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1 de maio de 2015

Comemorar o que neste Dia do Trabalho?


Nestes dias de 2015 é comum encontrar muitos brasileiros, com uma formação acadêmica exemplar, que estão à procura de uma colocação profissional - e o problema - é que existe uma quase certeza de que muitos deles continuarão essa procura sem alcançar o seu objetivo. E quando existe algum retorno em alguma etapa dessa angustiante procura, é comum acontecer da vaga (em questão) não ser compatível com os anseios profissionais do candidato. Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicado no dia 28/04/2015 mostrou que a falta de trabalho para a faixa etária de 16 e 29 anos saltou de 12,8% para 15,7% de entre março de 2014 e 2015.

Atualmente, são mais de 500 mil jovens que se estão desocupados nas seis principais metrópoles do nosso País. ‘Mesmo que toda a América Latina esteja vivendo um momento onde essa geração tenha um bom nível de educação acadêmica – em toda a sua história – infelizmente essa é a geração que mais sofre com as condições irregulares do mercado’ – é o que defende a Organização Internacional do Trabalho (OIT) para América Latina e Caribe, referindo-se à dificuldade de encontrar vagas e à consequente opção pela informalidade. Agora vamos pensar um pouco, se o desemprego juvenil é elevado, imagina para os profissionais com mais de 40 anos de idade? Talvez isso não seja apenas um problema da falta de oportunidades, é sim, um problema muito maior.


E neste Dia do Trabalho, 1º de maio, é fato que nós brasileiros não temos muito o que celebrar. Afinal, segundo o IBGE, continua aumentando a taxa geral de desemprego, chegando a 6,2%, maior percentual desde maio de 2011. Também é verdade que o Brasil está passando por diversas crises: de corrupção generalizada, da gestão do governo, da credibilidade de toda a classe política, na área econômica e outras tantas. Também sabemos que essas crises atuam como vilões implacáveis nessa conjuntura - e a população de renda menor são os que mais sentem as consequências destes indicadores econômicos ruins. A coordenadora do sistema de pesquisa de emprego e desemprego do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), afirmou que “há uma redução na presença de jovens no mercado nacional porque as empresas oferecem mais espaço para profissionais maduros – mas, também é verdade que quando os profissionais maduros se apresentam para estas mesmas vagas - muitas empresas dizem que eles estão ‘muito maduros’!“.  E agora?

Esse fenômeno não é privilégio do Brasil. Em todo o mundo, os profissionais em início de carreira são considerados sem experiência e ao mesmo tempo os profissionais experientes são considerados experientes demais – talvez este seja aquele pensamento de não contratar profissionais com alguns vícios adquiridos em outras organizações, o fato é que em ambos os casos, todos serão afetados por essas ondas do desemprego.

Não podemos esquecer que a crise econômica que abalou o mundo em 2008 fez a taxa de desemprego entre jovens alcançar percentuais entre 40% e 50% em países como Portugal e Espanha. Aqui no Brasil não foi diferente, os jovens ganham pouco e têm menos oportunidades no mercado segundo os dados do Dieese.

Então é comum que devido a Influencia desse conjunto de fatores negativos, muitos profissionais acabam escolhendo segmentos da economia com menos dificuldades. Muitos deles acabam buscando emprego no setor do comércio e depois não conseguem mais mudar dessa área em função de diversos fatores.

Mesmo que a crise econômica seja um desencadeador da falta de emprego, há outro ponto que deve ser levado em consideração quando o assunto é mercado de trabalho: a educação. Nesse quesito, o Brasil vive uma contradição. Embora o ensino superior tenha chegado à classe C e mais pessoas se qualifiquem em faculdades, cursos de extensão e técnicos, o mercado de trabalho apresenta condições ruins para absorver essa nova mão de obra especializada, e isso só acontece em razão do sistema educacional não preparar o aluno para a vida profissional.

Muito se discute sobre a formação básica do ensino brasileiro ser pautado no desempenho em provas, como vestibular. “Nosso sistema está falido em termos de formação profissional. Há mais preocupação com o vestibular do que com o mercado de trabalho”, afirmou o fundador do Instituto MS de Coaching de Carreira. Para o especialista, a legislação educacional está fora do contexto e não percebe hoje o que o mercado está exigindo um novo profissional, tanto agora quanto para o futuro próximo. “Essa geração tem muito potencial e poderia criar mudanças econômicas e sociais muito maiores do que já está fazendo”, defendem os diretores de instituições de ensino. “As escolas e universidades precisam discutir valores, competências ‘sócio emocionais’, propósitos, identidades. E isso não acontece.”

O que estamos assistindo neste 1º. de Maio de 2015 é a consequência grave do crescimento da taxa de desemprego, logo o aumento da informalidade. Segundo o estudo da OIT de 22/04/2015, existem hoje pelo menos 27 milhões de jovens na América Latina que trabalham em condições informais. Esse relatório estimou que seis em cada dez postos de trabalho disponíveis para essa faixa etária são empregos com baixos salários, sem contratos, estabilidade, proteção social ou direitos trabalhistas. “Estamos diante de um desafio político importante, já que o elevado desemprego e informalidade configuram um quadro de desalento e falta de oportunidades que pode comprometer a trajetória futura dos jovens no mercado”, afirmou o especialista em emprego juvenil da OIT.

Todos sabem que é ruim ficar na informalidade, sem convênio médico e sem ter como comprovar a experiência, mas, quando o assunto é sobrevivência, o que fazer? Será que existem outros meios para sair dessa situação? Diante de um cenário tão desanimador, a questão é como criar alternativas para resolver o problema. Segundo o professor da Universidade de São Paulo (USP) especializado em Sociologia do Trabalho, seria preciso regular o mercado de trabalho e não flexibilizá-lo. “Porque cada vez que se flexibiliza também se desestimula a empresa a investir em ciência e tecnologia e em ganhos de produtividade.”

Muitos especialistas concordam que além da crise, da recessão econômica e do corte de vagas, e das falhas no sistema educacional para formação de profissionais, atualmente as novas gerações não encontram o espaço adequado a seus anseios e habilidades nas empresas, e que em muitos casos ainda têm uma mentalidade antiquada em relação ao papel do trabalho na vida das pessoas. Hoje é comum que a geração atual prefira seguir o caminho contrário ao dos pais. Antes, era comum escolher um curso mais tradicional, como administração ou direito, ficar muito tempo na mesma empresa e ver o trabalho apenas como meio de ganhar dinheiro - mas, os tempos mudaram e a velocidade das transformações no mundo é muito mais veloz.

Como brasileiro que somos já deveríamos ter aprendido que quando se vive uma crise é importante saber que antes dela chegar ao seu fim, sempre virá o pior momento. E se já não bastasse o fato do Brasil estar se tornando um país da 3º. Idade – agora também estamos deixando de aproveitar toda essa nova mão de obra, e isso é um fator altamente comprometedor para o desenvolvimento do nosso País. E nunca podemos esquecer que as décadas de 1980 e1990 foram gerações totalmente perdidas - em função da elevada taxa de desemprego - e agora estamos vivendo em um cenário muito parecido. Talvez, nem tudo esteja totalmente perdido, afinal as previsões mostram que a economia brasileira deverá começar a se reestruturar em 2017. Então, teremos que passar por mais essa tragédia brasileira – já que o mercado está estagnado e o futuro profissional da melhor geração do Brasil corre um grande risco. 

Fonte e Sítios Consultados

http://www.istoe.com.br

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