Total de visualizações de página

Powered By Blogger
Administração no Blog

Conteúdos de Administração e assuntos atuais.

29 de junho de 2015

E quando a Reputação e o Princípio da Reciprocidade se encontram - o que fazer?


O princípio da reciprocidade reforça a ideia de que todo ser humano ao receber algo de valor aparente, é comum que ele tenha o desejo de oferecer algo em troca.  “Dê o que você tem, para merecer receber o que lhe falta”, (Santo Agostinho). E é com essa ideia na cabeça que muitos acreditam ser possível ter o que quiserem na vida - se primeiro ajudarem de verdade, as pessoas a conseguirem o que elas querem. O ato de oferecer algo sem esperar nada em troca é chamado altruísmo. Mas até que ponto o ser humano dá alguma coisa sem esperar receber algo? É realmente justo? Não podemos esquecer que tudo na vida é um “retorno”. Talvez hoje não chegue de volta o que você concede, mas amanhã vai receber sua recompensa...



. E como será que funcionou este princípio da reciprocidade na evolução humana?

Sabemos que no inicio dos tempos o homem tinha que dividir para sobreviver. E isso se aplicava a quase tudo, desde conhecimento até as ferramentas, comida ou abrigo. A solidariedade sempre foi à única maneira de todos continuarem vivos. E isso não aconteceu somente nos tempos das cavernas, isso acontece até os dias de hoje. É comum ao ser humano, desde o seu nascimento, por natureza estabelecer uma “dívida” quando alguém faz algo para ele.

Até agora tudo pareceu muito bonito e muito gentil, mas vamos passar para a realidade. É verdade que muitas pessoas se aproveitam deste sentimento de “culpa” que entristece a muitos, quando estes devem favores para elas. Este grupo de pessoas se baseia na premissa de “fazer alguma coisa para alguém para que esse alguém se sinta obrigado a fazer algo por mim”. E assim surgiu a reciprocidade “induzida”. Ou seja, a pessoa procura maneiras de ajudar alguém pelo simples fato de que depois terá um favor para cobrar.

Outras pessoas conseguem enxergar este princípio sendo utilizado no cotidiano corporativo – por exemplo, a teoria dos Supermercados que oferecem amostras grátis, os revendedores de automóveis oferecem teste-drives e assim por diante - a ideia é que este pensamento ande junto dessas ações fazendo com que os clientes potenciais experimentem o produto ou serviço e sem perceber, ao mesmo tempo eles estão se tornando endividados em algum nível psicológico. 

Vamos acompanhar algumas situações e pensar um pouco:

A-  Quatro grandes amigos combinam de jantar juntos para comemorar a data de um ano da formatura na Universidade e para essa ocasião eles combinaram em rachar a conta igualmente entre eles. Como já sabemos cada um arcará com 25% da despesa, então todos escolhem pratos que custem mais ou menos o mesmo que todos os amigos pediram. E é nesta hora que o senso de reciprocidade deve estar presente, ou seria racional um amigo pedir uma lagosta, enquanto os demais pedem pizza?

B-  Nesta outra situação, é um almoço de fim de ano do escritório com pelo menos umas 30 pessoas, e para variar um pouco (uns três amigos estão passando por um pequeno aperto financeiro, aquele de todo mês - sabe, como é que é, né?) então, eles decidiram pedir uma pizza. Porém, os primeiros a escolher pediram camarões gratinados. E como todos terão de pagar 3% da conta de qualquer forma os três amigos decidiram mudar o que tinham pedido – “Por favor, manda uns camarões para nós também”. Essa decisão foi tomada utilizando um raciocino lógico: afinal, o custo adicional para o grupo será mínimo e todos terão uma refeição melhor. De certa forma, essa “decisão racional individual” levará o grupo a explorar a si próprio.


Tecnicamente podemos ‘achar’ que esse tipo de interação seja parecido com o “dilema do prisioneiro” - um dos “jogos” mais interessantes do convívio humano. O Dilema dos Prisioneiros é um jogo muito famoso que representa bem o dilema entre cooperar e trair.

Resumidamente, a estória é a seguinte: existem os suspeitos, A e B, em um determinado momento eles são presos pela polícia e essa mesma polícia não tem provas suficientes para condena-los, então os prisioneiros são separados em salas diferentes e é oferecido a ambos o mesmo acordo:

A) Se um dos prisioneiros confessar (trair o outro) e o outro permanecer em silêncio, o que confessou sai livre enquanto o cúmplice silencioso cumprirá 10 anos.

B) Se ambos ficarem em silêncio (colaborarem um com ou outro), a polícia só poderá condená-los a 1 ano cada um.

C) Se ambos confessarem (traírem o comparsa), cada um ficará 5 anos de cadeia.

Isso quer dizer que cada prisioneiro tomará uma decisão sem saber da escolha do outro, afinal, eles não podem conversar. Como os prisioneiros irão reagir? Será que existe alguma decisão racional a ser tomada? Qual seria a sua decisão?

Este jogo, de uma forma esquemática procura mostrar uma interação humana através de uma "matriz de resultados". Mesmo com um enunciado do problema muito simples e intuitivo, sendo possível entendê-lo rapidamente de forma verbal e também graças a uma representação gráfica - que oferece grande ajuda para visualizar o cenário de forma completa e entender as opções e implicações para cada jogador.

         Nas situações que visualizamos acima, das pessoas (amigos ou colegas de trabalho) foi possível perceber que as regras de convivência que tentam bloquear o comportamento exclusivamente interesseiro, aquela tentação de agir em benefício próprio e acabar explorando o grupo do qual pertencem, talvez não tenham funcionado com sucesso. Mas existe um fator que estimula o bom convívio nessa nestes momentos, é a sua reputação, a sua marca. Isto é um sinal antropológico. No passado, aqueles que trapaceavam seus grupos eram expulsos deles e não sobreviviam.

É importante deixar bem claro, que não existe uma solução para o Dilema do Prisioneiro. De um ponto de vista puramente do interesse próprio (aquele que não toma em consideração os interesses do outro prisioneiro), é racional, para cada prisioneiro, confessar — e se cada um fizer o que é racional do ponto de vista do interesse próprio, ficarão ambos pior do que ficariam se tivessem escolhido de outro modo.  Com isso este dilema prova que quando cada um de nós, individualmente, escolhe aquilo que é do seu interesse próprio, pode ficar pior do que ficaria se tivesse sido feita uma escolha que fosse do interesse coletivo.

Talvez entre nesta questão um pouco de ética, por exemplo, ou, qual de nós se tivesse uma chance, não aproveitaria para passar à frente naquela enorme fila?  É o mesmo que perguntar para alguns profissionais como eles lidam com os seus problemas no trabalho - se através da omissão ou da responsabilidade?

         Finalizando este, aproveitamos para fazer uma pergunta: será que em problemas similares aos do prisioneiro a melhor opção seria mesmo um comportamento egoísta?

Fonte e Sítios Consultados
http://www.cienciadaestrategia.com.br
http://thesecret.tv.br
http://colunas.revistaepocanegocios.globo.com

http://administracaonoblog.blogspot.com.br/2013_02_11_archive.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Powered By Blogger

Administração no Blog

Blog Universitário, voltado para temas sobre a Administração Global.

Seguidores

Arquivo do blog

Renato Mariano

Minha foto
São Paulo, São Paulo, Brazil

Pesquisar este blog