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Conteúdos de Administração e assuntos atuais.

21 de fevereiro de 2013

SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO: EM BUSCA DA IDENTIDADE


            - GESTÃO DO CONHECIMENTO -

 
 
 
- SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO: EM BUSCA DA IDENTIDADE -
 
            O novo milênio é caracterizado por transformações no panorama da vida social humana. As tecnologias da informação estão modificando em ritmo acelerado as relações, a economia, o estado e a sociedade. As mudanças sociais são tão profundas quanto a transformação tecnológica e econômica.
 
Certamente nunca antes as mudanças das técnicas, da economia e dos costumes foram tão rápidas e desestabilizantes, (Lévy, 1996). Nesse cenário, a procura da identidade social e individual é uma tendência que, apesar de não ser nova, já que essa é uma busca desde os tempos mais remotos, muitas vezes está se caracterizando na principal fonte de significados. Em tempos de ampla desestruturação das organizações, as relações são efêmeras e os movimentos culturais, fugazes.
 
É cada vez mais habitual que as pessoas não organizem seu significado em torno do que fazem, mas sim em torno do que crêem ser. (CASTELLS, 1997). Concomitante a esse processo, as redes de comunicação conectam ou desconectam indivíduos, regiões, países, o que permite um intercâmbio de diferentes culturas, transformando a estrutura de pensamento e das decisões estratégicas.
 
A estrutura de poder das organizações cada vez mais se constituem em forma de redes em que cada individuo compreende o seu trabalho e reflete sobre ele. A economia mundial vem passando por grandes transformações que se manifestam na base produtiva; o fenômeno da globalização está presente e parece irreversível, ele se manifesta na aceleração da internacionalização produtiva e financeira, o que provoca mudanças internas em diversos níveis.
 
Na era do conhecimento, as organizações buscam soluções para diversos desafios dentro desse novo contexto. O conhecimento tornou-se o recurso mais importante, mais ainda do que a matéria - prima e muitas vezes mais do que  o dinheiro. Segundo Sveiby (1998) ao contrário da terra, do petróleo e do ferro, informação e conhecimento não são produtos intrinsecamente escassos. Segundo ele, uma economia baseada no conhecimento e na informação possui recursos ilimitados. Drucker (2001) defende a idéia de que o recurso econômico básico não é mais o capital, nem os recursos naturais ou a mão-de-obra, mas sim “o conhecimento”.
 
A atual situação provocada pelas mudanças, que já fazem parte do contexto histórico da humanidade, recai na busca da identidade. Encontramos, então, duas vertentes: de um lado, os que prevêem uma nova era, em que será possível extrapolar a lógica dos computadores e do DNA (ácido desoxirribonucléico) para entender a lógica das organizações; de outro, a teoria pós – moderna que duvida da nossa capacidade de compreender e dar sentido. Essa busca se reflete nos sistemas organizacionais, que estão engajados em uma mudança de perspectivas que os conduz a substituir os modelos tradicionais de gestão, autoritários e centralizadores, por outros modelos participativos.  A performance dos gestores é fundamental para produzir mudanças culturais na organização, estabelecendo uma nova relação com todos os atores envolvidos no processo. Percebemos neste capítulo que as profundas mudanças culturais, permeadas pelo avanço tecnológico, estão delineando uma nova identidade social.
 
 
MUDANÇA HISTÓRICA: SOCIEDADE E TECNOLOGIA
 
O início o século 21 é historicamente caracterizado pela transformação de nossa “cultura material”; por obra de um novo paradigma tecnológico, passamos da era industrial para a era da informação e do conhecimento, em que a tecnologia ocupa um papel central. No novo milênio, pessoas e organizações reconhecem que o conhecimento é o recurso mais importante.
 
Na era industrial, o Fordismo era considerado modelo de gestão, nesse momento empresas construíram suas estruturas organizacionais baseadas no Exército e na Igreja, com estruturas hierárquicas funcionando com horários rígidos e controle de todas as ações. Nesta época, foram criados os níveis hierárquicos que tinham as melhores remunerações, controlavam e direcionavam os empregados através de rígidos princípios. Com eles também ficavam o conhecimento dos principais processos organizacionais.
 
          Na década de 1940, após a segunda guerra mundial, o cenário era de países, e cidades destruídos. Era preciso, então, repensar os paradigmas empresariais e a ação do homem passa a fazer a diferença. Agora não era mais só inventar e sim planejar, criar e analisar. Surge a Era da Informação com a construção do primeiro computador em 1948.
 
Na década de 1970, no âmbito empresarial, inicia-se a implantação da qualidade total e nas décadas de 1980 e 1990 é a vez da reengenharia, o que gera aumento da competitividade e abre espaço para que o homem possa utilizar, de maneira mais democrática, o conhecimento.  Surge, assim, um espaço para pessoas dos mais diferentes níveis, proporcionando vários benefícios para o homem, assim como novas preocupações, já que as máquinas cada vez mais invadiam o espaço das empresas.
 
Na década de 1990, foram iniciados os sistemas integrados de gestão, o que para alguns empregados era mais um motivo de preocupação. No entanto para algumas empresas onde o sistema fora utilizado com sucesso, motivo de satisfação e alívio na interminável briga com a competitividade. Cada vez mais tarefas rotineiras e mecanicistas passam a ser realizadas por máquinas, fazendo que todos nós repensemos nosso futuro.
 
A velocidade da evolução tecnológica superou qualquer expectativa ou previsão e o principal responsável por toda essa evolução é o homem com seu poder de acumular e transmitir conhecimentos. Na era do conhecimento, as organizações buscam soluções para diversos desafios dentro desse novo contexto. Um dos temas mais desafiadores é o da Gestão do Conhecimento. Hoje, é indiscutível a relevância do conhecimento como fator capital à prosperidade organizacional.
 
A revolução da tecnologia, devido a sua capacidade de penetração em todos os âmbitos da atividade humana, nos remete a um momento em que uma nova cultura está em formação, resultado de um complexo modelo de interação.
 
O valor do conhecimento revela-se nos resultados econômicos.
 
O recurso econômico básico – os meios de produção, para usar uma expressão capitalista – não é mais o capital, nem os recursos naturais, nem a mão-de-obra. Ele será o conhecimento (...) Hoje o valor é criado pela produtividade e pela inovação, que são aplicações do conhecimento ao trabalho. Os principais grupos sócias da sociedade do conhecimento serão os trabalhadores do conhecimento – executivos que sabem como alocar conhecimento para usos produtivos, assim como os capitalistas sabiam como alocar capital para isso, profissionais do  conhecimento e empregados do conhecimento. (DRUCKER, 2001).
 
Assistimos nesse momento a uma nova cultura em formação, uma nova identidade social se delineando e as Tecnologias de Informação (TI), devido a sua capacidade de penetração em todas as atividades humanas estão produzindo mudanças na sociedade e em suas instituições.
 
Neste contexto, percebemos uma questão fundamental para que o progresso, em qualquer área do conhecimento possa acontecer o uso dos recursos tecnológicos, no sentido bem abrangente, como os que os gregos davam a essa palavra que ia muito além dos equipamentos e dos instrumentos físicos, incluindo toda relação com os meios e seus efeitos, não esquecendo o “porquê” e o “como”.  A Tecnologia está ligada com a mudança na forma de produção, provocando assim grandes transformações.
 
De acordo com Castells (1997), a “A tecnologia não determina a sociedade: a reproduz, a modela”. “Mas tampouco a sociedade determina a inovação tecnológica: a utiliza”. Por isso, é urgente repensarmos os espaços de aprendizagem nas Instituições de Ensino Superior. A transformação desses espaços não deve ser vista apenas de uma perspectiva administrativa ou até mesmo mercantilista e sim à luz do paradigma da prática reflexiva. Não se forma um profissional reflexivo, impondo-lhe condições de dar aula (PERRENOUD, 2001a).
 
O conhecimento torna-se o mais importante recurso por obra de um novo paradigma organizacional, passamos da era industrial para a era da informação e do conhecimento, onde a Tecnologia ocupa lugar central. Em todo mundo, os sistemas educacionais estão engajados em uma mudança de perspectiva que os conduz a substituir os modelos tradicionais de gestão, autoritários e centralizadores, por outros modelos mais participativos – Thuler (2002). A gestão do conhecimento, a importância do capital intelectual nas Instituições é o que começaremos a discutir a seguir.
 
