Os
brasileiros acompanham ultimamente diversos casos de escândalos e falcatruas em
nosso País, e isso acabou tornando muito difícil acreditar fielmente em
qualquer fato do nosso cotidiano como sendo uma verdade absoluta. Tivemos a
oportunidade de averiguar isso na história política recente do Brasil, depois
de anos de censura devido ao governo
militar, vieram então às eleições
diretas para Presidente do Brasil e logo no primeiro presidente eleito pelo
povo, passamos pela primeira experiência de impeachment.
Mas, mesmo assim fomos caminhando e
caminhando, e depois de tantas derrotas o ‘eterno’ candidato a Presidente do
Brasil, Luís Inácio da Sila (Lula) conseguiu
ganhar as eleições e se tornou Presidente do Brasil com direito a uma reeleição.
E assim ele conseguiu que a sua sucessora, também do Partido dos Trabalhadores
fosse eleita a Presidente do Brasil e depois também reeleita. Porém, o Brasil
de 2015 vive dias difíceis, com escândalos de corrupção em vários órgãos
estatais e empresas públicas, onde também existem vários políticos metidos em
falcatruas e etc.
E foi a partir desta linha de raciocínio
– a
de que nem tudo o que nos contam é verdade – afinal, nem tudo o que
parece é verdade aqui no Brasil, e assim resolvemos nos aprofundar um pouco
mais na história do Tiradentes – e a partir de agora veremos duas versões: uma
contada nos livros de história e a outra...
A História
dos Livros
A história nos mostra que lá pelos
idos de 1822 o Brasil ainda não era um país independente. Éramos apenas mais um
território que pertencia a Portugal. Sendo assim, tudo que era produzido pela
colônia, como era chamado, tinha que ser enviado para lá. Os impostos pagos
pela população do Brasil pelos produtos consumidos eram muito altos. Com isso,
o povo vivia oprimido.
Dentro deste contexto, nasceu Joaquim
José da Silva Xavier, em São João Del Rei, em Minas Gerais, no ano de 1746. Ele
desempenhou várias funções como tropeiro, minerador, fez parte do regimento
militar dos Dragões de Minas Gerais e até dentista ele foi e essa profissão lhe
rendeu o nome de Tiradentes. Dizem
que ele não se conformava com a exploração vivida pelo Brasil. E ele queria que
a nossa pátria fosse livre. Então, decidiu se unir a outras pessoas que tinham
os mesmos objetivos, entre eles, advogados, poetas e padres, para tentar
libertar o Brasil dessa situação. Devido a sua boa oratória e espírito de
liderança, foi o escolhido para comandar o movimento conhecido como
Inconfidência Mineira, ocorrido em 1789.
A história afirma o objetivo era
fazer, no chamado dia da “derrama” (em que eram cobrados da população os impostos atrasados), um
protesto, alertando as pessoas sobre o plano de libertação e em seguida
prendessem o governador Visconde de Barbacena. Mas o plano não deu certo.
Tiradentes foi traído por um companheiro de luta: Joaquim Silvério. Joaquim
devia 700 contos ao rei de Portugal e, para ter a dívida perdoada, entrou no
grupo de Tiradentes, se informou do plano e denunciou ao próprio Visconde de
Barbacena.
Continuando na história, foram trinta
e quatro membros do movimento presos, acusados de traição à coroa
portuguesa. Onze deles foram condenados à morte, mas todos tiveram as penas
amenizadas, menos Tiradentes. Ele foi enforcado no dia 21 de abril de 1792, no
Rio de Janeiro.
Antes de morrer, Joaquim da Silva
Xavier teria dito:
"Jurei morrer pela independência
do Brasil, cumpro a minha palavra! Tenho fé em Deus e peço a Ele que separe o
Brasil de Portugal".
Agora, uma outra versão da História.
·
Vamos verificar alguns dados sobre o personagem principal:
- Ele era um simples alferes (patente igual a um tenente), então, ficaria difícil ele liderar
coronéis, brigadeiros, padres e desembargadores, os quais eram os verdadeiros
líderes do movimento.
- Por não ser alfabetizado, ele provavelmente
nunca tenha estado plenamente a par dos planos e objetivos do movimento. Em
todos os movimentos libertários acontecidos no Brasil, durante os séculos XVIII
e XIX, era comum o “dedo da maçonaria”.
- O Tiradentes era maçom, mas estava longe de acompanhar os
maçons envolvidos na Inconfidência, porque esses eram cultos,
e em sua grande maioria, estudantes que estavam de volta ao Brasil onde tinham
se formado recentemente na cidade de Coimbra, em Portugal.
- Uma das evidências documentais da sua participação na
Maçonaria são as cartas de denúncia existentes nos autos da Devassa,
informando que maçons estavam envolvidos nos conluios.
- Outro ponto importante é que Tiradentes era, naquele
grupo, aquele considerado como uma “codorna no chão”, o mais frágil dos
inconfidentes. Sem família e sem dinheiro, querendo abocanhar as riquezas do
padre. Era o de menor preparo cultural e com poucos amigos. Portanto, a melhor
escolha para desempenhar o papel de um bode expiatório que livraria da morte os
verdadeiros chefes.
E assim aconteceu
a traição, em 15 de março de 1989, com o Silvério dos Reis indo ao Palácio do
governador e denunciando o Tiradentes. Então ele foi preso no Rio de Janeiro,
na Cadeia Velha, e seu julgamento prolongou-se por dois anos. Durante todo esse
processo, ele admitiu voluntariamente ser o líder do movimento, porque tinha a
promessa que livrariam a sua cabeça na hipótese de uma condenação por pena de
morte.
