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7 de outubro de 2015

Origens das expressões e ditados populares que os brasileiros utilizam


       Nesta postagem iremos verificar a história de algumas expressões e ditados populares que os brasileiros utilizam há tempos no seu dia a dia, sabendo que elas ajudam no rápido entendimento da língua portuguesa. É verdade que muitos historiadores e escritores tentaram descobrir a origem desses ditados populares, mas essa tarefa não é tão fácil assim. 

 - Segue abaixo uma lista das expressões cujas origens foram resgatadas. 



À beça
No Rio imperial, havia um comerciante rico chamado Abessa, que adorava ostentar roupas de luxo. Quando alguém aparecia fazendo o mesmo, dizia-se que ele estava se vestindo à Abessa, ou seja, como o comerciante.

A carne é fraca
Essa expressão retirada da bíblia representa a dificuldade de se resistir a certas tentações.

A dar com pau
O substantivo “pau” figura em várias expressões brasileiras. Esta expressão teve origem nos navios negreiros. Os negros capturados preferiam morrer durante a travessia e, para isso, deixavam de comer. Então, criou-se o “pau de comer” que era atravessado na boca dos escravos e os marinheiros jogavam sapa e angu para o estômago dos infelizes, a dar com o pau. O povo incorporou a expressão.

A vaca foi para o brejo
Quando a seca é mais violenta, os animais começam a procurar os brejos, regiões que permanecem alagadas por mais tempo. É sinal de que a situação piorou.

Abotoar o paletó
Falecer. Morrer. O mesmo que bater as botas.

Abraço de tamanduá
O tamanduá, quando percebe algum perigo, se deita de barriga para cima e abre seus braços. O inimigo, ao se aproximar, é surpreendido por um forte abraço, que o esmaga. Daí, ser o ”abraço de tamanduá” qualquer atitude falsa, deslealdade, traição.

Abrir o coração
Desabafar. Declarar-se sinceramente. Expressão originada nos tempos em que se achava que a consciência e as emoções estavam no coração.  Mesmo hoje, que sabemos que tudo se processa no cérebro, o coração sempre é lembrado quando se refere aos sentimentos.


Acabar em pizza
Quando uma situação não resolvida acaba encerrada. Em casos de corrupção quando ninguém é punido.

Acertar na mosca
Acertar precisamente. No alvo.

Acordo leonino
Significado: Um “acordo leonino” é aquele em que um dos contratantes aceita condições desvantajosas em relação a outro contratante que fica em grande vantagem. Uma expressão retórica sugerida nomeadamente pelas fábulas em que o leão se revela como todo-poderoso.

Afogar o ganso
No passado, os chineses costumavam satisfazer as suas necessidades sexuais com gansos. Pouco antes de ejacularem, os homens afundavam a cabeça da ave na água, para poderem sentir os espasmos anais da vítima.

Água Mole em Pedra Dura, Tanto Bate até que Fura
Um de seus primeiros registros literários foi feito pelo escritor latino Ovídio ( 43 a .C.-18 d.C), autor de célebres livros como “A arte de amar “e “Metamorfoses”, que foi exilado sem que soubesse o motivo. Escreveu o poeta: “A água mole cava a pedra dura”. É tradição das culturas dos países em que a escrita não é muito difundida formar rimas nesse tipo de frase para que sua memorização seja facilitada. Foi o que fizeram com o provérbio, portugueses e brasileiros.

Água que passarinho não bebe
Pinga, bebida alcóolica.

Aliança de casamento na mão esquerda
Os gregos acreditavam que o 3º dedo da mão esquerda possuía uma veia que se ligava diretamente ao coração.

Amarrar o burro
Ficar em descanso, na folga.

Amigo da Onça
Falso amigo, amigo interesseiro ou traidor. Deve ter originado do fato de a onça espreitar a presa e saltar sobre ela quase sempre por trás.

Amor Platônico
Platão era aluno de Sócrates. Tentando entender o motivo pelo qual seu grande mestre havia se matado, ele propõe a existência de dois mundos: Um chamado mundo sensível, aquele que você percebe com os cinco sentidos, e outro chamado mundo inteligível, que você só pode perceber com a inteligência, a mente. O mundo sensível é apenas um reflexo do que há de bom no mundo inteligível. O amor perfeito só existe na mente das pessoas, mas o amor real (que se toca, se vive) pode ter falhas. Por isso, quem não vive o amor real, fica só na imaginação, vive um Amor Platônico.

Andar à toa
Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está “à toa” é o que não tem leme nem rumo, indo para onde o navio que o reboca determinar. Andar sem destino, despreocupado, passando o tempo.

Apressado come cru
Afobamento, precipitação. Quem tem pressa pode não aproveitar bem as coisas, fazer mal feito, etc.

Armado até os dentes
Exageradamente armado, preparado para uma situação difícil.