 
A ERA DO CONHECIMENTO
 
A era industrial ainda tem forte influência no panorama organizacional contemporâneo, quando da criação de sistemas de avaliação financeira, que consideram apenas os ativos tangíveis como contabilizáveis. Os ativos tangíveis são palpáveis e determinados com precisão, como o salário dos empregados e a despesa com a energia. Entretanto, profundas modificações vêm determinando uma série de novas evidências econômicas, organizacionais, profissionais e sociais, sinalizando para a importância financeira de ativos intangíveis.
 
Os ativos intangíveis têm sido considerados, crescentemente, os grandes trunfos da atualidade. Embora se diferenciem dos bens materiais por não serem esgotáveis e não palpáveis, requerem, outrossim, um adequado gerenciamento, uma vez que se constituem em uma crescente parcela dos ativos das organizações. Os ativos intangíveis têm grande valor ao longo do tempo, caracterizando-se como um recurso de longo prazo, de difícil medição, mas que não deixa de ser lembrado nos momentos de negociação da venda de uma empresa, o que representa um paradoxo contábil (SVEIBY,1998; EDVINSSON, 1998).
 
Os intangíveis que interessam ao ambiente organizacional, apesar de serem considerados invisíveis, classificam-se em três grupos: a competência do funcionário, a estrutura interna e a estrutura externa. A competência diz respeito à escolaridade e à experiência do funcionário; a estrutura interna trata da estrutura legal, os sistemas manuais e a gerência das organizações; e a estrutura externa, as marcas e as relações com os clientes e fornecedores (SVEIBY,1998).
 
Inserido na categoria de competência do funcionário, o conhecimento humano é o mais primitivo dos intangíveis, pois em toda a trajetória da humanidade se tentou dominá-lo. É também considerado o intangível mais importante, pois não é propriedade de mais ninguém, a não ser daquele que o possui. Os indivíduos são considerados os agentes multiplicadores de intangíveis nas organizações, uma vez que têm a capacidade de gerar novas idéias, que surgem a partir das experiências, da comunicação e de inferências dirigidas ao indivíduo, caracterizando a relevância do conhecimento na perspectiva organizacional (SVEIBY, 1998; MARIOTTI, 1999; TERRA, 2001).
 
O conhecimento significa nascer com e ratifica sua pertinência ao ser humano, sujeito do processo, que é dotado, desde o seu nascimento, da capacidade de extrair informações da realidade, necessárias à formação de uma nova compreensão. Complementarmente, é considerado como redimensionável, por depender de perspectiva pessoal e de ambiente; e tem o poder da libertação, pois desprende o homem de todas as amarrações sociais, geográficas e tecnológicas, exercendo um alcance significativo no processo de satisfação pela vida e na realização dela. Seu comportamento é passível de uma relação proporcionalmente direta com o tempo, caracterizando-o como histórico; e como social, por ser possível o seu compartilhamento, com as pessoas.
 
O tempo e o processo de compartilhamento são duas variáveis determinantes da valorização do conhecimento. Com o passar do tempo e com o seu compartilhamento, o conhecimento se valoriza.
 
O conhecimento começou a ser considerado pelos economistas do século XVIII, como um recurso contabilizável, acompanhando as características inerentes dos recursos financeiros, que podem ser adquiridos, produzidos e armazenados. Eleito o mais nobre recurso de poder gerencial, o conhecimento, na nova perspectiva econômica, é responsável pelo bom funcionamento e crescimento da engrenagem organizacional, ultrapassando o aspecto mecanicista dos procedimentos organizacionais baseados na informação. No entanto, o conhecimento é constituído por dados, pela fé, pelos costumes e pelos valores de quem o detém.
 
 
Os conhecimentos consolidados são reformulados pelo processo de aprendizagem, que é uma típica característica humana, e que acontece a partir do esforço pessoal e coletivo de reconstrução. O processo de aprendizagem pressupõe uma renovação permanente, uma reconstrução dinâmica e uma superação infinita. Utiliza o pensamento como ferramenta mestra na manipulação e na retenção dos novos conhecimentos obtidos pelo estudo, pela pesquisa e por um sistemático processo de observação.
 
A aprendizagem é uma ação infinita, caracterizando-se sempre como provisória. Algumas premissas essenciais que possibilitam a permanente reconstrução do conhecimento como a aprendizagem autêntica, que propõe a reconstrução do indivíduo, são: a motivação, o processo formativo, a aprendizagem interdisciplinar, o verdadeiro processo de aprendizagem, a reconstrução permanente, a competência humana e os meios eletrônicos (DEMO, 1999).
 
As universidades e as instituições de ensino exercem um papel importante no processo de aprendizagem, construindo nos indivíduos a estrutura de conhecimentos teóricos, sociais e metodológicos que constituem a base da competência humana necessária à organização. Para as universidades, instituições que tratam o conhecimento, a representatividade da gestão do conhecimento no panorama atual representa uma fonte de satisfação e de preocupação. A satisfação está no reconhecimento público do seu valor sócio-econômico; e a preocupação, na necessidade de se requalificar como instituição de educação, em meio à multiplicidade de instâncias, que buscam ocupar um espaço que era exclusivamente da universidade (TERRA, 2001).
 
De acordo com Mariotti (1999), o conhecimento do ser humano vem se comportando de forma escalar, confirmando que cada vez mais, em espaços de tempos menores, o ser humano precisa aprender, evidenciando um processo de aceleração da aprendizagem.
 
O conhecimento, visto como forma de sobrevivência e de competitividade das organizações contemporâneas, precisa ser cuidado, mantido, compartilhado e reinventado. Mas apesar desta abordagem organizacional, o processo de construção do conhecimento continua tendo como seu embrião o ser humano, com todas as suas emoções, aspirações, esperanças e intenções (DEMO, 1999; SVEIBY,1998).
 
A produtividade organizacional é uma evolução dependente do desenvolvimento e da aplicação de novos conhecimentos. É realçada pela habilidade de assimilação do conhecimento, pela utilização desse conhecimento para algum fim e também pela contribuição de especialistas do conhecimento. A evolução do conhecimento em potencial do saber é a forma mais eficiente do uso do conhecimento.
 
Na busca da sabedoria, a transformação da rotina das empresas injeta dinamicidade ao seu potencial inovador e faz do nível de criatividade e de compreensão das idéias partilhadas entre seus funcionários sua mola propulsora do processo de desenvolvimento.
 
Drucker (1994), um dos primeiros estudiosos a visualizar a transformação do paradigma econômico na era pós-industrial, menciona que um dos procedimentos mais importantes na sociedade do conhecimento é a criação de processos sistemáticos que possibilitem a criação do novo conhecimento e o desprendimento do conhecimento arraigado e viciado no cotidiano organizacional. De acordo com o referido autor, a melhoria das atividades de forma continuada, o desenvolvimento de maneiras próprias, criadas a partir de práticas de sucesso, e o processo de inovação contínuo, são os métodos apropriados para a renovação do conhecimento organizacional. Acreditava-se que esses métodos podiam transformar o conhecimento em sistemas de informações de modo a serem utilizados no processo de ensino-aprendizagem.
 
Atualmente, o diferencial competitivo das empresas é assegurado pelo como se produz, por meio de processos eficientes e eficazmente personalizados, de modo a não possibilitar a reprodução do produto ou do serviço com todas suas qualidades e diferenças por um concorrente (SVEIBY,1998).  É, de certa forma, a busca pela personalização do produto e que encontra correlação na educação com a personalização do aprendizado.
 
Diante do exposto, identifica-se que a era do conhecimento pressupõe valorização do capital intelectual, permanente atualização na formação dos profissionais e utilização das novas tecnologias como suporte indispensável para produção de conhecimento e valorização dos bens intangíveis de uma instituição.          No tocante especificamente à educação, esses valores também não podem ser esquecidos, tendo em vista que o processo de formação e de construção do conhecimento é responsável direto pela produção de novos bens intelectuais.
 
