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1 de setembro de 2011

INTEGRAÇÃO ECONÔMICA

INTEGRAÇÃO ECONÔMICA


    A integração econômica pode ser definida como o processo de criação de um mercado integrado, a partir da progressiva eliminação de barreiras ao comércio, ao movimento de fatores de produção e da criação de instituições que permitam a coordenação, ou unificação, de políticas econômicas em uma região geográfica contínua ou não. A economia da integração é um tema que vem adquirindo importância crescente nas últimas décadas. Segundo Balassa (1964, apud RATTI, 2000), cinco são as fases de integração econômica entre países: zona de livre comércio, união aduaneira, mercado comum, união econômica e integração econômica total.






 
Zonas de Livre Comércio

 

Os países associados concordam em eliminar, progressivamente e reciprocamente, os gravames e outros obstáculos incidentes sobre os produtos negociados entre eles. Cada país membro, porém, possui ampla liberdade no que se refere à sua política interna, bem como no tocante à política comercial com os países não associados. Assim, se os países A, B e C instituírem uma zona de livre comércio entre eles, um produto de um país estranho F poderá estar sujeito a três tratamentos  aduaneiros distintos, conforme se dirija ao país A, ao país B ou ao país C.

1.           União Aduaneira


Além da eliminação recíproca de gravames (como na zona de livre comércio), os Estados-Membros passam a adotar uma política comercial uniforme em relação aos países exteriores à união. Na união aduaneira vigora uma pauta aduaneira comum, idêntica em todos os países associados, para as importações provenientes de terceiros países. Assim, se os países A, B e C instituírem uma união aduaneira, um produto de uma país estranho F estará sujeito ao mesmo tratamento aduaneiro, pouco importando se o seu destino for o país A, o B ou C.


2.           Mercado Comum


Superada a fase da união aduaneira, atinge-se uma forma mais elevada de integração econômica, em que são abolidas não apenas as restrições sobre os produtos negociados, mas também as restrições aos fatores produtivos (trabalho e capital).

3.           União Econômica


Esta fase associa a supressão de restrições sobre movimentos de mercadorias e fatores com um certo grau de harmonização das políticas econômicas nacionais, de forma a abolir as discriminações resultantes das disparidades existentes entre essas políticas, tornando-as o mais semelhante possível.

4.           Integração Econômica Total


Passe-se a adotar uma política monetária, fiscal, social e anticíclica uniforme, bem como delega-se a uma autoridade supranacional poderes para elaborar e aplicar essas políticas. As decisões dessa autoridade devem ser acatadas por todos os Estados-Membros.

ACORDOS BI E MULTILATERAIS


O tratamento tarifário dispensado a um produto em um país destino é um importante indicador para determinar o montante de encargos decorrentes da importação que oneram o produto quando da sua nacionalização em território estrangeiro. De acordo com os direitos alfandegários incidentes no determinado produto, este poderá ser mais ou menos competitivo no país a que se destina. Acordos Multilaterais ou Bilaterais podem estabelecer reduções preferenciais entre os países signatários.

Dessa forma, o exportador pode negociar com o importador estrangeiro em condições mais competitivas, se beneficiando da redução tributária auferida pelo importador, bem como o importador brasileiro também se beneficia quando importa um produto cuja alíquota de importação está reduzida devido a um acordo comercial realizado entre o Brasil e o país exportador.

TRATADOS E ACORDOS COMERCIAIS


Tratados são convenções celebradas entre nações, vigorando por um certo período, com o objetivo de nortear as relações entre elas, vigorando normalmente por um prazo longo e determinado entre 10 e 15 anos (RATTI, 2000).

Conforme Ratti (2000), podemos distinguir dois tipos de tratados comerciais:

-      Bilateral : Quando abrange apenas 2 nações;
-      Multilateral : Quando as suas disposições estendem-se a vários países, que as aprovam com o fim de harmonizar os seus interesses e de intensificar as suas relações comerciais.
Entre as várias cláusulas constantes de um tratado comercial, quatro merecem menção especial (RATTI, 2000):

·                   Cláusula de Paridade: Os produtos originários de uma Parte Contratante (partes contratantes são cada um dos países que assinaram o Tratado), gozarão no território de outra Parte Contratante, especialmente no que se refere a impostos, taxas e outros gravames internos, de tratamento não menos favorável do que o aplicado a produtos similares nacionais;

·                   Cláusula de Reciprocidade de Tratamento: Determina que as novas vantagens ou redução nos direitos aduaneiros somente serão concedidas aos signatários do Tratado, mediante compensações equivalentes recebidas. Esta cláusula vem caindo em desuso, em face das grandes dificuldades para a sua aplicação;

·                   Cláusula de Salvaguarda: Prevê que os países signatários poderão aplicar restrições à importação dos produtos negociados, sempre que possam causar prejuízos a determinado setor produtivo nacional;

·                   Cláusula de nação mais favorecida: É a mais utilizada e a mais importante. Estabelece que cada um dos países signatários se compromete a estender ao outro todo favor, privilégio ou baixa de direitos que cada um deles venha a conceder a um terceiro país.
Os acordos comerciais são mais simples que os tratados e limitam-se, de modo geral, aos aspectos relativos aos produtos a serem transacionados entre os países, quantidades e valores.

Em geral não têm prazo determinado de término, podendo ser rescindido tão logo uma das partes contratantes o queira, bastando para tanto que a outra seja avisada com uma pequena antecedência, em geral de três a seis meses.


A Associação Latino-Americana de Integração – ALADI foi instituída pelo Tratado de Montevidéu, em 12.08.80, para dar continuidade ao processo de integração econômica iniciado em 1960 pela Associação Latino-Americana de Livre Comércio – ALALC. Este processo visa à implantação, de forma gradual e progressiva, de um mercado comum latino-americano, caracterizado principalmente pela adoção de preferências tarifárias e pela eliminação de restrições não-tarifárias.

A ALADI reúne doze países classificados em três categorias, de acordo com as características econômico-estruturais:
-      de menor desenvolvimento econômico relativo (Bolívia, Equador, Paraguai);
-      de desenvolvimento intermediário (Chile, Colômbia, Peru, Uruguai, Venezuela e Cuba);
-      demais países (Argentina, Brasil, México).

