Esse
artigo tem a intenção de discutir alguns pontos existentes em comum durante a
trajetória de nossas vidas, entre os tantos pontos possíveis de se abranger
procuraremos os muitos artifícios por nós desenvolvidos e descobertos durante o
tempo em que estivermos vivos aqui na terra. É claro que sabemos da existência
de “N” milhões de seres humanos em nosso Planeta e de suas individualidades e
características totalmente personalizadas, porém, buscamos desvendar as
semelhanças existentes entre nós, seres humanos, durante a nossa história.
Sabendo que pelo fato de convivermos em sociedades temos muito em comum no que
diz respeito ao modo de pensar e agir. Citaremos as diversas mudanças que estão
acontecendo a todo instante em nosso mundo e com isso abriremos à possibilidade
de uma maior visualização de algumas situações.
Falar
do conceito global da vida é algo muito complicado, afinal estamos tratando com
seres humanos diferentes uns dos outros e com vontade própria. Claro que Isso
deveria ser algo muito fácil para nós, afinal, estamos vivos e creio que
desejamos permanecer assim por um longo período de tempo. Não iremos entrar na
discussão da origem, pois como já percebemos, se passou muito tempo desde esse
acontecimento e nada que possamos vir a implementar ou retirar agora, irá
alterar algo na história da evolução do homem até o presente momento.
Assumiremos como idéia primária que todo ser humano quando nasce encontra o
Universo a sua espera e esse ser humano, terá o direito de usufruir a todas as
oportunidades desse imenso desconhecido. Afinal, somos embalados desde que
nascemos com àquelas histórias de Reis, Fadas, Políticos Competentes, Super
Heróis e coisas desse tipo, tudo isso vai alimentando em nós um desejo e uma
imensa curiosidade sobre o desconhecido. Com todos estes parâmetros na cabeça,
iniciamos a nossa trajetória pela educação e com a nossa presença na escola.
Então, deste ponto em diante começam às descobertas de novas pessoas, que são
diferentes de nós em alguns instantes, e assim acabamos de inaugurar a arte da
sobrevivência na sociedade e estaremos a cada dia aprendendo mais. Até irmos
percebendo, pouco a pouco, o quão injustos são os valores da sociedade em que
vivemos. Mas, temos que aprender a viver com essas diferenças e a conviver com
as suas leis e sob os seus olhares. E é nessa fase da vida que desejamos ter o
mundo inteiro, desejamos tudo o que imaginamos, sonhamos com um mundo aos
nossos pés e fazemos tudo ao mesmo tempo, afinal, o tempo é algo que não
existe. Então traçamos alguns objetivos, muitos deles sem nexo algum, mas como
nesta fase pode-se tudo, que mal haveria em se desejar ir a Júpiter via tele
transporte, afinal, o desconhecido está lá para ser descoberto. Mas, logo a
vida começa a nos dar sinais e não são só sinais positivos, são vários sinais
negativos e esses sinais nos deixam perdidos por vários momentos de nossa vida,
eles nos perturbam e fazem aparecer milhares de dúvidas ao mesmo tempo, dúvidas
essas que nunca serão respondidas e nem sequer lembradas, depois de algum
tempo. “Vamos abrir um pequeno parêntese neste momento, até agora não tocamos
no aspecto social, isso porque estamos entendendo que os fatos aqui descritos
são comuns a todos os seres humanos, independente do seu aspecto social e é
claro, que os níveis sociais poderão ser maiores ou menores, mas, trataremos
como iguais para todos.” Voltando a nossa história, a partir de um determinado
momento em nossas vidas somos obrigados a escolher um ofício ou simplesmente
começar a trabalhar em alguma atividade. É durante esta fase que surgem os
“Grupos”, antigamente conhecidas como “Turmas”, de qualquer maneira, esses
grupos são um incentivo ao autoconhecimento, quando não a algum tipo de racismo
e à retribalização da espécie. Os seres humanos deveriam se dar conta que entre
as formigas, as abelhas e outras tantas espécies de seres vivos não se convive
mais com o problema de classe social. Afinal, alguns nascem para ser a elite e
o resto nasce para ser o resto mesmo. Tudo isso já foi resolvido antes, está
tudo nos genes, deve ser baseada nesta idéia que algumas Nações crêem na existência
de seres humanos de uma classe inferior aos outros. O problema com as
sociedades humanas é que a natureza confiou demais no altruísmo voluntário. Daí
a resistência à flexibilização das leis trabalhistas, a briga pelo valor mínimo
do salário mínimo, as greves e coisas desse tipo. Falta de altruísmo no sangue
da maioria. A natureza criou a iniciativa individual e a compulsão para o lucro
em alguns, mas esqueceu de criar a iniciativa para o sacrifício e a compulsão
para a acomodação em outros, sem os quais as leis naturais do mercado não
funcionam muito bem.