Esses bens vão gerar ganhos em um sistema de construção coletiva e na formatação de um perfil educacional, que leve em consideração os aspectos e a filosofia de organização da produção e disseminação culturais sustentados pela estrutura de gestão do conhecimento e pelo uso das tecnologias de informação e comunicação.
 
 
GESTÃO DO CONHECIMENTO
 
A importância do conhecimento certamente não é uma nova descoberta considerando-se que, desde os tempos mais remotos, os homens que detinham o conhecimento eram os que se destacavam dos demais.  Identificou-se que, durante um grande período, o acesso ao conhecimento era restrito a alguns privilegiados, além de ser utilizado como meio de opressão e domínio.
 
Na verdade, segundo Zabot e Silva (2002) “o conhecimento é um trunfo competitivo de extremo poder, e é de extrema importância não só na aquisição, como também na sua criação e transferência”.  Diante dessa afirmativa, pode-se considerar o conhecimento como forma de capital, especificamente de capital intelectual, que deve ser empregado na produção de riqueza.
 
O desenvolvimento de novas tecnologias certamente está atrelado ao desenvolvimento de novos conhecimentos, assim como as possibilidades de utilização dessas novas tecnologias, levam à expansão e à construção de novos ambientes de aprendizagem que, certamente, serão responsáveis pela produção e disseminação de novos conhecimentos (ZABOT e SILVA, 2002). 
 
Há aproximadamente cem anos, a passagem da sabedoria dos negócios de família acontecia de forma hereditária, de pais para filhos, de artesãos para aprendizes e de forma geral por meio da troca de experiências entre trabalhadores do mesmo ramo de atividade. Em uma abordagem mais contemporânea, a gestão do conhecimento é retratada como um objetivo organizacional explícito que valoriza as capacidades, habilidades e competências dos funcionários, além de valorizar o capital intelectual.
 
O conceito da gestão do conhecimento surgiu nos anos 90, não somente associado ao processo operacional, mas principalmente à estratégia organizacional e à necessidade de produção de novos conhecimentos que gerem ganhos em todos os segmentos de uma instituição (SANTOS, 2001; SVEIBY, 1998).
 
A gestão do conhecimento constitui-se pela contínua redefinição da proposta organizacional e de como fazer as coisas da organização, de forma a minimizar o tempo de resposta aos participantes da corporação, com a utilização do conhecimento criado quando da execução da ação de negócio. Se associarmos esse conceito à prática educacional, não é difícil perceber que a reconstrução permanente do conhecimento e a busca por respostas diante dos problemas a serem resolvidos, são, na verdade, um processo de gestão do conhecimento a ser atingido ou produzido quando da prática docente.
 
Em termos práticos, a gestão do conhecimento refere-se a uma ação estratégica de criação de processos que identificam, capturam e alavancam o conhecimento.  Nesse aspecto, a utilização das novas tecnologias, seja na questão organizacional ou no processo de ensino e aprendizagem, torna-se um dos componentes fundamentais para um bom desempenho no processo de gestão do conhecimento.
 
Abordar a gestão do conhecimento certamente não é uma tarefa fácil e sim, complexa. De acordo com alguns autores, a gestão do conhecimento pode ser compreendida como uma alavanca para a sustentação da competitividade organizacional futura; entretanto, pode gerar ansiedade aos gerentes da organização, que precisam visualizar o que é útil e relevante ao armazenamento de informações.
 
A gestão do conhecimento é retratada por Bailey e Clarke (2000) sob os focos da tecnologia da informação, do capital intelectual e sob uma ótica prática.         Considerando a tecnologia da informação, a gestão do conhecimento é um processo organizacional que combina de forma sinergética os dados e as informações processadas por sistemas informacionais, com a criatividade e a inovação do ser humano.
 
Considerada sob a perspectiva do capital intelectual, a gestão do conhecimento enfatiza a exploração do capital humano, do conhecimento tácito individual, do capital estrutural, presente nas rotinas organizacionais e do capital presente nas relações com o cliente.
 
Sob uma ótica de caráter prático, é definida como os procedimentos que administram a criação, a disseminação e a utilização do conhecimento para a execução dos objetivos da organização. Bailey e Clarke (2000) registram ainda a presença de três elementos importantes para a gestão do conhecimento: a tecnologia, a mensuração e o processo.
 
Em sua análise, Bailey e Clarke (2000) reconhecem a gestão do conhecimento, como sendo um processo em que, um gerente, por exemplo, possa generalizar, comunicar e explorar o conhecimento das pessoas em benefício da organização. Para isso, partem do conceito de conhecimento e consideram duas questões. A primeira quando define ser o conhecimento toda idéia passível de ser utilizável e que apresente valor organizacional. A segunda retrata a inserção destas características em uma realidade empresarial, onde cada gerente, para encontrar qual o melhor caminho, precisa analisar a sua organização.
 
A construção do conhecimento acontece tendo como principal insumo variadas informações e como processo propulsor a interação, que considera como características fundamentais a coerência, a relevância e a ação, permitindo e viabilizando a generalização, a comunicação e a exploração do conhecimento em prol do indivíduo e da instituição. Configura-se em um processo que requer pró-atividade e reatividade para se efetivar com a reutilização e com a reconstrução de conhecimentos.
 
A reconstrução de conhecimentos é viabilizada pela expansão das redes de comunicação, utilização das novas tecnologias e pelo processo de interação coletiva, que possibilitam a codificação, o armazenamento e o compartilhamento do conhecimento (TEDESCO, 2004).
 
A gestão do conhecimento é um processo sistemático de identificação, criação, renovação e aplicação dos conhecimentos estratégicos da organização, que permite à organização reconhecer o que ela sabe. Como um processo corporativo, a gestão do conhecimento está focada na estratégia da organização, nas suas competências, no capital intelectual, na aprendizagem organizacional, na inteligência empresarial e na educação corporativa. A gestão do conhecimento visa mensurar a eficiência da empresa, que retrata a prática de agregar valor à informação e depois disseminá-la (SANTOS, 2001).
 
Ainda de acordo com Terra (2001), os trabalhadores do conhecimento têm questões e desafios a superar e, basicamente, esses desafios estão relacionados à capacidade de mapear o conhecimento individual existente nas empresas; estimular e facilitar a disseminação do conhecimento tácito dos trabalhadores; atrair e reter pessoas com as competências requeridas; equilibrar o trabalho em tarefas de grupo e individual; investir em tecnologia da comunicação e informática para aumentar o conhecimento da empresa, não apenas para acelerar o fluxo de informações mas para permitir a produção contínua do conhecimento; identificar políticas e processos que modelem comportamentos relacionados ao estímulo, à criatividade e ao aprendizado; e criar incentivos ao compartilhamento de conhecimento (TERRA, apud SANTOS, 2001).
 
Conforme dissertado nos parágrafos anteriores, não é difícil observar que a gestão do conhecimento é um processo que tem história e se diversifica conforme a aplicação e necessidades das instituições, seja com objetivos de obtenção de lucros de capital financeiro ou de geração de lucros a partir da produção e disseminação do conhecimento.  Qualquer que seja o objetivo, fica também evidenciado que o capital intelectual e o uso de novas tecnologias são propulsores fundamentais para a implantação e sucesso do sistema de gestão do conhecimento.
 
 Associada à teoria organizacional, a gestão do conhecimento tem um enfoque contemporâneo, entretanto, é um processo que sempre existiu em todos os tipos de organizações.  A sociedade do conhecimento está voltada para a produção intelectual em que a capacidade de aprendizagem assume um lugar privilegiado. O contexto empresarial atual nos remete a várias discussões, uma delas é a sobrevivência das organizações nesta nova era, onde o conhecimento é reconhecido como fator capital á prosperidade organizacional. Na apresentação do trabalho de Terra (2000, p.11), Plonsky enfatiza o conhecimento como eixo estruturante do desempenho das sociedades, regiões e organizações. Stewart (1998, p18) ainda é mais contundente:
 
A informação e o conhecimento são as armas termonucleares competitivas de nossa era. O conhecimento é mais valioso e poderoso do que os recursos naturais, grandes indústrias ou polpudas contas bancárias. Em todos os setores, as empresas bem-sucedidas são as que têm as melhores informações ou as que as controlam de forma mais eficaz – não necessariamente as empresas mais fortes.
 
