21 de fevereiro de 2013

SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO: EM BUSCA DA IDENTIDADE


            - GESTÃO DO CONHECIMENTO -

 
 
 
- SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO: EM BUSCA DA IDENTIDADE -
 
            O novo milênio é caracterizado por transformações no panorama da vida social humana. As tecnologias da informação estão modificando em ritmo acelerado as relações, a economia, o estado e a sociedade. As mudanças sociais são tão profundas quanto a transformação tecnológica e econômica.
 
Certamente nunca antes as mudanças das técnicas, da economia e dos costumes foram tão rápidas e desestabilizantes, (Lévy, 1996). Nesse cenário, a procura da identidade social e individual é uma tendência que, apesar de não ser nova, já que essa é uma busca desde os tempos mais remotos, muitas vezes está se caracterizando na principal fonte de significados. Em tempos de ampla desestruturação das organizações, as relações são efêmeras e os movimentos culturais, fugazes.
 
É cada vez mais habitual que as pessoas não organizem seu significado em torno do que fazem, mas sim em torno do que crêem ser. (CASTELLS, 1997). Concomitante a esse processo, as redes de comunicação conectam ou desconectam indivíduos, regiões, países, o que permite um intercâmbio de diferentes culturas, transformando a estrutura de pensamento e das decisões estratégicas.
 
A estrutura de poder das organizações cada vez mais se constituem em forma de redes em que cada individuo compreende o seu trabalho e reflete sobre ele. A economia mundial vem passando por grandes transformações que se manifestam na base produtiva; o fenômeno da globalização está presente e parece irreversível, ele se manifesta na aceleração da internacionalização produtiva e financeira, o que provoca mudanças internas em diversos níveis.
 
Na era do conhecimento, as organizações buscam soluções para diversos desafios dentro desse novo contexto. O conhecimento tornou-se o recurso mais importante, mais ainda do que a matéria - prima e muitas vezes mais do que  o dinheiro. Segundo Sveiby (1998) ao contrário da terra, do petróleo e do ferro, informação e conhecimento não são produtos intrinsecamente escassos. Segundo ele, uma economia baseada no conhecimento e na informação possui recursos ilimitados. Drucker (2001) defende a idéia de que o recurso econômico básico não é mais o capital, nem os recursos naturais ou a mão-de-obra, mas sim “o conhecimento”.
 
A atual situação provocada pelas mudanças, que já fazem parte do contexto histórico da humanidade, recai na busca da identidade. Encontramos, então, duas vertentes: de um lado, os que prevêem uma nova era, em que será possível extrapolar a lógica dos computadores e do DNA (ácido desoxirribonucléico) para entender a lógica das organizações; de outro, a teoria pós – moderna que duvida da nossa capacidade de compreender e dar sentido. Essa busca se reflete nos sistemas organizacionais, que estão engajados em uma mudança de perspectivas que os conduz a substituir os modelos tradicionais de gestão, autoritários e centralizadores, por outros modelos participativos.  A performance dos gestores é fundamental para produzir mudanças culturais na organização, estabelecendo uma nova relação com todos os atores envolvidos no processo. Percebemos neste capítulo que as profundas mudanças culturais, permeadas pelo avanço tecnológico, estão delineando uma nova identidade social.
 
 
MUDANÇA HISTÓRICA: SOCIEDADE E TECNOLOGIA
 
O início o século 21 é historicamente caracterizado pela transformação de nossa “cultura material”; por obra de um novo paradigma tecnológico, passamos da era industrial para a era da informação e do conhecimento, em que a tecnologia ocupa um papel central. No novo milênio, pessoas e organizações reconhecem que o conhecimento é o recurso mais importante.
 
Na era industrial, o Fordismo era considerado modelo de gestão, nesse momento empresas construíram suas estruturas organizacionais baseadas no Exército e na Igreja, com estruturas hierárquicas funcionando com horários rígidos e controle de todas as ações. Nesta época, foram criados os níveis hierárquicos que tinham as melhores remunerações, controlavam e direcionavam os empregados através de rígidos princípios. Com eles também ficavam o conhecimento dos principais processos organizacionais.
 
          Na década de 1940, após a segunda guerra mundial, o cenário era de países, e cidades destruídos. Era preciso, então, repensar os paradigmas empresariais e a ação do homem passa a fazer a diferença. Agora não era mais só inventar e sim planejar, criar e analisar. Surge a Era da Informação com a construção do primeiro computador em 1948.
 
Na década de 1970, no âmbito empresarial, inicia-se a implantação da qualidade total e nas décadas de 1980 e 1990 é a vez da reengenharia, o que gera aumento da competitividade e abre espaço para que o homem possa utilizar, de maneira mais democrática, o conhecimento.  Surge, assim, um espaço para pessoas dos mais diferentes níveis, proporcionando vários benefícios para o homem, assim como novas preocupações, já que as máquinas cada vez mais invadiam o espaço das empresas.
 
Na década de 1990, foram iniciados os sistemas integrados de gestão, o que para alguns empregados era mais um motivo de preocupação. No entanto para algumas empresas onde o sistema fora utilizado com sucesso, motivo de satisfação e alívio na interminável briga com a competitividade. Cada vez mais tarefas rotineiras e mecanicistas passam a ser realizadas por máquinas, fazendo que todos nós repensemos nosso futuro.
 
