Eike Batista na OGX
Criação 2007
Abertura de capital Junho de 2008, levantando R$ 6,7 bilhões.
O que aconteceu As ações começaram a cair com a divulgação de testes de produção abaixo do esperado em 2012. Derreteram de vez em 2013 com o anúncio de que a OGX não conseguiria tirar petróleo de algumas áreas. Com R$ 11,2 bilhões em dívidas, em outubro daquele ano, pediu proteção da Justiça para evitar a falência.
A empresa ainda funciona? Sim, mas com uma pequena operação. Teve de vender blocos para terceiros e devolver áreas para o governo. A empresa, que chegou a competir em leilões com a Petrobras, hoje tem um campo em produção.
Eike ainda é dono? Não. Eike tem cerca de 13% das ações, mas após acordo com credores terá 0,65%


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OSX - Estaleiro
                                                                                          Sergio Moraes/Folhapress


Plataforma da OSX
Criação 2009
Abertura de capital 2010, levantando R$ 2,5 bilhões.
O que aconteceu Criada para construir as plataformas de exploração de petróleo da OGX, a empresa ficou sem encomendas com a derrocada da petroleira e não conseguiu encontrar novos pedidos no mercado. A empresa entrou com pedido de recuperação judicial logo após a OGX, em 2013.
A empresa ainda funciona? Sim, mas não como estaleiro. A empresa tenta faturar com o aluguel da área ocupada no porto do Açú, da Prumo. E tem dívidas com credores por mais duas décadas.
Eike ainda é dono? Sim. Possui 66,3% das ações


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CCX - Carvão
                                                                               Reprodução/Folhapress

Mina da CCX
Criação 2012
Abertura de capital Maio de 2012, com valor de R$ 740 milhões (criada a partir de cisão da MPX).
O que aconteceu Com a quebra de Eike, os investimentos secaram, inviabilizando a empresa, que fora criada para erguer na Colômbia uma mina de carvão, uma ferrovia e um porto. Em agosto de 2016, fechou acordo para a transferência dos principais ativos da companhia.
A empresa ainda funciona? Sim, mas com a venda de quase tudo o que tinha, perdeu seu propósito.
Eike ainda é dono? Sim, Possui 56,2% das ações







 

Fonte e Sítios Consultados


"Eike: o homem que vendia terrenos na Lua" - (Editora 247, 133 páginas, da Amazon)


http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2017/01/nome-de-eike-batista-e-incluido-em-lista-de-foragidos-da-interpol.html


http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/01/1854186-renda-de-eike-despenca-e-receita-suspeita-de-contas-nao-declaradas.shtml

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/02/1855936-promessa-de-eike-de-se-tornar-o-mais-rico-do-mundo-hoje-parece-desatino.shtml


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