Na atual revolução, as fontes essenciais de riqueza são o conhecimento e a comunicação. Algumas empresas chegam a gastar mais em P&D (pesquisa e desenvolvimento) do que em todas as outras formas de equipamento. Alguns paradigmas empresariais começam a ser quebrados, transformar organizações em locais em que se pensa e não só se produz é, provavelmente, mais importante para a realização do trabalho da maioria dos profissionais dos mais diferentes setores, inclusive o agrícola, operários e burocratas, o que diferencia essa nova era da realidade de bem pouco tempo atrás. Sendo assim, informação e conhecimento são, ao mesmo tempo, matéria -- prima e produto do trabalho.
 
A forma de realizar o trabalho mudou, o componente intelectual do trabalho aumentou, a competitividade e a velocidade do avanço das tecnologias fazem com que “os conhecimentos tenham um ciclo de renovação cada vez mais curto” conforme Lévy (1999). Numa economia global, a vantagem competitiva de uma organização está na forma com que ela administra o conhecimento.
 
Nesse movimento de mudanças constantes, conceitos como de gestão de competências, gestão do conhecimento, organizações que aprendem, Universidades Corporativas, Educação a Distância fazem parte do universo empresarial e se complementam para gerenciar o Capital Intelectual de uma organização. Essa filosofia requer práticas inovadoras e processos de vantagens competitivas que precisam ser permanentemente reinventadas, não basta concentrar esforços em poucos indivíduos ou áreas das organizações. Uma nova cultura empresarial precisa ser estabelecida em que “aprender a aprender” se torne um princípio para todos os atores envolvidos. A constante mudança do mundo contemporâneo requer o desenvolvimento de novas competências, ou seja, as organizações precisam ser vistas como algo em movimento evolutivo constante.
 
 
Os lideres de hoje enfrentam um grande desafio, sem “receita de bolo”, a percepção ao processo de mudança deve ser observado e explorado, novos projetos e iniciativas devem ser vistos como um processo de aprendizagem constante. Para isso, quatro itens são sugeridos por Peter Senge, Art Kleiner, Charlotte Roberts – HSM Management - A Dança das mudanças.
 
1- Definir os objetivos que pretendem alcançar;
2- Experimentar novos projetos ou iniciativas;
3- Aprender com seus sucessos e fracassos;
4-Trocar opiniões de forma franca e aberta;
 
Assim se consegue manter o rumo mesmo que um de seus líderes deixe de existir.
Para reforçar o crescimento, são importantes:
1- Melhoria dos resultados pessoais;
2- Desenvolvimento de redes de pessoas comprometidas;
3- Bons resultados do negócio. Não se pode deixar de lembrar que o aprendizado leva tempo e consome recursos.
 
Percebe-se que o problema não é a falta de tempo, mas a falta de flexibilidade. Podem existir poucos ou muitos grupos piloto dentro da organização, oxigenando e gerando resultado para o todo. A dinâmica das mudanças se compara a um ser vivo, em movimento constante: portanto, o gestor de hoje deve se valer de habilidades e capacidades para se relacionar com este organismo.
 
A mudança faz parte do cotidiano de toda empresa. Portanto devemos perceber que o ambiente empresarial mudou, as pessoas estão quebrando paradigmas e nós temos que nos adaptar crescer. Construir na diversidade de ações, habilidades e competências, é entender a grandiosidade desse momento.
 
Percebemos que a sociedade do conhecimento está voltada para a produção intelectual em que aprender a aprender ganha lugar privilegiado. As fontes de riqueza são o conhecimento e a comunicação. Surgem novos paradigmas organizacionais, informação e conhecimento são, ao mesmo tempo, matéria prima e produto, o capital intelectual faz a diferença e é sobre ele que falaremos a seguir.
 
 O CAPITAL INTELECTUAL
   
Capacidade intelectual humana, habilidades individuais, know-how, liderança tecnológica, sistemas de informação, nomes de produtos e marcas registradas, design, treinamento constante dos empregados, ativos contabilizados a custo histórico, relacionamento com fornecedores, franquias negociadas com os clientes, rapidez de atendimento aos pedidos de assistência técnica feitos por clientes, capacidade de aprendizagem e adaptação da empresa. Conhecimento, informação, experiência, propriedade intelectual que pode gerar ganhos. Segundo Stewart (1998) é a soma do conhecimento de todos em uma empresa, aquilo que lhe proporciona vantagem competitiva. O capital intelectual é intangível, é a força de trabalho, a cooperação – construção coletiva do conhecimento – o relacionamento entre uma empresa e seus clientes, o que faz com que ela saia na frente e reaja ao  mercado mais rápido do que suas rivais.  É o Capital Intelectual que mantém uma empresa atrativa e sustentável em sua criação de valor.

Ø Capital Humano: Valor acumulado de investimentos em treinamento,
Ø  Capital Intelectual: soma de capital estrutural e humano.
Ø Competência e futuro de um funcionário. Também pode ser descrito como competência do funcionário, capacidade de relacionamento e valores.
Ø Capital Estrutural: O valor do que é deixado na empresa quando os funcionários vão para casa.
 
 
 

 
          Exemplos: bases de dados, listas de clientes, manuais, marcas e estruturas organizacionais.
 
Ø Capital Organizacional: Competência sistematizada e em pacotes, além de sistemas de alavancagem dos pontos fortes inovadores da empresa e da capacidade organizacional de criar valor. Compreende capital de Processo, Cultura e Inovação.
 
Ø Capital de Inovação: Força de renovação de uma empresa. Tal força é expressa como propriedade intelectual protegida por direitos comerciais, e outros ativos e valores intangíveis, como conhecimentos, receitas e segredos de negócios.
  
Ø  Capital de Processo: Os processos combinados de criação de valor e de não-criação de valor.  Capital do Consumidor: Este conceito não foi abordado no artigo da revista Management, mas é definido por Stewart (1998) como:
 
          o valor dos relacionamentos de uma empresa com as pessoas com as quais faz negócios. Onde o capital se transforma em dinheiro. Este capital é medido com mais freqüência que os outros. A sua forma máxima é o conhecimento compartilhado.
 
          Conforme visto acima o Capital intelectual é intangível, é a união de forças de uma organização:
 
FORÇA DE TRABALHO → COOPERAÇÃO → CONSTRUÇÃO COLETIVA
 
DO CONHECIMENTO → RELACIONAMENTO - EMPRESA/CLIENTE.
 
GESTÃO DE COMPETÊNCIAS
 
A facilidade ao acesso às informações mercadológicas oriundas das mais diversas fontes faz com que distorcida verdades e análise superficial escoem nas corporações.  É muito comum freqüentarmos reuniões intermináveis nas quais, todos os presentes, na maioria das vezes profissionais despreparados para falar sobre determinado assunto, opinam baseados em "achismos" e modismos. Empreender é dom e destino de poucos, na visão do senso comum.
 
Na visão de quem pesquisa o assunto, a capacidade de criar negócios e fazer a economia girar pode e precisa ser desenvolvida por mais pessoas. Uma nova compreensão do perfil empreendedor está sendo disseminada no Brasil. Mas ainda predominam os mitos. Um deles é o de que as competências em questão são inatas e raras, o que condenaria a maioria ao desemprego ou, na hipótese boa, ao humor de quem tem tino para negócio.
 
É nesse ambiente que, infelizmente, muitas decisões são tomadas. Outro mito é o de que este é um "país de empreendedores". De fato, o Brasil está entre os dez mais na classificação geral, o que não justifica a lenda.
 
Apesar do bom desempenho, a taxa mostra uma trajetória decrescente desde 2000. A capacidade de "dar nó em pingo d'água" não nos fez empreendedores mais criativos ou desenvolvedores de competências. A construção da visão empreendedora dependeria de um trabalho mais psicológico, capaz de aguçar a percepção e fazer o indivíduo se confrontar com suas crenças, para revê-las e ir buscar, na sua história, a razão de seus limites.
 