A velocidade da evolução tecnológica superou qualquer expectativa ou previsão e o principal responsável por toda essa evolução é o homem com seu poder de acumular e transmitir conhecimentos. Na era do conhecimento, as organizações buscam soluções para diversos desafios dentro desse novo contexto. Um dos temas mais desafiadores é o da Gestão do Conhecimento. Hoje, é indiscutível a relevância do conhecimento como fator capital à prosperidade organizacional.
 
A revolução da tecnologia, devido a sua capacidade de penetração em todos os âmbitos da atividade humana, nos remete a um momento em que uma nova cultura está em formação, resultado de um complexo modelo de interação.
 
O valor do conhecimento revela-se nos resultados econômicos.
 
O recurso econômico básico – os meios de produção, para usar uma expressão capitalista – não é mais o capital, nem os recursos naturais, nem a mão-de-obra. Ele será o conhecimento (...) Hoje o valor é criado pela produtividade e pela inovação, que são aplicações do conhecimento ao trabalho. Os principais grupos sócias da sociedade do conhecimento serão os trabalhadores do conhecimento – executivos que sabem como alocar conhecimento para usos produtivos, assim como os capitalistas sabiam como alocar capital para isso, profissionais do  conhecimento e empregados do conhecimento. (DRUCKER, 2001).
 
Assistimos nesse momento a uma nova cultura em formação, uma nova identidade social se delineando e as Tecnologias de Informação (TI), devido a sua capacidade de penetração em todas as atividades humanas estão produzindo mudanças na sociedade e em suas instituições.
 
Neste contexto, percebemos uma questão fundamental para que o progresso, em qualquer área do conhecimento possa acontecer o uso dos recursos tecnológicos, no sentido bem abrangente, como os que os gregos davam a essa palavra que ia muito além dos equipamentos e dos instrumentos físicos, incluindo toda relação com os meios e seus efeitos, não esquecendo o “porquê” e o “como”.  A Tecnologia está ligada com a mudança na forma de produção, provocando assim grandes transformações.
 
De acordo com Castells (1997), a “A tecnologia não determina a sociedade: a reproduz, a modela”. “Mas tampouco a sociedade determina a inovação tecnológica: a utiliza”. Por isso, é urgente repensarmos os espaços de aprendizagem nas Instituições de Ensino Superior. A transformação desses espaços não deve ser vista apenas de uma perspectiva administrativa ou até mesmo mercantilista e sim à luz do paradigma da prática reflexiva. Não se forma um profissional reflexivo, impondo-lhe condições de dar aula (PERRENOUD, 2001a).
 
O conhecimento torna-se o mais importante recurso por obra de um novo paradigma organizacional, passamos da era industrial para a era da informação e do conhecimento, onde a Tecnologia ocupa lugar central. Em todo mundo, os sistemas educacionais estão engajados em uma mudança de perspectiva que os conduz a substituir os modelos tradicionais de gestão, autoritários e centralizadores, por outros modelos mais participativos – Thuler (2002). A gestão do conhecimento, a importância do capital intelectual nas Instituições é o que começaremos a discutir a seguir.
 
 
A ERA DO CONHECIMENTO
 
A era industrial ainda tem forte influência no panorama organizacional contemporâneo, quando da criação de sistemas de avaliação financeira, que consideram apenas os ativos tangíveis como contabilizáveis. Os ativos tangíveis são palpáveis e determinados com precisão, como o salário dos empregados e a despesa com a energia. Entretanto, profundas modificações vêm determinando uma série de novas evidências econômicas, organizacionais, profissionais e sociais, sinalizando para a importância financeira de ativos intangíveis.
 
Os ativos intangíveis têm sido considerados, crescentemente, os grandes trunfos da atualidade. Embora se diferenciem dos bens materiais por não serem esgotáveis e não palpáveis, requerem, outrossim, um adequado gerenciamento, uma vez que se constituem em uma crescente parcela dos ativos das organizações. Os ativos intangíveis têm grande valor ao longo do tempo, caracterizando-se como um recurso de longo prazo, de difícil medição, mas que não deixa de ser lembrado nos momentos de negociação da venda de uma empresa, o que representa um paradoxo contábil (SVEIBY,1998; EDVINSSON, 1998).
 
Os intangíveis que interessam ao ambiente organizacional, apesar de serem considerados invisíveis, classificam-se em três grupos: a competência do funcionário, a estrutura interna e a estrutura externa. A competência diz respeito à escolaridade e à experiência do funcionário; a estrutura interna trata da estrutura legal, os sistemas manuais e a gerência das organizações; e a estrutura externa, as marcas e as relações com os clientes e fornecedores (SVEIBY,1998).
 
Inserido na categoria de competência do funcionário, o conhecimento humano é o mais primitivo dos intangíveis, pois em toda a trajetória da humanidade se tentou dominá-lo. É também considerado o intangível mais importante, pois não é propriedade de mais ninguém, a não ser daquele que o possui. Os indivíduos são considerados os agentes multiplicadores de intangíveis nas organizações, uma vez que têm a capacidade de gerar novas idéias, que surgem a partir das experiências, da comunicação e de inferências dirigidas ao indivíduo, caracterizando a relevância do conhecimento na perspectiva organizacional (SVEIBY, 1998; MARIOTTI, 1999; TERRA, 2001).
 