O Regime de Origem da ALADI foi aprovado pela Resolução n.º 78, de 24/11/1987 e consolidado pela Resolução n.º 252, de 4/8/1999. Esse Regime é mais flexível que o estabelecido pelo Mercosul. Nos casos em que o requisito de origem é o valor agregado, é permitido que os produtos tenham 50%, no mínimo, de conteúdo nacional para todos os países, exceto para os de menor desenvolvimento econômico, que poderão ter 40%.
Fonte: Mdic (2007)

Maiores informações podem ser obtidas no site da Aladi em http://www.aladi.org/

MERCOSUL


O MERCOSUL evoluiu a partir de um processo de aproximação econômica entre Brasil e Argentina, iniciado em meados dos anos 80. Esse processo pode ser descrito na seguinte ordem cronológica:

Em 1985, os presidentes do Brasil e da Argentina firmaram um acordo de integração conhecido como "Declaração de Iguaçu";

Em 1986, assinou-se a Ata para Integração Argentino-Brasileira, ocasião em que foi instituído o Programa de Integração e Cooperação Econômica - PICE, entre os dois países; A Ata baseia-se nos princípios que mais tarde nortearam o Tratado de Assunção: flexibilidade, que permitiria ajustes no ritmo e objetivos, gradualismo, simetria (para que houvesse harmonização de políticas específicas que interferem na competitividade setorial) e equilíbrio dinâmico ( que proporcionaria uma integração setorial uniforme).

Em 1988, assinou-se o Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento Argentina - Brasil. Na oportunidade, foram assinados Protocolos (perfazendo um total de 24) sobre diversos temas, tais como: bens de capital, trigo, produtos alimentícios industrializados, setor automotivo, cooperação nuclear, transporte marítimo, transporte terrestre, entre outros.

Em julho de 1990, foi firmada a Ata de Buenos Aires, que fixou para janeiro de 1995 a data do início da vigência de um mercado comum entre os dois países;
Em dezembro de 1990, os Protocolos acima referidos foram consolidados em um só instrumento denominado Acordo de Complementação Econômica-ACE 14, firmado entre Brasil e Argentina, que constituiu o referencial adotado posteriormente no Tratado de Assunção;

Em 26.03.1991 foi firmado o Tratado de Assunção entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai para a constituição do Mercado Comum do Sul - MERCOSUL.
Em dezembro de 2005, a Venezuela protocolou seu pedido de adesão ao bloco, e em 4 de julho de 2006 iniciou o processo de adesão formal ao bloco (WIKIPEDIA, 2007; FIESP, 2007).

Objetivos do Mercosul

O MERCOSUL é um processo de integração econômica entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, iniciado com a assinatura do Tratado de Assunção, que tem como objetivo a conformação de um mercado comum, por meio de:
-      Livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos;
-      Eliminação das restrições incidentes sobre o comércio recíproco;
-      Estabelecimento de uma tarifa externa comum;
-      Adoção de políticas comerciais comuns face à terceiros países;
-      Coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais.
No Regime de Origem do MERCOSUL é necessário que o produto apresente 60% de conteúdo regional.


UNIÃO EUROPÉIA


A União Européia (UE) não é uma federação como os Estados Unidos da América, nem tão pouco uma organização de cooperação entre governos como as Nações Unidas (ONU). A UE possui, de fato, caráter único. Os países que compõe a UE (os seus "Estados membros") congregaram as suas soberanias[1] em algumas áreas para ganharem força e influência no mundo, a qual não poderiam obter isoladamente (GLOBAL EXCHANGE, 2007)

Esse bloco abriga uma população de 377 milhões de habitantes, e o PIB comunitário elevou-se a US$ 8,5 trilhões em 2000, valor semelhante ao PIB norte-americano e praticamente o dobro do PIB japonês (UNIÃO EUROPÉIA, 2002).

O termo “União Européia” começou a ser utilizado a partir do Tratado de Maastricht, que entrou em vigor em 1993. Os mais importantes objetivos desse tratado são, em primeiro lugar, a união econômica e monetária dos Estados Membros, seguidos da busca pela definição e execução de uma política externae de segurança comuns, a cooperação em assuntos jurídicos, e a criação de uma cidadania européia (UNIÃO EUROPÉIA, 2002).

A União Européia é o resultado de décadas de evolução no caminho da integração européia. Sua história remonta à criação da Comunidade Européia do Carvão e do Aço (CECA[2]) pelo Tratado de Paris, composta pela França, Alemanha Federal, Itália e Benelux. Posteriormente, em 1957, com o tratado de Roma, criou-se a Comunidade Econômica Européia (CEE), reunindo os mesmos seis países (UNIÃO EUROPÉIA, 2002).

De 1957 até 1995, a “Europa dos Seis” transformou-se em “Europa dos Quinze”, com a incorporação da Grã-Bretanha, Irlanda e Dinamarca (1973); Grécia (1981); Portugal e Espanha (1986); Áustria, Finlândia e Suécia (1995). Em 1987, com a entrada em vigor do Ato Único Europeu, estebeleceu-se as bases para a criação em 1992, do Mercado Único Europeu, para em 1/1/1993 permitir, entre os seus associados, a livre circulação de mercadorias, serviços, mão-de-obra e capital (UNIÃO EUROPÉIA, 2002).

Em 1997, foi assinado o Tratado de Amsterdã. A partir de maio de 1993, quando entrou em vigor, consolidou os avanços obtidos no Tratado de Maastricht, dando especial atenção à temática social (emprego, direitos fundamentais no âmbito da EU, saúde, imigração), fortalecimento da política ambiental, política externa e segurança comum instauraudas pelo tratado anterior.

A partir de 1º de Maio de 2004 a União Européia transformo-se na “Europa dos 25”, com a adesão de dez novos países, a maioria deles ex-satélites da extinta União Soviética, integram. São eles: Estônia, Letônia e Lituânia (ex-integrantes da União Soviética), Polônia, Hungria, República Tcheca, Eslováquia e Eslovênia (que integrava a Iugoslávia), Chipre e Malta (no Mar Mediterrâneo) (GLOBAL EXCHANGE, 2007).

NAFTA


Sua origem remonta o Acordo Comercial entre Estados Unidos e Canadá estabelecido em 11/01/1989, objetivando a criação de uma zona de livre comércio. Posteriormente, em 12/08/1992, com a adesão do México, o acordo passou a se chamar NAFTA[3] ou Acordo de Livre Comércio da América do Norte, e entrou em vigor oficialmente em 01/01/1994 (RATTI, 2000).

Diferentemente da União Européia ou do Mercosul, o NAFTA não será uma união aduaneira, pois cada país manterá sua política tarifária em relação a terceiros (RATTI, 2000).