Hoje
em dia com a técnica da navegação via satélite, que nos permite saber a
qualquer momento exatamente onde estamos, foram geradas algumas necessidades.
Como não estamos ligados a satélites, temos de suprir as nossas próprias
coordenadas e renova-las diariamente. Depois de nos situarmos e descobrir que
vivemos no Brasil, América do Sul, Hemisfério Ocidental Sul, Terra, Sistema
Solar, Via Láctea. E ainda que estamos no ocaso da civilização do carbono, permanecemos
Pentacampeões de Futebol (Graças ao Dunga) e os nossos aparelhos celulares
estão cada vez fazendo mais coisas e ficando infinitamente menores. Após
estabelecermos todas as nossas coordenadas, nos situamos como um indivíduo, um
cidadão, um universitário momentâneo, um eleitor sem uma escolha definida, uma
entidade autônoma e um precário organismo evanescente num Universo em
degradação. Já não é mais nenhum segredo para nós que os físicos vivam atrás de
uma teoria única para a criação do Universo e que os políticos sempre estão
perseguindo a explicação absoluta da teoria do por trás de tudo pode e sabemos
que teorias conspiratórias exigem muito trabalho, estudo, meticulosidade e
alguns fatos obscuros. Já as teorias unificadoras não requerem esforço algum,
elas são justamente um pretexto para não se pensar em mais nenhuma hipótese.
Acreditar
na sorte é preciso, mas trabalhar para a renovação das ferramentas para
enfrentar o desconhecido é muito mais urgente. Há tempos li em algum lugar, que
a China é como a Internet. Todo mundo sabe que uma coisa daquele tamanho, com
tanto público, tem que ser um sucesso comercial e dar muito lucro. Mas ninguém
sabe exatamente como fazer isso. Não faltam interessados tentando descobrir o
verdadeiro tamanho do mercado potencial Chinês, mais de um bilhão de pessoas,
derrotou as restrições americanas ao velho inimigo comunista e suas violações
de direitos humanos, pois atualmente, já não se perde muita coisa continuando
com o bloqueio a Cuba. Isso nos remete a outro pensamento. Imaginemos: O
Petróleo acabou de acabar e o mundo inteiro passou a depender única e
exclusivamente, para rodar toda a sua energia de produção e vida, de algum
combustível vegetal. Biodiesel, Metanol ou Álcool, como queiram chamar. Ninguém
tem tanto Biocombustível para vender, ou a terra para produzi-lo, do que o
Brasil. Enquanto o Oriente Médio afunda no seu subsolo vazio e a areia cobre
suas refinarias e seus palácios, o Brasil se transforma no principal fornecedor
do sangue industrial do Mundo. Já temos um bom começo nesse segmento,
conhecemos essa tecnologia, quem não se lembra dos “inesquecíveis” carros a
álcool. E mais: ao contrário do combustível fóssil, o biocombustível não acaba.
Seremos os “Novos Árabes” do mundo por muito mais tempo que os originais.
Voltemos à China novamente, com os Chineses precisando cada vez mais de
combustível e os Americanos cada vez mais incapazes de largar o vício da
gasolina barata, o petróleo não dura até o fim deste século. Então será a vez
do Brasil. Temos a matéria-prima para substituir o Petróleo, temos a terra,
temos a técnica, temos o maior interesse e temos a atitude. Estamos prontos. Ou
pelo menos, pensamos que estamos. E lembrem-se, tem um buraco que os Americanos
fizeram lá no Mar “deles”, que não para de vazar a mais de três meses, pelo
menos até a data de conclusão deste o furo estava lá, firme e forte soltando
tanto Petróleo que daqui a pouco vai ter uma rede de refinarias e postos de
combustível selv-service para os navios, tudo isso em pleno alto mar.
Agora
vamos pensar num assunto que me tira o sono toda a noite. Atualmente qualquer
um com um computador com acesso a Internet pode editar seu próprio Livro,
Revista ou Jornal. Qualquer um pode produzir o que quizer. Só que essa
Liberdade tem uma contrapartida tétrica: assim como qualquer um pode dispensar
a indústria literária para publicar seus folhetos, mesmo que digitais ou
dispensar também a indústria musical para gravar um conjunto musical, qualquer
um pode ter nas mãos a capacidade de um exército sem precisar de uma Nação. A
Nação e o seu exército são as grandes estruturas que se tornaram desnecessárias
em virtude da sofisticação dos recursos disponíveis para quem quer se
expressar, no caso não como arte, mas com estouros. Coisas como um lançador de mísseis
desmontável e portátil, a relativa facilidade em fabricar e transportar
projéteis nucleares ou com cargas químicas e claro, um computador com um
programa adequado. Afinal é só ligarmos um computador a Internet e ter acesso a
alguns sites de notícias ou a qualquer outro tipo de informação. Nunca o
qualquer um teve tanto poder. Ele já atuou no passado e influenciou muito na
história, mas não tinha os meios poderosos que tem agora. Com a existência
desta possibilidade de espalhar o grande terror, que era exclusividade das
grandes nações e dos exércitos grandiosos. Vivemos sob a tirania da
imprevisibilidade e da sua independência das grandes estruturas: cada um é uma
nação de um só, com a sua indústria de morte própria. Afinal, seja em Páginas
da Internet, em Sites, em Blogs, em todo o tipo de individualidade exclusiva.