O conhecimento significa nascer com e ratifica sua pertinência ao ser humano, sujeito do processo, que é dotado, desde o seu nascimento, da capacidade de extrair informações da realidade, necessárias à formação de uma nova compreensão. Complementarmente, é considerado como redimensionável, por depender de perspectiva pessoal e de ambiente; e tem o poder da libertação, pois desprende o homem de todas as amarrações sociais, geográficas e tecnológicas, exercendo um alcance significativo no processo de satisfação pela vida e na realização dela. Seu comportamento é passível de uma relação proporcionalmente direta com o tempo, caracterizando-o como histórico; e como social, por ser possível o seu compartilhamento, com as pessoas.
 
O tempo e o processo de compartilhamento são duas variáveis determinantes da valorização do conhecimento. Com o passar do tempo e com o seu compartilhamento, o conhecimento se valoriza.
 
O conhecimento começou a ser considerado pelos economistas do século XVIII, como um recurso contabilizável, acompanhando as características inerentes dos recursos financeiros, que podem ser adquiridos, produzidos e armazenados. Eleito o mais nobre recurso de poder gerencial, o conhecimento, na nova perspectiva econômica, é responsável pelo bom funcionamento e crescimento da engrenagem organizacional, ultrapassando o aspecto mecanicista dos procedimentos organizacionais baseados na informação. No entanto, o conhecimento é constituído por dados, pela fé, pelos costumes e pelos valores de quem o detém.
 
 
Os conhecimentos consolidados são reformulados pelo processo de aprendizagem, que é uma típica característica humana, e que acontece a partir do esforço pessoal e coletivo de reconstrução. O processo de aprendizagem pressupõe uma renovação permanente, uma reconstrução dinâmica e uma superação infinita. Utiliza o pensamento como ferramenta mestra na manipulação e na retenção dos novos conhecimentos obtidos pelo estudo, pela pesquisa e por um sistemático processo de observação.
 
A aprendizagem é uma ação infinita, caracterizando-se sempre como provisória. Algumas premissas essenciais que possibilitam a permanente reconstrução do conhecimento como a aprendizagem autêntica, que propõe a reconstrução do indivíduo, são: a motivação, o processo formativo, a aprendizagem interdisciplinar, o verdadeiro processo de aprendizagem, a reconstrução permanente, a competência humana e os meios eletrônicos (DEMO, 1999).
 
As universidades e as instituições de ensino exercem um papel importante no processo de aprendizagem, construindo nos indivíduos a estrutura de conhecimentos teóricos, sociais e metodológicos que constituem a base da competência humana necessária à organização. Para as universidades, instituições que tratam o conhecimento, a representatividade da gestão do conhecimento no panorama atual representa uma fonte de satisfação e de preocupação. A satisfação está no reconhecimento público do seu valor sócio-econômico; e a preocupação, na necessidade de se requalificar como instituição de educação, em meio à multiplicidade de instâncias, que buscam ocupar um espaço que era exclusivamente da universidade (TERRA, 2001).
 
De acordo com Mariotti (1999), o conhecimento do ser humano vem se comportando de forma escalar, confirmando que cada vez mais, em espaços de tempos menores, o ser humano precisa aprender, evidenciando um processo de aceleração da aprendizagem.
 
O conhecimento, visto como forma de sobrevivência e de competitividade das organizações contemporâneas, precisa ser cuidado, mantido, compartilhado e reinventado. Mas apesar desta abordagem organizacional, o processo de construção do conhecimento continua tendo como seu embrião o ser humano, com todas as suas emoções, aspirações, esperanças e intenções (DEMO, 1999; SVEIBY,1998).
 
A produtividade organizacional é uma evolução dependente do desenvolvimento e da aplicação de novos conhecimentos. É realçada pela habilidade de assimilação do conhecimento, pela utilização desse conhecimento para algum fim e também pela contribuição de especialistas do conhecimento. A evolução do conhecimento em potencial do saber é a forma mais eficiente do uso do conhecimento.
 
Na busca da sabedoria, a transformação da rotina das empresas injeta dinamicidade ao seu potencial inovador e faz do nível de criatividade e de compreensão das idéias partilhadas entre seus funcionários sua mola propulsora do processo de desenvolvimento.
 
Drucker (1994), um dos primeiros estudiosos a visualizar a transformação do paradigma econômico na era pós-industrial, menciona que um dos procedimentos mais importantes na sociedade do conhecimento é a criação de processos sistemáticos que possibilitem a criação do novo conhecimento e o desprendimento do conhecimento arraigado e viciado no cotidiano organizacional. De acordo com o referido autor, a melhoria das atividades de forma continuada, o desenvolvimento de maneiras próprias, criadas a partir de práticas de sucesso, e o processo de inovação contínuo, são os métodos apropriados para a renovação do conhecimento organizacional. Acreditava-se que esses métodos podiam transformar o conhecimento em sistemas de informações de modo a serem utilizados no processo de ensino-aprendizagem.
 
Atualmente, o diferencial competitivo das empresas é assegurado pelo como se produz, por meio de processos eficientes e eficazmente personalizados, de modo a não possibilitar a reprodução do produto ou do serviço com todas suas qualidades e diferenças por um concorrente (SVEIBY,1998).  É, de certa forma, a busca pela personalização do produto e que encontra correlação na educação com a personalização do aprendizado.
 