O NAFTA consolidou o intenso comércio regional no hemisfério norte do Continente Americano, beneficiando grandemente à economia mexicana, e aparece como resposta à formação da Comunidade Européia, ajudando a enfrentar a concorrência representada pela economia japonesa e por este bloco econômico europeu (ESAF, 2007).

ALCA


A ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) foi uma proposta lançada pelo presidente George Bush pai do atual presidente dos Estados Unidos, em 1990. Juntamente com outros 33 países, o Brasil vem participando desde 1994 de discussões sobre a eventual formação de uma área de livre comércio, que incluiria todos os países do hemisfério ocidental (do Alasca à Terra do Fogo), exceto Cuba. Entretanto, foi somente a partir dos primeiros anos da presente década que o tema começou a ser discutido mais intensamente no Brasil (BATISTA JR, 2003).

Diferentemente da União Européia, o esquema de integração regional proposto pelos EUA não inclui temas como a unificação monetária e a criação de um banco central comum, programas de financiamento para países e regiões mais atrasados e a livre circulação de trabalhadores. Portanto, a Alca seguiria o modelo do Acordo de Livre Comércio da América do Norte, conhecida pela sua sigla em inglês – Nafta, que inclui os EUA, o Canadá e o México (BATISTA JR, 2003).


[1] Congregação de soberanias significa, na prática, que os Estados membros delegam alguns dos seus poderes em instituições comuns que criaram, de modo a assegurar que os assuntos de interesse comum possam ser decididos democraticamente ao nível europeu (GLOBAL EXCHANGE, 2007).
[2] O objetivo da CECA era a integração de indústrias do carvão e do aço de países europeus ocidentais (WIKIPEDIA, 2007).
[3] Do inglês, North American Free Trade Agreement



FONTE

Comércio Internacional - conteúdo do 5o. Semestre do Curso de Administração


 

15 de agosto de 2011

INTRODUÇÃO AO COMÉRCIO INTERNACIONAL



  INTRODUÇÃO AO COMÉRCIO INTERNACIONAL 

O surgimento de um Estado nacional moderno e de uma economia internacional moderna acontece simultaneamente sendo este um processo ao mesmo tempo político e econômico, no qual se referindo à política dá-se origem ao Estado absolutista, e em sua dimensão econômica levou ao surgimento do sistema que ficou conhecido como mercantilismo. Devemos levar em conta, porém que a transformação das relações econômicas internacionais de uma atividade muito próxima ao conflito armado em uma atividade relativamente pacífica e ordenado por um sistema jurídico internacional, aceito tácito ou explicitamente por todos os países, tem sido um processo lento e ainda inacabado. 
Através desta expansão comercial, que se dá no mercantilismo, cria condições institucionais para a criação de uma economia mundial e a base econômica para o desenvolvimento do capitalismo industrial, e isto também levou à aventura comercial e imperial dos países da Península Ibérica, à conquista européia do continente americano e à colonização do Brasil.
Nossa história é ainda testemunha e produto do alvorecer do capitalismo moderno, herdado de uma estranha mistura de tradicionalismo, patrimonial ismo e dinamismo comercial em que vivia Portugal renascentista. O comércio internacional que antes era uma economia marginal se transforma em atividade econômica central no processo de desenvolvimento econômico e motor do crescimento de importantes economias nacionais.
Nas sociedades tradicionais, os comerciantes dividiam-se entre os que atuavam no comércio de longa distância (transporte marítimo) e os que atuavam no mercado local. Os comerciantes de longa distância dependiam de uma rede de feitorias, cidades e mercados, no qual fosse possível vender e comprar mercadorias. Esse comércio era garantido pela capacidade bélica das comunidades comerciantes ou dos soberanos que procuravam defender seu negócio ou a abertura de mercados. Porém a distribuição de produtos no comércio interior de estados territoriais dependia do custo do transporte, função da existência de infra-estrutura de estradas e segurança. Por outro lado, a substituição da comercialização de mercadorias exóticas caras por produtos de grande consumo com preços moderados não seria possível sem a monetização da economia e criação das instituições (regras conhecidas direito de propriedade e proteção legal). Esses foram os bens sociais fornecidos pelos nascentes Estados nacionais que permitiram o desenvolvimento do comércio internacional.
A Revolução Industrial dependeu de produtos vindos de diversas partes do mundo para que o salto econômico que acarretou não se extinguisse rapidamente por falta de matérias-primas, de alimentos e, em menor medida, de mercados.
Nos 150 anos compreendidos entre a Revolução Industrial e a Primeira Guerra Mundial o mundo se transformou em uma economia que, embora dividida em algumas dezenas de Estados nacionais, caracterizava-se por elevado grau de integração. O processo de globalização que se seguiu ao fim das guerras napoleônicas (período chamado de cem anos de paz), fez com que nenhum país do mundo pudesse ignorar seu papel na complexa rede de relações comerciais internacionais. Por essa razão o tema comércio internacional foi progressivamente adquirindo uma grande importância no debate político e intelectual do mundo contemporâneo.
Podemos definir Comércio Internacional, como sendo o conjunto das operações de troca, compra e venda de bens e serviços, originando os movimentos de divisas entre as nações.
        A razão essencial para que os países dependam do comércio internacional é a desigualdade de recursos. De acordo com essa idéia de diferença, desigualdade ou desequilíbrio é que se tem os quatro principais fatores determinantes do comércio que são: Jazidas Minerais, Solo e Clima, Capital e Trabalho e Tecnologia.
O estudo do comércio internacional e da moeda sempre foi uma parte especialmente vigorosa e controversa da economia. Seu estudo nunca foi tão importante quanto o é atualmente. Pelo comércio internacional de bens e serviços, e via fluxos monetários internacionais, as economias dos diferentes países estão mais inter relacionadas do que jamais estiveram anteriormente, ao mesmo tempo, a economia mundial está mais turbulenta do que há muitas décadas.




