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12 de setembro de 2016

Os Grupos - Quem são? Como eles se formam? Para que eles servem?




Muitas são as teorias a respeito dos motivos pelos quais o homem se reúnem em grupos. Uma das características que difere o humano dos demais animais é justamente o fato de o homem ser um ser social. Esse aspecto é estudado por diversas ciências e cada uma tem sua teoria a respeito dessa necessidade humana. Entre elas, a sociologia, filosofia, antropologia e a psicologia - na verdade existem muitos motivos para o homem se socializar e formar grupos. Vejamos algumas teorias.

           O filósofo Emile Durkheim dizia que  “A partir do instante em que, no seio de uma sociedade política, certo número de indivíduos tem em comum ideias, interesses, sentimentos, ocupações que o resto da população não partilha com eles, é inevitável que, sob influência dessas similitudes, eles sejam atraídos uns para os outros, que se procurem, teçam relações, se associem e que se forme assim, pouco a pouco, um grupo restrito, com sua fisionomia especial no seio da sociedade geral. Porém, uma vez formado o grupo, dele emana uma vida moral que traz, naturalmente, a marca das condições particulares em que é elaborada. Porque é impossível que homens vivam juntos, estejam regularmente em contato, sem adquirirem o sentimento do todo que formam por sua união, sem que se apeguem a esse todo, se preocupem com seus interesses e o levem em conta em sua conduta. Ora, esse apego a algo que supera o indivíduo, essa subordinação dos interesses particulares ao interesse geral, é a própria fonte de toda atividade moral. Basta que esse sentimento se precise e se determine, que, aplicando-se às circunstâncias mais ordinárias e mais importantes da vida, se traduza em fórmulas definidas, para que se tenha um corpo de regras morais em via de se constituir.” (DURKHEIM, Émile. Da divisão do trabalho social. 2a. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. XXI.)

          
A sociologia entende que a sociabilidade é uma das principais características humanas. Diferentemente do que ocorre com outras espécies, o Homem não se associa por instinto, mas por vontade. O Homem não é dependente, mas senhor da sociedade; não está nela devido aos instintos, mas porque assim o quer - entretanto aqui precisa se fazer uma ressalva. O ser humano também sente necessidades e tem medos. Portanto, não nos parece que o Homem seja, essencialmente, um ser social, mas se faz social a partir de suas necessidades e para superar seus medos. A vontade de viver em grupo se deve ao fato de que o ser humano é limitado, o que significa dizer que tem necessidades e se tem necessidades sente medo de não as satisfazer. Em razão disso decide-se por viver em grupo, pois o grupo, expressão da sociedade, é um fator de segurança. Associando-se o ser humano torna-se mais forte e dessa forma satisfaz muitas necessidades e supera situações assustadoras.

Ainda, brevemente, podemos definir que grupo social é uma forma básica de associação humana que se considera como um todo, com tradições morais e materiais. Para que exista um grupo social é necessário que haja uma interação entre seus participantes. Um grupo de pessoas que só apresenta uma ‘serialidade’ entre si, como em uma fila de cinema, por exemplo, não pode ser considerado como grupo social, visto que estas pessoas não interagem entre si.

Os grupos sociais possuem uma forma de organização, mesmo que subjetiva. Outra característica é que estes grupos são superiores e exteriores ao indivíduo, assim, se uma pessoa sair de um grupo, provavelmente ele não irá acabar. Os membros de um grupo também possuem uma consciência grupal (“nós” ao invés do “eu”), certos valores, princípios e objetivos em comum.



Um conjunto de pessoas constitui um grupo quando estas:

·          Interagem com frequência
·          Partilham normas e valores comuns
·          Participam de um sistema de papéis
·          Reconhecem e são reconhecidos pelos outros como pertencentes do grupo

Os grupos diferenciam-se nestes aspectos:

a)    Dimensão: quanto mais amplo um grupo for, mais formal ele se torna e menor a interação pessoal entre os seus membros.
b)    Duração: as famílias são grupos que sobrevivem as muitas gerações; as associações de estudantes ao fim de alguns anos acabarão por se desfazer.
c)     Valores objetivos: o Instituo do câncer certamente terá objetivos bem diferentes dos objetivos de um clube recreativo.
d)    Amplitude das atividades realizadas: grupos como a família envolvem-se numa grande diversidade de atividades, o que não acontece num time de futebol.

Tipologia dos Grupos:

Grupos primários: unidades sociais cujos membros contatam diretamente. Os grupos primários são normalmente pequenos e o contato entre os seus membros é frequente. Grupo baseado em vínculos afetivos.
Ex.: Família, grupo de amigos.