Diante do exposto, identifica-se que a era do conhecimento pressupõe valorização do capital intelectual, permanente atualização na formação dos profissionais e utilização das novas tecnologias como suporte indispensável para produção de conhecimento e valorização dos bens intangíveis de uma instituição.          No tocante especificamente à educação, esses valores também não podem ser esquecidos, tendo em vista que o processo de formação e de construção do conhecimento é responsável direto pela produção de novos bens intelectuais.
 
Esses bens vão gerar ganhos em um sistema de construção coletiva e na formatação de um perfil educacional, que leve em consideração os aspectos e a filosofia de organização da produção e disseminação culturais sustentados pela estrutura de gestão do conhecimento e pelo uso das tecnologias de informação e comunicação.
 
 
GESTÃO DO CONHECIMENTO
 
A importância do conhecimento certamente não é uma nova descoberta considerando-se que, desde os tempos mais remotos, os homens que detinham o conhecimento eram os que se destacavam dos demais.  Identificou-se que, durante um grande período, o acesso ao conhecimento era restrito a alguns privilegiados, além de ser utilizado como meio de opressão e domínio.
 
Na verdade, segundo Zabot e Silva (2002) “o conhecimento é um trunfo competitivo de extremo poder, e é de extrema importância não só na aquisição, como também na sua criação e transferência”.  Diante dessa afirmativa, pode-se considerar o conhecimento como forma de capital, especificamente de capital intelectual, que deve ser empregado na produção de riqueza.
 
O desenvolvimento de novas tecnologias certamente está atrelado ao desenvolvimento de novos conhecimentos, assim como as possibilidades de utilização dessas novas tecnologias, levam à expansão e à construção de novos ambientes de aprendizagem que, certamente, serão responsáveis pela produção e disseminação de novos conhecimentos (ZABOT e SILVA, 2002). 
 
Há aproximadamente cem anos, a passagem da sabedoria dos negócios de família acontecia de forma hereditária, de pais para filhos, de artesãos para aprendizes e de forma geral por meio da troca de experiências entre trabalhadores do mesmo ramo de atividade. Em uma abordagem mais contemporânea, a gestão do conhecimento é retratada como um objetivo organizacional explícito que valoriza as capacidades, habilidades e competências dos funcionários, além de valorizar o capital intelectual.
 
O conceito da gestão do conhecimento surgiu nos anos 90, não somente associado ao processo operacional, mas principalmente à estratégia organizacional e à necessidade de produção de novos conhecimentos que gerem ganhos em todos os segmentos de uma instituição (SANTOS, 2001; SVEIBY, 1998).
 
A gestão do conhecimento constitui-se pela contínua redefinição da proposta organizacional e de como fazer as coisas da organização, de forma a minimizar o tempo de resposta aos participantes da corporação, com a utilização do conhecimento criado quando da execução da ação de negócio. Se associarmos esse conceito à prática educacional, não é difícil perceber que a reconstrução permanente do conhecimento e a busca por respostas diante dos problemas a serem resolvidos, são, na verdade, um processo de gestão do conhecimento a ser atingido ou produzido quando da prática docente.
 
Em termos práticos, a gestão do conhecimento refere-se a uma ação estratégica de criação de processos que identificam, capturam e alavancam o conhecimento.  Nesse aspecto, a utilização das novas tecnologias, seja na questão organizacional ou no processo de ensino e aprendizagem, torna-se um dos componentes fundamentais para um bom desempenho no processo de gestão do conhecimento.
 
Abordar a gestão do conhecimento certamente não é uma tarefa fácil e sim, complexa. De acordo com alguns autores, a gestão do conhecimento pode ser compreendida como uma alavanca para a sustentação da competitividade organizacional futura; entretanto, pode gerar ansiedade aos gerentes da organização, que precisam visualizar o que é útil e relevante ao armazenamento de informações.
 
A gestão do conhecimento é retratada por Bailey e Clarke (2000) sob os focos da tecnologia da informação, do capital intelectual e sob uma ótica prática.         Considerando a tecnologia da informação, a gestão do conhecimento é um processo organizacional que combina de forma sinergética os dados e as informações processadas por sistemas informacionais, com a criatividade e a inovação do ser humano.
 
Considerada sob a perspectiva do capital intelectual, a gestão do conhecimento enfatiza a exploração do capital humano, do conhecimento tácito individual, do capital estrutural, presente nas rotinas organizacionais e do capital presente nas relações com o cliente.
 
Sob uma ótica de caráter prático, é definida como os procedimentos que administram a criação, a disseminação e a utilização do conhecimento para a execução dos objetivos da organização. Bailey e Clarke (2000) registram ainda a presença de três elementos importantes para a gestão do conhecimento: a tecnologia, a mensuração e o processo.
 
Em sua análise, Bailey e Clarke (2000) reconhecem a gestão do conhecimento, como sendo um processo em que, um gerente, por exemplo, possa generalizar, comunicar e explorar o conhecimento das pessoas em benefício da organização. Para isso, partem do conceito de conhecimento e consideram duas questões. A primeira quando define ser o conhecimento toda idéia passível de ser utilizável e que apresente valor organizacional. A segunda retrata a inserção destas características em uma realidade empresarial, onde cada gerente, para encontrar qual o melhor caminho, precisa analisar a sua organização.
 