No dicionário Aurélio, Competência é entendida como: “qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver certo assunto, fazer determinada coisa; capacidade; habilidade; aptidão; idoneidade”. Vejamos agora uma das definições de competências no meio empresarial:
 
Competências - Grupo Hay
Componentes
Descrições
Skills/Habilidades
Demonstração de especialidade e saber fazer através da prática física e mental
Conhecimento
Informações sobre assuntos específicos
Auto-imagem
Atitudes, valores, autoconhecimento
Característica, traço
Disposição para se comportar de certa maneira
Motivação
Pensamentos recorrentes que conduzem a um tipo de comportamento
Fonte: Relatório Gestão de Competências, Grupo Hay, 1998.
 
O grande desafio é, sem dúvida, dominar a mudança. A tecnologia está mudando o comportamento das pessoas em um ritmo mais rápido do que nunca na história da humanidade.  Observar, entender, desenvolver o potencial humano, numa visão holística em que se identifiquem forças e fraquezas e construam-se estratégias para trabalhar pontos fracos é fundamental. Esse FOCO É "VIVENCIAL” e está em constante movimento.
 
 
É importante percebermos que pessoas são diferentes e precisam ser entendidas nos seus diversos aspectos.
Vejamos a seguir como Gardner - 1995 caracteriza a inteligência humana, o que contextualiza nossa discussão.
 
Gestão de competências e a teoria das múltiplas inteligências
 
Segundo a TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS – (GARDNER, 1995):
Uma inteligência implica na capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos que são importantes num determinado ambiente ou comunidade cultural. A capacidade de resolver problemas permite à pessoa abordar uma situação em que um objetivo deve ser atingido e localizar a rota adequada para esse objetivo.
 
A teoria das inteligências múltiplas está baseada nesta capacidade de que o ser humano dispõe para resolver problemas
 
Baseado nos conhecimentos da Ciência Cognitiva e na Neurociência, é que Gardner trabalha uma abordagem conhecida como “Teoria das Inteligências Múltiplas”.  para Gardner, essas inteligências são heranças genéticas.
 
Respaldados na teoria das inteligências múltiplas, procuramos centrar nossas atenções na “inteligência do pensamento científico”, sua aplicação na prática da Gestão  e especificamente na Gestão dos Ambientes Pedagógicos das Instituições de Ensino Superior.
 
Vejamos como Gardner classifica as diferentes inteligências:
 
·       INTELIGÊNCIA LÓGICO-MATEMÁTICA:
Gardner afirma que o processo de resolução de problemas para pessoas bem dotadas desse tipo de inteligência é rápido.  Elas lidam com muitas variáveis ao mesmo tempo e criam numerosas hipóteses que serão avaliadas posteriormente. Outra característica é a natureza não verbal da inteligência.
 
Ao nascer, a criança é dotada, através de sua carga genética, de habilidades que poderão ser desenvolvidas através de estímulos adequados até a idade adulta. Ainda enquanto bebê, a criança externa sua inteligência lógico-matemática pela capacidade de padronizar e ordenar objetos.
Ex.: Grandes matemáticos.
 
·       INTELIGÊNCIA LINGUÍSTICA:
 
Associada à capacidade de comunicação, entendimento das múltiplas linguagens e expressão. Também retratada na capacidade de aprender e desenvolver idiomas. Sua interface com a gestão, está determinada pela necessidade de comunicação do indivíduo com os diferentes atores organizacionais.  (entendimento de múltiplas linguagens).
Ex.: Grandes comunicadores e poliglotas.
 
·       INTELIGÊNCIA MUSICAL
 
Identificada pela capacidade de interpretar, escrever, ler e expressar-se pela música.
O estímulo à musicalidade pode e deve ser promovido desde a infância.  Os bebês ao balbuciarem, muitas vezes, estão produzindo padrões musicais que repetem os cantos que ouvem em seu acalanto.
Ex.: Os grandes músicos, cantores e artistas da ciência musical.
 
·       INTELIGÊNCIA ESPACIAL
 
Associada com a capacidade de percepção e administração do espaço, na elaboração ou na utilização de mapas, de plantas, de representações planas de um modo geral.
Ex.: Arquitetos de renome e navegadores.
 
·       INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA
 
Habilidade de usar o corpo para expressar emoções, jogar, interpretar e usar linguagem corporal.
 
Elevada inteligência corporal cinestésica está associada ao domínio aguçado sobre os movimentos do corpo, como nos dançarinos e nadadores ou com a capacidade de manipular objetos com refinamento, como nos artesãos e instrumentistas.
Ex: Os grandes atletas, bailarinos, dançarinos.  (Gardner cita Pelé)
 
·       INTELIGÊNCIAS INTERPESSOAL E INTRAPESSOAL
 
Identificada pela capacidade de interação entre indivíduos (compreender o outro).  Possibilita ainda inferir o estado de ânimo, o temperamento e as intenções do outro.
 
Envolve a capacidade de conhecer muito bem a si próprio, formando um modelo acurado e verídico a respeito de si mesmo e habilidade de utilizar este modelo para viver bem. Capacidade de distinguir sentimentos. A metacognição, também se relaciona nesta inteligência.
Ex.: Gardner cita Gandhi
 
·  INTELIGÊNCIA NATURALÍSTICA
 
Segundo Gardner, trata-se da aptidão para reconhecer flora e fauna, fazendo distinções relativas ao mundo natural e usando essa habilidade produtivamente na agricultura ou nas ciências biológicas.
 
Charles Darwin é citado como possuidor de uma inteligência naturalística marcante. Destaca-se sua capacidade para identificar e classificar insetos, pássaros, peixes e mamíferos que resultou na sua teoria da evolução das espécies no século XVIII.
 
Após esse primeiro momento continuando seus estudos em seu instituto, Gardner encontrou mais três inteligências:
 
Inteligência Pictográfica - Observada em pessoas que conseguem se expressar pela pintura, desenho, escultura ou imagens gráficas.
 
Inteligência Existencial – Fazer perguntas básicas sobre a vida, a morte, o universo. Capacidade da pessoa em situar-se ao alcance da compreensão integral do cosmos, do infinito e do infinitesimal, assim como a capacidade de dispor de referências a características existenciais da condição humana, compreendendo de maneira integral o significado da existência, portanto, da vida e da morte, o destino do mundo físico e psicológico e a relação do amor por um outro, pela arte ou por uma causa.
Diante do contexto de multiplicidade intelectual é da máxima importância  reconhecer e estimular todas as variadas inteligências humanas e todas as  suas combinações.
 
Nós todos somos tão diferentes em grande parte porque possuímos diferentes combinações de inteligências.
 
 Além de ser impossível conceber uma organização sem pessoas, as pessoas tendem a ser fiéis se forem tratadas de forma justa e tiverem a sensação de valorização do potencial individual e responsabilidade compartilhada.
 
Esse referencial tem como finalidade repensar as Instituições de Ensino Superior como organizações que aprendem e diferenciam daquelas com perfil funcional tornando-se empresas singulares.
 
No que tange ao gerenciamento da competência, a organização do conhecimento gerencia basicamente os seus profissionais e, em particular, seus especialistas - pessoas-chave consideradas cruciais para a sobrevivência da empresa, pois são qualificadas e experientes, solucionam os problemas mais complicados, geram as maiores receitas para a empresa e possuem a mais ampla rede de contatos fora da organização.
 
Daí o termo competência - usado aqui como sinônimo tanto de saber quanto de conhecimento - é uma noção muito mais abrangente do que a conotação padrão do português, que tende a se limitar à habilidade prática.
 
A competência aqui é individual, e este conceito é diferente do uso genérico do termo em teoria e estratégia organizacionais.
 
Uma estrutura interna eficaz é condição ‘sine qua non’ para sustentar a transferência do conhecimento dentro de uma organização.
 
Como os funcionários se combinam com a estrutura interna para construir a organização, gerenciar a estrutura interna significa gerenciar a organização.
 
 Quando bem gerenciada, a competência da organização aumenta e o relacionamento entre os profissionais e seus clientes e entre os próprios profissionais melhoram. Concluímos que é preciso ser capaz de refletir sobre como estamos construindo o futuro, e repensar uma nova forma de organização de todas as atividades humanas. Garantir a prática de novos valores é precípuo e isso acontecerá à medida que se eleva o grau de conscientização sobre as importantes questões que se apresentam.
 