Arroz de festa
Assim são chamadas aquelas pessoas que não perdem uma festa por nada, tendo ou não sido convidadas pra mesma. A origem dessa expressão talvez advenha do costume de se jogar arroz em recém-casados. Mas o mais provável é que ela tenha surgido devido a uma antiga tradição portuguesa. Nas festas e comemorações das tradicionais famílias portuguesas nunca faltava uma sobremesa feita com arroz, leite, açúcar e algumas especiarias (arroz doce) e que era conhecida, na época, como “arroz de festa”.

Arrumar sarna para se coçar
Procurar por problemas.

A VER NAVIOS 
Dom Sebastião, jovem e querido rei de Portugal (sec. XVI), desapareceu na batalha de Alcácer-Quibir, no Marrocos. Provavelmente morreu, mas seu corpo nunca foi encontrado.  Por isso o povo português se recusava a acreditar na morte do monarca, e era comum que pessoas subirem ao Alto de Santa Catarina, em Lisboa, na esperança de ver o Rei regressando à Pátria. Como ele não regressou, o povo ficava a ver navios.


Baderna
Uma bailarina de nome Marietta Baderna fazia muito sucesso no Teatro Alla Scalla, de Milão. Ao apresentar-se no Brasil, em 1851, causou frisson entre seus fãs, logo apelidados de “os badernas”. O sobrenome da artista, de comportamento liberal demais para os padrões da época, deu origem ao termo que significa confusão, bagunça.

BAFO DE ONÇA
A onça é um animal carnívoro que se lambuza bastante na hora de comer a caça. Por esta razão, fede muito e sua presença é detectada à distância na mata. Assim, pessoas que possuem o hálito fétido passaram a ser chamadas de "bafo de onça". A expressão também faz referência ao hálito de quem está (ou esteve) alcoolizado.

Baixar a bola
Acalmar-se, ser mais comedido.

Bater as botas
Morrer, falecer.

Bode expiatório
A expressão significa que alguém recebeu a culpa de algo cometido por outra pessoa. A origem está num rito da tradição judaica. Simbolicamente, o povo depositava todos os seus pecados num bode, que era levado até o deserto e abandonado. Dessa forma, acreditava-se que as pessoas estariam livres de todos os males que tinham feito.

Botar o carro na frente dos bois
Pular ou queimar etapas de forma inapropriada, geralmente atrapalhando o andamento ou resolução de uma situação.

Briga de cachorro grande
Embate entre forças as quais se julga superiores.

Caiu no conto do vigário
Uma imagem de Nossa Senhora dos Passos foi doada pelos espanhóis para Ouro Preto e começou a ser disputada pelos padres de duas igrejas: a de N. Sra. de Pilar e a de N. Sra. da Conceição. O padre de Pilar sugeriu, então, que a imagem fosse colocada em cima de um burro, no meio do caminho entre as duas igrejas. O rumo que o animal tomasse, decidiria quem ficaria com a imagem. Quando foi solto, o burro se dirigiu para a igreja de Pilar. Mais tarde, soube-se que ele pertencia ao padre de lá; logicamente sabia o caminho a seguir.

Calcanhar de Aquiles
De acordo com a mitologia grega, Tétis, mãe de Aquiles, a fim de tornar seu Filho indestrutível, mergulhou-o num lago mágico, segurando-o pelo calcanhar. Na Guerra de Tróia, Aquiles foi atingido na única parte de seu corpo que não tinha proteção: o calcanhar. Portanto, o ponto fraco de uma pessoa é conhecido como calcanhar de Aquiles.

Cara de pau
Descarado, sem-vergonha.

Carioca
O termo carioca é oriundo da família linguística tupi-guarani (kari ‘ oca) e significa etimologicamente “casa de branco”: cari: branca; oca: casa. O termo carioca é também o gentílico dos habitantes ou naturais do município do Rio de Janeiro.

Casa da Mãe Joana
Na época do Brasil Império, mais especificamente durante a minoridade do Dom Pedro II, os homens que realmente mandavam no país costumavam se encontrar num prostíbulo do Rio de Janeiro, cuja proprietária se chamava Joana. Como esses homens mandavam e desmandavam no país, a frase “casa da mãe Joana” ficou conhecida como sinônimo de lugar em que ninguém manda.

Chegar de Mãos Abanando
Há muito tempo, aqui no Brasil, era comum exigir que os imigrantes que chegassem para trabalhar nas terras trouxessem suas próprias ferramentas. Caso viessem de mãos vazias, era sinal de que não estavam dispostos ao trabalho. Portanto, chegar de mãos abanando é não carregar nada.

Chorar as pitangas
Pitangas são frutinhas vermelhas cultivadas e apreciadas em todo o país, principalmente nas regiões norte e nordeste. A palavra pitanga deriva de pyrang, que em tupi guarani significa vermelho. Sendo assim a provável relação da fruta com o pranto vem do fato de os olhos ficarem vermelhos, parecendo duas pitangas, quando se chora muito.

Chorar sobre o leite derramado
Lamentar-se por algo que não tem solução ou volta.