A construção do conhecimento acontece tendo como principal insumo variadas informações e como processo propulsor a interação, que considera como características fundamentais a coerência, a relevância e a ação, permitindo e viabilizando a generalização, a comunicação e a exploração do conhecimento em prol do indivíduo e da instituição. Configura-se em um processo que requer pró-atividade e reatividade para se efetivar com a reutilização e com a reconstrução de conhecimentos.
 
A reconstrução de conhecimentos é viabilizada pela expansão das redes de comunicação, utilização das novas tecnologias e pelo processo de interação coletiva, que possibilitam a codificação, o armazenamento e o compartilhamento do conhecimento (TEDESCO, 2004).
 
A gestão do conhecimento é um processo sistemático de identificação, criação, renovação e aplicação dos conhecimentos estratégicos da organização, que permite à organização reconhecer o que ela sabe. Como um processo corporativo, a gestão do conhecimento está focada na estratégia da organização, nas suas competências, no capital intelectual, na aprendizagem organizacional, na inteligência empresarial e na educação corporativa. A gestão do conhecimento visa mensurar a eficiência da empresa, que retrata a prática de agregar valor à informação e depois disseminá-la (SANTOS, 2001).
 
Ainda de acordo com Terra (2001), os trabalhadores do conhecimento têm questões e desafios a superar e, basicamente, esses desafios estão relacionados à capacidade de mapear o conhecimento individual existente nas empresas; estimular e facilitar a disseminação do conhecimento tácito dos trabalhadores; atrair e reter pessoas com as competências requeridas; equilibrar o trabalho em tarefas de grupo e individual; investir em tecnologia da comunicação e informática para aumentar o conhecimento da empresa, não apenas para acelerar o fluxo de informações mas para permitir a produção contínua do conhecimento; identificar políticas e processos que modelem comportamentos relacionados ao estímulo, à criatividade e ao aprendizado; e criar incentivos ao compartilhamento de conhecimento (TERRA, apud SANTOS, 2001).
 
Conforme dissertado nos parágrafos anteriores, não é difícil observar que a gestão do conhecimento é um processo que tem história e se diversifica conforme a aplicação e necessidades das instituições, seja com objetivos de obtenção de lucros de capital financeiro ou de geração de lucros a partir da produção e disseminação do conhecimento.  Qualquer que seja o objetivo, fica também evidenciado que o capital intelectual e o uso de novas tecnologias são propulsores fundamentais para a implantação e sucesso do sistema de gestão do conhecimento.
 
 Associada à teoria organizacional, a gestão do conhecimento tem um enfoque contemporâneo, entretanto, é um processo que sempre existiu em todos os tipos de organizações.  A sociedade do conhecimento está voltada para a produção intelectual em que a capacidade de aprendizagem assume um lugar privilegiado. O contexto empresarial atual nos remete a várias discussões, uma delas é a sobrevivência das organizações nesta nova era, onde o conhecimento é reconhecido como fator capital á prosperidade organizacional. Na apresentação do trabalho de Terra (2000, p.11), Plonsky enfatiza o conhecimento como eixo estruturante do desempenho das sociedades, regiões e organizações. Stewart (1998, p18) ainda é mais contundente:
 
A informação e o conhecimento são as armas termonucleares competitivas de nossa era. O conhecimento é mais valioso e poderoso do que os recursos naturais, grandes indústrias ou polpudas contas bancárias. Em todos os setores, as empresas bem-sucedidas são as que têm as melhores informações ou as que as controlam de forma mais eficaz – não necessariamente as empresas mais fortes.
 
Na atual revolução, as fontes essenciais de riqueza são o conhecimento e a comunicação. Algumas empresas chegam a gastar mais em P&D (pesquisa e desenvolvimento) do que em todas as outras formas de equipamento. Alguns paradigmas empresariais começam a ser quebrados, transformar organizações em locais em que se pensa e não só se produz é, provavelmente, mais importante para a realização do trabalho da maioria dos profissionais dos mais diferentes setores, inclusive o agrícola, operários e burocratas, o que diferencia essa nova era da realidade de bem pouco tempo atrás. Sendo assim, informação e conhecimento são, ao mesmo tempo, matéria -- prima e produto do trabalho.
 
A forma de realizar o trabalho mudou, o componente intelectual do trabalho aumentou, a competitividade e a velocidade do avanço das tecnologias fazem com que “os conhecimentos tenham um ciclo de renovação cada vez mais curto” conforme Lévy (1999). Numa economia global, a vantagem competitiva de uma organização está na forma com que ela administra o conhecimento.
 
Nesse movimento de mudanças constantes, conceitos como de gestão de competências, gestão do conhecimento, organizações que aprendem, Universidades Corporativas, Educação a Distância fazem parte do universo empresarial e se complementam para gerenciar o Capital Intelectual de uma organização. Essa filosofia requer práticas inovadoras e processos de vantagens competitivas que precisam ser permanentemente reinventadas, não basta concentrar esforços em poucos indivíduos ou áreas das organizações. Uma nova cultura empresarial precisa ser estabelecida em que “aprender a aprender” se torne um princípio para todos os atores envolvidos. A constante mudança do mundo contemporâneo requer o desenvolvimento de novas competências, ou seja, as organizações precisam ser vistas como algo em movimento evolutivo constante.
 
