18 de maio de 2011

Behaviorismo




Behaviorismo (Behaviorism em inglês, de behaviour (RU) ou behavior (EUA): comportamento, conduta), também designado de comportamentalismo, ou às vezes comportamentismoPB, é o conjunto das teorias psicológicas (dentre elas a Análise do Comportamento, a Psicologia Objetiva) que postulam o comportamento como o mais adequado objeto de estudo da Psicologia. Comportamento geralmente é definido por meio das unidades analíticas respostas e estímulos. Historicamente, a observação e descrição do comportamento fez oposição ao uso do método de introspecção.
 
Behaviorismo

 

 O termo Behaviorismo vem da palavra “behavior” que em inglês significa comportamento.

 O Behaviorismo é também conhecido como Psicologia Comportamental ou Psicologia Experimental, porque visa à análise minuciosa do comportamento tendo como base a influência do ambiente.

O Behaviorismo surgiu a partir do artigo intitulado “Psicologia, como os behavioristas a vêem”, escrito por John B. Watson, publicado em 1913.


                                                                                         
                                          John B. Watson
 


 


                                                                                           
                                          Skinner



No entanto, como se verá a seguir, o representante mais importante desta escola é Burrhus Frederic Skinner (1904 – 1994), psicólogo estadunidense.

Para Watson, o comportamento deveria ser estudado como função de certas variáveis do meio.

Os estímulos provocam os comportamentos.

O Behaviorismo não trabalha com o inconsciente e descarta qualquer tipo de explicação mental para o comportamento.

Expressões como: “fez porque quis”, “sento neste lugar porque gosto”, “fiz porque deu vontade”, não são consideradas.

Antes, importam as variáveis do meio como determinantes do comportamento.


O Reflexo Condicionado


 
  Ivan Pavlov, fisiologista russo, Nobel de Medicina, fez em 1927 uma grande descoberta para a Psicologia: o reflexo condicionado.



 


Pavlov elaborou um estudo em três fases para medir a salivação em cães.

A primeira fase consistia em apresentar pedaços de carne aos cães e medir a quantidade de saliva que era depositada em pequenos tubos de ensaio colocados na região da boca dos animais.

O cientista verificou que na ocasião em que o cão recebia alimento, a secreção salivar era abundante, um reflexo que é natural nesse animal.

Em uma segunda fase do experimento Pavlov utilizou uma ferramenta denominada: Método de Pareamento, que consistia em tocar uma campainha antes de oferecer o alimento ao animal.

Por fim, na fase final do estudo, depois de parear várias vezes os estímulos (campainha–alimento), Pavlov passou a tocar apenas a campainha, sem a entrega do alimento ao cão.

Como resultado se percebeu que o cão também salivou abundantemente ao ouvir apenas o som da campainha.

O cão relacionou (pareou) os dois estímulos (campainha e alimento) apresentando o que se denominou de reflexo condicionado.

O Comportamento Respondente

Comportamento Respondente

Os comportamentos respondentes são interações estímulo-resposta incondicionadas, nas quais certos eventos ambientais eliciam certas respostas do organismo que independem da aprendizagem.

Comportamento Respondente

Dito de outra forma: os comportamentos respondentes são interações em que emitimos um comportamento em resposta a determinado estímulo ambiental, e isto de maneira automática, como uma reação natural do organismo, sem qualquer relação com processos de aprendizagem.

Comportamento Respondente

Exemplos:

Contração das pupilas quando uma luz forte incide sobre os olhos;

Suor sob alta temperatura.

Reflexo patelar (leve martelada na patela).








O Comportamento Operante



Os comportamentos operantes incluem todos os movimentos de um organismo que têm efeito sobre algo no mundo em redor.

 

Ou seja, o comportamento operante opera alguma influência sobre o ambiente.

 

Mencionou-se no início desta apresentação a importância de Skinner para o movimento behaviorista.

 

A teoria de Skinner é conhecida como a teoria do condicionamento operante porque o comportamento opera uma transformação no meio e o meio opera uma transformação no comportamento, condicionando-o.

 

Exemplo: se cumprimento as demais pessoas com um aperto de mão firme, olhar nos olhos e um sorriso, provavelmente terei como resposta um cumprimento semelhante. Isto tenderá a me condicionar a adotar sempre esta modalidade de cumprimento.

 

Ou seja, atuei sobre o ambiente de determinada maneira (operei sobre o meio certa influência) e o meio atuou sobre mim (operou certa influência sobre mim).

 

Deste modo, o comportamento é controlável por suas consequências, as quais funcionarão como reforços dos comportamentos.

 

Mais exemplos: o professor gosta de contar piadas para tornar sua aula mais atraente e prender a atenção de seus alunos. Este comportamento opera uma transformação no meio: os alunos riem.

 

O riso dos alunos exerce uma influência no comportamento do professor que passa a usar cada vez mais este recurso. Ou seja, o meio operou uma transformação, um condicionamento no professor.

 

Explicitando mais uma vez: exerço (opero) uma influência no ambiente e, como consequência, o ambiente retorna sobre minha ação também exercendo (operando) uma influência sobre mim.

 

Dependendo do retorno que o ambiente me dá em razão de minha atuação sobre ele, meu comportamento passa a ser modelado, moldado.

 

Esta consequência, este retorno que o ambiente me dá se conhece por reforço.

 

É de interesse considerar, pois, que enquanto o comportamento respondente é controlado por seus antecedentes, o comportamento operante é controlado por suas consequências, pelos eventos que seguem o comportamento.





  O Reforço


 
  Reforço é qualquer evento ou estímulo que aumente a frequência de um comportamento, ou seja, aquilo que faz com que um comportamento continue a se repetir.
 