Chutar o pau da barraca
Quem inventou esta história de “chutar o pau da barraca” foi o Conde D’Eu, genro de Dom Pedro II, quando assumiu a caça a Solano Lopes, depois de já terminada a guerra do Paraguai. O conde gostava de acordar cedo para suas investidas e, quando fazia e ainda havia soldados dormindo, ele saía “chutando os paus das barracas”, derrubando todas, para acordá-los.
Criar uma grande confusão, inesperadamente.


COISAS DO ARCO-DA-VELHA
Significado: Coisas inacreditáveis, absurdas, espantosas, inverossímeis.
Origem: A expressão tem origem no Antigo Testamento; arco-da-velha é o arco-íris, ou arco-celeste, e foi o sinal do pacto que Deus fez com Noé: "Estando o arco nas nuvens, Eu ao vê-lo recordar-Me-ei da aliança eterna concluída entre Deus e todos os seres vivos de toda a espécie que há na terra." (Génesis 9:16) Arco-da-velha é uma simplificação de Arco da Lei Velha, uma referência à Lei Divina.  Há também diversas histórias populares que defendem outra origem da expressão, como a da existência de uma velha no arco-íris, sendo a curvatura do arco a curvatura das costas provocada pela velhice, ou devido a uma das propriedades mágicas do arco-íris - beber a água num lugar e enviá-la para outro, pelo que velha poderá ter vindo do italiano bere (beber


Comer o pão que o diabo amassou
Significa passar por uma situação difícil, um sofrimento. Imagino que a origem dessa expressão venha do fato de que deve ser realmente indigesto engolir um pão amassado (amassar é o mesmo que fazer a massa) pelo capeta. Além da procedência, nada confiável, do produto (se vem da coisa ruim, boa coisa não pode ser) tem grandes chances de esse pão vir queimado, já que foi assado no fogo do inferno.

CONTO DO VIGÁRIO 
Duas igrejas de Ouro Preto receberam, como presente, uma única imagem de determinada santa, e, para decidir qual das duas ficaria com a escultura, os vigários apelaram à decisão de um burrico. Colocaram-no entre as duas paróquias e esperaram o animalzinho caminhar até uma delas.  A escolhida pelo quadrúpede ficaria com a santa. E o burrico caminhou direto para uma delas... Só que, mais tarde, descobriram que um dos vigários havia treinado o burrico, e conto do vigário passou a ser sinônimo de falcatrua e malandragem.

CORREDOR POLONÊS
Corredor polonês é uma expressão comumente utilizada para denominar uma passagem estreita formada por duas fileiras de pessoas que se colocam lado a lado, uma defronte à outra, com a intenção de castigar quem tenha de percorrê-la. A expressão faz referência à região transferida por parte da Alemanha para a Polônia ao fim da Primeira Guerra Mundial, em virtude da assinatura do Tratado de Versalhes. O Corredor Polonês dividiu a Alemanha ao meio, isolando a Prússia Oriental do resto do país. Através de uma extensão de 150 quilômetros e largura variável entre 30 a 80 quilômetros, permitiu que os poloneses circulassem livremente em território alemão, bem como possibilitou o acesso da Polônia ao Mar Báltico. Posteriormente, tanto o Corredor quanto a Prússia foram incorporados ao território polonês. A disputa pela região do Corredor Polonês provocou inúmeros atritos entre os dois países. Em 1939, durante a invasão da Alemanha à Polônia, os poloneses foram encurralados pelos alemães, os quais se posicionavam dos dois lados do Corredor e atiravam contra os poloneses, que estavam no meio.


Da Pá Virada
A origem do ditado é em relação ao instrumento, a pá. Quando a pá está virada para baixo, voltada para o solo, está inútil e abandonada recorrentemente pelo homem vagabundo, irresponsável, parasita.

Dar com a língua nos dentes
Contar um segredo, falar.

Dar com os Burros N’Água
A expressão surgiu no período do Brasil colonial, onde tropeiros que escoavam a produção de ouro, cacau e café, precisavam ir da região Sul a Sudeste sobre burros e mulas. O fato era que muitas vezes esses burros, devido à falta de estradas adequadas, passavam por caminhos muito difíceis e regiões alagadas, onde os burros morriam afogados. Daí em diante o termo passou a ser usado para se referir a alguém que faz um grande esforço pra conseguir algum feito e não consegue ter sucesso naquilo.

Dar uma banana
É das poucas expressões que são acompanhadas por um gesto. Aliás, neste caso, o mais provável é que o gesto tenha inspirado a expressão, já que ele existe em vários países como Portugal, Espanha, Itália e Brasil. Em todos esses lugares o gesto significa a mesma coisa: um desabafo ou uma ofensa.

Defender com unhas e dentes
Do latim “inguibus et rostre”(com unhas e bico). Provavelmente a expressão vem de briga de galo, já constante na Roma antiga. Mas pode vir também de briga entre mulheres. Defender com todas as forças, não fraquejar de nenhuma maneira.

Deu zebra
Não há zebra no Jogo do Bicho. “Dar zebra” é acontecer uma coisa impossível, que não estava prevista.