Se a elevação desse grau é resultante da quantidade e qualidade de informações sobre riscos e o nível de preparo das organizações para avaliá-las e usá-las, podemos inferir o tamanho do desafio da gestão de competências  e imaginar a importância do papel dos gestores nesse novo contexto. O que chega ao conhecimento da sociedade e o que ela acredita ser importante faz uma grande diferença, pois é isso que vai determinar o tamanho da pressão para a concentração das ações empresariais.
 
Conforme observamos a Era do Conhecimento faz uma ruptura com o passado, no sentido da construção do futuro, reafirmando os acertos, corrigindo e ajustando os equívocos.  A gestão do conhecimento contribui de maneira significativa nesse processo, planejando o presente dentro de um processo de transformação e mudanças.
 
A gestão voltada para a inovação se faz necessária nas instituições para que elas cumpram seu papel na sociedade atual.
 
Ao conjunto de atores das instituições cabem ter clareza da intenção educativa e dos pressupostos que norteiam a ação e participar de maneira efetiva de todo esse processo desde sua concepção até a avaliação.
 
 A construção coletiva é fundamental e a complexidade que a permeia exige que haja um processo formativo com a intenção real de mudanças, respeitando as dificuldades individuais e suas manifestações, buscando a atualização dos envolvidos e a comunicação entre eles para que se possam desenvolver as competências pertinentes ao processo de inovação.
 
 
 

Fonte e Sítios Consultados

 
 

20 de fevereiro de 2013

Açucar demais dá Mau Humor deixa o Raciocínio Lento


Açúcar demais dá mau humor e deixa o raciocínio lento

 

Ter o controle das emoções pode ajudar (e muito) no desenvolvimento profissional. Segundo especialistas, o bom humor favorece o crescimento pessoal e aumenta a satisfação profissional e ainda contribui positivamente para o faturamento da empresa. A raiva também é um sentimento a ser trabalhado. Ter total domínio sobre esta emoção e evitar explodir com chefes e colegas é crucial para ter autoconhecimento e para saber como agir em momentos de estresse alto.

 

 Cuidado com:  Açúcar demais

Se em pequenas pitadas o alimento acalma e oferece energia, exagerar no seu consumo pode prejudicar seu cérebro.

 

Obesidade e diabete — ao falarmos do impacto de abusos adocicados, é natural nos lembrarmos desses males. Acontece que, quando são criados laços fortes com duas enormes ameaças para a saúde, outras eventuais relações nefastas são muitas vezes ofuscadas. Ainda assim, o chileno Fernando Gomez-Pinilla, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, nos Estados Unidos, resolveu investigar um elo diferente: o de doses altas de açúcar com piripaques na massa cinzenta. "Já sabíamos que a substância interfere em mecanismos de saciedade no sistema nervoso central, disparando até compulsão alimentar. Por isso, decidimos estudar se ela também comprometeria o aprendizado e a memória", conta o neurocirurgião.

Para verificar a hipótese, Gomez-Pinilla ensinou ratos a encontrar a saída de um labirinto. Na sequência, ofereceu por seis semanas uma dieta rica em frutose, tipo de carboidrato simples presente nas frutas e em produtos industrializados por ser um adoçante forte e barato. E então, mesmo treinados, os animais tiveram dificuldade para vencer o desafio imposto pelos cientistas, sinal de que os circuitos dentro do crânio estavam sofrendo para trabalhar com tanta doçura. "A concentração de frutose utilizada foi bem elevada. Mas, se passarmos isso para seres humanos, é uma quantidade possível de ser atingida pela alimentação, principalmente ao considerarmos o crescente consumo do ingrediente no mundo", ressalta o autor do artigo. "Acho que chamamos a atenção para outro provável efeito do açúcar", arremata.

Além de observar o comportamento das cobaias, os pesquisadores analisaram a massa cinzenta delas para ver se havia algo de errado. A descoberta é que o envio de mensagens entre os neurônios realmente estava problemático. "Embora seja essencial confirmar isso em levantamentos futuros, faz sentido pensar que a ingestão de outros açúcares fora a frutose tenha o mesmo resultado, porque eles agem de maneira semelhante", afirma Ivan de Araújo, neurocientista brasileiro da Universidade Yale, nos Estados Unidos.
 
 


Uma das apostas dos experts para elucidar como esses carboidratos atrapalhariam o raciocínio recai sobre a insulina. "Enquanto no resto do organismo o hormônio está mais relacionado ao processo de colocar glicose dentro das células, no cérebro ele também é neurotrófico", analisa o neurologista e geriatra Matheus Roriz Cruz, coordenador do Ambulatório de Neurogeriatria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Traduzindo: essa molécula, quando em níveis ideais, promove o bom funcionamento de várias regiões do encéfalo, e em especial o hipocampo, muito ligado à memória e ao aprendizado. E daí? Daí que, ao se empanturrar com chocolate, o pâncreas produz um monte de insulina — e tudo indica que esse excesso destrambelha de alguma maneira sua atuação normal na cabeça.

"Os mecanismos exatos ainda não estão claros, porém existe a teoria de que receptores específicos do hormônio localizados nas células nervosas fiquem desregulados sob essas condições. Com isso, a substância não exerce seu papel direito", analisa Gomez-Pinilla. De forma simplista, dá para dizer que é uma espécie de resistência à insulina acima do pescoço.

Outra explicação é que a glicose, quando em taxas estratosféricas, incita a fabricação dos temidos radicais livres. Por sua vez, essas partículas nocivas danificariam a membrana que reveste os neurônios, afetando sua capacidade de emitir impulsos elétricos, o que, na prática, culmina em uma mente pouco afiada.

Agora, será que se esbaldar por um período restrito com bolachas recheadas, sorvetes e afins já causaria toda essa confusão? "O tema é controverso, mas, segundo alguns poucos estudos experimentais, sim. Uma dieta desregrada por meses, associada ao sedentarismo, complicaria a cognição temporariamente", informa, cauteloso, Roriz Cruz. "O que se sabe mesmo é que a ingestão de muitos açúcares ao longo dos anos provoca diabete, uma enfermidade que aumenta o risco de demências", destaca o nutrólogo Nelson Lucif Júnior, da Associação Brasileira de Nutrologia, em Ribeirão Preto, no interior paulista (entenda mais sobre o elo lendo abaixo O diabete e a cuca).


Contra-ataque nutritivo

Naquela pesquisa da Universidade da Califórnia, uma turma dos ratos que antes havia se entupido de refeições adocicadas depois recebeu um cardápio repleto de ômega-3, gordura encontrada em peixes de águas profundas. Acredite se quiser, os bichinhos voltaram a achar a saída do labirinto com facilidade. "Entre outras razões, esse ácido graxo constitui a membrana celular dos neurônios. Assim, atenua os efeitos dos radicais livres", declara Gomez-Pinilla.

Já as frutas, por contarem com bastante frutose, em uma primeira vista são quase como vilãs na história. "Só que, na mesa, o nutriente vem acompanhado de outras substâncias benéficas", diferencia a nutricionista Cynthia Antonaccio, diretora da Equilibrium Consultoria, na capital paulista. Entre eles, temos a vitamina C da laranja, as antocianinas do morango, o resveratrol da uva... Todos antioxidantes que neutralizam os radicais livres. Logo, o problema maior está em se encher de açúcar em si, esteja ele no brigadeiro caseiro ou em bebidas industrializadas.

A ideia não é banir o carboidrato das refeições. Até porque, dentro do limite, ele contribui para as atividades mentais. "Quando pouca glicose circula pelo corpo, há um impacto negativo sobre a cognição", reforça Lerário. Contudo, outras inúmeras opções alimentares que, pelo menos do ponto de vista fisiológico, são bem mais completas do que o pó branco também oferecem esse importante nutriente. "Mas nem ele está proibido, porque é uma fonte de prazer. Sempre digo às pessoas para o utilizarem onde realmente faça a diferença", ensina Cynthia. Em vez de adicioná-lo ao café ou para adoçar frutas, melhor esperar para se deliciar com aquele bolo de aniversário do amigo ou com a sobremesa feita pela sua mãe.

