Os Feriados do
Brasil
|
Não é muito difícil escutar comerciantes ou donos de empresas
reclamando que a população brasileira é exageradamente prestigiada com vários
feriados ao longo do ano. O Brasil desfruta de uma série de dias
comemorativos que paralisam várias pessoas em esfera federal, estadual e
municipal. Contudo, isso nem de longe significa que o gosto pelo feriado seja
mais um dos defeitos que exclusivamente povoam a identidade do povo brasileiro.
Desde a antiguidade, os feriados tinham a importante função de
demarcar a passagem do tempo ou a celebração de algum fato portador de grande
significado. Entre os romanos, percebemos que vários feriados estavam
constantemente ligados à adoração das divindades que figuravam sua
religiosamente. Em seus tempos de glória, observamos que esta mesma
civilização organizava dias festivos em memória dos imperadores que haviam
morrido.
Mais do que relembrar deuses e homens, os feriados também exerciam a
importante função de estabelecer um vital e necessário momento de ruptura
para com o mundo cotidiano. Na Idade Média, era comum a organização de vários
eventos carnavalescos que antecediam a resignação do período da Quaresma.
Nessas situações, os camponeses criavam cantos, encenações e imagens que
faziam divertidas chacotas para com os senhores feudais e clérigos da época.
A frequente associação entre a promoção dos feriados e a celebração
religiosa só veio a ganhar novas feições quando a Revolução Francesa quebrou
antigos paradigmas. Após o desenvolvimento deste fato que inaugura a idade
Contemporânea, os franceses oficializaram o dia 14 de julho como a data em
que comemoravam a queda da Bastilha e, por sua vez, o início do processo
revolucionário. Do ponto de vista histórico, essa convenção também marca a
criação do primeiro feriado de natureza civil.
Mesmo o modelo francês tendo reverberado com grande força. A criação
de outros feriados laicos ocorreu de forma bastante lenta. Ao longo do século
XIX, o desenvolvimento do capitalismo industrial estabeleceu o florescer das
lutas entre a classe burguesa e operária. Ao longo da década de 1880, o
acirramento desta tensão permitiu a instituição do dia 1º. De maio como
feriado a ser marcado por manifestações de trabalhadores em todo o mundo.
Ao percebermos a presença de vozes que discordam com os feriados que
organizam o calendário brasileiro, notamos uma interessante noção entre o
ócio e o trabalho. Sob tal perspectiva, o descanso passa a ser uma atividade descompromissada
com o progresso da nação. Ao mesmo tempo, o trabalho se transforma em
atividade supervalorizada, chegando a ser vista como instrumento de aperfeiçoamento
moral. Afinal de contas, será que os feriados fazem tanto mal assim?
----
Por produtividade em feriados,
gestores apostam em planejamento
|
|
A vasta quantidade de feriados e
emendas no Brasil é quase sempre criticada por empresários e políticos. O
“excesso de folgas”, na visão deles, prejudica a produtividade nas
corporações e freia o desenvolvimento do País. Por outro lado, funcionários
aguardam ansiosamente pelas pausas no calendário para descansar ou viajar.
Mas qual deve ser, afinal, a postura adotada por um líder nessas situações?
Antônio Durigan, dono da marca de
cosméticos e perfumes Perffato, afirma não permitir que seus subordinados deixem
de trabalhar em emendas. “O empregado brasileiro tem de aprender que o
feriado é apenas em determinado dia”, justifica. “Deve ter a consciência de
que o custo para manter um funcionário é exorbitante, e a empresa tem de
cuidar de seus interesses.”
O empreendedor credita a “intolerância” à concorrência acirrada entre as corporações e faz previsões para o futuro. “O colaborador que não se adequar a este modelo está fadado a ser substituído por outro que receba o mesmo salário e produza um dia a mais”, prossegue. “Grandes empresas nem fazem mais esse tipo de concessão, e logo isso se estenderá a todos os negócios.”
A postura de Durigan reflete as consequências que a quantidade de
feriados causa às empresas. A Perffato, por exemplo, tem uma perda de aproximadamente
50% em vendas nos meses com feriados, segundo estimativa de seu proprietário.
Por isso, ele mesmo permanece trabalhando em pontes e feriados para reduzir
os prejuízos.
Entretanto, a tentativa de coibir
perda de produtividade não é uma preocupação apenas de empresários. Desde
abril de 2007 tramita na Câmara dos Deputados projeto de lei que estipula a
mudança de feriados que caiam às terças e quintas para as segundas e sextas.
“Este movimento não existe à toa. Temos quatro meses desesperadores:
fevereiro, abril, novembro e dezembro”, desabafa o empresário Almiro dos Reis
Neto, presidente da consultoria de recursos humanos Franquality.
Segundo ele, esses são os meses que
mais causam prejuízos devido ao excesso de feriados e pontes. “Isso é uma praga,
não dá para trabalhar. Em um mês como esses, a produtividade vai para o
espaço”, critica Reis. Ele ressalta que o setor mais prejudicado por essas
pausas é o comercial, já que o industrial continua produzindo de uma forma ou
de outra.
No entanto, obrigar o quadro de
funcionários a dar expediente em emendas pode gerar problemas motivacionais.
O líder tende a perder credibilidade perante os subordinados, caso eles
acreditem que não há necessidade de permanecer em atividade em determinados
dias.