Pois o maior terror do qualquer um é que ele pode ser qualquer um.
Vamos
dividir a História em algumas eras, com começo e fim bem definidos – a gente
vive para frente, mas compreende para trás – Falaremos um pouco dos loucos anos
20, quando várias liberdades novas começavam a ser experimentadas, esquecendo
um pouco, que foi a era que gerou o fascismo. Iremos agora, para a leitura
convencional dos anos 40, já que os Estados Unidos foram salvos pela Segunda
Guerra. Com o fim da Segunda Guerra começou a Era Americana – já que os
Americanos salvaram o Mundo – e ficaram com ele. Os plácidos e sem graça anos
50 não foram tão aborrecentes assim, afinal foram os anos do “existencialismo”,
das revoluções na arte, na literatura, o nascimento do Rock e nos fabulosos
anos 60 tudo o que era velho, era reciclado e tomava conta das praças e das
ruas. Nos anos 70 e 80 também houve muito desencontro entre a percepção e a
realidade. Depois os anos 90 até agora não param de surgir às maravilhas
concebidas pela ciência, na verdade estamos vivendo um Novo Iluminismo, é uma
pena que só saberemos disso no Brasil daqui a uns trinta anos. Ou talvez não.
Lembra-se do Politicamente correto? È verdade que tem os seus exageros, como
chamar baixinho de “verticalmente prejudicado”, mas no fundo vem de uma
louvável preocupação em não ofender os diferentes. É muito mais gentil chamar
estrabismo de “idiossincrasia óptica” do que de vesguice. O linguajar
Brasileiro está cheio de expressões racistas e preconceituosas que precisam de
uma correção, e até as várias denominações para bêbado (pinguço, bebum,
pé-de-cana) poderiam ser substituídas por algo como “contumaz etílico” para
poupar-lhe os sentimentos. Também temos que mencionar o tratamento verbal dado
aos negros, é um exemplo da condescendência que passa por tolerância racial no
Brasil. Termos como “crioulo”, “negão”, etc. são até considerados carinhosos,
do tipo de carinho que se dá a inferiores, e felizmente cada vez menos ouvidos.
“Negro” também não é o mais correto. Já que foi substituído por
“afro-descendente”, por influência dos Afro-Americans, num caso de colonialismo
cultural positivo. Vamos perceber também nessa nossa viagem que ser neoliberal
é jamais ter de pedir perdão. Para eles, a Argentina não está quebrada porque
foi obediente ao modelo neoclássico, quebraram porque não foram obedientes o
bastante. Não deixa de haver lógica nessa desconversa: se os argentinos
tivessem, como dizem os papagaios de americanos, “feitos o dever de casa”
exatamente como mandaram os seus mestres, talvez não sobrasse um só de pé –
bom, talvez alguns banqueiros – e todos os problemas da Argentina
desapareceriam, junto com a Argentina.
Todo Grande Gênio é um pouco Louco
Na
verdade, têm dias em que a única coisa boa no jornal é que a solução das
palavras cruzadas sairá no dia seguinte, mas felizmente não é sempre assim.
Outro dia li uma notícia que me deixou animado. Parece que fizeram alguns
cálculos e descobriram que não existem três milhões de asteróides soltos no
espaço que podem chocar-se com a Terra. Não passam de 500 mil, e desses só uns
50 mil – 10 por cento, se tanto – com reais possibilidades de acabar com toda a
vida no nosso planeta. Alise-se isto a notícia de que a pior crise econômica já
passou, as bolsas estão em alta, o BNDES agora vai tratar as empresas
brasileiras como se fossem estrangeiras, sem torcer o nariz, o topless e o
acesso à Internet via banda larga foram liberados, e a conclusão é que, a não
ser pela maioria da população – que não sabe o que é essa tal de economia e não
reconheceria um asteróide mesmo que ele caísse sobre as suas cabeças -, ninguém
no Brasil pode deixar de ser otimista. Mas é claro que um novo cálculo sobre os
asteróides pode mudar tudo isso.