 
Os lideres de hoje enfrentam um grande desafio, sem “receita de bolo”, a percepção ao processo de mudança deve ser observado e explorado, novos projetos e iniciativas devem ser vistos como um processo de aprendizagem constante. Para isso, quatro itens são sugeridos por Peter Senge, Art Kleiner, Charlotte Roberts – HSM Management - A Dança das mudanças.
 
1- Definir os objetivos que pretendem alcançar;
2- Experimentar novos projetos ou iniciativas;
3- Aprender com seus sucessos e fracassos;
4-Trocar opiniões de forma franca e aberta;
 
Assim se consegue manter o rumo mesmo que um de seus líderes deixe de existir.
Para reforçar o crescimento, são importantes:
1- Melhoria dos resultados pessoais;
2- Desenvolvimento de redes de pessoas comprometidas;
3- Bons resultados do negócio. Não se pode deixar de lembrar que o aprendizado leva tempo e consome recursos.
 
Percebe-se que o problema não é a falta de tempo, mas a falta de flexibilidade. Podem existir poucos ou muitos grupos piloto dentro da organização, oxigenando e gerando resultado para o todo. A dinâmica das mudanças se compara a um ser vivo, em movimento constante: portanto, o gestor de hoje deve se valer de habilidades e capacidades para se relacionar com este organismo.
 
A mudança faz parte do cotidiano de toda empresa. Portanto devemos perceber que o ambiente empresarial mudou, as pessoas estão quebrando paradigmas e nós temos que nos adaptar crescer. Construir na diversidade de ações, habilidades e competências, é entender a grandiosidade desse momento.
 
Percebemos que a sociedade do conhecimento está voltada para a produção intelectual em que aprender a aprender ganha lugar privilegiado. As fontes de riqueza são o conhecimento e a comunicação. Surgem novos paradigmas organizacionais, informação e conhecimento são, ao mesmo tempo, matéria prima e produto, o capital intelectual faz a diferença e é sobre ele que falaremos a seguir.
 
 O CAPITAL INTELECTUAL
   
Capacidade intelectual humana, habilidades individuais, know-how, liderança tecnológica, sistemas de informação, nomes de produtos e marcas registradas, design, treinamento constante dos empregados, ativos contabilizados a custo histórico, relacionamento com fornecedores, franquias negociadas com os clientes, rapidez de atendimento aos pedidos de assistência técnica feitos por clientes, capacidade de aprendizagem e adaptação da empresa. Conhecimento, informação, experiência, propriedade intelectual que pode gerar ganhos. Segundo Stewart (1998) é a soma do conhecimento de todos em uma empresa, aquilo que lhe proporciona vantagem competitiva. O capital intelectual é intangível, é a força de trabalho, a cooperação – construção coletiva do conhecimento – o relacionamento entre uma empresa e seus clientes, o que faz com que ela saia na frente e reaja ao  mercado mais rápido do que suas rivais.  É o Capital Intelectual que mantém uma empresa atrativa e sustentável em sua criação de valor.

Ø Capital Humano: Valor acumulado de investimentos em treinamento,
Ø  Capital Intelectual: soma de capital estrutural e humano.
Ø Competência e futuro de um funcionário. Também pode ser descrito como competência do funcionário, capacidade de relacionamento e valores.
Ø Capital Estrutural: O valor do que é deixado na empresa quando os funcionários vão para casa.
 
 
 

 
          Exemplos: bases de dados, listas de clientes, manuais, marcas e estruturas organizacionais.
 
Ø Capital Organizacional: Competência sistematizada e em pacotes, além de sistemas de alavancagem dos pontos fortes inovadores da empresa e da capacidade organizacional de criar valor. Compreende capital de Processo, Cultura e Inovação.
 
Ø Capital de Inovação: Força de renovação de uma empresa. Tal força é expressa como propriedade intelectual protegida por direitos comerciais, e outros ativos e valores intangíveis, como conhecimentos, receitas e segredos de negócios.
  
Ø  Capital de Processo: Os processos combinados de criação de valor e de não-criação de valor.  Capital do Consumidor: Este conceito não foi abordado no artigo da revista Management, mas é definido por Stewart (1998) como:
 
          o valor dos relacionamentos de uma empresa com as pessoas com as quais faz negócios. Onde o capital se transforma em dinheiro. Este capital é medido com mais freqüência que os outros. A sua forma máxima é o conhecimento compartilhado.
 
          Conforme visto acima o Capital intelectual é intangível, é a união de forças de uma organização:
 
FORÇA DE TRABALHO → COOPERAÇÃO → CONSTRUÇÃO COLETIVA
 
DO CONHECIMENTO → RELACIONAMENTO - EMPRESA/CLIENTE.
 
GESTÃO DE COMPETÊNCIAS
 
A facilidade ao acesso às informações mercadológicas oriundas das mais diversas fontes faz com que distorcida verdades e análise superficial escoem nas corporações.  É muito comum freqüentarmos reuniões intermináveis nas quais, todos os presentes, na maioria das vezes profissionais despreparados para falar sobre determinado assunto, opinam baseados em "achismos" e modismos. Empreender é dom e destino de poucos, na visão do senso comum.
 
Na visão de quem pesquisa o assunto, a capacidade de criar negócios e fazer a economia girar pode e precisa ser desenvolvida por mais pessoas. Uma nova compreensão do perfil empreendedor está sendo disseminada no Brasil. Mas ainda predominam os mitos. Um deles é o de que as competências em questão são inatas e raras, o que condenaria a maioria ao desemprego ou, na hipótese boa, ao humor de quem tem tino para negócio.
 
