10 de janeiro de 2013

Geração de Energia no Brasil


Como a energia é gerada no Brasil

Com 87% da sua matriz energética provenientes de hidroelétricas, o Brasil está à beira de um colapso, devido ao baixo nível dos reservatórios nas usinas do Sudeste, pois esse tipo de fonte de energia depende das chuvas. O resto da energia é produzido pelas centrais termoelétricas (10%) e pelos reatores das centrais nucleares de Angra dos Reis (2%). Mas a situação caótica, explicam analistas, se deve principalmente à falta de investimentos no setor.  


          A falta de interligação do sistema de transmisão em todo o país é apontada por especialistas do setor como a principal causa da crise energética atual. "Está sobrando energia no Sul e faltando no Sudeste, a interligação resolveria o problema sem racionamento", disse o superintendente de comunicação de Itaipu, Helio Teixeira.


           Do Sul, com um sistema de transmissão mais eficiente, seria possível receber uma expressiva contribuição da Companhia Paranaense de Energia (Copel), que mesmo em processo de privatização, tem prosseguido com projetos importantes de aumento de geração. A Copel possui participação na usina de Machadinho, já em operação, que gera 1,140 mil mw, e planeja para 2006 a entrada em operação da hidrelétrica de Campos Novos, com capacidade de 880 mw, e uma termelétrica de 480 mw para entrar em operação em outubro de 2002.


           Além disso, a maior potência hidroelétrica instalada está na bacia hidrográfica do Paraná, no Centro Sul do país. A maior potência hidroelétrica do país encontra-se na Amazônia, ou seja, nas duas bacias hidrográficas presentes nessa região - a Amazônica e a do Tocantins, garantindo que o Norte também não fique às escuras.


Importação - Uma saída para a crise energética no Brasil pode estar nos demais países sul-americanos. Segundo estudos do governo, as possibilidades para o suprimento de energia sul-americana poderiam incluir novas linhas de transmissão no sul do País, principalmente da Argentina, e mesmo novos acordos com os países vizinhos. A principal vantagem seria o custo relativamente reduzido dessa energia.

            O projeto Mercosul, fechado pelo governo do Paraná com a Argentina, prevê a importação de 3 mil megawatts de energia da Argentina, além de 20 milhões de metros cúbicos/dia de gás boliviano, que também alimentará a termoelétrica argentina. No Brasil, a energia será importada e comercializada pela Copel, que também será responsável pela construção da linha de transmissão de 600 quilovolts de Puerto Iguazu, na Argentina, até Embu-Guaçu (SP).


Como funcionam as fontes de energia e seus custos

           As hidrelétricas produzem energia através de geradores movidos a força hidráulica (quedas d’água). As termelétricas, através de geradores acionados por aquecimento, utilizando-se combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão. E as nucleares produzem energia através de geradores movidos por aquecimento obtido a partir de minerais atômicos, como urânio e o tório.


           A termelétrica apresenta o mais baixo custo de implantação, embora sua manutenção seja cara. Já a hidrelétrica apresenta maiores problemas com relação ao porte de energia produzida, pois nem sempre as áreas onde as usinas podem ser instaladas estão próximas aos mercados consumidores, e a intensidade da energia se perde à medida que a distância das usinas geradoras aumenta. A usina nuclear tem um alto custo tecnológico, além dos riscos em se utilizar minerais atômicos para gerar energia.


- A História desta crise -

O Plano de Racionamento: cotas, sobretaxa e bônus

O governo optou pelo racionamento de energia sem apagões e menos doloroso de imediato. Inicialmente, colocou consumidores residenciais e industriais na mira de punições drásticas, como sobretaxas de até 200% na conta de luz e cortes de fornecimento de até seis dias seguidos, mas no primeiro dia do racionamento anunciou mudanças e cortou as sobretaxas para as residências que conseguirem atingir a meta de 20% de economia no consumo, mesmo que o consumo seja superior a 200 kWh por mês.

A partir da primeira leitura de dezembro de 2001, os consumidores residenciais e comerciais têm novas metas de economia. Na região Norte, a meta foi reduzida para 5%. Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, a meta é de 12%, e no Nordeste, de 17%. O governo fez também uma concessão para as cidades turísticas, que ganharam um bônus. No NE, precisarão economizar 12%. No SE e CO, apenas 7%.

O plano administrado pela Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica joga todas as suas fichas na cooperação da sociedade, mas não afasta o risco de apagões no futuro.

