6 de agosto de 2010

Administrando a Arte da Vida

  
Esse artigo tem a intenção de discutir alguns pontos existentes em comum durante a trajetória de nossas vidas, entre os tantos pontos possíveis de se abranger procuraremos os muitos artifícios por nós desenvolvidos e descobertos durante o tempo em que estivermos vivos aqui na terra. É claro que sabemos da existência de “N” milhões de seres humanos em nosso Planeta e de suas individualidades e características totalmente personalizadas, porém, buscamos desvendar as semelhanças existentes entre nós, seres humanos, durante a nossa história. Sabendo que pelo fato de convivermos em sociedades temos muito em comum no que diz respeito ao modo de pensar e agir. Citaremos as diversas mudanças que estão acontecendo a todo instante em nosso mundo e com isso abriremos à possibilidade de uma maior visualização de algumas situações.

Falar do conceito global da vida é algo muito complicado, afinal estamos tratando com seres humanos diferentes uns dos outros e com vontade própria. Claro que Isso deveria ser algo muito fácil para nós, afinal, estamos vivos e creio que desejamos permanecer assim por um longo período de tempo. Não iremos entrar na discussão da origem, pois como já percebemos, se passou muito tempo desde esse acontecimento e nada que possamos vir a implementar ou retirar agora, irá alterar algo na história da evolução do homem até o presente momento. Assumiremos como idéia primária que todo ser humano quando nasce encontra o Universo a sua espera e esse ser humano, terá o direito de usufruir a todas as oportunidades desse imenso desconhecido. Afinal, somos embalados desde que nascemos com àquelas histórias de Reis, Fadas, Políticos Competentes, Super Heróis e coisas desse tipo, tudo isso vai alimentando em nós um desejo e uma imensa curiosidade sobre o desconhecido. Com todos estes parâmetros na cabeça, iniciamos a nossa trajetória pela educação e com a nossa presença na escola. Então, deste ponto em diante começam às descobertas de novas pessoas, que são diferentes de nós em alguns instantes, e assim acabamos de inaugurar a arte da sobrevivência na sociedade e estaremos a cada dia aprendendo mais. Até irmos percebendo, pouco a pouco, o quão injustos são os valores da sociedade em que vivemos. Mas, temos que aprender a viver com essas diferenças e a conviver com as suas leis e sob os seus olhares. E é nessa fase da vida que desejamos ter o mundo inteiro, desejamos tudo o que imaginamos, sonhamos com um mundo aos nossos pés e fazemos tudo ao mesmo tempo, afinal, o tempo é algo que não existe. Então traçamos alguns objetivos, muitos deles sem nexo algum, mas como nesta fase pode-se tudo, que mal haveria em se desejar ir a Júpiter via tele transporte, afinal, o desconhecido está lá para ser descoberto. Mas, logo a vida começa a nos dar sinais e não são só sinais positivos, são vários sinais negativos e esses sinais nos deixam perdidos por vários momentos de nossa vida, eles nos perturbam e fazem aparecer milhares de dúvidas ao mesmo tempo, dúvidas essas que nunca serão respondidas e nem sequer lembradas, depois de algum tempo. “Vamos abrir um pequeno parêntese neste momento, até agora não tocamos no aspecto social, isso porque estamos entendendo que os fatos aqui descritos são comuns a todos os seres humanos, independente do seu aspecto social e é claro, que os níveis sociais poderão ser maiores ou menores, mas, trataremos como iguais para todos.” Voltando a nossa história, a partir de um determinado momento em nossas vidas somos obrigados a escolher um ofício ou simplesmente começar a trabalhar em alguma atividade. É durante esta fase que surgem os “Grupos”, antigamente conhecidas como “Turmas”, de qualquer maneira, esses grupos são um incentivo ao autoconhecimento, quando não a algum tipo de racismo e à retribalização da espécie. Os seres humanos deveriam se dar conta que entre as formigas, as abelhas e outras tantas espécies de seres vivos não se convive mais com o problema de classe social. Afinal, alguns nascem para ser a elite e o resto nasce para ser o resto mesmo. Tudo isso já foi resolvido antes, está tudo nos genes, deve ser baseada nesta idéia que algumas Nações crêem na existência de seres humanos de uma classe inferior aos outros. O problema com as sociedades humanas é que a natureza confiou demais no altruísmo voluntário. Daí a resistência à flexibilização das leis trabalhistas, a briga pelo valor mínimo do salário mínimo, as greves e coisas desse tipo. Falta de altruísmo no sangue da maioria. A natureza criou a iniciativa individual e a compulsão para o lucro em alguns, mas esqueceu de criar a iniciativa para o sacrifício e a compulsão para a acomodação em outros, sem os quais as leis naturais do mercado não funcionam muito bem.



