Gestão
por Competência e Gestão do Conhecimento
Comecemos pelo trivial: o que é competência? Tendo em mente
que competência é o resultado da sinergia criada entre fatores como o conjunto
de conhecimentos e habilidades adquiridas ao longo do tempo (profissionais e/ou
acadêmicas), atitudes, posturas e ações integradas e utilizadas pelos recursos
de uma empresa, com o intuito de obtenção e melhoria nos resultados, podemos
afirmar que este conceito tem, certamente, valor para o negócio de uma empresa,
esteja ela no ramo que estiver. Mais do que nunca, o capital humano é o que vem
fazendo a diferença no mercado atual, onde o estrutural e o de relacionamento
passam a ser pré-requisitos básicos para o desenvolvimento do negócio.
A crescente geração de informações, e sua tendência
exponencial de crescimento, a virtualização de empresas e a globalização dos
negócios só aumentam e fortalecem esta tendência. Sendo assim, surgem as
seguintes questões:
- Como aproveitar o conhecimento de seus
colaboradores de modo a gerar melhores resultados?
- Como proporcionar uma maior sinergia entre as ideias
e os conhecimentos tácitos e implícitos de todos os envolvidos nos processos da
corporação?
- Como propiciar aos recursos o desenvolvimento e
treinamento adequados à estratégia da empresa, fazendo com que aqueles cresçam
e promovam o crescimento desta?
Fluxo de capital
intelectual: capital humano, capital organizacional e capital do Cliente.
A Era do Conhecimento nas empresas já começou. Agora, cresce a
importância do capital intelectual, em detrimento do capital físico. Segundo
estudo da consultoria brasileira E-Consulting, produtos e serviços vão perder
peso na empresa, por serem cada vez mais imitáveis, e darão lugar a fatores
intangíveis, como valor da marca, por exemplo. Hoje, de cada real faturado, 80%
vêm de fatores tangíveis. Nos próximos 10 anos, esse peso vai cair para 35%. As
empresas precisam pegar o bonde do conhecimento se quiserem sobreviver nesses
novos tempos.
Esse fator dispõe que, mesmo sem matemática capaz de precificar esses ativos, atualmente eles são os grandes formadores de valor e diferenciação das empresas. E o conhecimento (know-how, know-who, know-what, know-where etc) é a base deste novo paradigma.
“Em outras palavras, se produtos e serviços são cada vez menos
diferenciais, por serem facilmente imitáveis, então o intangível passa a ser o
que faz uma empresa ser mais bem-sucedida do que a outra”, explica Daniel
Domeneghetti, diretor de Estratégia e Conhecimento da E-Consulting.
“Isso significa que, a cada R$ 6,5 advindos da economia do
intangível, apenas R$ 3,5 advirão da economia do tangível. Hoje, essa relação
está em torno de 20%/80%, ou seja, para cada R$ 2 advindos do intangível, R$ 8
advém do tangível. E isso se refletirá nas sociedades, nos mercados, nas
estratégias de governos e empresas, inclusive em seus PIBs e balanços, nas
formas como agentes econômicos tomam decisão e até nas escolhas profissionais
dos indivíduos e no emprego”, assinala Domeneghetti.
“Teremos um novo modelo de sociedade, construído em cima de um
novo modelo de valor. E se conhecimento, ao inverso dos bens tangíveis, não
perde valor (só ganha, na verdade) com sua disseminação, então é fundamental se
pensar em construir, desde já, processos de geração de valor intangível nas
empresas, sob o risco de se perder o bonde do novo jogo contábil que, em algum
momento, nos próximos dez a vinte anos, será realidade global”, diz. “É consenso
que ainda estamos engatinhando na ‘Era do Conhecimento’, mas ela chegou para
ficar ”, conclui.
Pesquisa sobre KM
Segundo pesquisa da E-Consulting sobre Gestão do Conhecimento, executivos brasileiros líderes das empresas mostraram o que sabem sobre KM;
·
55,9% entendem que se trata da modelagem de processos corporativos a
partir do conhecimento gerado;
·
18,2% afirmam ser prática de gestão do conhecimento (sistemas,
políticas e cultura corporativas etc);
·
13,3% filosofia corporativa de gestão de informações;
·
7,2% tecnologia que permite a gestão do conhecimento;
·
5,4% estratégia de competição na “Era do Conhecimento”.
“Para que a ‘popularização’ da Gestão do Conhecimento ocorra de
fato, há uma lacuna que ainda está por ser preenchida, associada à distorção de
visão das pessoas quanto ao conceito de KM”.
“A esmagadora maioria dos
entrevistados entende que KM se refere à modelagem de processos ou ao conjunto
de políticas e cultura organizacional, ou ainda à tecnologia que permite a
gestão do conhecimento. Estariam eles errados? Certamente, não”.
O
conceito de gestão do conhecimento parte da premissa de que todo o
conhecimento existente na empresa, na cabeça das pessoas, nas veias dos
processos e no coração dos departamentos, pertence também à organização. Em
contrapartida, todos os colaboradores que contribuem para esse sistema podem
usufruir todo o conhecimento presente na organização.
“Contudo, antes de ser caracterizado por esses pontos, o KM deve
ser visto pelas empresas como uma estratégia de competição na ‘Era do
Conhecimento”. Afinal, considerando-se os mercados atuais e a acirrada
competitividade, os produtos são simples commodities e os serviços certamente
atingirão esse status em breve. O perfeito tratamento do capital intelectual
traz vantagens competitivas essenciais para garantir a perenidade das
empresas”.
Fluxo de
capital intelectual
As evidências apontam para uma participação crescente do capital
intelectual e dos ativos intangíveis na economia. Esse fato torna crítico
encontrar formas para medir o capital intelectual das empresas e entender a
relação deste com a criação de valor das mesmas. Afetando assim, não apenas os
gestores, que possuem um acesso diferenciado e abrangente aos diversos aspectos
operacionais das empresas, mas principalmente, os investidores e demais partes
interessadas externas às empresas. Para os últimos, a construção de índices
capazes de medir capital intelectual da empresa, desenvolvidos com base em
informações financeiras e contábeis disponíveis, e o estudo da associação desses
índices, com a geração de valor das empresas, podem fornecer uma perspectiva
nova e fundamental para a análise de investimentos em empresas intensivas em
capital intelectual.
Fonte
Conteúdo da Disciplina de
Gestão do Conhecimento do 8º. Semestre do Bacharelado de Administração de
Empresas.
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