Disputar à negra
Os senhores do séc. XVIII, quando jogavam, o troféu era, quase sempre, uma negra escrava. O termo é usado até hoje em “peladas” e “rachas” de futebol.

Dor de Cotovelo
A expressão teve origem nas cenas de pessoas sentadas em bares, com os cotovelos apoiados no balcão bebendo e chorando um amor perdido. De tanto ficarem naquela posição, as pessoas ficavam com dores no cotovelo. Atualmente, é muito comum utilizar essa expressão para designar o despeito provocado pelo ciúme ou a tristeza causada por uma decepção amorosa.

Dourar a Pílula
Antigamente as farmácias embrulhavam as pílulas em papel dourado, para melhorar o aspecto do remedinho amargo. A expressão dourar a pílula, significa melhorar a aparência de algo.

Eles que são Brancos que se Entendam
Esta foi das primeiras punições impostas aos racistas, ainda no século XVIII. Um mulato, capitão de regimento, teve uma discussão com um de seus comandados e queixou-se a seu superior, um oficial português. O capitão reivindicava a punição do soldado que o desrespeitara. Como resposta, ouviu do português a seguinte frase: “Vocês que são pardos, que se entendam”. O oficial ficou indignado e recorreu à instância superior, na pessoa de Dom Luís de Vasconcelos (1742-1807), 12° vice-rei do Brasil. Ao tomar conhecimento dos fatos, Dom Luís mandou prender o oficial português que estranhou a atitude do vice-rei. Mas, Dom Luís se explicou: nós somos brancos, cá nos entendemos.

Encher linguiça
Enrolar, preencher espaço com embromação.

Engolir sapos
Fazer algo contrariado; ser alvo de insultos, injustiças, contrariedades sem reagir, revidar, acumulando ressentimento.

Entrar pelo cano
Se dar mal, ficar encrencado. Complicar-se.

Erro Crasso
Na Roma antiga havia o Triunvirato: o poder dos generais era dividido por três pessoas. No primeiro destes Triunviratos, tínhamos: Caio Júlio, Pompeu e Crasso. Este último foi incumbido de atacar um pequeno povo chamado ‘Partos. Confiante em sua vitória resolveu abandonar todas as formações e técnicas romanas e simplesmente atacar. Ainda por cima, escolheu um caminho estreito e de pouca visibilidade. Os partos, mesmo em menor número, conseguiram vencer os romanos, sendo o general que liderava as tropas um dos primeiros que caíram. Desde então, sempre que alguém tem tudo para acertar, mas comete um erro estúpido, chamamos de “Erro Crasso”.

Espírito de Porco
Nos tempos colônias os escravos faziam todo tipo de trabalho, do mais leve ao mais pesado. Um, em especial, causava terror: negavam-se a abater porcos. Achavam que os espíritos suínos lhes atormentariam à noite. A expressão passou a designar quem incomoda, atrapalha, é inconveniente.

Estar com a corda no pescoço
Estar ameaçado, ‘sob pressão’ ou com problemas financeiros.

Estar com a pulga atrás da orelha
Ficar desconfiado.

Estômago de Avestruz
Define aquele que come de tudo. O estômago do avestruz é dotado de um suco gástrico capaz de dissolver até metais.

Farinha do mesmo saco
“Homines sunt ejusdem farinae” esta frase em latim (homens da mesma farinha) é a origem dessa expressão, utilizada para generalizar um comportamento reprovável. Como a farinha boa é posta em sacos diferentes da farinha ruim, faz-se essa comparação para insinuar que os bons andam com os bons enquanto os maus preferem os maus.

Fazer boca de siri
Manter segredo sobre algum assunto.

Fazer nas Coxas
A origem vem da época dos escravos, que usavam as próprias coxas para moldar o barro usado na fabricação das telhas. Como as medidas eram diferentes, as telhas saíam também em formatos desiguais. E o telhado, “feito nas coxas”, acabava torto.

Fazer tempestade em copo d’água
Transformar banalidade em tragédia.

Fazer um negócio da China
Aproveitar uma grande oportunidade.

Ficar a Ver Navios
Dom Sebastião, rei de Portugal, havia morrido na batalha de Alcácer-Quibir, mas seu corpo nunca foi encontrado. Por esse motivo, o povo português se recusava a acreditar na morte do monarca. Era comum que as pessoas visitassem o Alto de Santa Catarina, em Lisboa, para esperar pelo rei. Como ele não voltou, o povo ficava a ver navios.

Fila indiana
Forma de caminhar dos índios da América que, deste modo, tapavam as pegadas dos que iam à frente. Fila de pessoas ou coisas dispostas uma após outra.

Gatos-pingados
Tem sentido depreciativo usando-se para referir uma suposta inferioridade (numérica ou institucional), insignificância ou irrelevância. Esta expressão remonta a uma tortura procedente do Japão que consistia em pingar óleo a ferver em cima de pessoas ou animais, especialmente gatos. Existem várias narrativas ambientais na Ásia que mostram pessoas com os pés mergulhados num caldeirão de óleo quente. Como o suplício tinha uma assistência reduzida, tal era a crueldade, a expressão “gatos pingados” passou a denominar pequena assistência sem entusiasmos ou curiosidade para qualquer evento.