  
Hoje em dia com a técnica da navegação via satélite, que nos permite saber a qualquer momento exatamente onde estamos, foram geradas algumas necessidades. Como não estamos ligados a satélites, temos de suprir as nossas próprias coordenadas e renova-las diariamente. Depois de nos situarmos e descobrir que vivemos no Brasil, América do Sul, Hemisfério Ocidental Sul, Terra, Sistema Solar, Via Láctea. E ainda que estamos no ocaso da civilização do carbono, permanecemos Pentacampeões de Futebol (Graças ao Dunga) e os nossos aparelhos celulares estão cada vez fazendo mais coisas e ficando infinitamente menores. Após estabelecermos todas as nossas coordenadas, nos situamos como um indivíduo, um cidadão, um universitário momentâneo, um eleitor sem uma escolha definida, uma entidade autônoma e um precário organismo evanescente num Universo em degradação. Já não é mais nenhum segredo para nós que os físicos vivam atrás de uma teoria única para a criação do Universo e que os políticos sempre estão perseguindo a explicação absoluta da teoria do por trás de tudo pode e sabemos que teorias conspiratórias exigem muito trabalho, estudo, meticulosidade e alguns fatos obscuros. Já as teorias unificadoras não requerem esforço algum, elas são justamente um pretexto para não se pensar em mais nenhuma hipótese.

Acreditar na sorte é preciso, mas trabalhar para a renovação das ferramentas para enfrentar o desconhecido é muito mais urgente. Há tempos li em algum lugar, que a China é como a Internet. Todo mundo sabe que uma coisa daquele tamanho, com tanto público, tem que ser um sucesso comercial e dar muito lucro. Mas ninguém sabe exatamente como fazer isso. Não faltam interessados tentando descobrir o verdadeiro tamanho do mercado potencial Chinês, mais de um bilhão de pessoas, derrotou as restrições americanas ao velho inimigo comunista e suas violações de direitos humanos, pois atualmente, já não se perde muita coisa continuando com o bloqueio a Cuba. Isso nos remete a outro pensamento. Imaginemos: O Petróleo acabou de acabar e o mundo inteiro passou a depender única e exclusivamente, para rodar toda a sua energia de produção e vida, de algum combustível vegetal. Biodiesel, Metanol ou Álcool, como queiram chamar. Ninguém tem tanto Biocombustível para vender, ou a terra para produzi-lo, do que o Brasil. Enquanto o Oriente Médio afunda no seu subsolo vazio e a areia cobre suas refinarias e seus palácios, o Brasil se transforma no principal fornecedor do sangue industrial do Mundo. Já temos um bom começo nesse segmento, conhecemos essa tecnologia, quem não se lembra dos “inesquecíveis” carros a álcool. E mais: ao contrário do combustível fóssil, o biocombustível não acaba. Seremos os “Novos Árabes” do mundo por muito mais tempo que os originais. Voltemos à China novamente, com os Chineses precisando cada vez mais de combustível e os Americanos cada vez mais incapazes de largar o vício da gasolina barata, o petróleo não dura até o fim deste século. Então será a vez do Brasil. Temos a matéria-prima para substituir o Petróleo, temos a terra, temos a técnica, temos o maior interesse e temos a atitude. Estamos prontos. Ou pelo menos, pensamos que estamos. E lembrem-se, tem um buraco que os Americanos fizeram lá no Mar “deles”, que não para de vazar a mais de três meses, pelo menos até a data de conclusão deste o furo estava lá, firme e forte soltando tanto Petróleo que daqui a pouco vai ter uma rede de refinarias e postos de combustível selv-service para os navios, tudo isso em pleno alto mar.