É nesse ambiente que, infelizmente, muitas decisões são tomadas. Outro mito é o de que este é um "país de empreendedores". De fato, o Brasil está entre os dez mais na classificação geral, o que não justifica a lenda.
 
Apesar do bom desempenho, a taxa mostra uma trajetória decrescente desde 2000. A capacidade de "dar nó em pingo d'água" não nos fez empreendedores mais criativos ou desenvolvedores de competências. A construção da visão empreendedora dependeria de um trabalho mais psicológico, capaz de aguçar a percepção e fazer o indivíduo se confrontar com suas crenças, para revê-las e ir buscar, na sua história, a razão de seus limites.
 
No dicionário Aurélio, Competência é entendida como: “qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver certo assunto, fazer determinada coisa; capacidade; habilidade; aptidão; idoneidade”. Vejamos agora uma das definições de competências no meio empresarial:
 
Competências - Grupo Hay
Componentes
Descrições
Skills/Habilidades
Demonstração de especialidade e saber fazer através da prática física e mental
Conhecimento
Informações sobre assuntos específicos
Auto-imagem
Atitudes, valores, autoconhecimento
Característica, traço
Disposição para se comportar de certa maneira
Motivação
Pensamentos recorrentes que conduzem a um tipo de comportamento
Fonte: Relatório Gestão de Competências, Grupo Hay, 1998.
 
O grande desafio é, sem dúvida, dominar a mudança. A tecnologia está mudando o comportamento das pessoas em um ritmo mais rápido do que nunca na história da humanidade.  Observar, entender, desenvolver o potencial humano, numa visão holística em que se identifiquem forças e fraquezas e construam-se estratégias para trabalhar pontos fracos é fundamental. Esse FOCO É "VIVENCIAL” e está em constante movimento.
 
 
É importante percebermos que pessoas são diferentes e precisam ser entendidas nos seus diversos aspectos.
Vejamos a seguir como Gardner - 1995 caracteriza a inteligência humana, o que contextualiza nossa discussão.
 
Gestão de competências e a teoria das múltiplas inteligências
 
Segundo a TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS – (GARDNER, 1995):
Uma inteligência implica na capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos que são importantes num determinado ambiente ou comunidade cultural. A capacidade de resolver problemas permite à pessoa abordar uma situação em que um objetivo deve ser atingido e localizar a rota adequada para esse objetivo.
 
A teoria das inteligências múltiplas está baseada nesta capacidade de que o ser humano dispõe para resolver problemas
 
Baseado nos conhecimentos da Ciência Cognitiva e na Neurociência, é que Gardner trabalha uma abordagem conhecida como “Teoria das Inteligências Múltiplas”.  para Gardner, essas inteligências são heranças genéticas.
 
Respaldados na teoria das inteligências múltiplas, procuramos centrar nossas atenções na “inteligência do pensamento científico”, sua aplicação na prática da Gestão  e especificamente na Gestão dos Ambientes Pedagógicos das Instituições de Ensino Superior.
 
Vejamos como Gardner classifica as diferentes inteligências:
 
·       INTELIGÊNCIA LÓGICO-MATEMÁTICA:
Gardner afirma que o processo de resolução de problemas para pessoas bem dotadas desse tipo de inteligência é rápido.  Elas lidam com muitas variáveis ao mesmo tempo e criam numerosas hipóteses que serão avaliadas posteriormente. Outra característica é a natureza não verbal da inteligência.
 
Ao nascer, a criança é dotada, através de sua carga genética, de habilidades que poderão ser desenvolvidas através de estímulos adequados até a idade adulta. Ainda enquanto bebê, a criança externa sua inteligência lógico-matemática pela capacidade de padronizar e ordenar objetos.
Ex.: Grandes matemáticos.
 
·       INTELIGÊNCIA LINGUÍSTICA:
 
Associada à capacidade de comunicação, entendimento das múltiplas linguagens e expressão. Também retratada na capacidade de aprender e desenvolver idiomas. Sua interface com a gestão, está determinada pela necessidade de comunicação do indivíduo com os diferentes atores organizacionais.  (entendimento de múltiplas linguagens).
Ex.: Grandes comunicadores e poliglotas.
 
·       INTELIGÊNCIA MUSICAL
 
Identificada pela capacidade de interpretar, escrever, ler e expressar-se pela música.
O estímulo à musicalidade pode e deve ser promovido desde a infância.  Os bebês ao balbuciarem, muitas vezes, estão produzindo padrões musicais que repetem os cantos que ouvem em seu acalanto.
Ex.: Os grandes músicos, cantores e artistas da ciência musical.
 
·       INTELIGÊNCIA ESPACIAL
 
Associada com a capacidade de percepção e administração do espaço, na elaboração ou na utilização de mapas, de plantas, de representações planas de um modo geral.
Ex.: Arquitetos de renome e navegadores.
 
·       INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA
 
Habilidade de usar o corpo para expressar emoções, jogar, interpretar e usar linguagem corporal.
 