Guardar a Sete Chaves
No século XIII, os reis de Portugal adotavam um sistema de arquivamento de joias e documentos importantes da corte através de um baú que possuía quatro fechaduras, sendo que cada chave era distribuída a um alto funcionário do reino. Portanto eram apenas quatro chaves. O número sete passou a ser utilizado devido ao valor místico atribuído a ele, desde a época das religiões primitivas. A partir daí, começou-se a utilizar o termo “guardar a sete chaves” para designar algo muito bem guardado.

Hora de a onça beber água
O animal costuma fazer isso ao anoitecer, e, segundo a tradição indígena, esse é o melhor momento para abatê-lo.

Jurar de Pés Juntos
– Mãe, eu juro de pés juntos que não fui eu.
A expressão surgiu através das torturas executadas pela Santa Inquisição, nas quais o acusado de heresias tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado para dizer nada além da verdade. Até hoje o termo é usado para expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz.

Lágrimas de crocodilo
Os animais que vivem em água salgada, como focas e crocodilos, ajudam a eliminar o excesso de sal do corpo vertendo água salgada pelos olhos, pressionando o céu da boca com a língua. Ele chora enquanto devora suas vítimas.

Levar o calote
Calote é o diminutivo de calo. No séc. XVIII era comum, nas feiras, o comprador abocanhar a oferta (calote) e ir embora sem comprar o produto oferecido. Daí “levar o calote” significa vender alguma coisa e não receber o pagamento.

Lua-de-mel
Há mais de 4 mil anos, os habitantes da Babilônia comemoravam a lua-de-mel durante o primeiro mês de casamento. Nesse período, o pai da noiva precisava fornecer ao genro uma bebida alcoólica feita da fermentação do mel. Como eles contavam a passagem do tempo por meio de um calendário lunar, as comemorações ficaram conhecidas como lua-de-mel.

Memória de Elefante
O elefante lembra-se de tudo aquilo que aprende, por isso é uma das principais atrações do circo. Diz-se que as pessoas que se recordam de tudo tem memória de elefante.

Meter o rabo entre as pernas
Submeter-se. Acovardar-se.

Meter os pés pelas mãos
Agir desajeitadamente ou com pressa. Confundir-se no raciocínio.

Molhar o biscoito
Transar, participar do ato sexual.

Motorista Barbeiro
– Nossa, que cara mais barbeiro!
No século XIX, os barbeiros faziam não somente os serviços de corte de cabelo e barba, mas, também, tiravam dentes, cortavam calos, etc.… E por não serem profissionais, seus serviços mal feitos geravam marcas. A partir daí, desde o século XX, todo serviço mal feito era atribuído ao barbeiro, pela expressão “coisa de barbeiro”. Esse termo veio de Portugal, contudo a associação de “motorista barbeiro”, ou seja, um mau motorista é tipicamente brasileiro.

Não dar ponto sem nó
Tem o sentido de fazer alguma coisa sempre pensando em tirar proveito pessoal, fazer algo com segunda intenção.

Não Entendo Patavinas
Os portugueses encontravam uma enorme dificuldade de entender o que falavam os frades italianos patavinos, originários de Pádua, ou Padova, sendo assim, não entender patavina significa não entender nada.

NÉVOA BAIXA, SOL QUE RACHA 
Ditado muito falado no meio rural. A Climatologia o confirma. O fenômeno da névoa ocorre geralmente no final do inverno e começo do verão. Conhecida também como cerração, a névoa fica a baixa altitude pela manhã provocando um aumento rápido da temperatura para o período da tarde.


No tempo do Onça
No início do Século 18, o Rio de Janeiro era governado por Luiz Vahia Monteiro, conhecido como “o Onça”. Ele tinha este apelido por ser extremamente severo e exigente. Durante o período em que governou o Rio, ele cumpria rigorosamente a lei e exigia que todos a cumprissem também. Os saudosos do governador Vahia Monteiro, ao assistirem o desleixo com que a cidade era administrada, viviam suspirando pelos cantos e dizendo: “Ah, no tempo do Onça que era bom!”. Por conta disto, a expressão “no tempo do Onça” passou a significar coisa antiga, algo de tempos passados.

O Canto do Cisne
Dizia-se que o cisne emitia um belíssimo canto pouco antes de morrer. A
expressão canto do cisne representa as últimas realizações de alguém.