  
Agora vamos pensar num assunto que me tira o sono toda a noite. Atualmente qualquer um com um computador com acesso a Internet pode editar seu próprio Livro, Revista ou Jornal. Qualquer um pode produzir o que quizer. Só que essa Liberdade tem uma contrapartida tétrica: assim como qualquer um pode dispensar a indústria literária para publicar seus folhetos, mesmo que digitais ou dispensar também a indústria musical para gravar um conjunto musical, qualquer um pode ter nas mãos a capacidade de um exército sem precisar de uma Nação. A Nação e o seu exército são as grandes estruturas que se tornaram desnecessárias em virtude da sofisticação dos recursos disponíveis para quem quer se expressar, no caso não como arte, mas com estouros. Coisas como um lançador de mísseis desmontável e portátil, a relativa facilidade em fabricar e transportar projéteis nucleares ou com cargas químicas e claro, um computador com um programa adequado. Afinal é só ligarmos um computador a Internet e ter acesso a alguns sites de notícias ou a qualquer outro tipo de informação. Nunca o qualquer um teve tanto poder. Ele já atuou no passado e influenciou muito na história, mas não tinha os meios poderosos que tem agora. Com a existência desta possibilidade de espalhar o grande terror, que era exclusividade das grandes nações e dos exércitos grandiosos. Vivemos sob a tirania da imprevisibilidade e da sua independência das grandes estruturas: cada um é uma nação de um só, com a sua indústria de morte própria. Afinal, seja em Páginas da Internet, em Sites, em Blogs, em todo o tipo de individualidade exclusiva. Pois o maior terror do qualquer um é que ele pode ser qualquer um.

Vamos dividir a História em algumas eras, com começo e fim bem definidos – a gente vive para frente, mas compreende para trás – Falaremos um pouco dos loucos anos 20, quando várias liberdades novas começavam a ser experimentadas, esquecendo um pouco, que foi a era que gerou o fascismo. Iremos agora, para a leitura convencional dos anos 40, já que os Estados Unidos foram salvos pela Segunda Guerra. Com o fim da Segunda Guerra começou a Era Americana – já que os Americanos salvaram o Mundo – e ficaram com ele. Os plácidos e sem graça anos 50 não foram tão aborrecentes assim, afinal foram os anos do “existencialismo”, das revoluções na arte, na literatura, o nascimento do Rock e nos fabulosos anos 60 tudo o que era velho, era reciclado e tomava conta das praças e das ruas. Nos anos 70 e 80 também houve muito desencontro entre a percepção e a realidade. Depois os anos 90 até agora não param de surgir às maravilhas concebidas pela ciência, na verdade estamos vivendo um Novo Iluminismo, é uma pena que só saberemos disso no Brasil daqui a uns trinta anos. Ou talvez não. Lembra-se do Politicamente correto? È verdade que tem os seus exageros, como chamar baixinho de “verticalmente prejudicado”, mas no fundo vem de uma louvável preocupação em não ofender os diferentes. É muito mais gentil chamar estrabismo de “idiossincrasia óptica” do que de vesguice. O linguajar Brasileiro está cheio de expressões racistas e preconceituosas que precisam de uma correção, e até as várias denominações para bêbado (pinguço, bebum, pé-de-cana) poderiam ser substituídas por algo como “contumaz etílico” para poupar-lhe os sentimentos. Também temos que mencionar o tratamento verbal dado aos negros, é um exemplo da condescendência que passa por tolerância racial no Brasil. Termos como “crioulo”, “negão”, etc. são até considerados carinhosos, do tipo de carinho que se dá a inferiores, e felizmente cada vez menos ouvidos. “Negro” também não é o mais correto. Já que foi substituído por “afro-descendente”, por influência dos Afro-Americans, num caso de colonialismo cultural positivo. Vamos perceber também nessa nossa viagem que ser neoliberal é jamais ter de pedir perdão. Para eles, a Argentina não está quebrada porque foi obediente ao modelo neoclássico, quebraram porque não foram obedientes o bastante. Não deixa de haver lógica nessa desconversa: se os argentinos tivessem, como dizem os papagaios de americanos, “feitos o dever de casa” exatamente como mandaram os seus mestres, talvez não sobrasse um só de pé – bom, talvez alguns banqueiros – e todos os problemas da Argentina desapareceriam, junto com a Argentina.

                                                                                            
Todo Grande Gênio é um pouco Louco

  
Na verdade, têm dias em que a única coisa boa no jornal é que a solução das palavras cruzadas sairá no dia seguinte, mas felizmente não é sempre assim. Outro dia li uma notícia que me deixou animado. Parece que fizeram alguns cálculos e descobriram que não existem três milhões de asteróides soltos no espaço que podem chocar-se com a Terra. Não passam de 500 mil, e desses só uns 50 mil – 10 por cento, se tanto – com reais possibilidades de acabar com toda a vida no nosso planeta. Alise-se isto a notícia de que a pior crise econômica já passou, as bolsas estão em alta, o BNDES agora vai tratar as empresas brasileiras como se fossem estrangeiras, sem torcer o nariz, o topless e o acesso à Internet via banda larga foram liberados, e a conclusão é que, a não ser pela maioria da população – que não sabe o que é essa tal de economia e não reconheceria um asteróide mesmo que ele caísse sobre as suas cabeças -, ninguém no Brasil pode deixar de ser otimista. Mas é claro que um novo cálculo sobre os asteróides pode mudar tudo isso.