Atualmente, a recomendação é que não mais do que 10% das calorias diárias venham por meio de açúcar adicionado, embora, de novo, menos é sempre mais nesse contexto. Em uma dieta de 2 000 calorias, isso equivale a cerca de 50 gramas. Para não extrapolar, sempre fique de olho nos rótulos e, claro, atente ao que coloca em receitas de doces ou nas bebidas. Uma colher de chá cheia possui, em média, 5 gramas. Uma de sopa, 24. "Nessa conta não entram as frutas in natura, os cereais integrais e por aí vai", acrescenta Cynthia.

Ao manter suas taxas de glicose em ordem, você até melhoraria seu ânimo. "Em períodos de hipoglicemia, são ativados mecanismos de estresse. Ou seja, a pessoa fica irritada e ansiosa", adverte Araújo. Por outro lado, o excesso de açúcar no sangue também parece influenciar nesse quesito. Na Universidade Loyola, nos Estados Unidos, cientistas mediram frequentemente a glicemia de 23 mulheres por 72 horas ao mesmo tempo que as questionavam sobre seu estado de espírito. Observe o que os autores escreveram na conclusão do trabalho: "Grandes e bruscas variações nesse índice talvez estejam associadas a humores negativos". Nem precisamos falar que essas oscilações muitas vezes surgem quando colocamos guloseimas demais na boca.

"Mas devemos ressaltar que o levantamento foi realizado com voluntárias diabéticas. Não dá para saber se essa variação é resultado da alimentação ou da doença em si", contrapõe Roriz Cruz. Sem contar que o caminho poderia ser o inverso. As integrantes avaliadas, por estarem ansiosas ou mesmo deprimidas, comeriam mais besteiras e deixariam de tomar os remédios de forma adequada, o que geraria as mudanças vistas no sangue. De qualquer jeito, fica o alerta. O açúcar, de acordo com o dicionário Houaiss, pode ser brandura, suavidade e meiguice. Em largas quantidades, porém, transforma-se em algo enjoativo e até perigoso. Cabe a você defini-lo do melhor jeito para sua vida.


Se descontrolado, ele afeta a saúde mental O excesso de glicose no sangue, característica dessa enfermidade, degenera, aos poucos, veias e artérias. "Os vasos se estreitam, inclusive os que irrigam o cérebro", diz o endocrinologista Antonio Carlos Lerário, da Universidade de São Paulo. Aí, os neurônios morrem de fome, o que culmina em quadros demenciais. Isso sem contar que o diabete tipo 2 faz subir a concentração de insulina. "A enzima que a degrada também é responsável por quebrar a proteína beta-amiloide, precursora da doença de Alzheimer", diz o neurologista Matheus Cruz. Portanto, para regular os índices do hormônio, a enzima acabaria deixando intactas as moléculas deflagradoras do apagão das lembranças.


Água com açúcar acalma?

Talvez essa seja a receita caseira mais conhecida para apaziguar o nervosismo. "Em situações de estresse, há uma demanda por glicose. Ao satisfazê-la, realmente pode surgir a sensação de tranquilidade". Só não vale usar a estratégia sempre. "Caso contrário, o corpo se acostuma com o aporte extra e o benefício se esvai”.


Tipos de doçura

Cada um dos açúcares tem suas particularidades. Veja abaixo


1 –
Frutose

Adoça como poucos. Por isso, faz sucesso estrondoso na indústria.

Onde está: frutas, mel, xarope de milho, bebidas industrializadas.

 


2 -
Lactose

É composto de moléculas de glicose e sacarose. Muita gente tem dificuldade para digeri-lo.

Onde está: leite e seus derivados.

 


3 -
Sacarose
Trata-se do resultado da união entre glicose e frutose.
Onde está: os açúcares refinado, mascavo e cristal são as principais fontes.



4 -
Glicose
Conhecida por ser a partícula mais usada pelas células para obter energia. É um marcador para o diabete.
Onde está: frutas, açúcar de mesa.

 

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Aprenda a controlar a raiva


Conte até dez e respire fundo. O conselho é antigo, mas muito eficiente para a hora de tensão. O departamento de psicologia da Universidade Federal de São Paulo desenvolveu os exercícios abaixo que ajudam quando é preciso recuperar a calma. E o melhor é que as atividades podem ser feitas discretamente na sua mesa do escritório.


 

1. Sente confortavelmente. Afaste ligeiramente as coxas. Voltadas para baixo, apoie as mãos nas pernas. Relaxe os ombros. Feche os olhos e respire fundo por quatro segundos e encha a barriga de ar. Retenha o ar por dois segundos. Solte o ar por cinco segundos e sinta a barriga se esvaziando. Mantenha toda a atenção voltada aos movimentos respiratórios. Faça o exercício durante cinco minutos.

2. Mantendo o corpo relaxado, focalize a atenção no braço direito. Dobre o pulso e force ligeiramente a mão direita para trás. Mantenha a posição por dez segundos e sinta a tensão. Relaxe o pulso. Respire profundamente. Repita o exercício com a mão esquerda.

3. Focalize a atenção na perna direita. Mantenha o corpo relaxado. Force as pontas dos dedos do pé direito no chão. Levante o calcanhar e faça um pouco de força com os pés. Perceba a tensão. Relaxe o pé. Respire por três segundos. Repita com a outra perna.

4. Mantenha o corpo relaxado. Force os ombros em direção às orelhas. Respire. Perceba a tensão. Relaxe os ombros. Faça movimentos rotatórios com os ombros. Relaxe.

5. Focalize sua atenção no rosto. Franza a testa como se estivesse preocupado. Mantenha a posição por dez segundos. Perceba a tensão que se forma na testa. Relaxe. Respire fundo.

 
 

Fonte e Sítios Consultados

http://saude.abril.com.br/edicoes/0353/nutricao/acucar-demais-mau-humor-deixa-raciocinio-lento-697597.shtml

http://vocesa.abril.com.br/desenvolva-sua-carreira/materia/especial-bom-mau-humor-trabalho-538929.shtml

Inflação e o Brasil


 


                      Inflação
 

Inflação é um processo pelo qual ocorre aumento generalizado nos preços dos bens e serviços, provocando perda do poder aquisitivo da moeda. Isso faz com que o dinheiro valha cada vez menos, sendo necessária uma quantidade cada vez maior dele para adquirir os mesmos produtos.

Há vários fatores que podem gerar inflação. O aumento muito grande do preço de um item básico na economia pode contaminar os demais preços provocando uma alta generalizada. É o caso do petróleo e da energia elétrica, por exemplo. O excesso de consumo também provoca inflação, pois os produtos tornam-se escassos ocasionando aumento de seus preços. Em outra hipótese, se o Governo gasta mais do que arrecada, e para pagar suas contas emite papel-moeda, provoca inflação, pois está desvalorizando a moeda, uma vez que criou dinheiro novo sem lastro, sem garantia, sem que tenha havido criação de riqueza, de produção. Assim, os bens e serviços continuam os mesmos, mas o dinheiro em circulação aumenta de volume. Passa-se, então, a exigir maior quantidade de dinheiro pela mesma quantidade de produto, o que alguns economistas chamam de dinheiro fraco, dinheiro podre.

O processo inflacionário, quando instalado, é de difícil controle. Funciona como um círculo vicioso, obrigando a realização de reajustes periódicos de preços e salários, com o seu consequente agravamento. E quem mais sofre com tudo isso é a camada mais pobre da população, que não tem como se proteger. Em épocas de inflação galopante, tivemos no Brasil contas bancárias com reajustes diários como forma de repor o poder de compra que o dinheiro perdia de um dia para o outro. Mas as pessoas mais pobres não tinham (e ainda não têm) acesso a contas bancárias, não podendo se utilizar desse benefício. E assim, seu dinheiro valia menos a cada dia.

A Correção Monetária tem o objetivo de minimizar (ou até neutralizar) as distorções causadas pela inflação na economia. Com ela, os valores monetários são reajustados com base na inflação ocorrida no período anterior, calculada por índices que procuram medir as mudanças que ocorrem nos níveis de preços de um período para outro. No Brasil, o cálculo destes índices é feito por entidades credenciadas, como o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Outras instituições também têm elaborado estes cálculos, como a FGV - Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro; FIPE - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas e o DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, ambos em São Paulo; o IPEAD - Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis, em Belo Horizonte, dentre outros.

