Os selfies são frequentemente associados com redes sociais, já que eles
são muitas vezes casuais, normalmente, as imagens são capturadas com uma câmera
segura ao comprimento do braço ou num espelho, e quase sempre incluem apenas o
fotógrafo ou o número de pessoas que podem estar em segundo plano. Os selfies
que envolvem várias pessoas são conhecidas como "Selfies de Grupos”.
A palavra selfie foi encontrada pela primeira vez no ano de 2002
quando foi utilizada num fórum online australiano. Selfie -
junção do substantivo self (em inglês "eu", "a
própria pessoa") e o
sufixo ie - ou selfy é um tipo de fotografia de autorretrato, normalmente tomada com uma
câmera digital de mão ou celular com câmera. Foi
considerada a palavra internacional do ano de 2013 pelo Oxford English
Dictionary.
Enveredando
pela história, é verdade que na mitologia grega, Narciso, ou o
autoadmirador, ficou conhecido pela sua beleza e também pela impossibilidade de
se contemplar, pois segundo o mito, isso
lhe renderia vida longa. Se ele estivesse vivo hoje, talvez o mito grego o
levasse a morte instantânea. Isto porque, sob o efeito das tecnologias as
pessoas estão buscando cada vez mais outras formas de se autoadimirarem,
sobretudo com a explosão das redes sociais. A moda dos selfies já acontece faz tempo, como já dissemos a
palavra substantivada da Self “eu”
em inglês, mais o sufixo ie, uma espécie de autorretrato feito
com câmeras ou celulares. Tal prática, porém, denota a que ponto a
superficialidade humana tem chegado, com pessoas extremamente preocupadas em
sair bem na foto, enquanto outras questões humanas são esquecidas por essa sociedade
cibernética.
Antes de qualquer coisa, é crucial destacar a importância da fotografia
na história, já que foi a partir dela que grandes momentos da humanidade foram
eternizados e até hoje podem ser cultuados por outras gerações. O problema não
reside exatamente ai, mas sim nos rumos que o ato da fotografia vem tomando. Se
antes se registrava grandes feitos, agora os feitos são registrados no fundo do
quintal, no banheiro, dentro do elevador, na escola, ou em qualquer lugar que
se considere importante. O modismo é tão grande que há até redes sociais
específicas para esse tipo de prática, onde pessoas agrupadas, alegres e
sorridentes, posam para as lentes de um dado aparelho. As pessoas colecionam “likes” e isso possui efeito prazeroso.
Assim é o hábito de tirar fotos das refeições, dos pratos. A pessoa não começa
a refeição sem antes registrar a comida e logo compartilhar no facebook ou no instagram, tudo em busca de “likes”.
Um dos
muitos pontos negativistas dessa questão é a necessidade de se estar sempre bem
na foto. Cabelos posicionados no lugar certo, maquiagem e olhar #SensualSemSerVulgar, para as
meninas. Entre os meninos, ocorre à mesma coisa: a exibição dos atributos
físicos em espelhos, geralmente sem camisa, em poses às vezes discretas, mas
com a intenção similar a das meninas, se autorretratar. Acontece que esses
modelos vivos apenas perpetuam a mensagem perversa das indústrias da moda e da
mídia, as quais impelem a todo instante o ideal de beleza a ser seguido e,
claro, fotografado. Logo, muitas vezes induzidos por esse contexto, muitos
cedem aos encantos desse mundo, sem perceber os perigos que circundam tal
problemática. E nessa atmosfera imediatista da internet,
em que a rede ora facilitou a globalização e acesso imediato a tudo, outrora
tornou as pessoas prisioneiras de si mesmas. Os selfies são alimento da vaidade, pois refletem o que seus
protagonistas desejam passar: felicidade e satisfação. Aparecer nas redes
sociais, ter fama e obter reconhecimento dos outros passa a ser o grande
objetivo para muitos, não de todos, só de uma esmagadora
maioria.
Seria bom
pensarmos no público alvo. Inevitavelmente, os jovens são os mais atingidos por
isso tudo, principalmente numa era como esta da qual eles estão inseridos nas
redes sociais antes mesmo de virem ao mundo. Incipiente, a juventude é o alvo
e, ao mesmo tempo, o propagador dessa escravidão da moda ditada pela indústria
cultural. Então, sem terem o domínio sobre suas escolhas, adolescentes de
várias idades se introduzem na net em fotos provocantes, mostrando
suas intimidades corporais para quem quiser ver, curtir e compartilhar. O
perigo disso mora na precoce iniciação da sexualidade sem a orientação devida
de um adulto. Ou seja, inconscientemente, muitos servem de modelos nessa
vitrine chamada de internet, porém nem sempre os ganhos com isso se limitam
apenas a curtidas e compartilhadas.