O racionamento, em vigor na região Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, estabelece cotas de consumo, com penalidades para quem desrespeitar os limites e bônus para quem conseguir economizar. As cotas foram estabelecidas com base no consumo médio registrado nos meses de maio, junho e julho de 2000.

Começando em 4 de junho, o programa já sofreu inúmeras modificações. A partir de dezembro, os consumidores residenciais e comerciais não sofrem risco de corte quando o consumo foi igual ou inferior a 225kWh/mês, mesmo que ultrapassem a meta.

Impacto Fiscal - Os economistas do governo descartaram um impacto imediato do plano de racionamento nas contas públicas, mas admitiram que isso terá de ser reavaliado. O governo admitiu, no entanto, que o plano elevará em 0,15 ponto percentual a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), levando em consideração apenas o impacto da sobretaxa sobre os consumidores residenciais.


Os motivos da crise energética

Falta de chuvas ou de investimentos do governo? Qualquer que seja o culpado pela crise energética que ameaça a economia e a tranquilidade do País, alguns fatos são claros: os reservatórios das usinas hidrelétricas do Sudeste, região que mais consome energia no País, estão abaixo da capacidade. Os reservatórios deveriam estar com pelo menos 50% da capacidade, para enfrentar o período sem chuvas que duram o outono e o inverno na região. As hidrelétricas, no entanto, estão com os reservatórios abastecidos em apenas 34%.

Em outros países, os investimentos em energia são feitos em diferentes tipos de usinas, justamente para evitar crises quando um modelo tem problemas de abastecimento. No Brasil, ao contrário, 87% da eletricidade é de origem hidroelétrica e depende da boa vontade de São Pedro. O resto é produzido pelas centrais termoelétricas (10%) e pelos reatores das centrais nucleares de Angra dos Reis (2%).

O governo culpa a falta de chuvas pela crise energética. Fernando Henrique, em discurso sobre o assunto, afirma ter sido pego de surpresa pela necessidade de racionamento. "E faço questão de ressaltar a palavra 'surpresa'", repetiu o presidente. O Instituto Nacional de Metereologia informa que na região de Furnas, por exemplo, o índice de chuvas é o pior dos últimos 20 anos e, já em março, o instituto avisava que era improvável que as chuvas de abril e maio fossem suficientes para encher os reservatórios que abastecem as hidrelétricas do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.

O ministro da Economia, Pedro Malan, no entanto, admite que faltou comunicação entre as várias áreas do governo para pelo menos diminuir os efeitos da crise energética. A falta de investimentos no setor é apontada por especialistas como a principal culpada pela crise atual. A produção de energia recebia anualmente, em média, US$ 13 bilhões em investimentos. Na década de 90, este valor caiu para US$ 7 bilhões, embora o consumo não tenha parado de crescer: ele aumenta 5% por ano.

O professor Luiz Pinguelli Rosa, da UFRJ, afirmou à Reuters que, mesmo que o Brasil consiga passar por esta crise, à custa de racionamento e cortes, o problema pode persistir por mais três anos. "O problema atual não tem nada a ver com São Pedro. Não é por falta de chuva neste ano, mas porque os reservatórios vêm sendo esvaziados porque a operação é feita com insuficiência de equipamentos", explicou. Segundo ele, o problema só vai ser resolvido nos próximos anos, na medida em que entrarem em operação as termoelétricas previstas no plano emergencial do governo federal.

Outro problema, além da falta de investimentos, é a falta de integração que existe entre as diversas usinas. Enquanto as hidrelétricas do Sudeste enfrentam os níveis mais baixos de abastecimento desde que foram construídas, sobram água e energia no Sul e no Norte, onde as usinas estão, em média, com altos níveis de abastecimento. A falta de linhas de transmissão de alta capacidade impede a transmissão de energia entre estas regiões e, até por isso, excluiu, pelo menos até setembro, as duas regiões do racionamento, que será adotado no Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.


Saiba economizar energia em casa

Em tempo de vacas magras, economizar recursos é a melhor solução. Por isso, veja algumas dicas da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) de como você pode consumir menos e ainda segurar um pouco mais de dinheiro no seu bolso:

GELADEIRA E FREEZER

  Sempre que possível, retire de uma só vez todos os alimentos que vai usar

  Mantenha a borracha de vedação em bom estado para não escapar o ar frio*

  Não coloque em seu interior alimentos ainda quentes

  Não use a parte traseira dos aparelhos para secar roupas

  Mantenha limpas as serpentinas da parte traseira dos aparelhos

  Instale seu aparelho em local ventilado, fora do alcance de raios solares e longe do fogão

  Deixe um espaço mínimo de 15 cm dos lados, acima e no fundo do aparelho em caso de instalação entre armários e paredes

