Os brasileiros cada vez mais estão sentindo a necessidade de possuir um negocio próprio,
alguns encaram isso como um sonho, outros como um desejo pessoal, outros por
aptidão mesmo e outros encaram como um desafio de vida. Porém, podem existem diversos outros motivos capazes de justificar esse interesse pela atividade empresarial. Os mais frequentes
são: desejo de liberdade, vontade de ganhar mais dinheiro, necessidade de
realização profissional, falta de oportunidade de trabalho e até o
preenchimento de tempo livre.
Mesmo com todo esse interesse
pela atividade empresarial, as estatísticas mostram um quadro pouco
otimista: aproximadamente 80% das pequenas empresas fecham suas portas em
até dois anos após a sua abertura. Diversas pesquisas têm sido realizadas para
explicar as causas desse percentual tão elevado de insucesso. Todas elas
apresentam as mesmas conclusões, mostrando que os principais motivos do
problema estão centrados no empreendedor.
É verdade que o índice de
mortalidade de empresas também é elevado nos Estados Unidos, embora menores que
os do Brasil. Na Europa ocidental, este índice já é bem mais reduzido porque os
governos não permitem que se abra uma pequena empresa sem antes fazer um curso
de iniciação empresarial. O desemprego aqui no Brasil sempre foi um fator decisivo
e responsável por levar muitos ex-funcionários a se tornarem empresários, e
isso acontece com mais frequência quando funcionários de empresas aderem a
programas de demissão voluntária para investirem todo o seu dinheiro recebido
na rescisão contratual em um negócio próprio. Algum tempo depois, muitas dessas
pessoas veem esse dinheiro evaporar num negócio fracassado e depois estes
empresários fracassados voltam a procurar emprego.
No mundo dos negócios todos sabem
que a atividade empresarial se caracteriza pela incerteza. Já no mercado
financeiro sem risco, a taxa histórica de retorno real em longo prazo é de 6%
ao ano. Uma empresa bem sucedida em qualquer lugar do mundo remunera o capital
nela investido em 15% ao ano. Estes nove pontos percentuais a mais esperados
para a atividade empresarial é um bom prêmio e é justificado pelo grande risco
empresarial. Porém, para conquistar esse prêmio o empresário necessita atender
a alguns requisitos básicos do negócio, como: vocação para a atividade
empresarial, liderança, criatividade, inovação, capacidade de alinhar-se com as
novas tecnologias, tolerância ao risco e capacidade administrativa representada
pela habilidade para organizar, planejar, controlar e dirigir o negócio.
Um fator muito importante no
negócio é o Planejamento, já que ele tem como objetivo reduzir a incerteza do
negócio, porém ele nunca conseguirá eliminá-la totalmente. Agora, com um planejamento
adequado o empresário pode evitar decisões com erros previsíveis, por outro
lado, sem o planejamento muitos negócios já nascem fadados ao fracasso,
independente de qualquer imprevisto. O improviso e o empirismo não são mais
aceitos nos dias de hoje. Por menor que seja o negócio, as funções gerenciais
básicas de planejamento, organização e controle devem ser realizadas com
eficácia. É uma situação bem diferente daquela enfrentada pelos empreendedores
pioneiros, quando a simples iniciativa de abrir um negócio já lhes garantia
clientes e lucros.
Se fizéssemos uma analogia com o
futebol, poderíamos dizer que numa pequena empresa, o dono precisa saber jogar
nas onze posições. É um quadro bem diferente da grande empresa, onde seus
titulares não precisam entender de tudo já que podem contratar profissionais e
delegar poderes para que executem as tarefas necessárias ao bom desempenho da
empresa. É muito comum encontrar nas pequenas empresas ou microempresas a divisão
do trabalho entre dois sócios, mas nem sempre isso ajuda, afinal, em muitos casos
eles não têm um conhecimento completo das principais funções da empresa (operação,
produção, vendas, compras, finanças e pessoal).
Sabemos que o Brasil é um país
com uma grande população e ainda têm muitos degraus para subir no quesito desenvolvimento, mas, mesmo com esses entraves este país oferece um amplo leque de oportunidades para os vários tipos de negócios que estão surgindo neste século 21. Este potencial econômico só é encontrado atualmente em poucos
países e, por este motivo, isso provoca um crescente interesse dos capitais
internacionais em investir em nosso país. Isto significa maior concorrência e,
portanto, maior necessidade de preparo por parte dos empresários brasileiros.
Do ponto de vista socioeconômico,
as pequenas empresas têm uma grande importância, tendo em vista que elas geram a
maioria dos empregos no país. Só este fato já seria um motivo suficiente para
que elas tivessem, como ocorre nos países desenvolvidos, um maior apoio por
parte do governo. O apoio tributário hoje existente ainda é insuficiente na
medida em que grande parcela do setor de serviços, grande absorvedor de mão de
obra, se encontra fora do Super Simples. O crédito, na maioria dos casos, ainda
tem um custo muito alto. Uma forma de apoio eficaz seria a criação de um extenso
programa de capacitação a gerencia de microempresas, começando ainda nos bancos
escolares.
Mesmo com as crises políticas/moral/econômicas que vivem assolando o nosso país, no cômputo geral, as perspectivas
para quem abre um negócio no Brasil são bastante promissoras, principalmente
para quem seguir dois mandamentos básicos:
- Utilizar o mínimo de capital de terceiros, pelo
menos enquanto as taxas de juros reais dos financiamentos estiverem
elevadas. Tudo indica que o atual quadro de juros altos da maioria das
operações de crédito se manterá.
- Fazer um investimento prévio de tempo e dinheiro
em sua capacitação empresarial.
A verdade é que os prêmios
reservados para quem seguir os preceitos vistos aqui neste artigo podem ser
bastante compensadores, mas o final dessa história só você será capaz de
escrever.
Fonte e
Sítios Consultados
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