Bônus e Eurobônus
Bônus e Eurobônus
Introdução
O ano de 1963 é considerado como o marco da criação do mercado de eurobônus, já que ele normalmente é identificado pela sua emissão. A história nos relata que foi nesta data que uma empresa italiana voltada para o ramo da construção de infraestrutura rodoviária emitiu títulos em dólares da Autoestrada. Esta operação só foi possível porque o banco britânico S. G. Warburg (mais tarde incorporado ao Swiss Bank) detectou o potencial de aplicação de recursos motivado por um significativo volume de recursos financeiros que circulavam no Mercado Europeu, e a partir deste fato, esse mercado passou a ser conhecido como eurobond market. Pouco tempo depois os Estados Unidos instituíram uma espécie de Lei de usura que estabelecia uma teto para as taxas de juros domésticos, e os investidores dos Estados Unidos foram atraídos pelo diferencial destas taxas de juros que poderiam usufruir no mercado europeu. Para isso eles descobriram meios legais de driblar as restrições regulatórias através das empresas transnacionais e da transferência de recursos a bancos norte-americanos autorizados a operar em praças financeiras europeias, como por exemplo, as de Londres e Luxemburgo. O resultado disso foi à transferência de parte do excedente de caixa norte-americano para a Europa. Esse mecanismo de equalização fiscal das taxas de juros foi abolido pelos Estados Unidos no ano de 1974, porém o euro-mercado já estava solidificado e era uma concreta alternativa para os investidores internacionais e continua a ser assim, até os dias de hoje. E apesar do variado número de alternativas disponíveis que são acrescidas todo ano a este mercado, a modalidade ainda predominante é a de títulos de taxas de juro fixas.
Definição para Bônus
São obrigações de renda fixa, emitidas por empresas, bancos ou governos. Ele é um certificado de dívida, em que o emissor tem a obrigação de pagar um montante determinado de juros em intervalos pré-determinados, durante um período, e, deverá pagar também o montante da emissão, ou seja, o principal da dívida, na data de vencimento.O comprador do bônus é um credor da empresa, e não um acionista da empresa. Existem dois tipos de bônus internacionais: os Eurobônus internacionais, colocados simultaneamente em pelo menos dois (dois) países e os Bônus estrangeiros que são lançados por um sindicato doméstico no mercado de um outro único país. Os compradores do bônus são credores da empresa e não acionistas da mesma.
Definição para Eurobônus
Muitas empresas nacionais com um bom reconhecimento internacional emitem títulos para serem lançados no exterior, com o objetivo de captar volumes de capital elevados. Estes lançamentos são feitos através de bancos, podendo ter taxas de juros fixas ou flutuantes. Os eurobonds são os títulos de dívida denominados em uma moeda diferente daquela do país ou mercado em que são emitidos. São subscritos por uma união internacional de bancos, e distribuídos em diversos países. O mercado de eurobõnus não fica em nenhum país específico, ele é principalmente regulamentado pela Association of International Bond Dealers, esses títulos são subscritos por uma união internacional de bancos, e distribuídos em diversos países.
A negociação secundária de eurobonds ocorre na grande maioria em mercados de balcão entre investidores qualificados, não havendo pregão ou bolsa organizada para essas operações.
Os Eurobonds aplicam-se às obrigações referidas fora do país tomador ou emissor, e fora do país em cuja moeda os títulos são valorizados. Por exemplo, obrigações estrangeiras, emitidas em dólares americanos, são conhecidas com Yankee Bonds. Títulos estrangeiros, emitidos em ienes no Japão, são chamados de Samurai Bonds. Os emitidos na Grã-Bretanha são chamados de Bulldog Bonds, os emitidos na Holanda são chamados de Rembrandt Bonds, entre outros diversos.
Os Eurobônus, ou eurobonds, são Títulos de renda fixa (bonds) emitidos no Euromercado, cujo prazo varia de um a trinta anos, podendo também ser denominados em diversas moedas, como Dólar, Euro, etc. Ele é um instrumento inicialmente utilizado por emissores de perfil de crédito privilegiado (governos, entidades supranacionais, grandes empresas e bancos) com o objetivo de obter custos de captação inferiores a seus respectivos mercados domésticos.
Outra particularidade é que eles se equivalem às debêntures brasileiras, que em geral preveem o pagamento de parcelas periódicas de juros e o reembolso do principal apenas no vencimento do título. Estes títulos privados ou públicos, com valor expresso em uma determinada moeda (em geral dólares estadunidenses[i]) e vendidos em outro país que não o da moeda utilizada. E é por intermédio destes papéis que se abre a possibilidade das empresas e dos governos virem a captar recursos de médio e longo prazo no chamado Euromercado, nome usado para designar o dinheiro mantido em depósitos em moedas nacionais fora de seus países de origem (por exemplo, dólares mantidos em depósitos britânicos ou japoneses). O nome Eurobônus não significa que os títulos são lançados necessariamente na Europa, embora esse seja o caso mais comum.
