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26 de julho de 2019

Gareth Morgan e suas metáforas em IMAGENS DA ORGANIZAÇÃO






Antes de iniciarmos este tema é preciso saber que as Imagens são diversas formas de análise da organização, e é por esta razão que muitos administradores precisam desenvolver habilidades que possibilitem ‘a arte’ de ler diversas situações pelas quais eles estarão tentando organizar ou administrar uma organização. Sabe-se que esse processo de fazer a leitura da vida organizacional, também conhecido como análise formal ou diagnóstica das organizações é baseado na aplicação de algum tipo de teoria à situação que está sendo considerada.



Nas Imagens da Organização, Gareth Morgan apresenta uma abordagem sobre as organizações a partir de metáforas que permitem vê-las como máquinas, organismos, cérebros, culturas, sistemas políticos, prisões psíquicas, fluxos de transformação e  instrumentos de dominação. A intensão parece ser a de demonstrar o quanto o universo das organizações vem se tornando cada vez mais complexo e repleto de ambiguidades enquanto nossa habilidade de interpretá-lo não está seguindo o mesmo rumo.   De acordo com Morgan, não há mais espaço para uma visão simplista das organizações, administradas como se fossem máquinas desenhadas para atingir objetivos predeterminados, que tendem a limitar, em lugar de ativar, o desenvolvimento das capacidades humanas.




Num primeiro momento o livro "Imagens da Organização" nos indicará que as nossas teorias e explicações da vida organizacional estão baseadas em metáforas que nos levam a ver, compreender e diagnosticar problemas e situações organizações de formas específicas e isso só acontece em razão das Metáforas serem frequentemente vistas apenas como artifício para embelezar o discurso, ou seja,  usamos uma metáfora sempre que tentamos compreender um elemento da nossa experiência em face de outro. A partir das metáforas é possível ter uma visão diferenciada para a explicação de muitos dos fenômenos que são comuns nas empresas e permitindo a criação de "imagens organizacionais" que veem essas corporações como: máquinas, organismos vivos, cérebros, culturas, sistemas políticos, prisões psíquicas, fluxos e transformações e como instrumentos de dominação. Gareth Morgan, de forma lógica e criativa, discorre sobre os mais diferenciados fenômenos e situações que tão bem se assemelham às imagens acima citadas. Dentro dessa concepção, a forma mecânica de pensar, arraigada nas nossas mentes durante tantas décadas, alicerçou o estilo burocrático criando dificuldades para a entrada de novas percepções organizacionais, prevalecendo assim, a imagem da empresa constituída de partes que se interligam formando o funcionamento do todo, “a máquina".


É claro que não se pode ignorar as contribuições criativas que o potencial humano é capaz de fornecer, quando lhes são oferecidas as oportunidades apropriadas.   As organizações precisam desenvolver uma racionalidade reflexiva e ‘auto’ organizadora necessárias ao constante  processo de adaptação às situações de mudança que o desenvolvimento tecnológico requer sem o qual estarão condenadas à morte.   Com esta abordagem e por considerar que os seres humanos têm grande influência sobre aquilo que o seu mundo pode ser é que Morgan focaliza a organização sob diversos ângulos, explorando metáforas que, quando analisadas em conjunto, oferecem importantes subsídios para uma melhor interpretação do universo multifacetado da vida organizacional.



Quando se utiliza da metáfora das máquinas, Morgan demonstra o quanto a busca pela precisão e eficiência subvalorizou os aspectos humanos da organização, subestimando a capacidade dos trabalhadores de resolver problemas complexos e imprevisíveis, revelando grande dificuldade para adaptar-se à mudanças.   A organização mecanicista   desencoraja a iniciativa e encoraja a apatia e falta de orgulho pelo  trabalho desempenhado, desestimulando desafios.   A  atualidade já demonstra  que necessita de métodos organizacionais que ativem, ao invés de limitar, o desenvolvimento da capacidade intelectual do trabalhador.   Enquanto na metáfora da máquina o conceito de organização é o de uma estrutura estática e fechada, na metáfora do organismo o conceito de organização é o de uma entidade viva, em constante mutação, interagindo com seu ambiente na tentativa de satisfazer suas necessidades e adaptar-se a circunstâncias ambientais. 