Os índices de preços, ou de inflação, são, portanto, indicadores que procuram mensurar a evolução do nível de preços. É um número que está associado à média ponderada dos preços de um conjunto de produtos, denominado cesta, em um determinado período. Assim, se de um mês para o outro determinado índice de preços sofre uma elevação de 0,6%, por exemplo, significa que os preços que fazem parte da cesta correspondente a esse índice aumentaram, em média, 0,6%.

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A Inflação é aumento no preço dos produtos

Definição
Inflação é um conceito econômico que representa o aumento de preços dos produtos num determinado país ou região, durante um período. Num processo inflacionário o poder de compra da moeda cai.

Exemplo: num país com inflação de 10% ao mês, um trabalhador compra cinco quilos de arroz num mês e paga R$ 10,00. No mês seguinte, para comprar a mesma quantidade de arroz, ele necessitará de R$ 11,00. Como o salário deste trabalhador não é reajustado mensalmente, o poder de compra vai diminuindo. Após um ano, o salário deste trabalhador perdeu 120% do valor de compra.

A inflação é muito ruim para a economia de um país. Quem geralmente perde mais são os trabalhadores mais pobres que não conseguem investir o dinheiro em aplicações que lhe garantam a correção inflacionária.

Podemos citar as seguintes causas da inflação:

- Emissão exagerada e descontrolada de dinheiro por parte do governo;

- Demanda por produtos (aumento no consumo) maior do que a capacidade de produção do país;

- Aumento nos custos de produção (máquinas, matéria-prima, mão-de-obra) dos produtos.

No Brasil, existem vários índices que medem a inflação. Os principais são: IGP ou Índice Geral de Preços (calculado pela Fundação Getúlio Vargas), IPC ou Índice de Preços Ao Consumidor (medido pela FIPE - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), INPC ou Índice Nacional de Preços ao Consumidor (medido pelo IBGE) e IPCA ou Índice de Preços ao Consumidor Amplo (também calculado pelo IBGE).
 
 
 

Você sabia?

No ano de 2012, a inflação brasileira foi de 5,84% (IPCA - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). É importante ressaltar que a meta estabelecida pelo Banco Central Brasileiro é de 4,5%, com margem de dois pontos para mais ou para menos.

 

Consequências da inflação alta


As principais consequências da inflação alta para a economia de um país, pontos negativos, hiperinflação.


Alta nos preços dos produtos: uma das consequências da inflação alta

 

Principais consequências da inflação alta

A inflação alta é prejudicial para a economia de um país. Quando alta ou fora de controle, pode gerar diversos problemas e distorções econômicas. Taxas de inflação altas são aquelas que ficam acima de 6% ao ano.

- Desvalorização da moeda do país.

Com a inflação elevada, a moeda vai perdendo seu valor com o passar do tempo e os consumidores (trabalhadores) que não tem reajustes constantes não conseguem comprar os mesmos produtos com o mesmo valor usado anteriormente. O preço dos produtos sofrem reajustes constantes. Uma inflação de 50% ao mês (hiperinflação), por exemplo, corrói pela metade o salário dos trabalhadores.

- Alta do dólar e aumento dos preços dos importados

Outro problema é que enquanto a moeda do país se desvaloriza, as outras (principalmente o dólar) faz o movimento inverso. Se este país com inflação elevada é muito dependente de importações, os produtos importados aumentam de preço, fato que alimenta ainda mais a alta da inflação.

- Diminuição dos investimentos no setor produtivo

Num ambiente de inflação elevada, muitos investidores preferem deixar o dinheiro aplicado em bancos (para que ocorra a correção monetária) do que investir no setor produtivo. Embora dê uma falsa ideia de que o dinheiro está “rendendo” muito, muitas pessoas preferem as aplicações financeiras.

- Clima econômico desfavorável

Um país que sofre de inflação alta é visto no mercado internacional de forma negativa. Os grandes investidores e empresas evitam fazer investimentos produtivos de médios e longos prazos nestes países, pois sabem que a inflação alta é um indicativo de economia com problemas.

- Aumento da especulação financeira

Muitos investidores externos, em busca de rendimentos altos e rápidos, costumam fazer investimentos em países de inflação alta com o objetivo de tirar vantagens das altas taxas de juros. Este capital especulativo é prejudicial para a economia de um país, pois grandes somas de capital podem entrar e sair rapidamente, causando instabilidade no mercado de câmbio.

- Elevação da taxa de juros

Muitos países usam o recurso da elevação da taxa de juros como mecanismo de controlar a inflação. A lógica é simples: com juros elevados o consumo diminui, forçando os preços a caírem. Porém, a alta dos juros desestimula a tomada de financiamentos, prejudicando assim os investimentos internos no setor produtivo, o mercado imobiliário e a venda de bens de consumo duráveis (veículos, eletrodomésticos, etc.).

- Aumento do desemprego

Países que não conseguem baixar e controlar a inflação sofrem, no longo prazo, com o aumento das taxas de desemprego. Isso acontece, pois ocorre diminuição significativa nos investimentos no setor produtivo.

Você sabia?

- Em 2012, a inflação no Brasil foi de 5,84% (IPCA). Vale lembrar que a meta estipulada pelo governo brasileiro é de 4,5%, com margem de dois pontos para mais ou para menos.

 

Índices de inflação no Brasil


Os principais índices que medem a inflação no Brasil, institutos responsáveis, características de cada um, índices de 2012.



Economia brasileira: vários índices para medir a inflação

 

Principais índices de inflação no Brasil

IPC (Índice de Preço ao Consumidor)

- Instituto responsável: FGV - Fundação Getúlio Vargas

- O que é medido: aumento de preços no varejo para famílias com renda mensal entre 1 e 33 salários mínimos.

- Características: os dados utilizados são referentes a sete capitais.

 

IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo)

- Instituto responsável: IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

- O que é medido: variação de preços no varejo para famílias com renda mensal entre 1 e 40 salários mínimos.

- Características: utiliza dados de 11 capitais.

 

INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor)

- Instituto responsável: IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

- O que é medido: variação de preços no varejo de itens consumidos por famílias com renda mensal entre 1 e 5 salários mínimos.

- Características: medido nas 11 principais regiões metropolitanas do Brasil.

 

IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo)

- Instituto responsável: FGV - Fundação Getúlio Vargas

- O que é medido: variação de preços de produtos industriais e agrícolas dos atacadistas ao varejo.

- Características: calculado para três intervalos diferentes (M, DI e 10).

 

INCC (Índice Nacional de Preços da Construção Civil)

- Instituto responsável: FGV - Fundação Getúlio Vargas

- O que é medido: a variação de preços na construção civil como, por exemplo, mão de obra, materiais de construção e serviços.

- Características: usado no financiamento direto das construtoras.

 
 

IGP (Índice Geral de Preços)

- Instituto responsável: FGV - Fundação Getúlio Vargas

- O que é medido: variação de preços através de uma média ponderada de três índices: INCC (10%), IPA (60%) e IPC (30%).

- Características: muito usado em contratos de longo prazo como, por exemplo, reajuste de aluguéis.

 

IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas)

- Instituto responsável: Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da USP

- O que é medido: habitação, alimentação, transportes, despesas pessoais, saúde, vestuário e educação.

- Características: dados referentes à cidade de São Paulo. Verifica o custo de vida das famílias com ganhos mensais de 1 a 20 salários mínimos.

 

IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado)

- Instituto responsável: FGV - Fundação Getúlio Vargas

- O que é medido: formado por 60% do IPA, 30% do IPC e 10% do INCC. Mede as mudanças de preços de matérias-primas agrícolas e industriais no atacado e de bens e serviços finais no consumo

- Características: pesquisado entre os dias 21 de um mês e 20 do mês seguinte. Calculado para três intervalos diferentes (M, DI e 10).

 

Índices de inflação em 2012:

- IPCA: 5,84%
- IGP-M: 7,81%
- IPA: 8,90%
- IPC: 5,73%
- INCC: 7,12%
- INPC: 6,20%
- IPC-Fipe: 5,11%

 



Fonte e Sítios Consultados
http://www.suapesquisa.com/economia/consequencias_inflacao.htm
http://www.gazetadeitauna.com.br/conceito_inflacao.htm

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