A GLOBALIZAÇÃO

Assistimos atualmente ao crescente ingresso de inúmeras empresas que exploram mundialmente atividades industriais, comerciais, financeiras etc. Em outras palavras, evoluímos para uma situação denominada globalização, termo que, nos últimos anos, ganhou popularidade e tem sido cada vez mais empregado nos meios acadêmicos, na mídia, bem como no vocabulário cotidiano das pessoas.
Afinal, o que é globalização? Não existe uma resposta única para essa questão. Os mais entusiasmados acreditam que a globalização define uma nova era na história da humanidade, em que a interdependência entre os povos será tão completa que as fronteiras nacionais desaparecerão. Acredita-se que esse processo está em curso e que, no plano econômico, a cada dia as políticas públicas perdem relevância, neutralizadas pelas forças incontroláveis do mercado. As corporações transnacionais são vistas como principais agentes do processo, uma vez que não devem lealdade a nenhum estado nação e se estabelecem em qualquer parte do mundo em que o mercado ofereça mais vantagens para a expansão de seus negócios.
Alguns estudiosos, todavia, entendem que o que hoje denominamos globalização nada mais é do que continuidade do processo de crescimento das relações econômicas internacionais, em curso desde o século passado. Acreditam que, em certos aspectos, a economia internacional contemporânea é até menos aberta e integrada do que o regime que prevaleceu entre 1870-1914. Nessa ocasião, a migração de mão-de-obra era intensa.
Há também os que acreditam que o processo de globalização contemporâneo não tenha tido precedentes e que caminhamos para a interdependência plena dos mercados. Ponderam, no entanto, que, mesmo quando não houver mais distinção entre assuntos domésticos e internacionais, os governos nacionais ainda desempenharão funções relevantes.
Independente da interpretação que se dê à palavra globalização pode-se afirmar que caracteriza um processo que vem transformando a economia mundial contemporânea. Do ponto de vista econômico, a diferença básica entre as interpretações diz respeito à importância que se atribui a essas transformações.
Embora o caráter financeiro da globalização seja o mais evidente, o processo tem outros ângulos de análise, passando também por questões sociais e culturais.
Com isso temos alguns enfoques de globalização tais como:


Globalização produtiva
A globalização faz com que uma parcela crescente do valor adicionado seja gerado em estruturas de produção interligadas, localizadas em diversas partes do mundo. Em outras palavras, a crescente interligação dos mercados provoca expansão do número de empresas oligopolistas transnacionais, com melhores condições de proceder à acumulação no mercado globalizado. O que se observa até agora é o crescimento do número de empresas que operam no mercado internacional, mas o seu raio de ação predominante é circunscrito às regiões próximas ao país de origem de sua matriz. Por enquanto, poucas empresas poderiam ser classificadas como transnacionais.


 
Globalização financeira

A parte da economia com maior grau de internacionalização é o sistema financeiro. Por essa razão, é o aspecto mais freqüentemente associado à ideia de globalização e significa aumento do volume e/ou da velocidade de circulação dos recursos entre as diversas economias. O aspecto positivo desse processo é a superação das barreiras anteriormente impostas ao movimento internacional dos capitais. O lado negativo é a maior exposição dos países aos riscos de movimentos especulativos em grande escala, a exemplo do que ocorreu a partir de julho de 1997, quando a Tailândia foi induzida a deixar flutuar sua moeda, ponto de partida para a crise asiática.
O conceito da economia global, se levado às últimas consequências, implica negação da própria economia internacional. Uma das razões para isso é que estaria em curso uma crescente interligação de empresas localizadas em diferentes partes do mundo, transformando as empresas multinacionais em transnacionais e reduzindo a autonomia dos governos na condução da atividade econômica.
Resumindo, globalização é um termo empregado na atualidade com o propósito de definir o processo que vem transformando a economia mundial contemporânea. Seu significado pleno ainda é impreciso. Há desde os que acreditam que estamos diante de uma nova etapa da história da humanidade, em que a interdependência entre os povos será tão perfeita a ponto de provocar o desaparecimento dos Estados nacionais, até os que consideram que não há nada diferente do que vinha ocorrendo desde o século passado, a não ser pela maior intensidade.
Uma característica marcante do processo de globalização é a intensa mobilidade de capitais internacionais. As implicações disso podem ser analisadas por diversos ângulos. A liberdade de deslocamento de capitais retira graus de liberdade dos países na condução das políticas públicas.



MERCANTILISMO

Considera-se que a doutrina mercantilista vigorou entre o século XV e meados do século XVIII, como resultado direto da expansão do comércio iniciada no final da Idade Média, e atingiu seu apogeu após o descobrimento da América e do caminho marítimo para as Índias. Suas Idéias expressavam a conjugação dos interesses do Estado nacional e da ascendente burguesia, que se contrapunham ao feudalismo. Aos monarcas interessavam o poder, enquanto a burguesia preocupava-se com o acúmulo de riquezas.

Ao Estado cabia o papel de incrementar as exportações, para atingir este objetivo, o Estado deveria além de estimular as exportações, dificultar ao máximo as importações, ou até mesmo proibi-las, fazendo com que aumentasse o volume de metais preciosos nos país, pois os pagamentos internacionais eram feitos em ouro e prata.

O marco para o surgimento de idéias modernas, isto é, pós-medievais no campo do pensamento econômico, é o conjunto de doutrinas de política econômica que acompanharam a consolidação do absolutismo e dos primeiros estados-nações europeus, conjunto este que ficou conhecido como mercantilismo.

A sociedade medieval, construída sobre as ruínas do império universal romano, caracterizava-se por uma dualidade peculiar. A vida econômica era mergulhada na economia natural; as estruturas jurídicas, regulamentação e sistemas de pesos e medidas eram essencialmente locais. O poder era de fato exercido pelo nobre local, ou, nas cidades livres por um governo municipal. Entretanto, essa mesma sociedade sentia-se unida, em toda extensão da Europa ocidental e grande parte da Europa central, por fazer parte da cristandade, sob a liderança espiritual e, em alguns casos, temporal da Igreja católica romana. O absoluto predomínio ideológico e religioso do catolicismo impunha uma visão do mundo como um sistema organizado, segundo uma ordem divina, imutável, onde as visões de progresso e mudança técnica ou social eram completamente estranhas.

O mundo medieval era ao mesmo tempo particularista baseado no poder local, e universalista, baseado na hegemonia cultural e religiosa da Igreja, que impunha imensas barreiras à mudanças. O mercantilismo como sistema econômico é uma reação à ordem medieval, opondo-se simultaneamente ao poder local do nobre rural ou da cidade livre e ao poder universal da Igreja católica e seu aliado temporal, o imperador do Sacro Império Romano-Germânico.

A política comercial mercantilista defende a unificação econômica, jurídica e administrativa nacional e sustenta a necessidade de se reforçar o poder nacional para permitir a sobrevivência do Estado-nação contra ameaças externas. Nacionalismo e absolutismo são, portanto, as contrapartidas políticas do mercantilismo.