        Como um organismo vivo, com  elementos diferenciados, mas integrados, que tendem a se organizarem, numa interação constante com o ambiente, influenciando e sendo ‘influenciado’ por ele, a organização sai em busca de sua própria sobrevivência.   Sob outro ângulo a organização, de modo similar ao cérebro, pode ser vista como um sistema de processamento de informações capaz de aprender a aprender, e através da aprendizagem, num processo que estimule flexibilidade e criatividade, recriar-se.   Em circunstâncias que mudam é importante questionarmos os procedimentos que estão sendo desenvolvidos, para que de forma ‘auto’ reguladora possam ser monitoradas as modificações necessárias à nova situação.   O processo de aprender a aprender depende da habilidade de permanecer aberto às mudanças que estão ocorrendo no ambiente e à habilidade de desafiar hipóteses operacionais com certo grau de abertura e autocrítica nada familiar aos moldes mecanicistas - qualquer movimento no sentido da auto-organização deve ser acompanhado por importantes mudanças de atitudes e valores.



É com essa abordagem que Morgan nos conduz à metáfora da cultura, já que é a cultura que delineia o caráter da organização. Assim, a cultura corporativa pode facilitar ou dificultar a atividade organizacional, pois, uma mudança efetiva depende de  mudanças nos valores que devem guiar as ações. As crenças e as ideias que as organizações possuem de si mesmas, bem como daquilo que pensam fazer com respeito a seu ambiente, influenciam sobremaneira na materialização de seus objetivos, encorajando-os também para a formulação de sua estratégia empresarial.  A estratégia empresarial, no entanto, é baseada em interesses muitas vezes divergentes e desagregadores, daí o uso da metáfora dos sistemas políticos em que pessoas interdependentes com interesses divergentes se unem com o propósito de satisfazer as suas necessidades básicas,  desenvolver uma carreira profissional ou de perseguir metas fora de seus trabalhos. 



       Embora as organizações sejam realidades socialmente construídas, elas acabam por desenvolver um poder próprio capaz de exercer controle sobre seus criadores. Assim, utilizando-se da metáfora da prisão psíquica, Morgan tenta demonstrar como as pessoas podem ficar prisioneiras de ideias, pressupostos falsos, crenças preestabelecidas, regras operacionais sem questionamento que combinados formam pontos de vista muito estreitos do mundo, o que acaba por funcionar como uma resistência inconsciente a mudanças na organização, e eliminando a possibilidade de ações associadas a visões alternativas da realidade.   Muitos dos problemas que as organizações encontram ao lidarem com seu meio ambiente se acham intimamente ligados com o tipo de identidade que tentam manter, ignorando flutuações consideradas ameaçadoras à sua ‘auto’ referência. Entretanto, a organização vista como fluxo de transformação revela que indivíduos e organização têm possibilidade de escolher o tipo de ‘auto’ imagem que irá guiar suas ações e delinear seu futuro.   Nesse sentido, deve-se considerar que as organizações se transformam em conjunto com seu meio ambiente, levando a compreender que o padrão de organização que se vai revelando com o passar do tempo é evolutivo.    





Quando Morgan utiliza a metáfora do instrumento de dominação, ela pretende demonstrar que até as formas mais racionais e democráticas de organização podem resultar em modelos de dominação. Uma maior rentabilidade pode significar maior esforço dos funcionários, sem que implique em melhoria salarial. O que é racional sob o ponto de vista da organização pode ser catastrófico na ótica do funcionário.   Aprender a lidar com a inconstância e complexidade da realidade organizacional é um grande desafio e o método proposto por Morgan é apenas o início de uma caminhada.




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