Grupos secundários: unidades sociais cujos membros comunicam mais indireta do que directamente entre si, sendo escassa a vinculação afetiva e limitando-se a solidariedade a um campo de interesses normalmente de natureza laboral e formal.
Ex: um sindicato, uma empresa, um partido político.

Grupos formais: é um grupo hierarquizado segundo normas que definem com exactidão o papel dos seus membros, estando às regras de funcionamento, na maior parte dos casos, expressa por escrito num regulamento interno. São grupos relativamente estáveis e duráveis
Ex: família, empresa, concelho executivo.

Grupos informais: grupos cujos laços afetivos estão mais vinculados em gostos e interesses comuns. Não há hierarquias fixas, podendo, contudo haver liderança. São grupos efemeros, como por exemplo, o grupo da escola.

Formação dos Grupos
Podemos dizer de maneira simplificada que a formação do grupo se dá por uma tendência natural do ser humano de procurar uma identificação em alguém ou em alguma coisa. Quando uma pessoa se identifica com outra e passa a estabelecer um vínculo social com ela, ocorre uma associação humana. Com o estabelecimento de muitas associações humanas, o ser humano passa a estabelecer verdadeiros grupos sociais.

No trabalho, a formação de um grupo é um processo complexo porque para agrupar pessoas é necessário que sejam definidos interesses comuns. As diferenças individuais incluem objetos variados, valores, aptidões motivações, crenças e demais características de personalidade.
Os grupos nas empresas são formados por elementos inter-relacionados, levando-se em consideração, além dos aspectos psicológicos, a hierarquia, competência, diversidade de opiniões, padrão comum de cultura.



Determinadas as diferenças que ocasionam as heterogeneidades do grupo, há necessidade de neutralizá-las, tendo-se em vista o máximo de produção do grupo. O que não pode ocorrer na formação dos grupos é a causalidade, isto é, a constituição dos grupos por acaso.

Ao se referir ao tamanho do grupo, Crosby diz que deve ser relativamente pequeno. Quando procuramos formar um consenso de opinião sobre qual o número real de membros de um grupo de trabalho, temos como resultado o que compreensivelmente os investigadores relutam em criar um número exato.

No entanto, alguns inquéritos nas empresas têm mostrado que as pessoas encontram maior satisfação nas pequenas turmas de trabalho. Um grupo que pode sentar-se frente a frente a uma mesa, para trocar ideias e anotar reações dos outros a pouca distância, tem maiores chances de dar e receber atenção e ainda expressar-se mais livremente - não se pode limitar numericamente um grupo, mas seu tamanho é uma determinante da coesão e influi, também, naquilo que procura alcançar.

Coesão
       A coesão refere-se a fenômenos que aparecem com a existência do grupo e a resultados de todos os laços sociais que unem seus membros a fim de que permaneçam no grupo e para que funcionem como uma unidade - a coesão merece destaque porque o grupo abrange os demais elementos e caracterizam-se pelo elevado nível de atividade, pelas relações interpessoais de seus componentes ou na execução das tarefas.

         Para a pessoa agir favorável ou desfavoravelmente a um grupo, precisa, antes, ter alguma noção acerca das suas características. A atração do indivíduo ao grupo depende de dois conjuntos de condições;

a)    Determinadas características do grupo, tais como, objetivos, programas, extensão, tipo de organização e posição na comunidade;

b)    As necessidades individuais de afiliação, reconhecimento, segurança e outras coisas que podem ser obtidas através dos grupos.

Em toda formulação adequada de coesão do grupo é preciso incluir tanto a natureza do grupo quanto o estado de motivação das pessoas - à medida que a coesão aumenta, cresce a pressão psicológica exercida pelo grupo sobre seus membros; estes reforçam suas opiniões, estabelecem controles uns sobre os outros, procuram guiar-se pelas suas próprias metas e suportam melhor os conflitos externos. Isso acontece mais nos grupos homogêneos cujos membros têm interesses comuns, sentem-se identificados e como partes integrantes do grupo. Os resultados da coesão grupal são:

a) quanto maior a coesão do grupo, maior a satisfação experimentada por seus membros;

b) quanto maior a coesão grupal, maior e melhor a comunicação entre os indivíduos;

c) quanto maior a coesão grupal, maior a influência pelo grupo em seus membros;

d) quanto maior a coesão do grupo, maior será a produtividade.

A coesão grupal mantém o moral elevado para o desempenho eficiente da tarefa, prestigia a participação de cada membro; os elementos de integração e de moral são interdependentes e contribuem para que o sistema do grupo influencie o comportamento das organizações.

Funções dos Grupos

         Uma empresa é composta de indivíduos divididos em grupos, seções e departamentos. Esses componentes se entrelaçam de tal forma que a eficiência e o bem estar social de um influenciem direta ou remotamente sobre os demais. 