O “Lanterninha”
A expressão lanterna ou “lanterninha”, significando o último colocado num campeonato esportivo, particularmente de futebol, teria se originado no antigo (e extinto) jornal de esportes “Gazeta Esportiva”, de São Paulo. Naqueles velhos tempos, as matérias abordando o Campeonato Paulista costumavam ser ilustradas pela caricatura de um trem, onde o líder do campeonato era a locomotiva (geralmente o Palmeiras), o 2º colocado o tênder, o 3º colocado o primeiro vagão, e assim por diante. O desenho mostrava pendurado atrás do último vagão da composição, uma lanterna. E, por essa razão, o último colocado no campeonato era descrito sempre assim: “e o lanterninha do campeonato, é o time tal” (frequentemente o Jabaquara…).
Há quem garanta, contudo, que o termo de gíria já existia antes disso, pois havia já no século XVIII, por razões de segurança, a obrigatoriedade de todos os veículos – de barcos fluviais a carruagens – carregarem uma lanterna vermelha acesa na sua traseira, para trafegar à noite. A lanterna “de popa” era, pois, a última coisa que vinha…

O mar não está para peixe
Omar II, imperador turco na primeira metade do século XVIII, era muito feroz e detestava peixe. Ficava irritado quando conquistava uma cidade e lhe ofereciam peixe de boas-vindas. Então, tinha sempre um soldado que ia à frente, avisando: “Omar não está para peixe”, cuidado. A situação não está boa. Cuidado.

O Pior Cego é o que não Quer Ver
Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul D`Argent fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos para Angel, que assim que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou para a história como o cego que não quis ver.

O Pulo do Gato
O gato faz sete movimentos corporais e preventivos até chegar ao chão. Quando toca o solo o faz tão suave como se tivesse um amortecedor de impactos nos pés. Ele protege a cabeça, gira o rabo, posiciona as patas, alinha o corpo e arqueia a coluna.

OK
A expressão inglesa “OK” (okay), que é mundialmente conhecida pra significar algo que está tudo bem, teve sua origem na Guerra da Secessão, nos EUA. Durante a guerra, quando os soldados voltavam para as bases sem nenhuma morte entre a tropa, escreviam numa placa “0 killed” (nenhum morto), expressando sua grande satisfação. Daí surgiu o termo “OK”.

Olhos de Lince
Ter olhos de lince significa enxergar longe, uma vez que esses bichos têm a visão apuradíssima. Os antigos acreditavam que o lince podia ver através das paredes.

Onde Judas perdeu as botas
Existe uma história não comprovada, de que após trair Jesus, Judas enforcou-se em uma árvore sem nada nos pés, já que havia posto o dinheiro que ganhou por entregar Jesus dentro de suas botas. Quando os soldados viram que Judas estava sem as botas, saíram em busca delas e do dinheiro da traição. Nunca alguém ficou sabendo se acharam as botas de Judas. A partir daí surgiu à expressão, usada para designar um lugar distante, desconhecido e inacessível. No fim do mundo.

Pagar o pato
A expressão deriva de um antigo jogo praticado em Portugal. Amarrava-se um pato a um poste e o jogador (em um cavalo) deveria passar rapidamente e arrancá-lo de uma só vez do poste. Quem perdia era que pagava pelo animal sacrificado, sendo assim passou-se a empregar a expressão para representar situações onde se paga por algo sem obter um benefício em troca. Significa fazer o papel de tolo, pagando por aquilo que não deve.

Para inglês ver
Em 1830, pressionado pela Inglaterra, o Brasil começou a aprovar leis contra o tráfico de escravos. Mas todos sabiam que elas não seriam cumpridas. Falava-se, então, que as leis eram apenas para inglês ver.

Para o santo
O hábito sertanejo de, antes de beber, derramar uma parte do cálice, tem raízes no rito hebraico milenar de reservar, na festa de ‘Pessach’ (Páscoa), um copo de vinho para o profeta Elias (representando o Messias que virá anunciado pelo Profeta Elias).

Pensando na Morte da Bezerra
A história mais aceitável para explicar a origem do termo é proveniente das tradições hebraicas, onde os bezerros eram sacrificados para Deus como forma de redenção de pecados. Um filho do rei Absalão tinha grande apego a uma bezerra que foi sacrificada. Assim, após o animal morrer, ele ficou se lamentando e pensando na morte da bezerra. Após alguns meses o garoto morreu.

Pentear macacos
Ir chatear outra pessoa.

Pessoa Maquiavélica
Nicolau Maquiavel foi um autor do século XV. Entre suas obras, encontra-se um livro chamado “O Príncipe”, uma espécie de manual de como um governante pode controlar o povo. A principal característica do livro era “O fim justifica os meios”; ou seja, se seu objetivo é bom, não há problema em fazer coisas más para concretizá-lo. Matar pode ser errado, mas matar um assassino com o objetivo de salvar várias outras vidas, seria justificável. Maquiavel gera duas expressões: “Pessoa Maquiavélica”, que significa “sem escrúpulos”, e “plano maquiavélico”, que significa “aquele que não falha nunca”.

Pode tirar o cavalinho da chuva
Os visitantes das fazendas, mesmo quando estava chovendo, atrelavam seus cavalos à cerca. O fazendeiro, se quisesse que o visitante demorasse, dava ordem para que ele “tirasse o cavalo da chuva”. Era um convite para ficar.