Para darmos inicio ao fim desta viagem no tempo, vamos pensar um pouco: estamos longe das bombas e das granadas, só dando palpites sobre o que escrevem e o que ouço falarem por aí. Não sei da metade do que está acontecendo, pra dizer a verdade, o único fato que posso falar é sobre os jogadores do meu time de futebol, aliás, muito ruins. Mas, pelo menos eles são bons amigos, sempre saem juntos para jantar. Isso também é só um palpite, afinal, eles podem ter mais em comum. Assim como aquelas “Cenas” que acompanhamos na última Copa do Mundo FIFA de Futebol, na Seleção da Argentina, era um gol e uma porção de jogadores se beijando entusiasticamente na boca para comemorar, até o Técnico, inclusive esse último era o maior incentivador deste hábito. Claro que não existe nenhum mal nesse habito, pelo menos é o que dizem. Visto que a nossa vizinha Argentina só esperou a Copa do Mundo acabar para oficializar a Lei do casamento entre indivíduos do mesmo sexo. Com certeza iremos utilizar alguns dos “artifícios” que mencionamos logo no inicio deste texto, afinal, a Lei “natural” da evolução nos revela que para haver a reprodução humana, precisa de um macho e uma fêmea. Então, como existem muitas tendências “diferentes” hoje em dia, é preciso aprender a entender o diferente e saber administrar e conviver bem, com toda essa diferença existente nos dias atuais.


   
Entrando na reta final deste, sabemos que não se faz uma omelete sem quebrar os ovos, isso já é do conhecimento de qualquer um. Mas muitas pessoas que nem gostam de omelete, gostam só do barulhinho que se faz quando estamos batendo os ovos. Essa idéia de que alguns gostam só do sentido, mas, não a executam é muito antiga. Já que todos os fins são nobres para quem os justifica, seja uma sociedade sem descrentes, sem classes ou sem raças impuras. Nos Brasileiros sabemos que o fracasso do comunismo na prática, acaba em qualquer desculpa para o Stalinismo. O tempo ainda não conseguiu redimir todo o horror, o fim foi só a condenação dos meios. Para nós – que fomos escolhidos não apenas por ser um exemplo mais à mão, mas por ser uma Nação Campeã Internacional da Injustiça – a ideia do sacrifício de algumas gerações por um futuro redentor permanece. Afinal, o Pré-Sal é o que? Vivemos com um stalinismo brando que nem se percebe o fruto de hábitos muito antigos. É uma pena que a Juventude de hoje que está nas Universidades, está mais preocupada com a Nota final e com a próxima Cerveja que virá, do que como se resolve alguns dos problemas atuais da nossa sociedade e como criar ou alterar algumas Leis de interesse nacional. Vamos agora tocar num ponto comum a todos, o DNA. Será que o DNA pode ser classificado como de esquerda ou de direita? Para todos o código genético é o mesmo? Eles são iguais? Se sim, seria um ponto para a esquerda, mas se cada indivíduo tem uma senha diferente, ponto para a direita. Mas o que diz a velha biologia sobre isso? Ela diz que o DNA dá razão a quem diz que características adquiridas não são hereditárias, nenhuma experiência cultural afeta os genes transmitidos e a humanidade não ficará mais virtuosa – muito menos socialista – com o tempo. Mas a própria descoberta do DNA e todas as projeções mostram como o ser humano pode, sim, interferir na sua própria evolução, e como existe nele uma determinação inata para o autoaperfeiçoamento. Antes de acabar, vamos falar sobre a indefinição ideológica dos nossos genes, se trata apenas de mais uma lista de paradoxos que nos dividem. É de esquerda quando se é a favor do aborto e contra a pena de morte, enquanto os de direita defendem o direito do feto à vida, porque é sagrada, e ao mesmo tempo o direito do Estado de tirá-la, embora não gostem que o estado interfira, o que seria uma abstração, mas aceita a desigualdade social, ou o sacrifício de muitos indivíduos pelo sucesso de poucos como natural. Feliz é a mosca, que tem mais ou menos a nossa estrutura genética, mas absolutamente nenhum interesse nas suas implicações. Vamos chegando ao final dessa viagem, antes preciso dizer que muitos pensamentos aqui utilizados foram desenvolvidos lendo alguns livros do Luis Fernando Veríssimo, e aproveitando esse fato, citarei o próprio para encerrar: As utopias morreram, as ideologias agonizam e eu também não ando me sentindo muito bem, então até a próxima, se houver próxima vez...

Fonte
Luis Fernando Veríssimo e sua obra.
 


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