O mercantilismo implica a formulação de políticas nacionais, e esse conjunto de doutrinas vislumbra a possibilidade e a necessidade do progresso econômico, que é criado pela ação política do Estado, como fundamento da consolidação do poder nacional.
A riqueza, para o mercantilismo, só interessa como fonte de poder do Estado gerando assim um ponto de partida de uma agenda de pesquisa que culminaria no pensamento clássico. O núcleo da visão econômica mercantilista são suas concepções sobre o papel da moeda e sobre a origem da riqueza das nações. A conexão entre política monetária e política comercial é central em seu sistema, determinando a natureza das políticas econômicas mercantilistas. Para eles o dinheiro era, em termos modernos, um fator de produção. Sob esse aspecto, dinheiro seria uma “riqueza artificial”, em oposição a terra, que seria uma “riqueza natural”.

Para o filósofo John Locke, que foi também um importante pensador mercantilista, só existiam dois meios para se aumentar a massa de dinheiro existente em um país: extraí-lo das próprias minas ou obtendo-o por outros países. A descoberta de minas depende da natureza, para obter dinheiro do estrangeiro, há apenas três caminhos: a força, o empréstimo ou o comércio.

A riqueza da sociedade cresceria com a massa de dinheiro existente, e o aumento dessa dependia essencialmente do comércio exterior. Para isso a balança comercial de um país deveria ser superavitária. A discussão sobre o que faz um país ser um grande exportador e as políticas necessárias para viabilizar o superávit comercial são importantes para que o comércio cumpra seu papel de gerador de riquezas.

A aquisição de moeda e metais preciosos não deveria, segundo a doutrina mercantilista, ser estourada. Essa é uma diferença fundamental em relação à economia medieval que sustentava a idéia de acumulação de metais preciosos para uma emergência nacional, normalmente associada à guerra ou fome por falta de colheita. Para os mercantilistas o papel da moeda era o de proceder a transformação de uma economia natural em uma economia monetária: “pois ali onde falta dinheiro, o comércio decai, ainda que haja abundância e mercadorias baratas...” (Malynes, 1622 citado por Heckscher, 1943, p.660).

A idéia que os mercantilistas tinham quanto à importância do estoque de moeda para as relações de troca com o exterior era a razão principal da aspiração à acumulação de metais preciosos. Os países que tivessem relativamente menos dinheiro que os outros teriam de “vender barato e comprar caro”. O raciocínio pra se chegar a essa conclusão era curioso:

 -   Qualquer estoque de dinheiro seria suficiente para atender a qualquer volume, grande ou pequeno de circulação. A necessidade de aumentar o estoque de moeda decorria do fato de que a economia mundial é formada por vários países, com diferentes estoques de moeda. O estoque de moeda determinaria o valor das mercadorias produzidas domesticamente. O valor de uma mercadoria, expresso em moeda metálica, deveria ser igual em todo mundo. Este, contudo, era determinado pelo nível de preço do país produtor. Portanto, um país com pequeno estoque de metal precioso venderia seus produtos ao seu nível de preço e compraria um produto exterior ao nível de preço do outro país.

Para os mercantilistas, o aumento do estoque de moeda tinha um efeito inverso à visão de todas as outras correntes econômicas a partir de David Hume (primeiro economista moderno): uma variação positiva dos estoques elevaria o valor da moeda nacional no exterior e produziria uma taxa de câmbio favorável. Os mais importantes autores mercantilistas argumentavam que a prática medieval de proibir a exportação de metais preciosos era impossível de ser implementada. O único instrumento eficiente para garantir o aumento do estoque de moeda em um país seria a geração de um superávit na balança comercial. A variável chave a ser controlada não seria o movimento de metais preciosos, mas o movimento de mercadorias.

Como o dinheiro, para os mercantilistas, não era produzido pelo Estado, mas era uma dádiva da natureza, a única estratégia compatível com o aumento do estoque de moeda de um país que não tinha minas era uma política comercial que promovesse o aumento da exportação e a redução da importação. Nessa visão o protecionismo é um instrumento que visa proteger a circulação monetária doméstica, e não a produção doméstica.

A concepção mercantilista defendia a unificação econômica doméstica e a liberdade de comércio no interior do território nacional. Sua ação restringiu as aduanas e pedágios impostos por nobres feudais, racionalizou os sistemas de pesos e medidas, unificou o regime monetário e a legislação nacional, aumentou a confiabilidade no sistema legal e na defesa da propriedade privada, reduziu o poder das guildas e promoveu a liberdade da indústria. Criou condições materiais para a monetarização da economia e para a consolidação do Estado moderno. Sem essa monetarização da economia e sem o Estado moderno, não haveria capitalismo industrial. Foram as mudanças institucionais feitas por influência das concepções mercantilistas que permitiram o capitalismo moderno.

O mercantilismo é um sistema econômico caracterizado pelas seguintes proposições:

-   A riqueza da sociedade cresce com o crescimento do estoque de meios de pagamento;
-   Dinheiro é uma dádiva da natureza e não um bem produzido pelo Estado;
-   Dinheiro é igual a capital, um fator de produção;
-   O aumento da produção e comércio doméstico depende além do estoque de meios de pagamentos, da unificação econômica e liberdade de comércio no interior das fronteiras nacionais;
-   O crescimento do estoque de meios de pagamento de um país depende da produção das minas nacionais ou do superávit da balança comercial. Para um país sem minas, uma política comercial baseada no protecionismo e na promoção de exportação é a única estratégia compatível com o aumento do poder nacional.

A teoria do comércio internacional do mercantilismo é, por um lado, um aspecto fundamental se seu sistema e, por outro, o ponto de partida para o debate teórico nessa disciplina até os dias de hoje. No entanto, se todos os governantes dos países agissem dessa maneira, não haveria o comércio internacional. Como se nota esta teoria não era consistente.