Por
isso, o consultor da Franquality recomenda planejamento. “O chefe precisa
programar previamente, de preferência no início do ano, quais dias serão
trabalhados”, sugere Almiro dos Reis. “O pior é não esclarecer isso até o
último momento, e então os funcionários não saberão se podem ou não programar
uma viagem com a família – e isso é tão ruim quanto não ter o feriado.”
--
Os Trabalhadores do Reino Unido são os que têm direito a mais dias de
férias remuneradas no Mundo: 28 dias
Responda
rápido: você está contente com a quantidade de dias de férias que tem por
ano? Se sim, saiba que em países como os da Europa Ocidental os trabalhadores
têm acesso a um período maior de férias remuneradas, em todo o mundo. Bem,
isso se você, em meio a tanto trabalho, ainda sabe o que isso significa.
Lembra-se? Uma pesquisa realizada pela Mercer sobre esse importante direito
do trabalhador (chamada Mercer's worldwide benefit and employment guidelines)
mostra, além do fato de países da Europa Ocidental liderarem o ranking de
dias de férias, que os trabalhadores na região Ásia-Pacífico são os menos
beneficiados. Em outra comparação, os empregados no Reino Unido se beneficiam
com 28 dias (por direito) a férias, já os empregados nos EUA são os menos beneficiados.
O estudo da consultoria oferece uma visão
geral das regulamentações e práticas trabalhistas aplicadas em 62 países. O
relatório é utilizado por empresas multinacionais para definir suas políticas
de benefícios trabalhistas nos países onde elas mantêm suas atividades.
Apenas para lembrar aqueles que não tiram esse período de descanso há algum
tempo: o direito a férias trabalhistas equivale ao número de dias de descanso
que uma empresa deve, por lei, conceder aos seus empregados.
No
Brasil, os empregados têm direito a 22 dias úteis de férias (ou 30 corridos,
segundo a CLT). Com isso, ele acaba ocupando o 6º lugar do ranking em número
de dias legais para o gozo das férias, juntamente com Portugal, Espanha e
Emirados Árabes. Em nosso país, são 11 os feriados públicos, somando um total
de 33 dias de descanso, portanto. No ranking de feriados dessa natureza, o
Brasil passa para o 8º lugar.
No
Reino Unido, por exemplo, os empregados têm o direito a 28 dias de férias.
Levando-se em consideração que lá existem 8 feriados públicos, o fato sugere
que os empregados podem gozar suas férias durante 36 dias, ou 10% de cada ano
de trabalho. Isso representa um dos direitos mais significativos dentre os 62
países participantes da pesquisa. A realidade é que lá as empresas podem
incluir os feriados públicos como parte integrante dos 28 dias de férias e,
portanto, os empregados no Reino Unido têm menos dias de férias efetivamente
se comparados aos seus pares nos demais países europeus onde, em geral, a
prática é que os trabalhadores descansem nesses feriados além do seu direito
estatutário. Já os que trabalham em companhias na região Ásia-Pacífico têm
comparativamente os níveis baixos de direito estatutário, porém os feriados
públicos são usufruídos além das férias. Os níveis de direito a férias nessa
área ainda estão abaixo dos níveis encontrados na Europa Ocidental.
Wolfgang
Seidl, diretor da área de consultoria em saúde da Mercer, conta que apesar da
turbulência econômica ainda persistente, o interesse na questão relacionada
ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional continua mostrando sinais de
crescimento. "A partir da perspectiva do empregado e da empresa, saúde
cria riquezas. As empresas reconhecem que uma força de trabalho saudável e
satisfeita traz produtividade e esse fato se traduz diretamente em
resultados. Como as empresas interpretam a disposição contida nas
regulamentações de férias é um fator de suma importância. Com os aumentos
salariais menos notórios, e muitas vezes abaixo das taxas de inflação, as corporações
estão em busca de outros meios para motivar seus empregados", diz. Nesse
aspecto, o horário de trabalho flexível e um bom equilíbrio entre a vida
pessoal e profissional ajudam a elevar o grau de engajamento dos empregados
quando as ferramentas financeiras normais não estão disponíveis, avalia o
consultor.
Os empregados com o potencial de
maior número de férias estão na Áustria, com direito a 25 dias agregados a 13
feriados públicos. Depois dela vem Malta com 24 dias de férias e 14 feriados
públicos. Em ambos os países, os trabalhadores têm o potencial de gozar 38
dias de férias. As Filipinas e o Canadá possuem os menores direitos possíveis
com 20 e 19 dias, respectivamente. Já na Colômbia, os empregados são
beneficiados com o maior número de feriados (18), enquanto no México o número
cai para 7. No Brasil, o potencial de dias úteis de férias, somado aos
feriados, é de 33 dias.
--
Então, são os feriados os vilões? Ou
existe alguma maneira de administra-los com inteligência para que todos acabem
ganhando, tanto: as empresas, o País e os funcionários. Essa é uma ótima tarefa
para os Srs. Administradores pensarem e trabalharem essa influencia externa.
E você caro leitor, o que
você acha sobre este assunto?
Fonte e Sítios Visitados
http://www.vocecommaistempo.com.br/bn_conteudo.asp?cod=222
|
http://www.revistamelhor.com.br/textos/291/deus-salve-a-rainha-250020-1.asp
|
http://www.brasilescola.com/datas-comemorativas/a-origem-dos-feriados.htm
Nenhum comentário:
Postar um comentário