Mas, em
21 de abril de 1792, com ajuda de companheiros da maçonaria, foi trocado por um
ladrão, o carpinteiro Isidro Gouveia. O ladrão havia sido condenado à morte em
1790 e assumiu a identidade de Tiradentes, em troca de ajuda financeira à sua
família, oferecida a ele pela maçonaria. Gouveia foi então conduzido ao
cadafalso e testemunhas que presenciaram a sua morte se diziam surpresas porque
ele aparentava ter bem menos que seus 45 anos.
No livro,
de 1811, de autoria de Hipólito da Costa “Narrativa da Perseguição” é
documentada a diferença física de Tiradentes com o que foi executado em 21 de
abril de 1972. O escritor Martim Francisco Ribeiro de Andrada III escreveu no
livro “Contribuindo”, de 1921: “Ninguém, por ocasião do suplício, lhe
viu o rosto, e até hoje se discute se ele era feio ou bonito…” O corpo do
ladrão Gouveia foi esquartejado e os pedaços espalhados pela estrada até Vila
Rica (MG), cidade onde o movimento se desenvolveu. A cabeça não foi encontrada,
uma vez que sumiram com ela para não ser descoberta a farsa. Os demais
inconfidentes foram condenados ao exílio ou absolvidos.
A
descoberta da farsa: Conta-se que há 41 anos (1969), o historiador
carioca Marcos Correa estava em Lisboa quando viu fotocópias de uma lista de
presença na galeria da Assembleia Nacional francesa de 1793. Correa pesquisava
sobre José Bonifácio de Andrada e Silva e acabou encontrando a assinatura que
era o objeto de suas pesquisas. Próximo à assinatura de José Bonifácio, também
aparecia a de um certo Antônio Xavier da Silva. Correa era funcionário do
Banco do Brasil, se formara em grafotécnica e, por um acaso do destino, havia
estudado muito a assinatura de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.
Então, chegou
a concluir que as semelhanças eram impressionantes. Tiradentes teria embarcado
incógnito, com a ajuda dos irmãos maçons, na nau Golfinho, em agosto de 1792, com
destino a Lisboa. Junto com Tiradentes seguiu sua namorada, conhecida como
Perpétua Mineira e os filhos do ladrão morto Isidro Gouveia. Em uma carta que
foi encontrada na Torre do Tombo, em Lisboa, existe a narração do autor,
desembargador Simão Sardinha, na qual diz ter-se encontrado, na Rua do Ouro, em
dezembro no ano de 1792, com alguém muito parecido com Tiradentes, a quem
conhecera no Brasil, e que ao reconhecê-lo saiu correndo.
Existem
ainda relatos que 14 anos depois, em 1806, Tiradentes teria voltado ao Brasil
quando abriu uma botica na casa da namorada Perpétua Mineira, na rua dos
Latoeiros (hoje Gonçalves Dias) e que morreu em 1818. Em 1822, Tiradentes foi
reconhecido como mártir da Inconfidência Mineira e, em 1865, proclamado Patrono
Cívico da nação brasileira.
Segundo Guilhobel Aurélio Camargo/Gazeta de Novo – Ele estava muito bem
vivo, um ano depois, em Paris. O feriado de 21 de abril é fruto de uma história
fabricada que criou Tiradentes como bode expiatório, que levaria a culpa pelo
movimento da Inconfidência Mineira. Quem morreu no lugar dele foi um ladrão
chamado Isidro Gouveia.
Quer
dizer então que essa mentira acabou criando o feriado de 21 de abril, onde se
acredita que Tiradentes tenha sido sentenciado à morte e foi enforcado no dia
21 de abril de 1792, no Rio de Janeiro, no local chamado Campo da Lampadosa,
que hoje é conhecido como a Praça Tiradentes. Com a Proclamação da República,
precisava ser criada uma nova identidade nacional. Pensou-se em eternizar
Marechal Deodoro, mas o escolhido foi Tiradentes. Ele era de Minas Gerais, estado
que tinha na época a maior força republicana e era um polo comercial muito
forte. Jogaram ao povo uma imagem de Tiradentes parecida com a de Cristo e era
o que bastava: um “Cristo da Multidão”. Transformaram-no em herói nacional cuja
figura e história “construída” agradava tanto à elite quanto ao povo.
Resumindo a história:
Tiradentes nasceu em 1746 na Fazenda do Pombal, entre São José e São João Del
Rei (MG). Era filho de um pequeno fazendeiro. Ficou órfão de mãe aos nove anos
e perdeu o pai aos 11. Não chegou a concluir o curso primário. Foi morar com
seu padrinho, Sebastião Ferreira Dantas, um cirurgião que lhe deu ensinamentos
de Medicina e Odontologia. Ainda jovem, ficou conhecido pela habilidade com que
arrancava os dentes estragados das pessoas. Daí veio o apelido de Tira-dentes. Em 1780, tornou-se
um soldado e, um ano à frente, foi promovido a alferes. Nesta mesma época,
envolveu-se na Inconfidência Mineira contra a Coroa portuguesa, que explorava o
ouro encontrado em Minas Gerais. Tiradentes foi iniciado na maçonaria pelo
poeta e juiz Cruz e Silva, amigo de vários inconfidentes. Tiradentes teria
salvado a vida de Cruz e Silva, não se sabe em que circunstâncias.
Fonte e Sítios Pesquisados
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