Pôr a mesa
Durante a Idade Média, as grandes casas e os palácios não tinham uma sala de jantar porque a tradição era a de que os senhores comiam onde estavam. Na hora da refeição, o pessoal que trabalhava nas cozinhas colocava cavaletes com estrados por cima, ao que se chamavam mesas. Não havia talheres, a não ser a faca que cada um trazia sempre consigo. Comia-se quase tudo à mão. Para chamar os senhores para a refeição, os criados diziam aos seus amos que “…as mesas estão postas.”

Pôr os (pingos) nos ís
Esclarecer a situação detalhadamente.

Procurar chifre em cabeça de cavalo
Procurar problemas onde não existem.

Procurar uma agulha num palheiro
Tentar algo impossível.

Prometer mundos e fundos
Fazer promessas infundadas ou exageradas.

Puxa-saco
A bajulação, na gíria do Brasil colonial chamava-se “engrossamento”. Depois, na República Velha, passou a ser “chaleirismo” ou “chaleiramento”. O termo parece ter vindo dos aduladores do senador gaúcho Pinheiro Machado, figura política mais influente da sua época, que disputavam a tapa o privilégio de carregar-lhe a chaleira, e repor a água do seu chimarrão.
Só a partir dos anos 30 do século XX, foi que se popularizou o termo “puxa-saco”. O humorista Nestor de Holanda, que escreveu um tratado sobre o assunto (“O Puxa-saquismo ao alcance de todos”), afirma que a origem do termo não é tão escabrosa como pode parecer à primeira vista. Segundo ele, a expressão vem dos tempos em que era moda o casaco folgado, solto, não cintado, conhecido como paletó-saco. Os homens importantes adotaram a moda. Seus bajuladores viviam atrás deles, como que a puxar a ponta do paletó saco.
De qualquer forma, a expressão deu origem a um ditado de extrema sabedoria: “O saco do chefe é o corrimão do sucesso”.

Quebrar o galho
Significa dar um jeito pra resolver um problema ou uma situação complicada.

Queimar as pestanas
Expressão ligada aos estudantes, querendo significar aqueles que estudavam muito. Antes do aparecimento da eletricidade, recorria-se a uma lamparina ou uma vela para iluminação. A luz era fraca e, por isso, era necessário colocá-las muito perto do texto quando se pretendia ler o que podia dar azo a “queimar as pestanas”.

Quem não tem cão, caça com gato.
Na verdade, a expressão, com o passar dos anos, se adulterou. Inicialmente se dizia “quem não tem cão caça como gato”, ou seja, se esgueirando, astutamente, traiçoeiramente, como fazem os gatos.

Querer tapar o sol com a peneira
Significa querer esconder o que todos estão vendo.

Rasgar Seda
A expressão que é utilizada quando alguém elogia grandemente outra pessoa, surgiu através da peça de teatro do teatrólogo Luís Carlos Martins Pena. Na peça, um vendedor de tecidos usa o pretexto de sua profissão para cortejar uma moça e começa a elogiar exageradamente sua beleza, até que a moça percebe a intenção do rapaz e diz: “Não rasgue a seda, que se esfiapa”.

Receber um balde de água fria
Inverter o entusiasmo em desilusão.
Riscar do mapa
Fazer desaparecer.

Sair o tiro pela culatra
Significa que a intenção de prejudicar alguém se volta contra o próprio autor. Pensando em enganar os outros e, no fim, o único prejudicado foi ele mesmo. O tiro saiu pela culatra.

Santo do Pau Oco
Durante o século XVII, as esculturas de santos que vinham de Portugal eram feitas de madeira. A expressão surgiu porque muitas delas chegavam ao Brasil recheadas de dinheiro falso. No ciclo do ouro, os contrabandistas costumavam enganar a fiscalização recheando os santos ocos com ouro em pó. No auge da mineração, os impostos cobrados pelo rei de Portugal eram muito elevados. Para escapar do tributo, os donos de minas e os grandes senhores de terras da colônia colocavam parte de suas riquezas no interior de imagens ocas de santos. Algumas, normalmente as maiores, eram enviadas a parentes de outras províncias e até de Portugal como se fossem presentes.

Segurar a vela
Estar sozinho com um casal.

Sem Eira Nem Beira
Os telhados de antigamente possuíam eira e beira, detalhes que conferiam status ao dono do imóvel. Possuir eira e beira era sinal de riqueza e de cultura. Não ter eira nem beira significa que a pessoa é pobre, está sem grana.

Sem pés nem cabeça
Sem lógica. Sem sentido. Fora da realidade.

Será o Benedito?!
A interjeição, muito popular no Brasil em certa época, exprimindo grande admiração por algo, teria se originado da indicação por Getúlio Vargas, do político relativamente desconhecido na ocasião, Bendito Valadares, para o governo de Minas Gerais em 1933. Como havia muitos nomes na disputa pelo governo mineiro, Getúlio escolheu Benedito para não desagradar nenhum dos favoritos e seus apoiadores. Com a indicação, a população começou a se questionar, surgindo então a famosa frase:
– Será o Benedito?!