Elevada inteligência corporal cinestésica está associada ao domínio aguçado sobre os movimentos do corpo, como nos dançarinos e nadadores ou com a capacidade de manipular objetos com refinamento, como nos artesãos e instrumentistas.
Ex: Os grandes atletas, bailarinos, dançarinos.  (Gardner cita Pelé)
 
·       INTELIGÊNCIAS INTERPESSOAL E INTRAPESSOAL
 
Identificada pela capacidade de interação entre indivíduos (compreender o outro).  Possibilita ainda inferir o estado de ânimo, o temperamento e as intenções do outro.
 
Envolve a capacidade de conhecer muito bem a si próprio, formando um modelo acurado e verídico a respeito de si mesmo e habilidade de utilizar este modelo para viver bem. Capacidade de distinguir sentimentos. A metacognição, também se relaciona nesta inteligência.
Ex.: Gardner cita Gandhi
 
·  INTELIGÊNCIA NATURALÍSTICA
 
Segundo Gardner, trata-se da aptidão para reconhecer flora e fauna, fazendo distinções relativas ao mundo natural e usando essa habilidade produtivamente na agricultura ou nas ciências biológicas.
 
Charles Darwin é citado como possuidor de uma inteligência naturalística marcante. Destaca-se sua capacidade para identificar e classificar insetos, pássaros, peixes e mamíferos que resultou na sua teoria da evolução das espécies no século XVIII.
 
Após esse primeiro momento continuando seus estudos em seu instituto, Gardner encontrou mais três inteligências:
 
Inteligência Pictográfica - Observada em pessoas que conseguem se expressar pela pintura, desenho, escultura ou imagens gráficas.
 
Inteligência Existencial – Fazer perguntas básicas sobre a vida, a morte, o universo. Capacidade da pessoa em situar-se ao alcance da compreensão integral do cosmos, do infinito e do infinitesimal, assim como a capacidade de dispor de referências a características existenciais da condição humana, compreendendo de maneira integral o significado da existência, portanto, da vida e da morte, o destino do mundo físico e psicológico e a relação do amor por um outro, pela arte ou por uma causa.
Diante do contexto de multiplicidade intelectual é da máxima importância  reconhecer e estimular todas as variadas inteligências humanas e todas as  suas combinações.
 
Nós todos somos tão diferentes em grande parte porque possuímos diferentes combinações de inteligências.
 
 Além de ser impossível conceber uma organização sem pessoas, as pessoas tendem a ser fiéis se forem tratadas de forma justa e tiverem a sensação de valorização do potencial individual e responsabilidade compartilhada.
 
Esse referencial tem como finalidade repensar as Instituições de Ensino Superior como organizações que aprendem e diferenciam daquelas com perfil funcional tornando-se empresas singulares.
 
No que tange ao gerenciamento da competência, a organização do conhecimento gerencia basicamente os seus profissionais e, em particular, seus especialistas - pessoas-chave consideradas cruciais para a sobrevivência da empresa, pois são qualificadas e experientes, solucionam os problemas mais complicados, geram as maiores receitas para a empresa e possuem a mais ampla rede de contatos fora da organização.
 
Daí o termo competência - usado aqui como sinônimo tanto de saber quanto de conhecimento - é uma noção muito mais abrangente do que a conotação padrão do português, que tende a se limitar à habilidade prática.
 
A competência aqui é individual, e este conceito é diferente do uso genérico do termo em teoria e estratégia organizacionais.
 
Uma estrutura interna eficaz é condição ‘sine qua non’ para sustentar a transferência do conhecimento dentro de uma organização.
 
Como os funcionários se combinam com a estrutura interna para construir a organização, gerenciar a estrutura interna significa gerenciar a organização.
 
 Quando bem gerenciada, a competência da organização aumenta e o relacionamento entre os profissionais e seus clientes e entre os próprios profissionais melhoram. Concluímos que é preciso ser capaz de refletir sobre como estamos construindo o futuro, e repensar uma nova forma de organização de todas as atividades humanas. Garantir a prática de novos valores é precípuo e isso acontecerá à medida que se eleva o grau de conscientização sobre as importantes questões que se apresentam.
 
Se a elevação desse grau é resultante da quantidade e qualidade de informações sobre riscos e o nível de preparo das organizações para avaliá-las e usá-las, podemos inferir o tamanho do desafio da gestão de competências  e imaginar a importância do papel dos gestores nesse novo contexto. O que chega ao conhecimento da sociedade e o que ela acredita ser importante faz uma grande diferença, pois é isso que vai determinar o tamanho da pressão para a concentração das ações empresariais.
 
Conforme observamos a Era do Conhecimento faz uma ruptura com o passado, no sentido da construção do futuro, reafirmando os acertos, corrigindo e ajustando os equívocos.  A gestão do conhecimento contribui de maneira significativa nesse processo, planejando o presente dentro de um processo de transformação e mudanças.
 
A gestão voltada para a inovação se faz necessária nas instituições para que elas cumpram seu papel na sociedade atual.
 
Ao conjunto de atores das instituições cabem ter clareza da intenção educativa e dos pressupostos que norteiam a ação e participar de maneira efetiva de todo esse processo desde sua concepção até a avaliação.
 
 A construção coletiva é fundamental e a complexidade que a permeia exige que haja um processo formativo com a intenção real de mudanças, respeitando as dificuldades individuais e suas manifestações, buscando a atualização dos envolvidos e a comunicação entre eles para que se possam desenvolver as competências pertinentes ao processo de inovação.
 
 
 

Fonte e Sítios Consultados

 
 

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