ADAM SMITH E A TEORIA DAS VANTAGENS ABSOLUTAS

Adam Smith, tal como Hume (primeiro economista moderno), foi um filósofo na tradição do empirismo inglês, mas ao contrário de Hume, seus escritos tratavam de seu trabalho como economista.
Seguindo a tradição de David Hume (ele acreditava que um superávit comercial levaria necessariamente à transferência de metais preciosos ou moedas metálicas de um país deficitário para superavitário. Sua teoria foi a base do sistema monetário padrão ouro), uma parte importante do trabalho de Smith é de questionamento das idéias mercantilistas. A grande crítica de Smith contra os mercantilistas baseou-se, no fato de que a riqueza de uma nação é mais adequadamente medida em termos de produção e consumo de sua população e não da quantidade de metais preciosos em seu poder. O livre comércio é um poderoso mecanismo capaz de promover o aumento da produção por meio da especialização e, com trocas, aumentar o consumo e, conseqüentemente, o bem estar das populações que participam do comércio internacional.
O tema comércio internacional é um dos aspectos centrais de seu pensamento. Para ele a riqueza das nações é o resultado do aumento da produtividade do trabalho. Esta, por sua vez, é conseqüência da divisão do trabalho. A divisão do trabalho é o resultado da propensão da natureza humana de trocar, negociar e vender um produto em troca de outro. A divisão do trabalho, no entanto, é limitada pela extensão do mercado. Uma vez que o comércio internacional aumenta o mercado para os produtos produzidos domesticamente, ele permite o aprofundamento da divisão de trabalho, contribuindo para aumentar a riqueza das nações. Por intermédio do comércio internacional um país exporta as mercadorias que consegue produzir mais barato que os demais, e importa aquelas que produzem mais caro, produzindo, desta forma, mais dos produtos que faz com maior eficiência e consumindo mais produtos do que seria capaz na ausência do comércio internacional.
Smith costuma ser citado quase que exclusivamente, como autor da idéia de vantagens absolutas: para ele o comércio internacional seria possível tão somente quando o tempo de trabalho necessário para produzir pelo menos um produto fosse inferior àquele do exterior.
A vantagem absoluta é a possibilidade de um país produzir um bem com menor emprego de trabalho – o único fator de produção para a economia política clássica – do que no resto do mundo.
Smith afirmava que os metais preciosos são uns produtos como qualquer outro. Portanto, um país grande produtor de metais preciosos seria naturalmente um exportador deste produto, porque o preço dos outros produtos cotados em ouro ou prata, no país com minas, seria muito mais alto do que no país sem minas.
Como bom observador de seu tempo, Smith recomendava a liberalização do comércio exterior, da qual ele era um grande defensor, não fosse feita adoçadamente.
“O empreendedor de uma grande manufatura, que, em função da súbita abertura do mercado doméstico ao exterior, é obrigado a abandonar seu negócio, irá sem dúvida sofrer consideravelmente. A parte de seu capital que era normalmente empregada na compra de materiais e no pagamento dos empregados poderá, sem muita dificuldade, talvez achar outro emprego. Mas aquela parte que está imobilizada em prédios e instrumentos do comércio dificilmente poderá ser abandonada sem considerável perda. Um cuidado justo, portanto, com seu interesse requer que mudanças desse tipo nunca devem ser introduzidas subitamente, mas devagar, gradualmente e após avisá-lo com muita antecedência. (Smith, 1776, p. 201)”.
Sua contribuição para a teoria do comércio é de grande importância, não apenas em decorrência de sua argumentação sobre os ganhos do comércio, aspecto que seria mais apropriadamente tratado por Ricardo, mas por relacionar o comércio exterior à acumulação de capital, ou, em uma linguagem moderna, ao desenvolvimento econômico.
Smith arquitetou um poderoso argumento a favor do livre comércio, desde que um país tivesse algum tipo de vantagem absoluta, ou seja, que conseguisse produzir alguma mercadoria a um custo mais baixo que outros paises e tirar proveito da especialização e das trocas. Entretanto, essa teoria não conseguia explicar e justificar todas as possibilidades de comércio. O que aconteceria, por exemplo, se um país não produzisse nenhuma mercadoria a custos menores do que os de seus possíveis parceiros comerciais? Estaria essa nação condenada a ficar excluída dos benefícios da especialização e das trocas?

DAVID RICARDO E A TEORIA DAS VANTAGENS COMPARATIVAS
A teoria do comércio internacional chega ao apogeu na economia política clássica com David Ricardo, que publica Princípios de Economia Política e Tributação considerada a obra que instituiu a economia como ciência. A principal contribuição desse autor foi sua teoria das vantagens comparativas. A proposição de que as vantagens comparativas são a causa última dos ganhos do comércio é uma idéia poderosa que sobreviveu a todo o debate acadêmico até os dias de hoje.
Sabemos que existem paises pobres, sem tecnologia nem recursos para produzir mercadorias a custos reduzidos em relação aos das grandes potências. Essa situação não era contemplada pela teoria das vantagens absolutas. A teoria ricardiana de vantagens comparativas pode ser resumida na seguinte proposição: o comércio bilateral é sempre mais vantajoso que a autarquia para duas economias cujas estruturas de produção não sejam similares.
Em 1817, apresenta sua teoria, que através do quadro abaixo fica mais fácil de ser compreendida.
PAIS
COMPUTADORES
AUTOMOVEIS
BRASIL
20/h por Unid
300/h por Unid
JAPÃO
15/h por Unid
200/h por Unid


A teoria das vantagens absolutas postula que o comércio entre paises é possível, num modelo de dois bens, quando o coeficiente técnico de produção de uma mercadoria é maior num país do que em outro, ocorrendo o contrário com a outra mercadoria, temos:

I ba > Ija    e   Ibc > Ijc     ou  300 > 200  e  20 > 15,

Nesta situação, de acordo com a teoria das vantagens absolutas não seria possível ocorrer comércio entre esses países.
Já, de acordo com a teoria das vantagens comparativas, é possível haver comércio entre Brasil e Japão.
Embora o Brasil seja menos eficiente na produção dos dois bens, a teoria das vantagens comparativas diz que pode haver comércio de forma vantajosa entre paises quando os custos relativos de produção das mercadorias envolvidas são diferentes, ou seja:
Ibc    <   Iba
Ijc            Ija

Substituindo pelos coeficientes técnicos:

20   <   300    ou  1,33 <  1,5
15        200

Este resultado indica que, no Brasil é relativamente mais barato produzir computadores do que automóveis e que, no Japão, é relativamente mais barato produzir automóveis do que computadores. O Brasil pode especializar-se na produção de computadores e o Japão, na de automóveis. Assim os dois países poderão trocar os bens produzidos, com vantagens para ambos.
O modelo ricardiano de comércio internacional implica a especialização de cada país na exportação do produto do qual tem vantagens comparativas. Quaisquer dois países lucrarão no comércio bilateral, a não ser na circunstância altamente improvável que a estrutura de custos relativos desses países fosse idêntica.
Ricardo nem sempre explicitou as premissas de seu modelo. A atenção a essas premissas permite-nos compreender as limitações na aplicação dessa abordagem. O modelo ricardiano pressupõe o comércio de dois países, com dois produtos. Essa premissa, no entanto é facilmente descartável. A segunda premissa do modelo é que só existe um fator de produção, o trabalho, e que este é perfeitamente móvel no interior de um país, e imóvel internacionalmente. A terceira premissa é que há diferentes tecnologias em diferentes países. Na verdade, o uso de diferentes tecnologias é uma explicação possível para diferentes estruturas de preços relativos em diferentes países. A quarta premissa é que a balança comercial está sempre equilibrada e o custo dos transportes é igual a zero. Finalmente, há rendimentos constantes de escala.
O conceito das vantagens comparativas pode ser aplicado indistintamente em uma ordem internacional liberal ou em um mundo de economias planificadas. O que podemos concluir do modelo ricardiano é que mais comércio é melhor que menos comércio, o que não implica necessariamente livre mercado. Por fim, o conceito de vantagens comparativas não pode ser aplicado olhando-se apenas para um país; este é um conceito relativo e, portanto, só tem sentido considerando-se a estrutura de produção de pelo menos dois países. Nosso desafio é, portanto, compreender o significado desse conceito no momento em que foi formulado, e ainda compreender suas limitações para aplicação ao mundo real. 

Fonte: Material do 5o.Semestre - Curso de Administração - disciplina de Comércio Internacional



7 de julho de 2011

Brasil - Residência Oficial da Corrupção (16/10/2013)



Brasil - Residência oficial da Corrupção - (16/10/2013)




       

         É difícil tratar deste assunto sem sentir uma profunda vergonha, afinal estamos tratando de grandes empresas, políticos, policiais, governantes e grande parte da população brasileira . Até outro dia, os atos de manifestação pública representavam exclusivamente  a reinvindicação de um povo , atualmente, eles estão envolvidos com atos de bandidagem explicita. Tudo isso gera muita vergonha de fazer parte de um povo que está totalmente contaminado por essa praga chamada corrupção, e corrupção não é somente de valores monetários, ela é também de valores morais. E está claro que esses atos estão em todos os níveis sociais e eles estão divididos por todas as áreas de atuação: empresarial, política, polícia, governo, povo, ou seja, somos um povo corrupto e isso é visível diariamente. Afinal, sempre somos pegos, pena que não mais de surpresa, com novos esquemas de propinas, esquemas de negócios escusos, superfaturamentos, enriquecimentos ilícitos, cobranças de propinas de empresas prestadoras de serviços ao Governo e outros vários modelos de corrupção. Como sabemos, não é de hoje que a corrupção está embrenhada nas entranhas do poder público brasileiro. Isso vem desde os tempos em que o Brasil não passava de uma simples Colônia. Desde este período da nossa história já aconteciam transgressões aos bons princípios de honestidade e da moral, e mesmo com a utilização de várias medidas de combate a estas práticas, os desejos sombrios e escusos dos homens continuaram imperando. E o que é pior, a corrupção nunca chegou a ser combatida seriamente neste nosso país. 

         Vamos verificar, somente 3 exemplos diários de ‘bandidagem’ explicita dos brasileiros:


Policia

É fato que depois de um mapeamento do crime organizado prenderam no dia 15/10/2013 um tenente da PM que colabora com o crime organizado, isso que dizer que o inimigo agora é a banda podre das polícias. A cúpula da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo disse que pretende ter acesso aos dados e áudios recolhidos pelo Ministério Público Estadual (MPE) em três anos e meio de investigações sobre o Primeiro Comando da Capital (PCC) para desferir um duro golpe contra policiais corruptos. As escutas mostram um cotidiano de achaques feitos por policiais civis e militares contra bandidos importantes da facção, que são sequestrados e mantidos em cárcere em delegacias. Até parte do material apreendido na 'megainvestigação' era posta à venda aos criminosos. Ao todo, 175 integrantes do PCC foram denunciados, conforme revelou o jornal O Estado de São Paulo.


Malote de Carga da empresa Gol

Foi descoberta uma quadrilha na cidade de São Paulo que utilizava a estrutura de uma empresa área para traficar cocaína. Eles usavam terminais e aviões da empresa para escapar da fiscalização. Droga era enviada para Recife, de onde seguia de navio para a Europa. Dois funcionários da companhia aérea Gol e dois traficantes foram presos nesta terça-feira (15/20/2013) pela Polícia Federal sob suspeita de mandar quase 600 quilos de cocaína para a Europa em um ano.  A droga era escondida em caixas de isopor e fazia parte da viagem em aviões da empresa. A quadrilha usava os terminais de carga da empresa aérea para exportar a cocaína. Tudo seguia como malote interno da empresa, o que isentava a carga de inspeção no raio X e de apresentar documentação. A Gol Linhas Aéreas disse que foi a empresa que percebeu o crime e avisou a Polícia Federal. Os dois funcionários foram demitidos.


Política

Depois de infindáveis denúncias de corrupção e de desvios de verbas, depois da prisão e de manter o mandato de um deputado federal mesmo preso, depois de tantos atos de Corrupção explícitos por esse Brasil, parece que finalmente a corrupção pode se tornar um crime hediondo.  A Câmara dos Deputados pode votar no dia 15 de Outubro de 2013 o Projeto de Lei (PL) 5.900 de 2013, que inclui as práticas de corrupção ativa e passiva, concussão, peculato e excesso de exação na lista dos crimes hediondos, e o Projeto de Lei Complementar (PLC) 238 de 2013, que muda o índice usado para corrigir as dívidas de municípios e estados com a União. Acredita-se que na quarta-feira (16/10/2013), os deputados devem analisar o Projeto de Lei 6.025 de 2005, do novo Código de Processo Civil.



E pelo visto, ainda continuaremos  a nos deparar com essas atitudes mesquinhas por muito tempo em todos os setores da sociedade brasileira. E enquanto isso, os “representantes do povo” só estão interessados em não perder o “espaço” político, ou seria “a boquinha?” Afinal, faz muito tempo que convivemos com os termos: improbidade administrativa, propina e lesão dos cofres públicos. Também é comum o ato entre os políticos de pedir demissão em meio a escândalos para fugir das punições, esse é o caminho mais utilizado por todos estes “elementos” que cometem tais crimes contra o patrimônio público.