  Não forre as prateleiras com vidros ou plásticos, pois isso dificulta a circulação do ar

  Não desligue o aparelho à noite para ligá-lo na manhã seguinte

  Faça o degelo quando a camada de gelo atingir a espessura de aproximadamente 1 cm

  No inverno, regule o termostato para uma posição de frio não muito intenso

  Durante ausências prolongadas, esvazie o aparelho e o desligue da tomada

* Dica: para saber se a borracha de vedação está boa, ponha uma folha de papel encostada no batente da geladeira/freezer e feche a porta. Em seguida, puxe a folha. Se ela deslizar facilmente, é sinal de que a borracha não está garantindo vedação. Faça esse teste em volta de toda a porta.

TELEVISÃO
  Não deixe a TV ligada quando você não estiver assistindo

  Evite dormir com a TV ligada

  Utilize TVs mais modernas, pois consomem menos energia

  Dê preferência para aparelhos com timer (função de desligamento automático)




AR CONDICIONADO E VENTILADOR

  Dimensione adequadamente o aparelho para o tamanho do ambiente

  Feche portas e janelas ao ligar o aparelho para evitar troca de calor. Cortinas e persianas também devem ser fechadas para evitar o calor do sol

  Limpe os filtros periodicamente, pois a sujeira dificulta a passagem do ar e força o aparelho

  Instale uma proteção caso você tenha que instalar o aparelho exposto a raios solares

  Desligue o aparelho sempre que ficar muito tempo fora do ambiente refrigerado

  Só ligue o ventilador quando estiver no ambiente

  Regule o termostato para evitar o frio excessivo

CHUVEIRO ELÉTRICO

  Evite banhos demorados

  Desligue o chuveiro quando estiver se ensaboando

  Procure manter a chave do chuveiro na posição verão. Na posição inverno, o consumo de energia é 30% maior

  Conserve limpos os orifícios de passagem da água

  Evite usar o chuveiro nos horários de pico de consumo de energia - entre as 17 e as 22h

  Não reaproveite uma resistência queimada. Além de ser perigosa, essa prática eleva o consumo



FERRO ELÉTRICO

  Evite ligar o ferro simultaneamente com outros aparelhos elétricos. Esse eletrodoméstico sobrecarrega a rede de energia

  Espere acumular uma razoável quantidade de roupas e passe-as de uma só vez

  Não deixe o ferro elétrico ligado sem necessidade

  Siga as instruções de temperatura para cada tipo de tecido e passe primeiro as roupas que necessitem de temperaturas mais baixas

MÁQUINA DE LAVAR ROUPAS/LOUÇAS E SECADORAS

  Use a máquina só depois de ter juntado a quantidade de roupa/louça da capacidade máxima da máquina

  Limpe com frequência o filtro das lavadoras de roupas e louças

  Utilize a quantidade correta de sabão ou detergente para não ter que enxaguar novamente

ILUMINAÇÃO
  Use lâmpadas adequadas a cada tipo de ambiente

  Evite acender lâmpadas durante o dia, prefira a iluminação natural. Abra bem as janelas, persianas e cortinas e deixe a luz do dia iluminar a sua casa

  Apague as luzes quando os cômodos estiverem vazios

  Pinte as paredes internas e o teto com cores claras, pois estas refletem melhor a luz, diminuindo a necessidade de luz artificial

  Dê preferência às lâmpadas fluorescentes compactas ou circulares para a cozinha, área de serviço, garagem ou qualquer outro lugar que fique com as luzes acesas mais de quatro horas por dia. Além de consumir menos energia, duram até 10 vezes mais

  Use iluminação direta para leitura, trabalhos manuais, etc...

AQUECEDOR CENTRAL

  Dê preferência aos aquecedores equipados com controle de temperatura

  Instale o aquecedor perto dos pontos de consumo e isole adequadamente as canalizações de água quente

  Nunca ligue o aquecedor vazio à rede elétrica

OUTRAS DICAS IMPORTANTES

  Não deixe que existam em sua casa fios mal emendados, desencapados ou mal isolados

  Use fios de diâmetro correto para cada finalidade e não emende fios de espessuras diferentes

  Evite usar aparelhos elétricos no horário de pico de consumo - entre as 17h e 22h

  Desligue a chave geral da casa quando sair em viagem longa

  Dê preferência a eletrodomésticos com selo do Procel de Economia de Energia. Esses aparelhos foram aprovados por centros de pesquisas do governo no quesito economia de energia


Fonte e Sítios Consultados





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