    A função real do grupo é proporcionar uma oportunidade para o crescimento de cada membro, em diferentes situações de trabalho. Isso exige um equilíbrio, pois os padrões individuais de realização variam largamente - a organização de cada grupo, para realizar um trabalho de maneira coordenada, depende, dentre outras coisas, de sua estabilização, do desempenho das funções para as quais esteja capacitado e o comprometimento de cada um dos seus membros com os objetivos do grupo.
 
No desempenho das funções, David Nadler organizou esta tabela:
Funções dos Grupos nas Organizações
Para a organização
Para o indivíduo
1. Executam tarefas que não poderiam ser executadas por indivíduos trabalhando sozinhos
1. Ajudam na aprendizagem sobre a organização e seu ambiente.
2. Permitem que uma multiplicidade de talentos e habilidades sejam usados em tarefas.
2. Ajudam os indivíduos a conhecerem a si próprios.
3. Permitem que a tomada de decisão considere e avalie várias e conflitantes visões do problema
3. Ajudam os indivíduos a aprenderem novas habilidades.
4. Oferecem meios eficientes para o controle organizacional do comportamento
individual.
4. Permitem a obtenção de certas recompensas desejadas e que não estariam disponíveis para o indivíduo sozinho.
5. Facilitam mudanças nas políticas e procedimentos organizacionais.
5. Satisfazem diretamente certas importantes necessidades pessoais, especialmente as de aceitação sócia.l
6. Aumentam a estabilidade organizacional transmitindo aos novos membros os valores e crenças da organização.

  

Grupo   Equipe


"Toda equipe é um grupo, mas nem todo grupo é uma equipe".

Como vimos, o grupo é um conjunto de pessoas com objetivos comuns, em geral se reúnem por afinidades. O respeito e os benefícios psicológicos que os membros encontram, em geral, produzem resultados de aceitáveis a bons. No entanto este grupo não é uma equipe.

Na equipe as coisas são um tanto diferentes. Além de ter os seus membros voltados para os mesmos objetivos com papéis e funções bem definidas, possui uma série de fatores positivos que a distinguem do grupo e garantem a obtenção de excelentes resultados com muita sinergia e criatividade.
Equipe é um grupo que compreende seus objetivos e está engajado em alcançá-los de forma compartilhada. A comunicação entre os membros é verdadeira e as opiniões diferentes são estimuladas.

Em uma equipe:
  - Assumem-se riscos
  - A equipe investe constantemente em seu próprio crescimento;
 - O grupo transforma-se em equipe quando passa a prestar atenção à sua própria forma de operar e procura resolver os problemas que afetam o seu funcionamento;

Na equipe existe uma transparência muito grande entre todos. Ninguém esconde o jogo. Cada um sabe o que o outro pensa e sente sobre os assuntos do trabalho, mas tudo de forma muito construtiva! Além disso, o nível de mútua colaboração é ótimo, trabalham realmente em um time. Cada um pode contar com o outro que espontaneamente e prazerosamente se dispõe a dar o apoio e ajuda quando necessário.

Nesse ambiente tão bom não quer dizer que não existam conflitos, eles fazem parte do relacionamento humano e se tornam até fator de crescimento se forem trabalhados através do debate conduzido da maneira certa e na hora certa. É isto que acontece na equipe, às lideranças não são distantes, atuam próximas e em conjunto com todos os seus membros que participam ativamente numa rica interação entre todos, favorecendo assim a criatividade e aumentando o comprometimento mútuo.

Os líderes são suficientemente seguros para não se sentirem ameaçados pelas ideias de valor que venham de baixo. Ninguém pretende sobressair-se isoladamente. Os resultados é que se destacam como em um bom time de futebol, a equipe toda vibra com o gol do colega porque o time todo sai ganhando.

Em função de tudo isso, existe a prática constante do Feedback que é dado de forma transparente, e sobretudo construtiva, com a receptividade de todos. Líderes e liderados dão e recebem Feedback, mas se o relacionamento é muito bom dentro da equipe que é muito unida, isto não a torna fechada na interação com as outras equipes e áreas da empresa, pelo contrário, a empresa funciona como um time, como já foi visto, com grande colaboração entre equipes e áreas.

Finalizamos este com a ideia de que a formação da equipe deve considerar as competências individuais necessárias para o desenvolvimento das atividades e o alcance das metas. O respeito aos princípios da equipe, a interação entre seus membros e especialmente o reconhecimento da interdependência entre seus membros no alcance dos resultados da equipe, deve favorecer ainda mais os resultados das outras equipes e da organização como um todo. É isso que torna o trabalho desse grupo um verdadeiro trabalho em equipe.











Fonte e Sítios Consultados

www.ldapolivalente.seed.pr.gov.br

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