E mesmo com o tamanho continental do Brasil, quando se fala em corrupção, imediatamente nos vem à mente: Brasília, onde se encontra o maior número de políticos por metro quadrado desse país. E agora é importante verificarmos que o conceito da corrupção política diz respeito a aproveitar-se e apropriar-se do que é coletivo em beneficio próprio, e no “bom português clássico” significa roubar o povo”, e ainda, quando os agentes públicos são corruptos ou se associam a empresários corruptores eles estão usurpando os bens públicos, logo deveriam responder por crimes como formação de quadrilha e outros, porém, existe o tal “foro privilegiado”. E neste caso, é só abandonar o “barco da alegria” que tudo fica bem, e isso acontece devido ao povo brasileiro não fazer questão de ver esses tais “bandidos” respondendo por seus atos ilícitos mediante a aplicação da Lei, é isso só é possível, em razão da corrupção já ter se tornado um fato comum em nosso país. Por outro lado, é verdade que para a política o que sempre irá prevalecer são os resultados, mas eles não deveriam ir além dos interesses públicos, afinal, a ética e a honestidade deveria ser comum a todos os homens que exercem a vida pública.


Aproveitando este momento - outra noite durante uma aula de Psicologia do curso de Administração - vimos que o psicanalista Freud concebeu o pensamento dos níveis de consciência: que são a consciência, a pré-consciência e o inconsciente (concepção topográfica da constituição da personalidade). E preocupado em evitar interpretações errôneas acerca dessa concepção, Freud partiu para uma ‘conceitualização’ estrutural dinâmica da personalidade, e defendeu três fatores que, pra ele, constituíam a personalidade humana: o Id – fator orientado pelo princípio do prazer e que, segundo Freud, “contém tudo que é herdado, que se acha presente no nascimento e está assente na constituição do indivíduo”; o Ego – fator que representa o princípio da realidade e que tem por tarefa a autopreservação; e o Superego – fator que corresponde ao conceito de consciência moral do homem. Mas esse modelo da dinâmica da personalidade é um modelo de conflito. Dessa forma, quando as forças instintivas do Id dominam comportamento do homem, ele tende, pelos padrões tradicionais da cultura, à conduta delinquente. Por outro lado, quando são as forças do Superego que atuam no comportamento desse indivíduo, ele tende a se tornar superescrupuloso em matéria de conduta moral. E entre esses dois extremos encontra-se o Ego, que será saudável e equilibrado quando se mostrar capaz de experimentar o prazer solicitado pelos instintos naturais sem ir ao extremo de violar os princípios válidos de sua consciência moral. Acredito que com estas explicações de Freud sobre o comportamento humano, talvez seja possível “identificar” a qual dessas forças instintivas os políticos estão mais sujeitos.

                         

Talvez um dos grandes problemas da corrupção em nosso país seja o pensamento coletivo de que os atos corruptos sejam só praticados pelas elites dirigentes, o que não é uma verdade absoluta, já que os valores que consideramos politicamente corretos devem ser praticados por todos, da mesma forma que devemos condenar tudo o que nos agride fisicamente e moralmente.


Outra boa definição de corrupção: aquele expediente escuso utilizado por indivíduos das mais variadas classes sociais, etnias ou castas que, conhecendo e assegurando-se de normas jurídicas e teorias diversas, procuram obter vantagens por meio de atos considerados lícitos, mas que na verdade não passam de atos pautados no uso desvirtuado de tais normas, isso com a única intenção de legitimar tais ações sem escrúpulos, transformando desta forma o significado do que consideramos por certo e errado.  E esses atos de corrupção que são veiculados pelos canais de comunicação do nosso país, são como a ponta de um iceberg de muitos outros casos em dimensões variadas e dos quais as autoridades não chegam a tomar conhecimento, seja por falta de denúncias, de provas ou de coragem. Ou até mesmo pelo fato de, com uma frequência maior do que a que gostaríamos tudo irá acabar em "pizza", claro que existe na maioria das vezes um interesse nisso mesmo, que ninguém seja incriminado, ou que nada se prove. Mesmo assim, é acalentador saber que a corrupção, mesmo sendo uma prática já enraizada não apenas na classe política, está sendo vista de perto como um “ato ilegal” que precisa ser investigado e punido. 

Além de ser triste, seria muita ingenuidade imaginar que todos estes "mal feitos" estão sendo cometidos sem o conhecimento da administração superior. No mínimo, caso aceita esta hipótese, deveriam ser demitidos por incompetência ou negligência. O principal óbice à demissão do ministro, que falamos a pouco, é o fato de que ele voltaria ao Senado, onde é titular, desalojando o seu suplente que é um amigo íntimo de ex-presidente do Brasil. A triste realidade do Brasil de hoje é cruelmente representada por alguns milhares de corruptos, com interesses espúrios, ganhando milhões, enquanto milhões de cidadãos padecem, vivendo de uma ilusão marqueteira irresponsável, incapazes de reivindicar das administrações que elegeram as mais elementares condições de atendimento às suas necessidades de saúde, educação, segurança, energia, transportes, comunicações etc. Também não podemos nos esquecer de grande parte da mídia amestrada que procura desviar a atenção do inocente povo brasileiro, com temas exóticos como descriminalização de drogas prejudiciais, criminalização de cidadãos dignos e honestos, avessos à pederastia, proibição da posse de armas pelos brasileiros de bons costumes, para impedir que ele reflita sobre as adversas condições de vida existentes no Brasil e na nossa sofrida América do Sul.

Mas ainda há um longo caminho a ser percorrido para que isto seja visto como o reflexo de uma sociedade que busca ser um exemplo. É preciso deixar de lado os "falsos pudores" que separam quem pode e quem não pode ser punido e incluir na lista os vários políticos de vários escalões e outros tantos maus exemplos que encabeçam a ponta desta imensa lista de corruptos desse nosso Brasil. Por fim, percebemos que estamos diante de uma grande praga, que em uma linguagem mais moderna, podemos definir a corrupção como um desvio de comportamento praticado por um ou mais indivíduos, movidos pelo desejo de obter vantagens indevidas, e para isso, utilizam-se de vários expedientes que contrariam todo e qualquer tipo e normatização para atingir os seus objetivos sórdidos. Sabendo de tudo isso que vimos aqui, é cada vez mais importante que a sociedade seja mais atuante no combate a corrupção no Brasil e para isso é necessário o despertar do povo brasileiro, e isso só acontecerá com um maior senso de cidadania, de consciência e um pensamento mais crítico, visando com isso, expor as suas ideias, opiniões e fazer suas reivindicações.

 

Fonte e Sítios Consultados



http://www.tribunahoje.com/noticia/78836/politica/2013/10/15/corrupco-pode-se-tornar-crime-hediondo-apos-votaco.html



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