Todos os
dias, milhares de pessoas se fotografam e expõem os seus corpos e intimidades
para quem quiser ver. Na verdade, as palavras curtir e compartilhar são dignas
de análise, visto que hipnoticamente exercem um poder sobre o
internauta. Quando se fala em curtir,
lembra-se logo de algo alegre, de diversão, curtição enfim. Por isso, quando se
expõe algo na net, principalmente em fotos, os indivíduos não enxergam isso
com periculosidade, mas como mais uma curtição dessa atmosfera feliz e
plastificada. Pior ainda é quando é compartilhada, pois tal ato traz
implicitamente a mensagem de que foi partilhado com outro algo que é bom ou
digno de ser revisto. Ora, nem tudo o que é curtido e compartilhado na
net é bom, mas será que curtir fotos sensuais e compartilhá-las é
legal? Melhor ainda, será que é bacana tirar tais fotos?
É claro
que um Selfie não tem
a intenção de incitar práticas promíscuas entre as pessoas. Em tese, a ideia era só moldurar momentos marcantes entre
aqueles que são considerados importantes. Esse fenômeno virtual não pode
ser crucificado pela promiscuidade do nosso país, pois esta tem outras raízes.
Entretanto, por traz dessa inocente atividade há mensagens subliminares que
merecem ser analisadas com cautela, sobretudo numa sociedade envolta em
cirurgias plásticas, implantes disso e daquilo, anabolizantes cada vez mais
potentes e encarceradas em academias. Ou seja, se o usuário não tiver ciência
de que publicar fotos fazendo caras e bocas pode ser algo perigoso,
tanto para quem faz como para quem ver do outro lado, ele estará assumindo o
risco de perpetuar uma sexualidade doentia nesses meios virtuais.
Além
disso, há muita superficialidade em torno dessa questão, outro dia, por exemplo,
em pleno funeral de um candidato a presidência do Brasil, morto em um desastre aéreo, ‘choveram’
pessoas tirando Selfies com o
caixão ao fundo, assim como o que acorreu na data de 17/02/2016 em uma praia da Argentina, foi encontrado o corpo de um
golfinho Franciscana jovem morto – suspeita-se
que o golfinho morreu de desidratação depois de ficar recebendo
caricias e de todas as pessoas ficaram fotografando o animal – acredita-se que o golfinho
La Plata - também conhecido como o golfinho Franciscana, pode viver até
os vinte anos de idade. E as últimas imagens divulgadas na internet mostram o
corpo do golfinho abandonado na areia — o que não impediu as pessoas de
continuarem a tirar fotos.
Até pode ser que isso tudo seja apenas mais um
fenômeno passageiro, igual a muitos outros que surgem e desaparecem nas redes
sociais. Seja como for, enquanto estiver latente, o Selfie, ou qualquer
outro modismo, merece mais reflexão da nossa parte. Pois, nem tudo na rede
social deve ser encarado como brincadeira. Há coisas que, mesmo divertidas,
escondem práticas perversas. Também não se devem criar pânicos desnecessários
sobre tais fenômenos. Como dito, o selfie não é o principal responsável
pela doentia digital social dos indivíduos, é apenas mais um vírus diante de
tantos outros deste contexto.
Vamos encerrar este lembrando que no ano de 2014 foi criada a hastag #museumSelfie (esse é um movimento mundial onde os visitantes postam as suas 'selfies' nos museus) são fatos como este que nos levam a entender que não existe nada de errado com a selfie, mesmo verificando a existência do desespero de algumas pessoas (que sentem uma forte necessidade de chamar a atenção para si e para isso elas se expõem constantemente nas redes). Será que estamos vivendo a era de um narcisismo desenfreado? Ou simplesmente isso é o retrato do imediatismo dessa nossa contemporaneidade - onde uma imagem vale mais do que mil palavras.
Vamos encerrar este lembrando que no ano de 2014 foi criada a hastag #museumSelfie (esse é um movimento mundial onde os visitantes postam as suas 'selfies' nos museus) são fatos como este que nos levam a entender que não existe nada de errado com a selfie, mesmo verificando a existência do desespero de algumas pessoas (que sentem uma forte necessidade de chamar a atenção para si e para isso elas se expõem constantemente nas redes). Será que estamos vivendo a era de um narcisismo desenfreado? Ou simplesmente isso é o retrato do imediatismo dessa nossa contemporaneidade - onde uma imagem vale mais do que mil palavras.
Fonte e
Sítios Consultados
http://www.viveiros.com.br/
http://serfelizeserlivre.blogspot.com.br
http://www.opopular.com.br/editorias/mundo/filhote-de-golfinho-morre-ap%C3%B3s-se-retirado-do-mar-para-turistas-fazerem-selfie-1.1039107
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