Nos últimos anos nenhum segmento do Brasil vem lucrando mais do
que o bancário. Aliás, em toda a história do país os bancos nunca viveram uma
situação tão confortável. Depois de ridicularizar com uma empresa que detêm o
monopólio dos combustíveis no Brasil, o Partido político da atual Presidente
conseguiu derrubar o maior banco de investimento do país.
Acontece que foi divulgada uma notícia que dá conta de uma perda de 38%
(quase a metade) do patrimônio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) nos últimos anos, enquanto a média de cinco grandes bancos
públicos e privados registrou crescimento de 25%.
Essa notícia expõe a crise de empresas estatais nos últimos dez anos. O
BNDES conseguiu perder patrimônio em um ambiente de lucro invejável. Dados do
Instituto de Economática dão conta de que entre 2003 e 2010 o lucro
líquido dos nove bancos do Brasil chegou a R$ 199,4 bilhões, valor corrigido
pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A festa dos bancos na gestão do Partido da presidente Dilma fica mais
escancarada quando comparada ao governo Fernando Henrique. Entre 1995 e 2002,
essas mesmas nove instituições bancárias lucraram R$ 30,7 bilhões, também em
valores corrigidos pela inflação.
A notícia da queda do BNDES foi mostrada em levantamento realizado pelo
Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).
Para os economistas José Roberto Afonso e Gabriel Leal de Barros, ambos
do Ibre, essa é uma clara evidência de que o governo está enfraquecendo os
bancos públicos, principalmente o BNDES, com sua política de recolher
dividendos antecipados. Essa é a tese que eles defendem no estudo Receitas de
Dividendos, Atipicidades e (Des) Capitalização.
“O governo fala em capitalização, mas na verdade o que está acontecendo
é descapitalização”, frisou Afonso. “O Tesouro sacou reserva de lucro acumulado
sem um aumento de capital compatível com o crescimento do crédito.” Outra causa
para esse desempenho são as “violentas” perdas sofridas pelo banco com ações de
Petrobrás, Embratel e Vale, por exemplo. Para ele, essa perda de fôlego pode
ter consequências negativas no mercado de crédito.
De acordo com o levantamento, o patrimônio líquido do BNDES caiu de R$
75,602 bilhões em março de 2011 para R$ 46,799 bilhões em março passado, uma
redução de 38%. No mesmo período, o Itaú Unibanco registrou aumento de 17% em
seu patrimônio e o Bradesco, de 35%. O patrimônio líquido do Banco do Brasil
teve expansão de 19%.
Ainda de acordo com informações da área econômica, o índice do BNDES
caiu ainda mais. Não foi por acaso que o governo editou, no início de junho, a
Medida Provisória 618, que autoriza o Tesouro a aumentar o capital da
instituição em R$ 15 bilhões. A explicação oficial é exatamente de que o
dinheiro será injetado para melhorar o Índice de Basileia do banco.
Um eventual estreitamento na possibilidade do BNDES de emprestar
afetaria a principal aposta do governo para “virar” o humor na economia: o
programa de concessões em infraestrutura.
Apenas em rodovias
e ferrovias, o investimento previsto é de R$ 133 bilhões, dos quais R$ 79,5
bilhões ocorreriam nos próximos cinco anos. A promessa é que o banco de
desenvolvimento financiará 70% dos empreendimentos – ou o equivalente a R$ 93,1
bilhões.
Fonte e Sítios Consultados
http://blog.jornalpequeno.com.br/linhares
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