Spam
A utilização do termo “spam” para designar mensagem não solicitada decorre de um spot humorístico do grupo inglês Monty Python, que mostrava em um restaurante uma garçonete tentando fazer, a todo custo, uma cliente comprar uma refeição a base de “spam”. O produto “spam”, deriva do nome de um produto da empresa Hormel Foods a base de carne suína enlatada – Hormel Spice Ham. Um concurso feito pela empresa o rebatizou de “Spam”, este alimento, muito barato, foi muito consumido pelos aposentados norte-americanos nas épocas de recessão, o que justifica, de outra parte, a ojeriza de muitos consumidores a este produto.

TER PARA OS ALFINETES
Significado: Ter dinheiro para viver.
Origem: Em outros tempos, os alfinetes eram objeto de adorno das mulheres e daí que, então, a frase significasse o dinheiro poupado para a sua compra porque os alfinetes eram um produto caro.  Os anos passaram e eles tornaram-se utensílios, já não apenas de enfeite, mas utilitários e acessíveis. Todavia, a expressão chegou a ser acolhida em textos legais. Por exemplo, o Código Civil Português, aprovado por Carta de Lei de Julho de 1867, por D. Luís, dito da autoria do Visconde de Seabra, vigente em grande parte até ao Código Civil atual, incluía um artigo, o 1104, que dizia: «A mulher não pode privar o marido, por convenção antenupcial, da administração dos bens do casal; mas pode reservar para si o direito de receber, a título de alfinetes, uma parte do rendimento dos seus bens, e dispor dela livremente, contanto que não exceda a terça dos ditos rendimentos líquidos.»

Ter ouvidos de tísico
As pessoas que sofrem de tuberculose pulmonar (tísica) tornam-se muito sensíveis, incluindo uma notável capacidade auditiva. A expressão “ter ouvidos de tísico”. Significado: Ouvir muito bem.

Tirar a barriga da miséria
Tirar a barriga da miséria quer dizer aproveitar com muito prazer alguma coisa de que até então carecia.

Tirar água do joelho
Urinar.

Tirar o Cavalo da Chuva
– Pode ir tirando seu cavalinho da chuva porque não vou deixar você sair hoje!
No século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o cavalo ao relento em frente à casa do anfitrião e, se fosse demorar, colocava o cavalo nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o convidado só poderia pôr o animal protegido da chuva se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse: “pode tirar o cavalo da chuva”. Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa.

Tomar chá de sumiço
Tem o sentido de desaparecer de um lugar que se costumava frequentar, sem dar notícia. Sumiu do mapa. Evaporou-se.

Trocar alhos por bugalhos
Confundir fatos ou histórias.

Trocar seis por meia dúzia
Trocar uma coisa por outra que não vai fazer a menor diferença.

Vá se queixar ao bispo
No Brasil do séc. XVII, ter filhos era muito importante. Precisando mostrar ao homem que era fértil, a mulher engravidava antes do casamento. A regra era aprovada pela própria Igreja desde que depois o casamento se consumasse. Muitas vezes, o noivo ia embora e a mulher grávida ia reclamar ao bispo, que mandava alguém atrás do fujão.

Vai Tomar Banho
Em “Casa Grande & Senzala”, Gilberto Freyre analisa os hábitos de higiene dos índios versus os do colonizador português. Depois das Cruzadas, como corolário dos contatos comerciais, o europeu se contagiou de sífilis e de outras doenças transmissíveis e desenvolveu medo ao banho e horror à nudez, o que muito agradou à Igreja. Ora, o índio não conhecia a sífilis e se lavava da cabeça aos pés nos banhos de rio, além de usar folhas de árvore para limpar os bebês e lavar no rio as redes nas quais dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos portugueses, abafado em roupas que não eram trocadas com frequência e raramente lavadas, aliado à falta de banho, causava repugnância aos índios. Então os índios, quando estavam fartos de receber ordens dos portugueses, mandavam que fosse “tomar banho”.

Vestir a carapuça
Carapuça é uma espécie de barrete ou capuz de forma cônica e remonta ao período da Inquisição, em que os condenados eram obrigados a vestir trajes ridículos ao comparecer aos julgamentos. Além de usar uma túnica com o formato de um poncho, eles precisavam colocar sobre a cabeça um chapéu longo e pontiagudo, conhecido como carapuça. Daí a expressão “vestir a carapuça” ter se incorporado ao português escrito e falado com o sentido de “assumir a culpa”.

Virar casacas
Mudar de ideias facilmente. Traidor.

Voto de Minerva
Orestes, filho de Clitemnestra, foi acusado pelo assassinato da mãe. No julgamento, houve empate entre os acusados. Coube à deusa Minerva o voto decisivo, que foi em favor do réu. Voto de Minerva é, portanto, o voto decisivo.


Fonte e Sítios Visitados
http://www.bravatraining.com.br/ditados-populares/
http://www.joaodefreitas.com.br/expressoes-origens.htm

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