Então percebemos que os Eurobonds são na verdade a solução para muitas economias com problemas que encontram uma forma de se socorrer nesta solução de financiamento juntos dos mercados, isto quer dizer que estes Países ou empresas deixariam de assumir sozinhos os riscos de cumprimento de suas obrigações.
Vamos entender mais sobre estes títulos de créditos de longos prazos, emitidos por governos, bancos ou empresas privadas interessadas em alongar o perfil de sua dívida.
Por exemplo, uma empresa brasileira pode captar recursos no mercado exterior emitindo, por exemplo, EUROBONDS, ou BONDS no mercado europeu. Os bônus são emitidos com um valor nominal ou valor de face (no caso do EUROBONDS, geralmente, esse valor é igual a US$ 1.000,00, US$ 10.000,00, US$ 50.000,00 ou US$ 100.000), pagando juros semestrais ou anuais (cupons) calculados linearmente sobre o valor de face, o que quer dizer que o tomador pagará somente os juros a cada período, mas nenhuma parcela do principal (valor de face) será paga até o final do empréstimo. É um mecanismo de financiamento relativamente simples, com um jargão associado muito rico.
Vejamos como funciona esse mecanismo, no exemplo a seguir:
A FABULOSA Corporation tomou emprestado US$ 1.000,00 por 30 anos. A taxa de juros de dívidas semelhantes, contraídas por empresas comparáveis, é de 12%. A FABULOSA Corporation, portanto, pagará 0,12 x US$ 1.000,00 = US$ 120,00 de juros a cada ano durante 30 anos. Ao final de 30 anos, a empresa devolverá os US$ 1.000,00.
Neste exemplo, o quociente entre o cupom anual e o valor de face é denominado taxa nominal do bônus:
US$ 120,00/ US$ 1.000,00 = 0,12 ou 12% a.a.
Geralmente, são negociados com deságio ou desconto, garantindo ao investidor uma rentabilidade anual de “ tantos pontos base” acima da remuneração paga pelos títulos dos Tesouros norte-americano, alemão, inglês, etc. Por exemplo, se a remuneração de um BOND é de 400 pontos base superior a um título que paga 5% a.a., significa que a rentabilidade anual oferecida é de 90% a.a..
O cálculo da rentabilidade desses títulos pode ser feito nas seguintes bases:
Número real de dias do período/ número real de dias do ano;
Número real de dias do período/ ano de 360 dias;
Número real de dias do período/ ano de 365 dias;
Mês de 30 dias/ano de 360 dias
Como vimos os bônus são certificados (títulos ou obrigações) emitidos, principalmente pelo governo, como uma modalidade empregada para captar recursos. Por meio destes certificados, os investidores emprestam dinheiro ao governo, que paga juros sobre o crédito obtido. Esses juros variam de acordo com vários aspectos. Os principais deles são as condições econômicas globais (se mais otimistas ou pessimistas), a oferta de dinheiro no mercado e o risco de crédito do país perante a banca internacional.
Os bônus se subdividem em três grupos:
. os globais, que são emitidos em dólar para todo o mercado internacional;
. os eurobônus, que são lançados no mercado europeu (em euro);
. os samurais, emitidos no Japão (em ienes).
O governo Brasileiro faz todos os anos este tipo de empréstimo, que geralmente são para honrar compromissos de parte da dívida externa. Em Janeiro de 2001, por exemplo, o Brasil foi beneficiado por dois fatores, que reduziram o custo do crédito para o país lá fora: O FED cortou a taxa básica de juros dos EEUA (principal referência internacional para empréstimos) e a agência de classificação de risco de crédito Standard & Poor´s melhorou a nota do Brasil – isto é, disse que está menos arriscado emprestar dinheiro ao país. Essa taxa foi negociada a 9,50% (taxa nominal dos títulos), com vencimento em Janeiro de 2011.O valor do empréstimo foi de 0,9 bilhões de dólares ( 1 bilhão de euros) em eurobônus.
Isto quer dizer que o investidor estrangeiro está cada vez mais interessado nos papéis brasileiros, o que abre espaço para que as empresas também tomem mais empréstimos no exterior.
Bibliografia
http://WWW.rtp.pt/noticias/índex.phd?article=502602&tm=6&layout=122&visual=61, 19 de abril de 2012
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