Para
darmos inicio ao fim desta viagem no tempo, vamos pensar um pouco: estamos
longe das bombas e das granadas, só dando palpites sobre o que escrevem e o que
ouço falarem por aí. Não sei da metade do que está acontecendo, pra dizer a
verdade, o único fato que posso falar é sobre os jogadores do meu time de
futebol, aliás, muito ruins. Mas, pelo menos eles são bons amigos, sempre saem
juntos para jantar. Isso também é só um palpite, afinal, eles podem ter mais em
comum. Assim como aquelas “Cenas” que acompanhamos na última Copa do Mundo FIFA
de Futebol, na Seleção da Argentina, era um gol e uma porção de jogadores se
beijando entusiasticamente na boca para comemorar, até o Técnico, inclusive
esse último era o maior incentivador deste hábito. Claro que não existe nenhum
mal nesse habito, pelo menos é o que dizem. Visto que a nossa vizinha Argentina
só esperou a Copa do Mundo acabar para oficializar a Lei do casamento entre
indivíduos do mesmo sexo. Com certeza iremos utilizar alguns dos “artifícios”
que mencionamos logo no inicio deste texto, afinal, a Lei “natural” da evolução
nos revela que para haver a reprodução humana, precisa de um macho e uma fêmea.
Então, como existem muitas tendências “diferentes” hoje em dia, é preciso
aprender a entender o diferente e saber administrar e conviver bem, com toda
essa diferença existente nos dias atuais.
Entrando
na reta final deste, sabemos que não se faz uma omelete sem quebrar os ovos,
isso já é do conhecimento de qualquer um. Mas muitas pessoas que nem gostam de
omelete, gostam só do barulhinho que se faz quando estamos batendo os ovos.
Essa idéia de que alguns gostam só do sentido, mas, não a executam é muito
antiga. Já que todos os fins são nobres para quem os justifica, seja uma
sociedade sem descrentes, sem classes ou sem raças impuras. Nos Brasileiros sabemos
que o fracasso do comunismo na prática, acaba em qualquer desculpa para o
Stalinismo. O tempo ainda não conseguiu redimir todo o horror, o fim foi só a
condenação dos meios. Para nós – que fomos escolhidos não apenas por ser um
exemplo mais à mão, mas por ser uma Nação Campeã Internacional da Injustiça – a
ideia do sacrifício de algumas gerações por um futuro redentor permanece.
Afinal, o Pré-Sal é o que? Vivemos com um stalinismo brando que nem se percebe
o fruto de hábitos muito antigos. É uma pena que a Juventude de hoje que está
nas Universidades, está mais preocupada com a Nota final e com a próxima
Cerveja que virá, do que como se resolve alguns dos problemas atuais da nossa
sociedade e como criar ou alterar algumas Leis de interesse nacional. Vamos
agora tocar num ponto comum a todos, o DNA. Será que o DNA pode ser
classificado como de esquerda ou de direita? Para todos o código genético é o
mesmo? Eles são iguais? Se sim, seria um ponto para a esquerda, mas se cada
indivíduo tem uma senha diferente, ponto para a direita. Mas o que diz a velha
biologia sobre isso? Ela diz que o DNA dá razão a quem diz que características
adquiridas não são hereditárias, nenhuma experiência cultural afeta os genes
transmitidos e a humanidade não ficará mais virtuosa – muito menos socialista –
com o tempo. Mas a própria descoberta do DNA e todas as projeções mostram como
o ser humano pode, sim, interferir na sua própria evolução, e como existe nele
uma determinação inata para o autoaperfeiçoamento. Antes de acabar, vamos falar
sobre a indefinição ideológica dos nossos genes, se trata apenas de mais uma
lista de paradoxos que nos dividem. É de esquerda quando se é a favor do aborto
e contra a pena de morte, enquanto os de direita defendem o direito do feto à
vida, porque é sagrada, e ao mesmo tempo o direito do Estado de tirá-la, embora
não gostem que o estado interfira, o que seria uma abstração, mas aceita a
desigualdade social, ou o sacrifício de muitos indivíduos pelo sucesso de
poucos como natural. Feliz é a mosca, que tem mais ou menos a nossa estrutura
genética, mas absolutamente nenhum interesse nas suas implicações. Vamos
chegando ao final dessa viagem, antes preciso dizer que muitos pensamentos aqui
utilizados foram desenvolvidos lendo alguns livros do Luis Fernando Veríssimo,
e aproveitando esse fato, citarei o próprio para encerrar: As utopias morreram,
as ideologias agonizam e eu também não ando me sentindo muito bem, então até a
próxima, se houver próxima vez...
Fonte
Luis Fernando Veríssimo e sua obra.
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