  O Reforço deve ser apresentado logo após a emissão de um comportamento a fim de que aumente a probabilidade de emissão de determinada resposta.
 

  Reforço Positivo: refere-se a qualquer evento ou estímulo (percebido como agradável) que, aplicado após a ocorrência de um comportamento, aumenta a frequência desse comportamento.
 

  Exemplos: Elogios, sorrisos, salário, etc.
 

  Elogios são capazes de aumentar a frequência de comportamentos?
 

 O mesmo funcionaria se considerarmos os sorrisos? Ele pode reforçar comportamentos?
 

  Quais os comportamentos possíveis de serem reforçados pelo salário?
 

  Assiduidade, pontualidade, produtividade, dentre outros...
 

  Reforço Negativo: é o estímulo que reduz ou elimina uma resposta, um comportamento.
 

  Os reforços negativos são estímulos adversos e por este motivo os organismos tendem a fugir dele.
 

  Os reforços positivos ou negativos regulam ou controlam comportamentos.
 

  Skinner defende que os comportamentos são condicionados por uma combinação de reforços positivos e negativos.
 

  No  entender de Skinner, é possível explicar a ocorrência de qualquer comportamento se houve um conhecimento suficiente dos reforços em jogo.
 

  A pesquisa inicial de Skinner se deu com animais.
 

  Os reforços por ele utilizados eram alimentos, água (positivos) ou choques de baixa intensidade (negativos).
 

  Os reforços tinham uma ligação direta com as necessidades básicas do animal.
 

  Um animal faminto ou sedento aprendia a abrir uma pequena janela ou a acionar uma alavanca e era recompensado (reforçado) com alimento ou água.
 

  Skinner separou os reforços em:
 

  Primários: Recompensas físicas, aquelas que atendem a necessidades básicas, como alimento e água.
 

  Secundários: Inicialmente são neutros, não atendendo a nenhuma necessidade em si. Mas se ligam diretamente aos reforços primários passando a ser vistos então como recompensas. O exemplo clássico seria o dinheiro.
 

  Skinner denomina de ficções explanatórias as explicações dadas pelos não-behavioristas para descrever o comportamento.
 

  Segundo seu entendimento, conceitos como autonomia, liberdade e criatividade seriam dados por aqueles que desconhecem os reforços envolvidos no comportamento, os quais se investigados podem produzir o verdadeiro controle do comportamento.

 
  Skinner não vê sentido na possibilidade de um comportamento se dar sem estar ligado aos estímulos que o antecederam e os reforços que os sucederam. Por isso não encontra sentido na discussão que envolva um homem autônomo. Para ele, todo comportamento terá relação com esta equação: estímulo-resposta-reforço.
 

  Sobre a criatividade, Skinner questiona:
Será que o poeta cria, dá origem, inicia a coisa chamada poema, ou será que seu comportamento é um mero produto de suas histórias genética e ambiental?
 

  Em relação à vontade, Skinner posiciona:
Vontade, livre-arbítrio, força de vontade são ficções explanatórias que se referem a processos não observáveis.



APLICAÇÕES

  Para o Behaviorismo, ao invés de censurar e punir as pessoas quando apresentam comportamento desviante, pode ser mais útil modificar os reforços em seu ambiente.
 

  Ou seja, a importância do meio externo é um fator preponderante em detrimento da dinâmica interna do indivíduo.


 
APLICAÇÕES
  De acordo com o behaviorismo, se os reforços são modificados de modo a não mais recompensar o comportamento desviante, este deveria desaparecer do repertório comportamental.
 

APLICAÇÕES
  Nesta mesma direção, pode-se conseguir a instalação de comportamentos desejáveis pela modificação do ambiente considerando-se que existam reforçadores para estes comportamento desejáveis.
 

APLICAÇÕES
  Por exemplo, nas prisões, ao invés de o direito a um colchão ser algo garantido, poder-se-ia utilizar este mesmo colchão como reforçador, algo fornecido apenas após a emissão de comportamentos disciplinados.
 

  Critérios para a correta aplicação de reforços:
 
1. O indivíduo precisa manifestar o comportamento para receber o reforço.
 
2. O reforço deve ser aplicado imediatamente após um comportamento desejável.

3. Verificar o que de fato é reforçador para uma pessoa, pois, o que é reforçador para uma pode não ser para outro. O reforço também pode surtir efeito em uma ocasião e não em outras.

4. Vários reforçadores (positivos e negativos) devem ser utilizados.

5. A utilização em excesso de um mesmo reforço pode fazer com ocorra a perda de sua eficácia.

          
                 TERAPIA

  A terapia comportamental tenta ajudar as pessoas a se tornarem capazes de responder às situações de vida de modo como gostariam de fazê-lo. Isto inclui tanto o aumento da frequência de comportamentos desejáveis quanto a diminuição de comportamentos indesejáveis.
 

                 TERAPIA

  Na terapia comportamental o cliente e o terapeuta chegam a uma compreensão explícita do problema apresentado, em termos de comportamento real do cliente.
 

  Ambos decidem mutuamente as metas terapêuticas de tal forma que quando os objetivos são atingidos isto é percebido com clareza por ambos.

                           
                                    CRÍTICAS
 
  As críticas que se fazem aos behavioristas não é a de que seus resultados não sejam válidos, mas apenas que não são explicações tão gerais quanto os escritos de Skinner nos fariam crer.
 
                                  
                                              CRÍTICAS



De toda forma, há que se destacar que o método de Skinner enraíza-se firmemente na metodologia da ciência moderna e se constitui em um ponto de vista consistente para o entendimento da dinâmica de uma série de comportamentos.

 

 


Fonte
Conteúdo da matéria da Psicologia no 4o. Semestre do curso de Administração
 
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